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A FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE
Personalidade e Hereditariedade
A ideia de que a hereditariedade não é causa direta do comportamento, mas através das
estruturas orgânicas, estabelece limites para as manifestações comportamentais.
Parece ser útil a divisão do conceito de ambiente em ambiente físico e social. O primeiro se
refere às influências da nutrição, temperatura, altitude etc., e o segundo às influências das
relações interpessoais.
Pode-se, portanto, incluir sob o rótulo ‘ um número enorme, de fatores que influem na
formação da personalidade. Entre eles estão: a situação pré-natal, as primeiras experiências
infantis, a constelação familiar, as relações entre pais e filhos, as variadas influências culturais e
institucionais e muitos outros.
As primeiras experiências na vida de uma pessoa são as mais importantes. Freud e a maioria
dos estudiosos acreditam que a estrutura da personalidade é fixada nos primeiros anos de
vida; o que ocorre ou deixa de ocorrer neste período é decisivo.
Tem-se pesquisado bastante, recentemente, sobre os efeitos das privações de estimulação nos
primeiros momentos da vida. Vários estudos envolvendo crianças criadas em orfanatos,
comparadas com crianças criadas em ambientes familiares, apontam, naquelas, uma série de
problemas como saúde fraca, declínio intelectual progressivo e desajuste social e emocional.
Além das primeiras experiências e do meio familiar, a sociedade exerce poderosa influência
sobre a personalidade, particularmente no período da adolescência, quando os grupos de
amigos, a escola e a cultura tornam-se poderosos agentes determinantes da personalidade.
MEDIDA DA PERSONALIDADE
Será possível medir tudo o que nós somos? A resposta, obviamente, é não. Entretanto, os
cientistas desenvolveram algumas maneiras de medir alguns aspectos da personalidade e estas
maneiras receberam a denominação de testes de personalidade.
Tratamento psiquiátrico;
Admissão e promoção no trabalho;
Planejamento educacional e vocacional;
Entre outros.
Entrevistas;
Escalas de avaliação;
Inventários;
Testes projetivos e situacionais.
A entrevista, que pode ser mais ou menos estruturada, consiste num diálogo que possui
propósito definido. Sem dúvida, o treinamento do entrevistador determinará em grande parte
a validade dessa técnica. Deve-se ter presente que o comportamento do entrevistador pode
interferir nas respostas do entrevistado.
As escalas de avaliação gráfica, que podem ser respondidas pela própria pessoa ou por outra,
solicitam ao avaliador que registre num deter minado ponto do gráfico o seu julgamento
referente ao indivíduo que está sendo objeto de análise.
Motivação não é algo que possa ser diretamente observado; inferimos a existência de
motivação observando o comportamento. Um comportamento motivado se caracteriza pela
energia relativamente forte nele dispendida e por estar dirigido para um objetivo ou meta. São
porquês de nossas ações.
Para atingir o estado mais desenvolvido da consciência e realizar todo o seu potencial, o
indivíduo precisa descobrir qual o seu verdadeiro propósito na vida e sair em busca dele:
autorrealização.
“...uma força interna (inata) que direciona o desenvolvimento humano rumo ao seu potencial
mais elevado”.
Como se sabe, há muitos outros fatores, além dos motivos, que influem sobre o
comportamento, como a percepção, as emoções, a aprendizagem, etc. Além disso, os motivos
humanos muitas vezes são inconscientes e, nesse caso, a pessoa não sabe qual o motivo real
ou qual o seu objetivo. Pode dar boas razões para o seu comportamento, mas que talvez sejam
falsas. Por isso tudo, não é razoável procurar explicar a complexidade e totalidade do
comportamento humano apenas em termos de motivos.
ELEMENTOS COGNITIVOS
São estas aptidões que fazem nosso cérebro processar tudo aquilo que os sentidos captam,
como cores, sabores, cheiros, texturas e sons, interpretando e integrando as características
destes estímulos aos nossos próprios conhecimentos.
A organização cognitiva é um conceito que se refere à forma como o cérebro humano processa
e armazena informações. Através da organização cognitiva, somos capazes de compreender o
mundo ao nosso redor, tomar decisões e resolver problemas. Desenvolver sua visão de mundo
determinaria o seu estilo cognitivo.
Traço predominante- Quando se diz que uma pessoa é “calma”, quer-se dizer que ela se comporta dessa
maneira em contextos diversos. A combinação individual desses Traços em proporções variadas
(agravamento ou atenuação) em uma determinada pessoa caracterizará sua Personalidade.
Extroversão.
Indivíduos que apresentam alta pontuação nesse fator tendem a ser sociáveis, assertivos, enérgicos e
buscadores de estímulos. Eles costumam gostar de interagir com outras pessoas, participar de atividades
sociais e ser o centro das atenções. Por outro lado, indivíduos com baixa pontuação nesse fator tendem
a ser mais introvertidos, reservados e preferem atividades mais tranquilas e solitárias.
Abertura à experiência.
