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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

6. FATORES DE
DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
1º Ciclo em Ciências Empresariais
Docente: Anderson Galvão (arg@estg.ipp.pt)
SUMÁRIO

• Teorias de Inovação de base territorial

• Infraestruturas coletivas

• Serviços

• Recursos Humanos

• Turismo

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TEORIAS DE INOVAÇÃO DE BASE
TERRITORIAL

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TEORIAS DE INOVAÇÃO DE BASE TERRITORIAL

• A inovação “passou a ser entendida em sentido amplo, de modo a incluir as vertentes do produto, do
processo e organizativas, tanto ao nível das empresas como, até, nas suas dimensões sociais e
institucionais, ao nível dos próprios setores institucionais, das regiões e dos países.” (Morgan, 1997: p.
492), tornando-se um referencial praticamente obrigatório na análise das dinâmicas territoriais de
desenvolvimento.

• Atualmente, os processos de inovação são vistos como mecanismos socialmente construídos, que
assentam na acumulação, difusão e utilização de conhecimento (tácito ou codificação) por via de um
aprendizado contínuo e interativo. Por outras palavras, os atuais processos de inovação possuem uma
forte matriz social e territorial e são mais direcionados para outros aspetos que se mostram relevantes
na geração de conhecimento, tais como: contactos informais, redes de fluxo de conhecimento tácito
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estabelecido entre os diferentes atores, capital relacional e capital social.
DISTRITOS MARSHALLIANOS

A organização produtiva dos distritos marshallianos advém:

➢ Forte presença de PMEs;

➢ Forte especialização regional;

➢ A produção entendia-se como um processo fortemente enraizado na economia regional.

“O distrito industrial é uma entidade socio-territorial caracterizada pela copresença ativa, numa área
territorial circunscrita, natural e historicamente determinada, de uma comunidade de pessoas e de uma
população de empresas industriais.” (Becattini, 1989)

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DISTRITOS MARSHALLIANOS

Becattini (1989) avança com uma definição mais precisa:

“O distrito industrial marshalliano é constituído por uma população de pequenas e médias empresas
independentes assentes num setor de especialização e num processo de divisão de trabalho industrial
à escala local, apoiando-se numa miríade de unidades fornecedoras de serviços à produção e de
trabalhadores ao domicílio, orientada através do mercado de encomendas, por um grupo aberto de
empresários puros”.

Nos distritos industriais as empresas são parte integrante do território – esta perspetiva marshalliana
expressa a ideia de embeddedness.
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VANTAGENS DOS DISTRITOS MARSHALLIANOS

Os distritos industriais são a resultante de um conjunto alargado de iniciativas, de relações de


cooperação e de redes locais, que lhes conferem uma série de vantagens específicas, nomeadamente
através do surgimento de um certo número de economias externas de aglomeração:

• Economias de especialização → ligadas ao aprofundamento da divisão do trabalho;

• Economias do trabalho → resultantes da formação e acumulação de saber-fazer específicos;

• Economias da informação e comunicação → provindas da capacidade de inovação e da sua


difusão.

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A análise da inovação nos distritos industriais está tradicionalmente longe do formato neo-
schumpeteriano:

• Inovação Neo-Schumpeteriano:

Associa a dinâmica capitalista, ao impacto de um conjunto de inovações radicais e revoluções


tecnológicas, que aliam o avanço da produtividade e o crescimento da procura.

• Inovação nos distritos industriais:

Segue um padrão do tipo incremental, baseado no conhecimento tácito, dos quais resulta a criação
de vantagens competitivas territorializadas. As inovações resultam de modificações nas funções de
produção e na introdução de melhorias nos produtos e serviços disponibilizados pelo sistema
produtivo local. 8
A abordagem dos distritos industriais, enquadrada pela perspetiva marshalliana, estabelece uma análise
económica territorializada, alicerçada nas externalidades associadas à proximidade e que depende do
potencial das competências locais de que as empresas extraem os seus recursos produtivos, da
proximidade espacial das empresas e do conjunto de normas sociais e culturais que permite a difusão de
informação e de aprendizagem (permitindo defender a sua posição competitiva através do recurso à
inovação contínua e incremental).

