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Atividade administrativa

 Principio da prossecução do interesse público:

A atividade administrativa deve estar dirigida à prossecução do interesse público

É um interesse coletivo ou geral da comunidade política: multifacetado e não unívoco

O interesse público não é o único existente, por isso, a administração concilia vários interesses
para que este seja perseguido da melhor maneira.

É definido no exercícios da atividade política e legislativa( é esta que define os objetivo da


comunidade). A Administração tem uma mera função interpretativa da lei. Pois não visa o
interesse público, executa-o (concretiza o que está definido por lei)

O interesse público delimita a capacidade jurídica das pessoas coletiva de acordo com o p. da
especialidade e através da fixação legal das suas atribuições.

O i. público é sempre motivo predominante e determinante do ato, mesmo que a vontade


administrativa assuma maior relevo através do poder discricionário.

Se o ato da Adm. Mesmo quando predominantemente for discricionário, não prosseguir o


interesse público definido na lei é ilegal.

Este princípio cruza-se intrinsecamente com o p. Da legalidade, visto que não tem autonomia
a esse. Cabe à lei apontar os objetivos do interesse público e cabe à Administração realizar em
cada caso concreton

Se a Administração atuar com um instituto público diferente do previsto na lei é anulado. Se


for um ato de instituto privado é nulo.

Esse justifica a existência de órgãos. Pois esses são os que têm competência para prosseguir o
interesse público definido na lei.

Quando os órgãos escolhem uma solução através do poder discricionário, espera-se que a
Administração faça uma "boa escolha" ( faça a escolha mais favorável à prossecução do
interesse público).

Este princípio determina o princípio da boa administração que supõe que a Administração
deve prosseguir o interesse público da forma mais eficiente possível.

A Administração deve traduzir-se em atos cujo conteúdo seja inspirado pela necessidade de
satisfazer de forma mais eficiente o interesse público constitucional e legalmente fixado,
devendo agir com racionalidade perante os recursos que tem à sua disposição.
 Principio do respeito pelos direitos e interesses legalmente protegidos dos
particulares:

Pretende-se proteger os direitos legítimos dos particulares e não só os interesses legalmente


protegidos (tutela efetiva da proteção do interesse)

Prevê que se deve prosseguir o i. público respeitando simultaneamente os direitos subjetivos e


i. legalmente protegidos dos particulares: deve-se conciliar exigências do i. público com as
garantias dos particulares.

A prossecução do interesse público deve ser feita proporcionalmente, pois não é absoluta

O juízo de proporcionalidade tem de ser feito sempre que a Administração prossiga do


interesse público ao abrigo do poder discricionário

Deve-se afetar o mínimo dos direitos e interesses dos particulares

Este princípio não tem autonomia. Só se o principio da legalidade for respeitado é que se
assegura, por inerência, o respeito pelos direitos subjetivos e interesses legítimos (este p.
limita a atuação do Administração).

Apesar da sua essencialidade, o p. da legalidade não é suficiente para que se verifique


automaticamente este respeito.

Este princípio resulta da insuficiência do p. da legalidade, sendo a ordem jurídica a assegurar a


proteção dos particulares em relação a um ato administrativo que a lei habilitante.

A lei prevê que a particular seja afetada, mas da menor maneira possível e que seja
recompensado, daí que não se fale numa responsabilidade civil por facto ilícito, pois a atuação
Administrativa não é censurável, pois está prevista na lei.

 Direitos Subjetivos

O particular tem o seu interesse reconhecido diretamente da lei

Aqui a lei não deixa margem para apreciação valorativa da Administração

O particular tem o direito que a Administração se pronuncie sobre determinada relação que
faça com determinado conteúdo que lhe é favorável

 Interesses Legítimos

Aqui a proteção legal é mais ténue, não havendo uma proteção direta e imediata, daí que os
particulares não passam a exigir à Administração que satisfaça integralmente o seu pedido,
mas apenas que não o prejudique ilegalmente.

