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ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA

Sedação: estado de diminuição do nível de consciência sem a perda de resposta aos


estímulos.
Hipnose: estado de depressão do SNC capaz de induzir ao sono, do qual o paciente é
facilmente despertado.
Anestesia geral: estado de depressão do SNC que induz perda de consciência,
insensibilidade e ausência de resposta a estímulos, sendo um estado controlado e
reversível.

Avaliação pré-anestésica e preparo do paciente


Identificação do paciente: espécies, raças, peso (dificuldade respiratória em obesos)
Idade:
+jovens: menor reserva energética, propensos a hipoglicemia, hipotermia, menor
metabolização, mais sensíveis
Médios: maior metabolização
+velhos: menor metabolização, mais sensíveis e possíveis enfermidades
Histórico: doenças anteriores, reações a medicamentos, anestesias anteriores.
Uso de medicações:
• AINES – coagulação e fluxo renal • Antibióticos – sobrecarga renal, hipotensão •
Anti-arrítmicos – inotrópicos negativos • Anti-coagulantes • Anti-hipertensivos –
potencialização • Fenobarbital - curto e longo prazo

SNC: convulsões e síncope


S. Cardiovascular: tosse seca, cianose à contenção, síncope, sopro, abafamento de sons,
arritmias, pulso, pressão arterial
S. Respiratória: tosse produtiva, secreção nasal, ausculta pulmonar, trocas gasosas e
absorção de medicamentos
S. Digestórios: alimentação, vômito ou diarreia e desnutrição, hemogasometria,
desequilíbrio hidríco, falta de eletrólitros,
Herbívoros: motilidade
S. Genito-urinário: excreção de fármacos – cetamina
Poliúira: DRC, hipertireoidismo, diabetes
Oligúria: IRA, obstrução
Histórico de vômito, diarreia, hálito urêmico, úlceras orais, hipertensão
Descartar gestação e cio, estro (coagulação sanguínea), US, inspeção visual –
secreção/citologia vaginal
S. Hematológico: anemia, hemorragia, hemodiluição, sequestro esplênico, coloração de
mucosas, hiperproteinemia, desidratação, hiperglobulinemia
PTT: verificar globulinas + albumina

Exames complementares
Jovens saudáveis menores que 1 ano: hemograma + Ht + Pt
Adultos saudáveis de 1 a 6 anos e jovens não saudáveis: hemograma + bioquímico renal
e hepático + glicose + Pt
Adultos saudáveis com mais de 7 anos: hemoragrama + bioquímico renal e hepático +
glicose + Pt + Eco + Eletro + Eletrólitos (Na, K, Cl, Ca)
Risco I: castração eletiva, hérnia umbilical, nódulo em pele
Risco II: cardiopata assintomático, doente renal controlado, obeso, gestante, neonato ou
geriatra hígidos
Risco III: anemia, trombocitopenia grave, caquexia, cardiopata sintomático, arritmias
não controladas, nefro/hepatipatas sintomáticos, diabéticos insulinodependete, piometra,
parvovirose
Risco IV: falência cardíaca, trauma de alta energia com grande perda sanguínea, choque
séptico, hipovolêmico, cardiogênico, dispneia grave
Risco V: falência múltipla de órgãos e desvitalização abrangente do TGI

Equinos: produção de ácido gástrico constante, tônus da cárdia


 Ração 24h e volumoso e água de 8 a 12 horas

Jejum contraindicado em neonatos, filhotes em aleitamento e hipoglicemia


Emergências: sondagem e esvaziamento gástrico
Medicação pré-anestésica – MPA
Analgesia preemptiva: Administração de analgésicos antes da ocorrência de estímulos
dolorosos, reduzindo ou prevenindo a dor e diminuindo o requerimento analgésico no
pós-operatório

Opioides
Usados em dor intensa e cirurgias por ser os analgésicos mais potentes, mas também em
sedação leves, é um antitussígeno
MA: interferem na entrada de íons no potencial de ação, impedem influxo de Ca e
abrem canais de K
Efeitos nas espécies: bradicardia, bradipneia, salivação e êmese
Agitação em felinos e equinos e hipomotilidade em herbívoros
 Mü: efeitos analgésicos
 Kappa: efeito sedativo
 Delta: excitação