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EM SÍNTESE

Contribuição do paradigma Marshalliano de desenvolvimento para a ciência regional:

• Estabelece um marco decisivo na passagem de uma geografia de custos a uma geografia de


organização falando-se, sobretudo, de economias externas de aglomeração (de escala e de
variedade) e de proximidades organizacionais e tecnológicas, e menos de distâncias físicas, o que,
por outro lado, induziu a revalorização da pequena e média escala de produção.

• Permitiu demonstrar que as estruturas empresariais, convivendo simbioticamente com a sociedade e


a economia, podem escapar ao dualismo entre o mercado e a hierarquia, trazendo para o primeiro
plano de discussão, e valorizando, aspetos até então negligenciados como os contributos
institucionais e políticos, o papel das representações coletivas e das solidariedades comunitárias, as
especificidades territoriais, que possibilitam uma articulação frutuosa entre flexibilidade social e
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flexibilidade produtiva.
INTEGRAÇÃO DA DINÂMICA TERRITORIAL NAS
TEORIAS DE INOVAÇÃO

“Os meios inovadores regionais geram inovações” (Crevoisier, 1993)

Ou seja, o sucesso nas trajetórias de desenvolvimento de certas regiões deve-se às suas capacidades
intrínsecas de fabricar novos produtos, adotar novos processos produtivos, bem como às configurações
organizacionais e institucionais inovadoras.

O conceito de meio faz referência a um CAPITAL RELACIONAL que agrupa de uma forma coerente:

➢ Um sistema de produção;

➢ Uma cultura técnica;

➢ Um coletivo de atores que não constitui um universo fechado mas, pelo contrário, está em
interação permanente com o seu ambiente circundante dando lugar a processos de aprendizagem
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coletiva.
Alguns autores (Maillat, 1996 e Courlet, 1998) destacam a diferença existente entre o conceito de
meio e o conceito de sistema produtivo local:

Meio vs. Sistema produtivo local

O meio não é uma categoria particular do sistema produtivo local mas uma unidade cognitiva de que
depende o funcionamento do próprio sistema, constituindo uma matriz organizacional através da qual se
projeta o potencial de autonomia e de iniciativa dos sistemas de produção localizados.

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TIPOLOGIA DOS TERRITÓRIOS EM FUNÇÃO DAS
LÓGICAS DE INTERAÇÃO E APRENDIZAGEM

Lógica de interação

Lógica de aprendizagem
Inexistência de Meio potencialmente
meio e de inovação inovador

Inovação sem meio Meio


inovador

A ocorrência de um meio inovador implica o surgimento e a manutenção de uma lógica de interação e,


também, de uma dinâmica socialmente alargada de aprendizagem:
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Interação + Aprendizagem → Meio Inovador
DINÂMICAS DE INOVAÇÃO NOS MEIOS INOVADORES

De acordo com Bramanti (1998), o processo conducente à inovação pode ser compreendido à luz de
quatro dimensões fundamentais:

1. A inovação é, sobretudo, um processo coletivo;

2. A inovação é um processo complexo e interativo em que a empresa depende do conhecimento de


diversos agentes públicos e privados;

3. A inovação resulta de uma combinação criativa de saber-fazer e competências especificas;

4. A organização territorial é uma componente essencial da dinâmica de criação tecno-económica,


qualquer que seja o tipo de meio inovador envolvido.

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EM SÍNTESE

• A noção de meio inovador veio permitir aprofundar a análise teórica das relações entre a dinâmica
microeconómica das empresas, envolvidas em processos coletivos de aprendizagem contínua e de
inovação, e o funcionamento meso-económico dos sistemas produtivos locais, sublinhando a
pluralidade de trajetórias tecnológicas e organizacionais inerentes aos diversos territórios.

• O meio é considerado como pivot do sistema produtivo local, dado que é ele que molda as regras e as
normas relativas ao comportamento dos atores.

• O conceito de meio inovador coloca ênfase em dois processos: a lógica da interação e a lógica de
aprendizagem, cuja presença e ação são indispensáveis à concretização de caminhos competitivos
que respondam eficazmente às solicitações do ambiente tecnológico e de mercado.

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INFRAESTRUTURAS COLETIVAS

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INFRAESTRUTURAS COLETIVAS

Definição (Gramlich):

• O capital infraestrutural consiste em monopólios naturais capital intensivos, tais como autoestradas,
outras infraestruturas de transporte, condutas de água e esgotos e outros sistemas de comunicação.