Não pode exigir, mas pode-se obter a anulação do ato que prejudique o particular, havendo
uma nova possibilidade de o titular do prejuízo ver satisfeito o seu interesse.

No caso dos Direito subjetivos o poder atribuído à Administração é vinculado, estando pré-
determinado na lei.

No caso dos interesses legítimos é atribuído um poder discricionário.


 Principio da legalidade traduz-se em 2 subprincípios

Afirma que os órgãos ou agentes da Administração só podem agir no exercício das suas
funções com fundamento e dentro dos limites da lei

É o princípio base de toda a atividade administrativa

Configuração negativa: é um limite à atuação administrativa, não pondo esta em causa os


direitos e interesses dos particulares. Assenta no P. da liberdade onde tudo o que não é
proibido é permitido, existindo apenas algumas proibições para a proteção de interesses
alheios.

Hoje há uma configuração duplamente positiva e negativa onde a Administração vê na lei


fundamento e o limite à sua atuação.

Fala-se aqui no p. da competência onde tudo é proibido exceto o que é permitido.

É aplicado a toda e qualquer forma de atuação da Administração e não somente aos atos que
podem consistir na lesão de direitos ou interesses dos particulares.

 Reserva de lei (vinculação)- quando a administração está limitada a agir apenas de


acordo com a lei. Aqui a vontade da administração é irrelevante. O legislador não fixa
todos os sentidos da atuação da administração pública para evitar situações de
injustiça ou de dificuldades da sua atuação. Nestes casos a vontade administrativa
complementa o comando legal. Há no entanto dois elementos que são sempre
vinculados ( a competência e o fim/objetivo), nunca é a administração que visa o
objetivo a atingir com a sua atuação.

Preferência da lei (discricionariedade)

Aqui a lei surge como limite, por isso não podem ser praticados atos contrários à mesma sob
pena de serem ilegais

A lei não fixa as regras da atividade administrativa da mesma forma. Umas vezes regula de
forma rigorosa e pormenorizada, atribuindo um poder vinculativo à Administração, não tendo
esta margem ou liberdade . Outras vezes apenas regula aspetos essenciais atribuindo à
Administração um poder discricionário que se traduz em amplos poderes de escolha.

 Poder discricionário:

A lei surge como um critério de regulação da atividade normativa, pois a Administração atua
com fundamento na mesma

A lei que pré-existe à atividade administrativa ou atribui poderes estritamente vinculados ou


amplamente discricionários = a lei não regula ao mesmo modo os atos a praticar pela
Administração, sendo umas vezes mais rígida e precisa.
Existe vinculação quando a lei fixa de forma clara, precisa e minuciosa os elementos da
atuação administrativa, pré-determinando o seu conceito. Aqui a Administração tem apenas
uma função de execução (a vontade desta não tem relevância)

Quando a lei não alcança essa precisão normativa, os comandos legais são menos precisos,
tendo a Administração uma margem de decisão mais alargada( a vontade administrativa
assume maior relevância)

Poder vinculado: quando a lei não remete para o critério do respetivo titular da solução
concreta mais adequada.

Poder discricionário: quando o seu exercício fica entregue ao critério do respetivo titular, que
pode e deve escolher a vontade administrativa assume uma relevância paralela à vontade
legislativa.

Mesmo na discricionariedade há uma subordinação à lei= o poder discricionário não é exceção


ao princípio da legalidade, mas sim uma manifestação do mesmo (há apenas uma
regulamentação interna maior).

Não há atos totalmente vinculados nem totalmente discricionários. O que importa em cada ato
é saber os elementos que a lei regulamentou com precisão e aqueles que "delegou" à
Administração a escolha da opção certa.

Poder discricionária não é uma liberdade, mas sim uma competência derivada da lei, onde a
Administração exerce a sua função entre as várias alternativas possíveis previstas pela
globalidade do ordenamento jurídico (só é executado por quem a lei o atribuir).