Agosnistas Mü: maior efeito analgésico, são os agonistas puros


 Mü – Morfina: efeito de 2 a 6 horas, liberação de histamina (IV) e êmese
 Mü – Metadona: efeito de 4 a 12 horas, maior depressão cardiovascular, não
causa náuseas ou liberação de histamina
 Mü – Petidina: curta duração de 1,5 a 2,5 horas, liberação de histamina, não
utilizar via IV
 Mü – Tramadol: longa ação de 6 a 12 horas, liberação de serotonina e
noradrenalina, náusea pela administração intravenosa, doses mais baixas em
gatos
 Mü – Fentanil: cirurgias dolorasas longas, uso de infusão contínua com efeito
cumulativo, analgesia transoperatória, porém a sedação discreta com efeito curto
de 15 minutos
Não é utilizado de MPA, somente em casos de maior dor no procedimento – resgate
analgésico
Em pós-operatótio: emplasto transdérmico
 Mü – Remifentanil: efeito ultra-curto de 3 a 5 minutos, infusão contínua por
longos períodos sem efeitos cumulativos, possui metabolização por esterases
plasmáticas
 Mü – Etorfina: usado em silvestres de grande porte, 1000x mais potente que a
morfina

Opioides – agonistas Mü parcial


 Buprenorfina: inibe efeito dos agonistas μ puros, efeito longo de 4 a 12 horas e
usado principalmente em felinos

Opioides – agonistas K
 Butorfanol e Nalbufina: analgesia leve e moderada, menor depressão
cardiovascular, em felinos menor risco de excitação, mantém a motilidade
gastrointestinal em herbívoros
Agonista e Antagonistas (morfina), uso limitado pois dificulta o resgate analgésico

Opioides – Antagonistas
 Naloxona: antagonista Mü, Kappa e Delta
Pode ser necessário renarcotização
Possui reações adversas, excitação e intoxicações
 Naltrexona: antagonista Mü, Kappa e Delta
Duração prolongada usada em animais selvagens e com menor risco de
renarcotização

• Primatas e cães: - alta expressão de receptores na amigdala e córtex frontal - depressão


ao serem ativadas, suprimindo os efeitos excitatórios pela ligação em receptores delta
• Equinos e felinos: - menor quantidade, não há tanta depressão - midríase, aumento de
locomoção

AGONISTAS ALFA-2 ADRENÉRGICOS

Receptor pré-sináptico – inibe a liberação de adrenalina e noradrenalina


 Sedação profunda e consistente
 Relaxamento muscular
 Analgesia – especialmente visceral
Efeitos adversos
 Bradicardia intensa + hipertensão
 Debito cardíaco
 Salivação em ruminantes
 Hipomotilidade do TGI
 Diurese em ruminantes e equinos
 Hiperglicemia
 Menos fluxo de sangue uterino e contração uterina no terço final da gestação
Usado principalmente nos casos de:
 Pacientes saudáveis
 Muito agressivos
 Grande porte e silvestres
 Ruminantes tem maior sensibilidade a xilazina
Em ovinos pode ocorrer edema pulmonar
Opioides em últimos casos, causa excitação, Alfa-2 causa sedação e analgesia
especialmente visceral – cólica
Dexmedetomidina tem a maior seletividade e xilazina a menor

 Fenotiazínicos
Indicado para tranquilização – Acepromazina e clorpromazina
MA: bloqueia neurotransmissores excitatórios – dopamina
Tem duração de até 10 horas com despertar tranquilo
Antiemético + antialérgico + antiarrítmico
Causa vasodilatação – hipotensão e hipotermia
Os cães são mais sensíveis e garanhões priapismo
Pode haver sequestro esplênico de hemácias, portanto não deve ser utilizado em
paciente com esplenectomia e anêmicos
Alfa-2 agonista + fenotiazínico
Tranquilização ou sedação mais leve, porem maior segurança

 Butirofenonas
Azaperone
Antagonista de receptores dopaminérgicos
Em suínos – fenot. + alfa-2
Sedação intensa, analgesia e sem perda de consciência
Usado com opioides
Usados em MPA, sedação, raio x
Potencializa a sedação