De acordo com o Banco Mundial, as IEC compreendem:

➢ Serviços públicos (e.g. Energia, telecomunicações, fornecimento de água e gás, saneamento e


esgotos, etc.);

➢ Obras públicas (e.g. Rodovias, canalizações);

➢ Outros setores de transporte (vias férreas urbanas a interurbanas; transportes urbanos, portos
e aeroportos).
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INFRAESTRUTURAS COLETIVAS

Bens Públicos:

São bens cujo consumo é não exclusivo e não rival.

• Não exclusivo: os indivíduos não podem ser privados do seu consumo

• Não rival: uma vez disponível, o custo marginal de o produzir é zero, por outras palavras, um bem
é não rival quando o seu consumo por um indivíduo não reduz a quantidade disponível para os
restantes indivíduos.

Em muitas infraestruturas coletivas a condição da não exclusão ou da não rivalidade no consumo não se
verifica (por exemplo, a rede de água pública só está acessível à população mais próxima – neste caso,
há possibilidade de exclusão).
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Se houver não exclusão ou esta for muito dispendiosa, surge o fenómeno do free-rider.
INFRAESTRUTURAS COLETIVAS

Comportamento de “free-rider”:

Os agentes económicos mentem sobre o benefício que retiram do consumo desses bens.

Quando existe o pagamento de um determinado bem, a iniciativa privada pode substituir a iniciativa
pública, e fornece-lo.

O Estado pode, contudo regulamentar o consumo ou venda desse bem, dependendo da doutrina
económica do Estado (mais ou menos intervencionista).

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INFRAESTRUTURAS COLETIVAS

Nos casos de monopólio natural, o Estado pode ser levado a intervir, quando a infraestrutura produz
externalidades positivas, ou quando se considera uma infraestrutura de responsabilidade pública.

Com a progressiva passagem para o setor privado de responsabilidades que antes eram do setor público,
está, normalmente associado um aumento de eficiência. Com a privatização visa-se aumentar a eficiência
e a eficácia com que essas infraestruturas são fornecidas e exploradas.

Assim, o papel do Estado deve ser:

• Assegurar a provisão de infraestruturas;

• Conceder comparticipações nas infraestruturas;

• Regulamentar as infraestruturas. 20
INFRAESTRUTURAS COLETIVAS

Propriedades das IEC, que determinam a necessidade de intervenção estatal:

1. Propriedade da Imobilidade

Uma fraca dotação de IE está associada a uma deficiente eficiência marginal dos fatores.

O financiamento da IE deve ser coletivo quando:

• A IE conduz a consumos coletivos;

• Nos casos em que existem monopólios naturais.

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INFRAESTRUTURAS COLETIVAS

Propriedades das IEC, que determinam a necessidade de intervenção estatal:

2. Propriedade da Indivisibilidade

O setor público pode ser chamado a intervir devido à existência de uma falha de mercado.

Uma falha de mercado pode acontecer quando uma determinada IE pode ser suscetível de não ser
fornecida pelo mercado, ou não ser fornecida em quantidade suficiente.

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INFRAESTRUTURAS COLETIVAS

Propriedades das IEC, que determinam a necessidade de intervenção estatal:

3. Propriedade da Substituibilidade

Realça o grau em que um determinado recurso pode ser substituído por investimentos noutros recursos.

As infraestruturas desempenham um papel de substituibilidade importante em relação a outros recursos


de importância crucial para a competitividade das regiões. Por exemplo, as IE de transporte e
comunicações desempenham um papel substitutivo da ausência de um recurso fundamental - uma
localização central. Sendo assim, as regiões periféricas deverão ter um tratamento favorável via
transferências intergovernamentais de forma a permitir aumentar o seu stock de IE de acessibilidade.
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INFRAESTRUTURAS COLETIVAS

Propriedades das IEC, que determinam a necessidade de intervenção estatal:

3. Propriedade da Substituibilidade (cont.)

Uma outra leitura desta propriedade tem a ver com o grau com que as IE poderão ser substituídos por
outros equipamentos para produzir os mesmos efeitos.

Exemplo 1: uma escola primária poderá ser substituída por um sistema de comunicação de ensino à
distância como acontece em países como a Austrália.