 Aspetos suscetíveis de discricionariedade:

A liberdade que existe na criação da Administração nunca é total. A competência e o fim são
sempre vinculados.

 Aspetos que podem ser discricionários:

Momento da prática do ato

A decisão de praticar ou não um certo ato administrativo

A determinação dos factos ou interesses relevantes da Administração

A determinação do conteúdo do ato administrativo- a Administração escolhe entre as várias


condutas possíveis.

A forma do ato- há uma forma mínima exigida, pois tem de ser escrita

Formalidades do procedimento administrativo- a lei fixa um procedimento mínimo, ficando


depois ao critério da Administração em adotar um procedimento mais complexo se achar
necessário para a formação de uma vontade livre e esclarecida

A fundamentação do ato administrativo- apenas quando a lei não exige (exige em quase todas

Apesar desta liberdade, não existe um livre-arbítrio total da atuação administrativa. Esta
limitação jurídica acontece por limites legais, que revistam da própria lei, ou por uma
autovinculação através de um regulamento feito pela própria Administração ao qual fica
obrigada a aplicá-lo e cumpri-lo enquanto vigorar (fica termos gerais e abstratos)
 Princípio da proporcionalidade

-Os sacrifícios têm de ser proporcionais ao fim: não deve haver uma lesão de interesse
superior ao que é necessário para prosseguir determinado fim.

As medidas tomadas pelos poderes públicos não devem exceder o estritamente necessário
para a realização do interesse público.

Prevê que a limitação de bens ou interesses privados deve ser adequado e necessário aos fins
concretos que os atos prosseguem

Princípio da adequação- é utilizada como meio mais apto e capaz para atingir o fim que se
pretende. A adequação exige que a medida adotada tenha a aptidão de conduzir o ato ao fim
pretendido. Caso contrário é desproporcional.

Princípio da necessidade ou proibição do excesso- a Administração só pode levar os interesses


dos particulares se não for estritamente necessário para prosseguir o interesse público= a
medida não deve ser excessiva ao fim que se pretende atingir.

Princípio do equilíbrio ou proporcionalidade- obriga à ponderação dos benefícios resultantes


da avaliação com os ustos que a mesma implica

Se uma medida concreta não for simultaneamente adequada , necessária e equilibrada em


relação ao fim tido em vista, será sempre ilegal por desrespeito ao princípio da
proporcionalidade

 Princípio da Imparcialidade:

-A atuação administrativa não pode ser influenciada por outros interesses que não o da
prossecução do interesse público.

Traduz-se na equidistância em relação aos vários interesses particulares= a Administração não


deve condicionar a sua atuação por interesses alheios.

A vontade da Administração não deve ser formada por ponderação especial, mas sim
prosseguir o estipulado na lei.

Deve-se apenas ponderar os interesses dos particulares no sentido de os não prejudicar em


detrimento do interesse público.

As decisões tomadas devem ter como base critérios objetivos do interesse público não sendo
substituídas pela influência de interesses alheios.

Vertente negativa- prevê restrições à atuação dos órgãos da Administração, proibindo-os de


intervir em procedimentos que tenham interesse pessoal ou que a sua isenção pode ser
questionada(por relações que tenham com os interessados).

Vertente positiva- obriga à ponderação de todos os interesses públicos e privados, pois como
são legítimos há uma expetativa juridicamente tutelada da sua atuação- imparcialidade como
um dever
Impedimentos- proibição objetiva e absoluta da intervenção do órgão estipulado pelo
legislador, pois a capacidade em ser objetivo está afetada, por isso, não existe qualquer
ponderação da sua parte. Como pode ser parcial é justificável que o órgão possa intervir

Escusas ou suspeições- não se justifica a proibição, mas sim a adoção de uma lógica preventiva,
suscitadas por um órgão hierárquico aferindo se a intensidade de desconfiança é suficiente
para afastar o titular do órgão.