 Benzodiazepínicos
Ansiolítico, hipnótico, anticonvulsionante e relaxante muscular
Animais com histórico de convulsão e em estado crítico
MA: neurotransmissor inibitório de canais de cloro (GABA), a entrada de íons
de sódio não é capaz de despolarizar
Diazepam: oleoso, aplicação IV ou intrarretal
Em felinos causa necrose hepática aguda
Possui meia vida longa
Midazolam: hidrossolúvel, diferentes vias de administração e com metabólicos inativos
Usado em pacientes debilitados e com depressão no SNC
Em equinos, cães e gatos deve-se associar sedativos
Tem estabilidade hemodinâmica: FC e pressão arterial
Flumazenil: antagonistas dos benzo
Gera excitação ou reação adversa grave

 Anticolinérgicos
Reduz o tônus do parassimpático e eleva a FC
Reduz secreções traqueobrônquicas e sialorreia
Gera tônus vagal, bradicardia e salivação
Usar em casos de bradicardia associada à hipotensão
Atropina: bradicardia em pequenos animais e taquicardia intensa em outros
Em ruminantes e coelhos gera atropinase
Em equinos hipomotilidade TGI
Escopolamina: analgésico visceral associado à dipirona
Em pequenos animais taquicardia menos intensa
Em equinos, coelhos e ruminantes menor depressão da motilidade TGI
Glicopirrolato: similar a atropina
Não atravessa a barreira transplacentária
ANESTESIA DISSOCIATIVA E ANESTESIA GERAL INJETÁVEL

Anestesia dissociativa: dissociação do sistema límbico e tálamocortical


 Derivados de fenciclidina
Impede o influxo de glutamato (efeito analgésico) e a recepção de serotonina e
noradrenalina
Gera taquicardia, hipertensão, aumento da PID e PIC e respiração apnêustica
*sem perda de consciência
Exemplos de fármacos: cetamina e tiletamina - comercializada com o Zolazepam.
Sempre associar com outros como Midazolam e Diazepam

1) Associado a agonistas Alfa-2 adrenérgicos


Quetamina + Xilazina
Relaxamento muscular, analgesia visceral, hipertensão
2) Associado a Éter-gliceril-guaiacol (EGG)
Relaxamento muscular, hipotensão, bradipneia, não são hipnóticos
Exclusivamente em equinos – metabolização hepática e excreção renal
Não utilizar cetamina em gatos com insuficiência renal ou algum outro distúrbio renal
pois a sua eliminação é prolongada com metabolitos ativos.
Dose analgésica vs dissociativa:
0,5 a 1 mg/kg (analgesia)
5 a 10 mg/kg (dissociativa)

 Anestesia geral intravenosa


Barbitúricos
Perda da consciência
Caso sair da veia causa inflamação e necrose
Possui efeito cumulativo no organismo, se acumula nos músculos e na gordura
Utilizados para indução anestésica em procedimentos curtos
Gera vasodilatação, hipotermia, depressão respiratória, depressão e morte de fetos

 Alquifenois – Propofol
Não tem efeito cumulativo
Usado em indução e manutenção anestésica, muito utilizado para o coma
Gera vasodilatação, hipotermia, depressão respiratória (dose e velocidade), pouca
depressão dos conceptos e possui uma ardência à aplicação
*metabolização em gatos é mais lenta e gera lesões oxidativas se usado constantemente

 Compostos imidazólicos
Mínima depressão na função cardíaca e estabilidade hemodinâmica
Ex: Etomidato
Sem efeito cumulativo pelas esterases plasmáticas
Diminuem PIC e PIO, dor à aplicação, depressão respiratória, hipotermia
Diminui a produção de cortisol – depressão da adrenal
Utilizado comente para indução da anestesia

 Derivados esteroides
Alfaxalona e alfadolona – reações alérgicas no inicio
Pode ser usada em IV, SC e IM
Sem efeito cumulativo, alto índice terapêutico e rápida absorção
Gera vasodilatação – estável hemodinamicamente, reduz PIC e PIO, hipotermia,
depressão respiratória e pouca depressão de conceptos