Exemplo 2: uma estrada rural dificilmente será substituída por outro equipamento ou seria muito caro
(não é possível pensar-se que as populações seriam transportadas regularmente de helicóptero). Neste
caso, quanto mais insubstituível o recurso e quanto maior a indivisibilidade, maior a necessidade de
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intervenção do setor público.
SERVIÇOS

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ALGUNS CONCEITOS

Terciarização: expressa o domínio dos ramos/setores de atividade que agregam unidades produtivas
cuja atividade principal é considerada terciária, ou seja, não é nem primária nem secundária, na estrutura
setorial do emprego ou do valor acrescentado bruto (VAB).

Serviços: numa primeira fase, as atividades de serviços foram assimiladas às atividades terciárias => a
definição dos serviços foi assim feita de modo residual e negativo tendo subjacente a ideia de um
conjunto heterogéneo e variável de atividades cujas caraterísticas comuns não são facilmente
identificáveis. Não existe uma definição consensual (varia de autor para autor). Na origem latina, está
associada ao ato ou efeito de servir, próprio da condição de escravo.

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ALGUNS CONCEITOS

Na língua Portuguesa, na sua aceção mais geral, refere atos que, pelas suas consequências, são
benéficos ou vantajosos para alguém ou para a comunidade.

Os poucos dicionários que atribuem aos serviços um sentido económico definem os serviços como
atividades que representam um valor económico sem corresponder à produção de um bem material.

Em versões mais recentes, os serviços são definidos como atividades do setor dito terciário que, sem
produzir bens materiais, satisfazem necessidades (ensino, investigação, saúde, transportes, etc.) e
representam um valor económico.

Alguns autores têm procurado avançar com a clarificação concetual dos serviços propondo uma
definição positiva do conceito….
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ALGUNS CONCEITOS

• Para Hill (1997) um serviço consiste na transformação da condição de um indivíduo, ou de um bem


pertencente a um agente económico, através da atividade desenvolvida por outro agente económico,
a pedido ou com o consentimento do primeiro.

• Mayére (1988) propõe que se definam as atividades de serviços como atos que incidem sobre as
pessoas, coisas ou informações e que requerem que se estabeleça uma relação direta entre o
produtor e o utilizador.

• Gadrey (1992), partindo dos dois contributos anteriores, propõe a seguinte definição: um serviço é
uma atividade através da qual o produtor A altera a condição de um objeto C (coisa, informação ou
caraterística pessoal) pertencente a um utilizador B, a solicitação deste e frequentemente em relação
com ele, mas sem conduzir à produção de um bem suscetível de circular economicamente
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independentemente do suporte C.
Serviços:

• Predominam na maior parte das economias modernas

(Na UE-15, em meados dos anos 90, o contributo médio dos serviços para o emprego e para o VAB situava-se nos
64%; Nos EUA e Canadá tinham ultrapassado os 70%)

• Análise predominante sobre os serviços de apoio empresarial

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Consequências Económicas das caraterísticas dos serviços:

• São atividades de trabalho intensivas e com limitadas possibilidades de substituição de trabalho por
capital;

• São atividades com limitadas possibilidades de economias de escala e de normalização do output.


Dadas estas caraterísticas, nos serviços as estratégias de redução dos custos unitários do produto
passam muitas vezes pelo aproveitamento de economias de gama ao nível da produção e/ou da
distribuição conjunta de diferentes tipos de serviços (ex: utilização do mesmo tipo de equipamentos
para produzir diferentes serviços, ou aproveitar as mesmas infraestruturas para distribuir diferentes
serviços).

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• Dificuldade em utilizar a qualidade do serviço como referência (nem o produtor nem o consumidor
podem conhecer antecipadamente o resultado final do processo produtivo);

• Trata-se de atividades com elevados custos de transação (estes custos podem, eventualmente, ser
reduzidos se aumentar a confiança entre agentes económicos (produtor e consumidor) e pela
normalização e regulamentação pública. Os custos de transação elevados justificam a
regulamentação pública que ocorre em muitas atividades de serviços, estabelecendo normas
detalhadas relativas ao output ou ao processo produtivo e/ou às qualificações mínimas dos
trabalhadores de serviços);

• A interação entre produtores e utilizadores, desde a conceção do produto até ao seu consumo, requer
a proximidade entre os diferentes intervenientes no processo de produção/consumo do serviço, e
favorece o aparecimento de mercados cativos associados à localização, na medida em que a
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prestação de serviços obriga à deslocação do consumidor ao local de produção, ou vice-versa.
Tipologia de serviços (ILLERIS, 1989):

• Serviços de distribuição: transportes, comunicações, comércio por grosso e a retalho;

• Serviços à produção: financeiros, seguros, serviços às empresas;

• Serviços sociais: saúde, educação, segurança social, serviços postais e administração pública;

• Serviços pessoais: serviços pessoais e domésticos, hotéis, restaurantes, reparação e serviços


culturais e de lazer.