 Regulamento Administrativo:

normas jurídicas emanadas no exercício do poder administrativo, indicando as normas que


devem competência ao órgão que a emana e as normas que habilitam a adoção desse
regulamento, visto que a atividade administrativa tem fundamento na lei.

Têm fundamento na Constituição e pelo facto ao legislador não conseguir densificar


suficientemente soluções para os problemas por falta de conhecimentos, algo que a
Administração está apta pela sua proximidade à realidade

São uma fonte normativa secundária, de grau interior e subordinada à lei.

Reg. Complementares - são os que desenvolvem ou aprofundam a disciplina jurídica e


inovadora no âmbito das atribuições, daí entidade que os emitem. A lei limita-se a definir a
competência objetiva e subjetiva e não o conteúdo dos comandos normativos a emitir por
este.

Este tem fundamento na lei, por isso, a emissão deste depende sempre de uma lei habilitante

Esta habilitação tem de ser subjetiva e objetiva: a lei visa que órgão tem competência
regulamentar e sobre que matérias.

Seja qual for a forma adotada tem de estar prevista na lei, seguindo os parâmetros desta não a
contrariando: a atividade regulamentar tem de respeitar o princípio da legalidade.

 Distinção entre regulamento e lei:

A lei é adotada no exercício de funções legislativas e o regulamento é adotado no exercício de


funções administrativa - órgãos diferentes

A lei visa estabelecer os princípios gerais e o regulamento visa desenvolver esses mesmos
princípios.

A lei apenas baixa na CRP, sendo inovadora, ao passo que o regulamento só é válido se uma lei
de habilitação atribuir competências para a sua emissão, respeitando o bloco de legalidade (só
o d. independente é que são inovadores)

Em termos de ilegalidade: uma lei contrária à anterior revoga-a, um regulamento contrário à


lei é ilegal, pois não pode nem revogá-la, nem a modificar por ser uma fonte Intra legal.

A lei pode ser impugnada diretamente com fundamento na ilegalidade propriamente desta.

Como a Administração pode elaborar regulamentos significa que a função legislativa não tem
exclusividade na produção normativa. Porém as normas adotadas no exercício da Função
administrativa dado pela CRP e não de nenhuma delegação do Governo
O limite do respeito pela lei relaciona-se com o principio da legalidade , pois os regulamentos
não podem desenvolver matérias que sejam constitucionalmente reservadas à lei , tendo de
ser por isso procedido de uma lei habilitante.

 1º Fase do procedimento Regulamentar:( Subdivide-se em 3)- Fase preparatória:


 Fase de iniciativa

Fase em que se dá início ao processo, desencadeando pela Administração ou por um particular


interessado.

Os particulares podem apresentar petições para desencadear o procedimento administrativo,


tendo de ser fundamentada para se evitar pedidos desajustados ou descabidos.

Quando a petição não é fundamentada a Administração não tem de reconhecer o pedido. Se


entender que se deve regular as matérias do mesmo, pode fazê-lo passando a ter iniciativa
pública e não particular= a Adm. Acaba por iniciar procedimento oficiosamente, mesmo sendo
sequência de um pedido de um particular ( o Adm. Não fica inibida de reconhecer o pedido
com fundamentação)

O órgão competente analisa se se justifica regular o pedido e através do p.discricionário, não


fica obrigado a elaborar o procedimento , mas sim a informar os interessados do destino da
sua petição (seja a decisão favorável ou desfavorável)

Dever de decisão: a Administração perante um pedido de um particular está sempre obrigada


a tomar uma posição sobre a questão de fundo que lhe é colocada.

Dever de pronuncia : a Adm. deve dar uma resposta ao particular: tem de informar ao
particular sobre o que sucedeu ao seu pedido.

A administração não é obrigada a aceitar o pedido requerido pelo particular pois estes têm
um mero interesse ou expetativa em que a matéria seja regulada e não um direito subjetivo
não podendo exigir nada, visto que há um principio discricionário perante um pedido do
particular- (tem interesse em que a Administração se pronuncie de forma legal sobre uma
matéria do ponto de vista formal, orgânico e material).