 Fármaco co-indutores
Reduzir os efeitos adversos dos indutores
Benzodiazepínicos: risco de excitação na MPA
1/3 da dose do indutor
Opioides: fentanil +potente na MPA
IV lento e diluído
Benzo + Fentanil em pacientes críticos
Cetamina: reduz o consumo de opioides
Compensa a vasodilatação do propofol

 Anestesia total intravenosa


Curto efeito de ação e sem efeito cumulativo
Fármacos usados: alfaxalona, proprofol e cetamina (adjuvante)
Opioides: fentanil e remifentanil
Cetamina: doses analgésicas, infusão prolongada é bem tolerada
Alfa-2-agonistas: Dexmedetomidina (0,5 – 1 ug/kg/h)
Lidocaína: anestésico local – analgesia visceral via IV

FLUIDOTERAPIA TRANSANESTÉSICA

A hipovolemia causada por processos como hemorragia, desidratação e vasodilatação


gera uma baixa na pré-carga que diminuí o débito cardíaco e a pressão arterial, isso, por
fim, gera hipoperfusão tecidual.
Hidratação lenta em casos de desidratação
 Cristaloides isotônicos
Mais utilizado é o Ringer Lactato
Reposição volêmica: 10 ml/kg em 15 minutos
Tx. X peso X FCE/ 900= ........ gotas/segundo
Exceto: animais com hipoproteínemia, cardiopatas, nefropatas e anemia grave
Salina hipertônica 7,5% é usada para perdas agudas – 5 ml/kg em 15 minutos
Contraindicado em nefropatas e cardiopatas e em animais desidratados

Coloides: macromoléculas usadas em hipoproteinemia e em perdas maciças de sangue


 Gelatinas: 4 horas de expansão, interfere na coagulação sanguínea e gera reação
de hipersensibilidade
 Dextranos: 12 horas de expansão, interfere na coagulação sanguíneo e possui
eliminação renal.
 Amido de hidroxietila: 24 horas de expansão, interfere na coagulação sanguínea
e gera lesão renal.

ANESTESIA INALATÓRIA

Absorvidos e eliminados por via pulmonar


Potencializam os canais de cloro e inibem os canais de sódio – hiperpolarização
neuronal
Vasodilatação em SNC e cardiovascular, broncodilatação com depressão respiratória e
hipotermia
Em pacientes hipotérmicos a recuperação anestésica é prolongada pela pressão de vapor
desses gases
Principais: isoflurano e sevoflurano
 Concentração alveolar mínima: concentração necessária para inibir a resposta a
um estímulo nociceptivo em 50% da população.
Ex: no Isoflurano seria de 1,3%
 Coeficiente de partição ao óleo de oliva que é diretamente proporcional a
potencia do gás
Ex: no isoflurano 91 CP% moléculas de gás
Quanto mais solúvel no sangue, maior o tempo de indução e recuperação
Principais anestésicos inalatórios
 Óxido nitroso – potencializa o efeito de outros gases
Utilização alta de 25 a 75% - pode gerar hipoxemia
Usado com outros gases pra auxiliar no equilíbrio termodinâmico
Faz difusão para espaços gasosos como rúmen e ceco
 Halotano – odor agradável e não inflamável
CAM baixa, fotossensível, corrosivo, cardiotóxico e hepatotóxico
Gera hipertermia maligna em suínos
 Isoflurano – indução e recuperação mais rápidas
Não corrosivo, estável ao UV, baixa metabolização, mas com odor repugnante
 Sevoflurano
Indução e recuperação rápidas, odor agradável, reação com cal sodada forma um
composto nefrotóxico somente para ratos
Alto custo
 Desflurano
Recuperação rápida, inflamável, odor repugnante

Vantagens: rápida mudança de plano anestésico, hepatopatas e nefropatas, neonatos e


geriatras
Desvantagens: vasodilatação e inotrospismo negativo, não deve ser usado em trauma
cranioencefálico

Manejo de vias aéreas


Tubo endotraqueal
Cuff: reduz o risco de aspiração, melhora as trocas gasosas, contraindicado em aves
Gatos: manutenção do reflexo de deglutição, necessário insensibilização da glote
(lidocaína)