Indivíduos que apresentam alta pontuação nesse fator tendem a ser curiosos, imaginativos, criativos e
abertos a novas ideias e experiências. Eles costumam ter uma mente aberta e estar dispostos a explorar
diferentes perspectivas e possibilidades. Por outro lado, indivíduos com baixa pontuação nesse fator
tendem a ser mais tradicionais, conservadores e avessos a mudanças.
Amabilidade ou Agradabilidade.
Indivíduos que apresentam alta pontuação nesse fator tendem a ser altruístas, cooperativos, empáticos
e preocupados com o bem-estar dos outros. Eles costumam ser pessoas amigáveis, que se importam
com os sentimentos e necessidades dos outros. Por outro lado, indivíduos com baixa pontuação nesse
fator tendem a ser mais egoístas, competitivos e menos preocupados com os outros.
Conscienciosidade.
Indivíduos que apresentam alta pontuação nesse fator tendem a ser organizados, responsáveis,
disciplinados e orientados para o cumprimento de metas. Eles costumam ser pessoas confiáveis, que
cumprem seus compromissos e se esforçam para alcançar seus objetivos. Por outro lado, indivíduos com
baixa pontuação nesse fator tendem a ser mais desorganizados, irresponsáveis e menos orientados para
o cumprimento de metas.
COMPORTAMENTAL - B. F. Skinner
A personalidade não é considerada uma tendência interna do indivíduo que o faça se comportar de
determinada maneira ou que condições internas produzam seus comportamentos, como ao dizer que
alguém fez algo porque estava nervoso (condições internas) ou que fez algo por ter “personalidade
forte”. Quando nos referimos a personalidade para a Análise do Comportamento, dizemos de um padrão
comportamental que segundo Catania (1999) consiste em um repertório de respostas, cada uma com
uma probabilidade diferente, selecionadas por contingências ambientais na interação entre o indivíduo e
o ambiente. Com base nessa perspectiva de análise, a formação da personalidade constitui-se em um
processo multideterminado pelas variáveis filogenéticas, ontogenéticas e culturais.
Condicionamento Clássico
É um processo de aprendizagem que ocorre através de associações entre um estímulo ambiental e um
estímulo que ocorre naturalmente, e como resultado, o estímulo ambiental eventualmente elicia a
mesma resposta que o estímulo natural.
Condicionamento Operante
Um método de aprendizado que ocorre através de recompensas e punições por
comportamento. Através do condicionamento operante, é feita uma associação entre um
comportamento e uma consequência para esse comportamento.
Reforço: Qualquer evento que fortaleça ou aumente o comportamento que segue. Existem dois tipos de
reforços:
1. Positivos: Quando uma resposta ou comportamento é fortalecido pela adição de algo,
2. Negativos: Uma resposta é fortalecida pela remoção de algo considerado desagradável.
Punição: Evento ou resultado adverso que causa uma diminuição no comportamento que segue. Existem
dois tipos de punição:
1. Positiva: apresenta um evento ou resultado desfavorável, a fim de enfraquecer a resposta que
segue.
2. Negativa: Ocorre quando um evento ou resultado favorável é removido depois que um
comportamento ocorre.
Positivo e negativo NÃO são juízos de valor.
Extinção: Não apresentação de um estímulo que antes era apresentado e era reforçador.
No início, o comportamento aumenta de frequência, mas com o tempo, começa a diminuir
gradativamente de frequência até chegar em zero.
Análise funcional: Identificação das variáveis externas das quais o comportamento é função.
Primeira pergunta: a consequência aumenta ou diminui a probabilidade de o comportamento voltar a
acontecer?
Aumenta → REFORÇO.
Diminui→ PUNIÇÃO OU EXTINÇÃO.
Segunda pergunta: a consequência foi um estímulo somado ou retirado?
Somado → POSITIVO.
Retirado → NEGATIVO.
Comportamento supersticioso: Tipo de condicionamento em que não existe nenhuma relação causal
entre a resposta e o reforço. Nesse caso, o condicionamento ocorre de forma acidental, pois o reforço
causal seguido de uma resposta é o suficiente para garantir o fortalecimento dessa resposta.
Comportamento governado por regra: Seguimos regras por causa das consequências reforçadoras que
se seguiram quando assim agimos no passado. Manutenção: História de reforço para o seguimento de
regras. Evitou punição no passado.
PSICANÁLISE - Sigmund Freud
Psicanálise possibilitou uma nova atitude com relação a doença mental → Dimensão psíquica.
Objeto de estudo: inconsciente (região onde não prevalecem os princípios da lógica).
1ª TÓPICA.
Consciente: tudo aquilo que estamos cientes.
Pré-consciente: memórias que podem se tornar acessíveis a qualquer momento.
Inconsciente: material reprimido. Podem vir a tona nos sonhos, ato falho, sintomas, lapsos ou pela
associação livre.
EGO - O ego passa a existir porque as necessidades do organismo requerem transações apropriadas com
o mundo objetivo da realidade.