A Administração só está vinculada ao conteúdo e quanto à emissão do pedido se tivesse um


poder vinculado e não discricionário.

 Fase Instrutória

Aqui é produzido o projeto do regulamento recorrendo para isso, à recolha de informação,


tendo esse de conter uma nova justificativa de fundamentação onde contém a ponderação dos
custos e benefícios das medidas projetadas.

A administração fica obrigada a explicar o porquê de aprovar aquele regulamento, qual o


objetivo e quais os principais traços características do regime que está a aprovar e as razoes
que levaram à sua aprovação.

Nota justificativa: base explicativa das funções que geram o regulamento, mas que não
integram o tempo que depois vai ser publicado, visto que o regulamento tem um conteúdo
normativo ( não é suposto ser integrado de fundamentação).
Aqui faz-se uma análise da necessidade de aprovação do regulamento, onde se procede à
recolha de meios de prova considerados necessários e convenientes à boa tomada de decisão.

Os meios de prova servem para fazer uma ponderação entre o interesse público e o interesse
privado e para preparar uma decisão para que mais tarde se realize a audiência previa dos
interessados: fundamenta-se a decisão para o particular perceber as razões de facto do direito
que levaram a torná-la.

 Fase de participação

se a decisão for desfavorável tem de existir uma audiência previa dos interessados, onde pode
ser alterada a decisão final

Para isso o particular argumenta a seu favor e apresenta novos meios de prova que sejam
legalmente admissíveis.

Para isso o interessado tem o prazo de 10 dias úteis a contar desde a notificação daquele
projeto de decisão, e têm de indicar o porquê de serem interessados na produção desse
regulamento

Se a Administração decidir no procedimento sem facultar esse direito ao particular, esse ato
administrativo procederá de uma ilegalidade, que se materializa num vicio- trata-se de uma
omissão ilegal de um transmite procedimentos exigidos por lei

A obrigatoriedade da audiência prévia é uma decorrida do princípio da participação do


particular na tomada de decisão da Administração na qual seja interessado.

 2ºfase do procedimento administrativo: Fase constitutiva:

É aqui que se aprova o regulamento

Aqui o ato administrativo conforma-se, preenchido todos os seus elementos essenciais,


tornando-se num ato perfeito.

Este ato traduz-se na decisão tomada a qual é comunicada ao particular por escrito

Nessa resolve-se todas as questões pertinentes que foram suscitadas ao longo do


procedimento e que não tiveram divisão anterior, tendo também em conta o que foi decidido
na audiência prévia

 3º Fase do procedimento administrativo: Fase integrativa da eficácia

Depois de aprovado, o regulamento só entra em vigor quando publicado (a publicação é um


requisito de eficácia)

Mesmo que seja aprovado e legal o regulamento só produz efeitos se for reconhecido pelos
destinatários

Para começar a produzir efeitos ou o reg. fixa ele mesmo a data que entra em vigor ou dá-se
vacatio legis entrando em vigor após 5º dia de publicação (inicio de vigência semelhante ao da
lei)

Reg. Favoráveis ao particular- colocam-nos numa posição mais favorável àquele que existia
antes da sua entrada em vigor.
Reg. Desfavorável aos particulares- colocam-lhes numa situação pior à que estavam antes da
sua entrada em vigor.

Os Reg. Favoráveis podem ser alterados com eficácia retroativa , mas nunca se reportando à
data anterior da data que a lei habilitante entrou em vigor. Se o limite do reg. é a lei não faz
sentido que a sua eficácia retroativa produza os seus efeitos para o momento anterior da lei
que o está a regular: o regulamento não pode existir no momento em que o mesmo não era
permitido por lei.

Os Reg. Desfavoráveis não têm eficácia retroativa, pois iriam acabar com situações jurídicas
favoráveis aos particulares que eram pré-existentes ao ato administrativo retroativo.