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EXPLICAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS

1. Corrente pós industrial

1. O Crescimento dos serviços corresponde a um estádio superior de desenvolvimento das


sociedades => a evolução estrutural das economias corresponderia à passagem por uma sucessão
de estádios:

Atividades agrícolas ➔ atividades industriais ➔ Atividades dos serviços

2. Aumento dos serviços na atividade económica resulta do efeito simultâneo de duas leis económicas
fundamentais:

• Do lado da procura, a lei de Engel, que permite associar crescimento económico - aumento do
poder de compra – à terciarização da procura final;

• Do lado da oferta, a taxa de produtividade da indústria aumenta mais do que nos serviços, o que
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assegura a terciarização acelerada do emprego nos serviços.
EXPLICAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS

1. Corrente pós industrial

3. A terciarização é acompanhada por modificações da estrutura interna do setor terciário

➢ numa 1ª fase existe desenvolvimento dos serviços de caráter infraestrutural (rede de água,
transportes, gás e eletricidade) e na 2ª fase os serviços expandem-se (comércio, serviços
financeiros, seguros, imobiliários, etc.) e estão associados às necessidades decorrentes da
produção e do consumo em massa. Na 3ª fase (que corresponde ao início da sociedade pós-
industrial) desenvolvem-se os serviços culturais, de lazer, e os serviços coletivos associados às
necessidades de formação e de bem estar social: educação, saúde, segurança social e os
serviços públicos e administrativos.

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EXPLICAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS

1. Corrente pós industrial

4. Estas alterações estruturais modificam a natureza e a qualificação das atividades profissionais nas
economias: maior interação entre pessoas e maior enfâse nas atividades de informação e
conhecimento – efeitos da globalização

5. Em consequência assiste-se ao aparecimento de uma nova classe social – os quadros qualificados


que dominam os serviços típicos da 3ª fase* - e de novos sistemas de valores e gestão.

* serviços culturais, de lazer, e os serviços coletivos associados à necessidade de formação e de bem estar social:
educação, saúde, segurança social e os serviços públicos e administrativos.
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EXPLICAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS

2. Corrente neo-industrial (a partir de 1970)

A Literatura reconhece que a indústria é o motor do crescimento económico, determinando a capacidade


competitiva das economias e o próprio crescimento dos serviços. Existem 3 categorias de linhas de
pensamento:

1. Serviços com caráter improdutivo, atribuindo a responsabilidade do abrandamento do ritmo de


crescimento das economias ocidentais ao crescimento dos serviços e aos custos excessivos
dessas atividades;

2. Explica o crescimento dos serviços, pela sua capacidade de criação e retenção de emprego;

3. A indústria determina a performance do sistema produtivo, que determina a capacidade de


expansão do setor terciário. 36
EXPLICAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS SERVIÇOS

3. Transformações do sistema produtivo enquanto fator de crescimento dos serviços

Os serviços crescem devido a mutações nos sistemas produtivos:

i. maior complexidade da organização da produção; e

ii. crescente diversidade e diferenciação dos bens e serviços.

Isto leva a um aumento das necessidades de serviços de apoio à produção, distribuição e ao consumo e
reforço da complementaridade entre bens e serviços.

O crescimento dos serviços (de informação, formação, aconselhamento, assistência e manutenção) é


um resultado de:
1. Diversificação do nº de bens e serviços vendidos
2. Diminuição do ciclo de vida do produto
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3. Maior complexidade na utilização de bens de equipamento doméstico
SERVIÇOS DE APOIO À ACT. ECONÓMICA E O
DESENVOLVIMENTO REGIONAL

1. Serviços de apoio à atividade económica como atividades locais e induzidas

• Por isso, a competitividade no longo prazo de uma economia regional depende da sua base de
serviços, a qual contribui para:

✓ Melhoria da qualidade dos fatores de produção – por exemplo, pelo seu contributo para a melhoria
da qualificação da mão-de-obra (serviços de educação e de formação profissional);