Aparelhos e circuitos anestésicos

Cilindros verdes: oxigênio


Amarelos: ar comprimido
Azuis: oxido nitroso

Equipamentos: válvula redutora de pressão + manômetro, mangueiras, fluxômetros e


rotâmetros, vaporizadires e saída comum de gases
Circuitos anestésicos: peça em ‘y’, caníster contém cal sodada

Com reinalação: circular valvular


Volume corrente: peso x 6-20 ml/kg
Animais com menos de 7 kg não tem efetividade
Causa hipotermia e poluição, baixo fluxo de O2 (40-60 ml/kg)

Para animais com menos de 7 kg – sem reinalação e avalvular


Baraka: alto fluxo de O2 (100-300 m/kg)
Ajuste rápido de plano anestésico, porém há grande perda de calor
Circuito de Bain: serve para deixar o ar pré-aquecido

Mistura de gases: alta afinidade do alvéolo com O2, absorção total do O2, alvéolo vazio
e atelectasia

MONITORAÇÃO TRANSANESTÉSICA

Índice bispectral: baseado na atividade elétrica cerebral


Não validado na veterinária
Oxímetro é mais preciso que o eletro

 Frequência cardíaca
Aumento da FC
Acordando - aumentar o fornecimento de anestésicos gerais
Dor - analgésico: usar o fentanil
Hipotensão - tratar a hipotensão com a redução do fornecimento dos anestésicos
gerais
Diminuição da FC
Plano anestésico muito profundo – reduzir o fornecimento de a.g.
Aumento de tônus vagas por conta de opioides e alfa-2 – usar anticolinérgico como
a atropina e descopolamina para equinos, não deprime tanto a motilidade intestinal
Hipertensão – tratar a hipertensão

Normotensão na anestesia
PAS – 90 mmhg
PAM – 60 mmhg
PAM = (PAS – PAD/3) + PAD
Métodos para aferir
Invasivo: cateterização de uma artéria ou com tubo extensor com solução salina e
manômetro aneroide, somente a média
Equinos: a.a. facial transversa e facial
Cães e gatos: a.a. femoral e dorsal podal
Ruminantes: a.a. auricular medial
Coelhos: a.a. auricular medial, dorsal podal e femoral
Não invasivo: oscilométrico + doppler

Pressão arterial
Aumento da FC
Acordando – aumentar o fornecimento de a.g.
Dor – analgésico como fentanil
Diminuição da FC
Bradicardia – anticolinérgico como atropina
- reduzir o fornecimento de a.g.
- prova de carga (10ml/kg em 15s)
- inotrópicos e vasoativos (dopamina e noradrenalina)

Fármacos anestésico locais e técnicas de anestesia local

A forma básica é a ativa, as feridas possuem pH ácido


É formado por dois grupos de anestésicos: aminoéster e aminoamida
São compostos por um anel aromático, ligado à uma amina por uma cadeia
intermediária, a qual pode ser um éster ou uma amida.
Aminoésteres: possuem efeito curto e são degradados por esterases
 Procaína: tem baixa toxidade e efeito curto, é utilizado na penicilina para o
paciente sentir menos dor
 Cloroprocaína: possui bloqueio moto menor que sensitivo, consegue ter
movimento
 Tetracaína: alta toxidade e com longo efeito, bastante lipossolúvel, tem baixo
latência quando usado por via tópica nos olhos
Amino-amidas
 Lidocaína: curta latência – 1h, usada como anestésico na pele, para otite e usado
com terramicina, amenizar a dor na aplicação, usado em menor quantidade em
gatos por conta da toxidade
 Bupivacaína: latência e ação longas, com alta toxidade para o coração e bloqueio
motor menor
 Levobupivacaína: tem menor toxidade
 Ropivacaína: toxidade menor, latência intermediaria e ação longa com menor
bloqueio motor
Aditivos
 Vasoconstritores
Efeito prolongado com aumento na latência, eliminada mais lentamente, podem
gerar necrose, como no úbere de vacas
Comum o uso com adrenalina e fenilefrina
Xilazina e dext. São usados como vasoconstritores também
 Bicarbonato
Reduz a latência e a dor na aplicação
 Efeito antiarrítmicos: lidocaína é a usada, principalmente na contração
ventricular prematura