 Extinção do Regulamento

O reg. Tem aplicação sucessiva o que significa que enquanto permanecer em vigor vai ser
aplicado sempre que necessário.

Extingue-se por suspensão da vigência quando o ato de eficácia duradoura é interrompido por
um determinado acontecimento.

Extingue-se por cessação quando o ato duradoura é afetado por um evento que leve a que a
produção de certos efeitos cesse por completo, As causas da cessação:

Fixação de um termo final- fixa-se um momento para que o ato deixe de produzir efeitos

Fixação de uma condição resolutiva- a eficácia do ato fica dependente da verificação de um


acontecimento futuro e incerto( no 1º fixa-se um momento e no 3º um facto para determinar
o fim da vigência do reg.)

Caducidade- só se aplica aos regulamentos de execução, pois estes caducam quando a lei que
visa a respetiva execução deixa de vigorar, por revogação ou caducidade. Quando a lei é
revogada significa que o seu regime juridic foi substituído por outra.

Há situações em que reg. Deveria deixar de vigorar mas subsiste, pois a matéria que foi
merecedora de regulamentação pode ser necessária para assegurar a exequibilidade da nova
lei.

 O Reg. de execução só se mantém em vigor em 3 situações:

Enquanto não for aprovada nova regulamentação que assegure a nova lei. Pretende-se nova
regulamentação para ser constituída a nova lei, evitando algumas incongruências.

Se for necessária a existência de um regulamento0 quando a aplicabilidade da nova lei não


carecer de um reg. de execução os efeitos deste da lei anterior caducam, pois já não são
necessários. Só substituem quando tornem exequíveis normais legais que não são exequíveis
por si próprios.

Revogação- aconteceu de um ato sobre outro, visando cessar os seus efeitos. Constitui um ato
secundário. Para haver revogação tem de existir uma norma que a habilite e que diga qual o
órgão competente para tal.

No regulamento de execução para revogarem também têm de ler acompanhados por uma
nova regulamentação da matéria, para evitar vazios(não pode ser pura e simples, sendo ilegal)
 Ato administrativo:

Ato jurídico unilateral praticado no exercício do poder administrativo, por um órgão da


Administração habilitado por lei, visando produzir efeitos jurídicos numa situação individual e
concreta.

Só deve ser utilizado quando necessário, adequado e proporcional à obtenção dos resultados
que a Administração pretende obter nos termos da lei.

Não é só praticado por órgãos da Administração pois existem entidades privadas que praticam
atos administrativos e órgãos do Estado.

Mesmo dirigindo-se a um conjunto variado de destinatários é um ato admin. Pois aí que não
estejam normalmente identificados são identificáveis.

É uma decisão, pois é uma manifestação da vontade, mesmo os vinculados

Projetam a sua eficácia para fora da sua própria organização: produzem efeitos numa esfera
jurídica diferente.

 Elementos do conceito de ato administrativo:

Ato jurídico- conduta voluntária dirigida à ação e não aos efeitos, sendo-lhe aplicável os p.
gerais de direito relevantes

Ato unilateral- provém de um só autor, cuja declaração é independente da vontade de outro


órgão, sendo que para que este exista e esteja completo basta que a Adm. Manifeste a
vontade: efeitos produzem-se independentemente da vontade dos particulares

Constitui a manifestação de uma vontade única que se afirma sem necessidade de


concorrência da vontade de terceiros

Só em casos excecionais é que ato Adm. depende da aceitação de um particular, funcionando


esta como eficácia do ato:

Audiência previa- enriquece a qualidade devido à ponderação de todos os interessados (porém


a decisão cabe sempre à Adm); aceitação do ato como requisito de eficácia; a vontade de
terceiros como pressuposto da validade.