✓ Uma correta afetação setorial dos recursos – através dos serviços financeiros e bancários;

✓ Melhoria geral da eficácia económica das atividades de base (serviços administrativos, de


marketing, de consultoria);

✓ Aumento da flexibilidade do sistema produtivo e da sua capacidade de adaptação às mutações da


procura mundial externa. 38
SERVIÇOS DE APOIO À ACT. ECONÓMICA E O
DESENVOLVIMENTO REGIONAL

2. Serviços de apoio à atividade económica enquanto infraestrutura do desenvolvimento

Numa outra perspetiva, os serviços contribuem para o crescimento da produtividade, qualidade e


capacidade competitiva das restantes atividades, nomeadamente através dos seguintes mecanismos:

• Permitindo um aumento da informação disponível e aumentam a capacidade de antecipação e de


adaptação das empresas às novas condições externas;

• Geram acréscimo da capacidade de inovação e de modernização das firmas utilizadoras (ex.


contributo importante dos serviços para a difusão e adaptação das novas tecnologias, novos
processos de produção, novos produtos e novas técnicas de organização e gestão);

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SERVIÇOS DE APOIO À ACT. ECONÓMICA E O
DESENVOLVIMENTO REGIONAL

2. Serviços de apoio à atividade económica enquanto infraestrutura do desenvolvimento (Cont.)

• Os serviços desempenham um papel fundamental no processo de expansão geográfica das


empresas (ex. técnicas de gestão de stocks do tipo just in time, e a sua evolução necessária da
componente de software informático);

• Permitem às empresas uma maior flexibilidade (a coordenação entre fluxos de informação e de bens
possibilita a redução dos stocks e uma resposta mais rápida a alterações da procura);

• O output das atividades não terciárias integra, cada vez mais, uma maior proporção de serviços (o
sucesso competitivo das empresas depende das atividades de serviços a montante (I&D,
engenharia, aconselhamento técnico, etc.) necessárias à criação do produto, e a jusante (pesquisa
de mercado, publicidade, marketing, distribuição, serviços pós-venda), associadas à distribuição e
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venda e à assistência pós-venda).
SERVIÇOS DE APOIO À ACT. ECONÓMICA E O
DESENVOLVIMENTO REGIONAL

3. Serviços de apoio à atividade económica enquanto elemento polarizador do crescimento

Numa outra perspetiva da avaliação do contributo dos serviços de apoio à atividade económica para o
desenvolvimento regional, conclui-se que as empresas de serviços, mesmo quando de pequena dimensão
e localizadas em centros urbanos de pequena e média dimensão e em regiões periféricas, contribuem
diretamente para a base exportadora da região, realizando uma parte significativa do seu volume de
negócios fora da sua região de origem. Daqui resulta:

• Os fluxos de serviços às empresas não se dirigem apenas para os níveis inferiores da hierarquia
urbana: é possível fluxos entre centros de oferta da mesma dimensão e fluxos entre centros
pertencentes a diferentes áreas de influência;

• Empresas de serviços localizadas em centros de pequena e média dimensão exportam o seu output
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para centros hierarquicamente superiores;
Serviços de apoio à act. económica e o desenvolvimento
regional

3. Serviços de apoio à atividade económica enquanto elemento polarizador do crescimento (Cont.)

• As exportações de serviços a partir de regiões periféricas e/ou dotadas de centros de


média/pequena dimensão podem ser muito importantes;

• As exportações de serviços são independentes da dimensão da empresa (i.e. empresas pequenas


podem exportar, uma % maior do que grandes empresas);

• A orientação exportadora das empresas de serviços depende do tipo de serviço (ex. serviços
jurídicos e advogados, serviços de segurança e catering mais orientados para o mercado local vs
serviços de marketing e consultoria exibem uma maior orientação para o mercado global);

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Serviços de apoio à act. económica e o desenvolvimento
regional

3. Serviços de apoio à atividade económica enquanto elemento polarizador do crescimento (Cont.)

• O contributo dos serviços para a base exportadora depende, também, da estrutura organizacional
e de propriedade da empresa: por exemplo, as sedes sociais das empresas de serviços multi-
estabelecimento e as empresas autónomas, de caráter local, caraterizam-se por uma maior
propensão à exportação extrarregional dos seus produtos; pelo contrário os estabelecimentos
pertencentes a empresas cuja sede social está localizada fora da região estão, em regra,
orientadas para o mercado local.