A distinção básica entre o id e o ego é que o id só conhece a realidade subjetiva da mente, ao passo que
o ego distingue as coisas na mente das coisas no mundo externo.
Dizemos que o ego obedece ao princípio da realidade e opera por meio do processo secundário.
Princípio da realidade: O objetivo do princípio da realidade é evitar a descarga de tensão até ser
descoberto um objeto apropriado para a satisfação da necessidade.
Processo secundário: O processo secundário é o pensamento realista. Por meio do processo secundário,
o ego formula um plano para a satisfação da necessidade. Para isso, o Ego controla os processos mentais
superiores (planejar, decidir).
O principal papel do Ego é o de mediador entre as exigências instintuais do organismo e as condições do
ambiente circundante.
SUPEREGO - Ele é o representante interno dos valores tradicionais e dos ideais da sociedade conforme
interpretados para a criança pelos pais e impostos por um sistema de recompensas e de punições.
O superego é a força moral da personalidade. Ele representa o ideal mais do que o real e busca a
perfeição mais do que o prazer. Sua principal preocupação é decidir se alguma atitude é certa ou errada,
para poder agir de acordo com os padrões morais autorizados pelos agentes da sociedade.
introjeção. Mecanismo pelo qual a criança absorve os padrões morais dos pais. Comportamentos
negativos são introjetados na consciência, e comportamentos positivos no ideal do ego.
A consciência pune a pessoa, fazendo-a sentir-se culpada; o ideal do ego recompensa a pessoa, fazendo-
a sentir-se orgulhosa. Com a formação do superego, o autocontrole substitui o controle parental.
As principais funções do superego são
(1) inibir os impulsos do id, especialmente aqueles de natureza
sexual ou agressiva, uma vez que estes são os impulsos cuja expressão é mais condenada pela
sociedade; (2) persuadir o ego a substituir objetivos realistas por objetivos moralistas; e
(3) buscar a perfeição.
DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE
A identificação e o deslocamento são dois métodos pelos quais o indivíduo aprende a resolver as
frustrações, os conflitos e as ansiedades.
Identificação - o método pelo qual alguém assume as características de outra pessoa e torna-as uma
parte integrante de sua personalidade. Ela aprende a reduzir a tensão modelando o próprio
comportamento segundo o de outra pessoa. Cada período tende a ter suas figuras de identificação
características.
A estrutura final da personalidade representa um acúmulo de numerosas identificações feitas em vários
períodos da vida da pessoa, embora a mãe e o pai provavelmente sejam as figuras de identificação mais
fortes na vida de qualquer pessoa.
Deslocamento: do objeto (que traga alívio). A direção tomada por um deslocamento é deter-
minada por dois fatores:
(1) a semelhança do objeto substituto com o original e
(2) as sanções e as proibições impostas pela sociedade.
Projeção: Normalmente é mais fácil para o ego lidar com a ansiedade de realidade do que com a
ansiedade neurótica ou a moral. Consequentemente, se a fonte da ansiedade pode ser atribuída ao
mundo externo em vez de aos impulsos primitivos do indivíduo ou às ameaças da consciência, a pessoa
provavelmente obterá maior alívio para a condição ansiosa.
Formação Reativa: Esta medida defensiva envolve substituir, na consciência, um impulso ou sentimento
ansiogênico pelo seu oposto. Por exemplo, o ódio é substituído pelo amor. O impulso original ainda
existe, mas é encoberto ou mascarado por outro que não causa ansiedade.
Fixação e Regressão: Cada novo passo dado, todavia, envolve certa frustração e ansiedade. Se elas se :
tornam muito intensas, o crescimento normal pode ficar temporária ou permanentemente
interrompido. Em outras palavras, a pessoa pode ficar fixada nos estágios iniciais do desenvolvimento,
porque dar o passo seguinte desperta muita ansiedade.
Uma defesa estreitamente relacionada é a da regressão. Nesse caso, uma pessoa que encontra
experiências traumáticas recua para um estágio anterior de desenvolvimento.
ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL.
Estágio Oral.
Primeiro ano de vida.
Principal fonte de prazer: boca, comer.
Atividade oral: incorporar o alimento e morder.
Estágio Anal.
Segundo ano de vida.
Expulsão das fezes remove o desconforto e traz alívio.
Métodos muito repressivos: Reter as fezes e ter prisão de ventre.
Pais que elogiam extravagantemente: Toda atividade que produz fezes é extremamente importante.
Estágio Fálico.
Terceiro ao quinto ano de vida.
Prazer ao manusear os órgãos genitais.
Complexo de Édipo: Investimento sexual no progenitor do sexo oposto e investimento hostil no genitor
do mesmo sexo.
Fase da latência.
5o ao 12o ano.
Supressão dos impulsos sexuais, construção do pensamento lógico e controle da vida psíquica pelo
princípio da realidade.
Estágio Genital.
12o ano em diante.
Quando o adolescente passa a voltar-se para as outras pessoas ou coisas, deixando de ser, para si
mesmo, o objeto de prazer.