Estes 3 casos constituem um requisito de legalidade dos atos dependentes de requerimento


ou de eficácia nos atos sujeitos a consentimento

Fora isso o ato confere à Adm. o poder de criar direitos e deveres na esfera jurídica de
terceiros sem que seja necessária manifestação da sua vontade.

Ato de um órgão administrativo- trata-se de um ato administrativo praticado por um órgão da


adm. em sentido orgânico. Pode também ser praticado por entidades privadas desde que
habilitadas por lei: o que interessa é que seja o d. administrativo a conferir esses poderes de
autoridade e não que necessariamente um órgão administrativo a praticá-lo.

Ato decisório- exprime o sentido e razão de ser do ato administrativo porque decide um
procedimento administrativo: decide uma questão que tenha sido colocada à Administrativa
pela própria ou por um particular, pois tem esse dever visto que tal como o interesse publico,
a competência é irrenunciável e inalienável.
as decisões podem ser proferidas em interna subordinação à lei ou dotadas de um poder
discricionário

Decisão positiva- conhece favoravelmente qualquer pedido que seja apreciado por particular:
altera a esfera jurídica desse.

Decisão negativa- quando se nega o exercício de um direito já existente ou que seja concebido:
recusa-se a alterar a ordem jurídica dos mesmos

Ato produtor de efeitos jurídicos numa situação numa situação individual e concreta- essa
característica serve para distinguir atos de regulamento, por isso, o grupo ou pessoa a que o
ato se destina é individualizado. É concreto no sentido de que a decisão não tem tendência
para repetir indefinidamente os seus efeitos.

Atos coletivos- tem por destinatário um conjunto unificado ou orgânico de pessoas

Atos plurais- decisão da Administração aplicável por igual a várias pessoas descontentes

Atos gerais- aplicam-se de imediato a um grupo inorgânico de cidadãos, todo esse bem
determinado ou determináveis.

Esses não são atos genéricos, pois para além de não serem normas jurídicas, são ordens
concretas dadas a pessoas concretas e bem determinados ou imediatamente determináveis.

Se um comando administrativo não permitir a identificação dos seus destinatários


individualmente e uma inaplicabilidade sucessiva trata-se de um comando geral, um ato
genérico, ficando sujeito ao regime procedimental do regulamento.

Os atos esgotam-se norma única aplicação jurídica.

 Natureza do ato administrativo:

O ato adm. É semelhante ao negócio jurídico, porque é um ato onde a vontade é relevante.

Enquanto o negócio jurídico assenta na autonomia da vontade e no p. da liberdade o ato adm.


está subordinado ao p. da legalidade onde a lei é o limite e o fundamento da mesma,
assentando numa vontade normativa.

A diferença é que apesar de haver uma liberdade em ambos, o p. discricionário numa é total
sendo condicionado pelos p. gerais da atividade administrativa.

O negócio jurídico rege-se pelo p. de autonomia da vontade e o ato administrativo pelo


principio da legalidade, pois há uma vontade normativa.

O ato administrativo aproxima-se à sentença pois ambos são manifestações do exercício de


funções do Estado que são secundárias, subordinadas ao p. da legalidade(o juiz só prática o
que a lei permite: do órgão administrativo)

A diferença é que a f. jurisdicional visa a justiça e dirimir litígios e a f. administrativa visa


satisfazer as necessidades coletivas: interesse público. Resolve conflitos de interesse público o
interesse público

Os atos discricionários aproximam-se mais dos negócios jurídicos, consequentemente, é onde


surgem mais vícios da vontade.
Os atos vinculados aproximam-se mais das sentenças, visto que ambas têm de ser compatíveis
com a lei.

 Elementos do ato administrativo

Elemento subjetivo- fala dos sujeitos que têm intervenção no ato administrativo- autor (quem
pratica o ato) e destinatário (aquele cuja esfera jurídica se repercutem a efeitos).

No ato administrativo há sempre uma relação entre dois sujeitos à exceção dos atos (???)
cujos efeitos se repercutem em vários destinatários(atos sobre bens de domínio público); atos
reais que têm como objeto as coisas oponíveis a todas as pessoas tendo efeito Erga Omnes.