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RECURSOS HUMANOS

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INTRODUÇÃO – A MOBILIDADE DOS RH

• A análise da mobilidade dos RH em Portugal mostra que esta tende a acompanhar os demais
movimentos da população ➔ fazendo realçar, no seu conjunto, a persistência das assimetrias
espaciais existentes no nosso território ➔ bem como, a tendência gradual para o crescimento das
grandes áreas urbanas.

• Tal facto, segue a evolução e o crescimento da população portuguesa nas últimas décadas ➔ quando
se acentuaram as perdas da população ➔ e a alteração das estruturas demográficas em virtude da
persistência dos movimentos internos da população, em direção às cidades do litoral e às bacias de
emprego existentes em torno daqueles centros urbanos. Este fenómeno justifica as acentuadas perdas
de população registadas desde os anos 80 em diversas regiões do País – censos 2001 e 2011

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A FORMAÇÃO DE RH NO ENSINO SUPERIOR E O DR

A reflexão em torno da importância do ensino superior como fator de desenvolvimento regional devido ao
seu contributo na formação dos recursos humanos e nos processos de inovação social, ganhou novo
interesse depois de
• Porter (1990) ter realçado a importância dos fatores básicos fundamentais, tais como os recursos
naturais, o capital e, sobretudo, a mão de obra especializada, no processo de desenvolvimento
económico.
• Considera ainda fatores avançados, tais como as redes de comunicação e as instituições de
ensino superior, no crescimento socioeconómico responsável pela melhoria das condições sociais
e de vida da população.
• A formação de RH tem vindo a tornar-se um dos pilares fundamentais da modernização humana,
cultural, económica e social do País. Para isso, terá contribuído o alargamento da rede de formação
de ensino superior, universitário e politécnico, público e privado que se registou no território
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nacional.
A FORMAÇÃO DE RH NO ENSINO SUPERIOR E O DR

Tendo presente o contributo do ensino superior, na formação de recursos humanos, no prosseguimento


das atividades de ensino e de investigação e na prestação de serviços à comunidade, parece-nos
fundamental realçar que:
• Esta ação é tanto maior quanto mais aprofundadas e orientadas forem as aprendizagens para as
necessidades produtivas locais contribuindo assim para a mobilização eficaz da totalidade dos
recursos endógenos em cada região ➔ nomeadamente, através da fixação dos quadros técnicos nas
áreas da sua residência.
• A adequação dos cursos existentes ao tecido económico e produtivo regional e a capacidade do
sistema educativo desempenhar um papel de relevo no processo de modernização humana, social e
económica ➔ facilitam o processo de inovação empresarial e atraem novos habitantes.
47
A FORMAÇÃO DE RH NO ENSINO SUPERIOR E O DR

• No entanto a marcha recente dos sistemas sociais e produtivos, a evolução tecnológica e dos
mercados que têm estado na origem de inúmeros fenómenos de exclusão social e laboral, têm vindo a
dar azo a que se ponham em causa aspetos relacionados com o investimento em educação e o
crescimento económico, devido à manutenção das desigualdades sociais e do desemprego.

• Contudo, na atualidade novos contributos teóricos justificam a crescente procura social da educação:

• De acordo com a Teoria do capital humano, a educação constitui-se como um fator de


produtividade já que os indivíduos com maior escolarização se pode associar um maior rendimento
no trabalho. Tal verifica-se tanto ao nível da formação inicial como ao nível da formação laboral.

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A FORMAÇÃO DE RH E O ENSINO SUPERIOR EM
PORTUGAL

Quais as medidas de política educativa que procuram dar resposta ao problema da formação dos
RH na sua relação com o processo de desenvolvimento regional?

• Entre estas, destaca-se o Decreto Lei n.º 513-T/79 que criou o ensino superior politécnico, e veio
reforçar a importância da formação de técnicos de que as atividades socioeconómicas carecem e de
que o País necessita para o seu desenvolvimento. Por esta razão os Institutos Politécnicos devem
“colaborar diretamente no desenvolvimento cultural das regiões onde estão inseridos”, bem
como “prestar serviços à comunidade, como forma de contribuição para a resolução de
problemas, sobretudo de caráter regional, nelas existentes”.