Efeitos:
Analgesia visceral
Pró-cinético – cirurgias de intestino, estimula a motilidade intestinal
Diminui o uso de anestésico geral (CAM < 25%)
Possui estabilidade hemodinâmica

Técnicas de bloqueio local


 Anestesia tópica ou superficial
 Anestesia infiltrativa: intra-testicular, tumescência para mastectomia, ruminantes
– no flanco
Frasco de 250 ml com 1 frasco de lidocaína de 20 ml e o,25 ml de adrenalina =
15 ml/kg
 Anestesia locorregional ou perineural: apenas um nervo, menor quantidade de
anestésico
 Anestesia de bloqueio do plexo braquial
 Anestesia regional intravenosa: usado com torniquete, IV, insensibilidade do
membro
 Anestesia peridural: usado no SNC, na dura-máter, agulha romba – reduz o risco
de punção da medula e lesão nervosa
Em grandes animais não se faz lombo-sacro, o que se pode fazer é a sacro-
coccígea e a inter-coccígea, em gatos também não é recomentado

PARTICULARIDADES DA ANESTESIA DE EQUINOS E RUMINANTES


Equinos: 8 a 12 horas - apenas volumoso, pois esses animais produzem suco
gástrico constante e o jejum pode causar úlcera, além de que o estresse do jejum
afeta a hipomotilidade
- é indicado fazer a indução com cetamina para haver menores chances de refluxo
MPA: administração por IV, comum o uso dos alfa-2 para menor agitação, o uso de
opioides é limitado por conta da motilidade, no mais usa-se butorfanol, outros
opioides como morfina levam a excitação e maior quantidade de anestésicos na
manutenção. Para animais agitados é administrado acepromazina

 Indução anestésica
EGG + cetamina ou cetamina + Benzo (porque senão excita)
Triple dripp: cetamina + EGG + Xilazina ou Detomidina – procedimentos curtos
Para procedimento mais longos e complexos usa-se inalatória – gera atelectasia
Antes de voltar o reflexo palpebral ocorre nistagmo

 Monitoração no capnografo deve ser mantida em 52 mmHg


 Monitoração do ECG: eletrodos todos no pescoço

 PAM: maior que 70 mmHg


1) Reduzir o fornecimento de anestésicos
2) Aumento de volume com cristaloides – ringer lactato 10 ml/kg de fluído em
15 minutos, melhora a pré-carga
3) Uso de vasoativos e inotrópicos – dobutamina
Alfa-1: vasoconstrição
Beta-1: ino (contração do coração) e crono T
Beta-2: bronco e vasodilatação
Dobutamina em equinos para haver menor perfusão em intestino

FC – de 20 a 44 em planos anestésicos
Em casos de bradicardia e bradiarritmias: uso de anticolinérgicos como
escopolamina, causa menor depressão da motilidade
Nos ruminantes a atropina não tem efeito pois esses animais possuem atropinase

Manutenção anestésica
- Infusão contínua de lidocaína: é um analgésico visceral
Não usar antes do final da cirurgia para que possa ser metabolizado – 30 min antes

 Complicações anestésicas
Paralisia do nervo facial: quando comprimido, gera flacidez de narina e lábio epislateral.
Trata-se com massagem, hidroterapia, eletroacupuntura e anti-inflamatório
Paralisia de nervos dos membros: fibular lateral e radial

Miopatia pós-anestésica: pode ser localizada ou generalizada


Generalizada: por depressão hemodinâmica, fica impossibilitado de ficar em estação.
Trata-se com suporte, tranquilizantes, hidratação e equilíbrio acidobase
Ruminantes

Jejum
Pequenos ruminantes: hídrico de 12h e sólido de 16 a 24h
Ruminantes: hídrico de 12 e sólido de 48h parcial e 24h total
MPA: uso comum de xilazina
Alfa-2 agonistas são contraindicados em ovinos – edema pulmonar
Benzo não deprimem esses animais e nem excitam
Timpanismo: por conta do acúmulo de gás, uso de sonda esofágica e ruminocentese
Regurgitação: intubação endotraqueal e focinho e boca abaixo do restante da cabeça
para eliminação de conteúdo e saliva
Pode haver paralisia do nervo radial e nervos digitais

REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR

Suporte básico: circulação, vias áreas e respiração


Vasoconstrição periférica em que a circulação é desviada para órgãos nobres
A assistolia gera hipoperfusão generalizada
- Palpação do pulso, oxímetro de pulso, doppler vascular, estetoscópio e
eletrocardiograma
- Midríase arresponsiva, respiração agônica/apneia e mucosas pálidas/cianóticas
 reanimação
comprimir 1/3 a ½ do tórax em ciclos de 2 minutos com 80 a 120 compressões,
porém possui débito cardíaco baixo
adrenalina é o fármaco de eleição para reanimação
- A cada 4 minutos em dose baixa, caso não tenha respostas, aumentar para dose
alta após 3 doses baixas
Vias: intravenosa, intraóssea e intratraqueal, é contraindicado a intracardíaca
Outros fármacos: vasopressina e atropina
Desfibrilador: fibrilação e taquicardia ventricular sem pulso
Antiarrítmico: amiodarona e lidocaína

DOR E ANALGESIA

Fisiopatologia da dos
Etapa 1) transdução: estímulo mecânico, térmico ou químico em elétrico, por meio de
nociceptores
Etapa 2) transmissão: para a medula, por meio de fibras
Etapa 3) modulação: estímulo de dor ao passar pelo interneurônio do corno dorsal da
medula
Etapa 4) percepção: interpretação da dor no córtex cerebral
Via descendente da dor: são enervações do tronco encefálico que quando são ativadas
inibem o estímulo doloroso
Principais neurotransmissores: serotonina e noradrenalina
A intensidade é de acordo com o tempo em que a célula ficou despolarizada

 Sensibilização central
Por conta dos estímulos repetidos de dor há a liberação de glutamato e substância P e
aciona-se o receptor N-metil-D-aspartato, o que exacerba a dor enviada para o neurônio
de terceira ordem
O receptor NMDA em condições normais é fechado por íon de Mg, mas quando é
estimulado, há liberação de cálcio para o neurônio pós-sináptico o qual exacerba a dor
Hiperalgesia: potencializa a dor, são estímulos que causavam dor leve e agora causam
dor moderada ou grave
Alodinia: estímulos que não causavam dor agora geram, como tato e pressão

Tipos de dor
Localização: somática (90%) e visceral (10) – dor referida
Tipo de estímulo: nociceptivo (clássica) e neuropática (lesão no neurônio)
Duração: aguda até 10 dias e crônica que pode levar semanas ou meses

ANALGESIA

1) Transdução: uso se anti-inflamatórios e canabidiol e opioides gera


hiperpolarização que aumenta o limiar da dor
2) Transmissão: anestésicos locais os quais bloqueiam a transmissão dos impulsos,
pelo bloqueio dos canais de sódio
3) Modulação:
Antagonistas do NMDA como cetamina e amantadina, os quais bloqueiam o
receptor e impedem a sensibilização central
Sulfato de Mg por infusão contínua para fechar o poro do receptor
Opioides alguns bloqueiam o receptor como a metadona
Agonistas alfa-2
Anestésicos locais IV age na medula
Gabapentina (anticonvulsivante)
4) Percepção
Fármacos que promovem depressão do nível de consciência
Anestésicos gerais: propofol, tiopental e alfaxalona
Tranquilizantes, sedativos e hipnóticos: Fenotiazínicos, alfa-2 agonistas,
benzodiazepínicos, opioides, butirofenonas
Antagnonistas NMDA: cetamina e tiletamina

Vias descendentes da dor: impedem a recepção de noradrenalina e serotonina na fenda


sináptica
Antidepressivos tricíclicos: serotonina
Gabapentina: noradrenalina
Tramadol: noradrenalina e serotonina
 Analgésicos são necessários para evitar a sensibilização central e respostas
como cortisol e adrenalina no estímulo nociceptivo

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