Elemento Formal- prevê que o ato administrativo é dotado de formas e formalidades

Forma: elemento interno do ato não existindo sem a mesma, sendo o modo de exteriorização
da vontade do autor.

Os atos praticados por órgãos singulares são em forma escrita e por órgão colegiais em forma
oral, tendo de ser reduzidos a escrito numa ata: ato completo na votação sendo reduzido a
escrito para determinar a sua eficácia. A não realização da ata não gera ilegalidade , mas sim
ineficácia do ato. (só não pode ser praticado até tornar-se legal).

Formalidades: elemento externo ao ato relacionando-se com os trâmites relativos à


prática/eficácia do ato: formação da vontade do negócio ( conjunto de requisitos que o
procedimento exige para se praticar um ato)

Formalidades prévias- relativas à formação da vontade do órgão possa manifestar a sua


vontade.

Formalidades posteriores- são tramites relativas à atribuição e eficácia do ato administrativo,


afere a legalidade do ato na sua prática.

Elemento objetivo- fala-se no objeto (realidade sobre a qual o ato incide, sofrendo
transformações jurídicas) e no conteúdo (comando individual e concreto: efeitos jurídicos
visados pelo ato).

Objeto mediato- é o bem sob o qual incide o direito, objeto imediato é o direito ou dever.

Conteúdo necessário- aquele que permite identificar o ato, conteúdo facultativo- são os
elementos que a Adm. acrescenta ao conteúdo principal= cláusulas acessórias para melhor
prosseguir o interesse público.

Elemento Funcional- são a causa(razões para que o ato seja praticado), motivo(razões
subjetivas do autor que o levaram a praticar o ato)-> o dever de fundamentação ajuda a
perceber o motivo do ato. Quando se trata de um ato vinculado o motivo tem de ser
compatível com o ordenamento jurídico, quando se trata de um ato discricionário a
fundamentação ajuda a perceber a vontade do autor, e os fins( motivos abstratos que o
legislador assumiu para alcançar um objeto. É importante saber o fim para saber se
efetivamente há concordância entre o ato praticado e a lei.

Se no exercício do poder vinculado o que interessa é a vontade normativa, não interessa saber
qual foi a causa do ato ou o fim legal, porque a Administração está sempre obrigada a praticar
aquele ato naqueles termos: os elementos funcionais não têm relevo aqui. Só são relevantes
no exercício do princípio discricionário porque a Administração tem margem de opção para as
soluções.

Desvio de poder- quando o motivo principalmente determinante não coincide com o fim legal:
a solução adotada não está de acordo com a lei.

 Distinção entre ato e regulamento:

São os dois comandos jurídicos unilaterais emitidos por um órgão competente no exercício de
um princípio de autoridade.

Regulamento: por ser uma norma jurídica, é geral: define os seus destinatários por meio de
categorias unilaterais, ou seja, não prevê o grupo de pessoas a que a norma se pode aplicar, e
abstrata= define as situações a que se aplica por meio de conceitos ou categorias. Estas
categorias são indefinidas devido aos múltiplos fatores e variáveis existentes.

É através do poder discricionário e pelo princípio separação de poderes que a Administração


com fundamento na lei habilitante pode aprovar normas jurídicas: o legislador por não
conseguir legislar sobre todas as matérias, delega esta tarefa à Administração (provisória da
realidade)

Ato administrativo: por ser um ato jurídico é individual = reporta-se a uma ou algumas pessoas
específicas, pois mesmo que o grupo a que se destina não esteja identificado, é indentificável e
concreto: como é facilmente determinável devido à prévia identificação de categoria faz com
que o ato não se repita.

Ou seja, o ato tem os seus efeitos esgotados num determinado espaço e tempo: não se pode
voltar a repetir, aplicando-se a uma situação concreta.

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