• O enunciado destes princípios realça as expectativas criadas na ampliação da rede do ensino


superior, universitário e politécnico (sobretudo de natureza pública), que se estendeu a todas as
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regiões do País.
A FORMAÇÃO DE RH E O ENSINO SUPERIOR EM
PORTUGAL

• Os investimentos realizados, sobretudo, em Institutos Politécnicos nas capitais de distrito e em


infraestruturas (de natureza científica, social e cultural) tem vindo a contribuir para a animação dos
circuitos económicos locais e regionais. => Tais investimentos, contribuíram igualmente, para
reforçar a importância regional destes novos centros de ensino superior que de forma global
beneficiaram do aumento da procura social da educação registada em Portugal, mercê do processo de
democratização do ensino, da evolução da economia portuguesa e do acréscimo de expectativas
geradas pela abertura destas novas escolas.

• No seu conjunto, este processo ficou associado a uma nova procura social da educação em
Portugal, pelo incremento de novas áreas e domínios de formação e pela orientação dos novos
cursos às necessidades do tecido produtivo regional.
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A FORMAÇÃO DE RH E O ENSINO SUPERIOR EM
PORTUGAL

• A ação do ensino superior não se esgota na sua contribuição para a formação de quadros e técnicos
ou mesmo na formação de professores, mas sobretudo na sua capacidade de resposta à formação
global de recursos humanos, atividade que deverá assegurar de forma contínua e em complemento da
própria formação inicial.

• No entanto, compulsando alguns indicadores relativos à distribuição das escolas, da frequência dos
alunos ou mesmo da distribuição dos diplomados em Portugal, verificamos que essa distribuição
continua a não ser homogénea ➔ peso crescente da sua litoralização.

• Tal facto poderá continuar a justificar-se dada a maior oferta de oportunidades de emprego nas áreas
metropolitanas, bem como a maior atracão exercida pelos centros universitários tradicionais em
detrimento dos novos centros. 51
TURISMO

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TURISMO EM PORTUGAL

• A primeira definição de turismo foi estabelecida por Hunziker e Krapt, em 1942, segundo os quais este
“é o conjunto das relações e fenómenos originados pela deslocação e permanência de pessoas fora do
seu local habitual de residência, desde que tais deslocações e permanências não sejam utilizadas para
o exercício de uma atividade lucrativa principal, permanente ou temporária”.

• Com um peso incontornável na economia portuguesa (10% do PIB e de 8% do emprego), o turismo é


também um setor fortemente exportador de serviços => Tem uma importância verdadeiramente
estratégica para a economia portuguesa em virtude da sua capacidade em criar riqueza e emprego.

Turismo cresce em Portugal - 16.08.2016 | TVI:


https://www.youtube.com/watch?v=KaCPcpjKFgw
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TURISMO EM PORTUGAL

• O Turismo é um setor estratégico para a economia nacional pelas receitas diretas e indiretas que gera,
contribuindo com cerca de 46% das exportações dos serviços e mais de 14% das exportações totais.

• O clima e a luz, a história, a tradição e a cultura, o mar, a hospitalidade, a gastronomia e a diversidade


da oferta num território de pequena dimensão, fazem de Portugal um apetecível destino turístico
para os mais de 13 milhões de turistas que anualmente fazem férias no país. A estes fatores
acrescem a segurança, a paisagem e o património nacional.

• Estimativas da OMT – Organização Mundial de Turismo apontam para que o turismo crescerá a nível
mundial até 2030 a um ritmo de cerca de 3,3 por cento ao ano, o que representa um fluxo de mais 40 a
43 milhões de turistas e traduz um ciclo de oportunidades para os negócios do turismo em Portugal.
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TURISMO EM PORTUGAL

A Estratégia Turismo 2027 (ET27), aprovada pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 134/2017 de
27 de setembro, é o referencial estratégico para o Turismo em Portugal na próxima década.
A construção da Estratégia para o Turismo 2027 teve por base um processo participativo, alargado e
criativo, no qual o Estado assume a sua responsabilidade e mobiliza os agentes e a sociedade.
Consubstancia uma visão de longo prazo, combinada com uma ação no curto prazo, permitindo atuar com
maior sentido estratégico no presente e enquadrar o futuro quadro comunitário de apoio 2021-2027.
É uma estratégia partilhada de longo prazo, para o Turismo em Portugal, que visa os seguintes objetivos:
➢ Proporcionar um quadro referencial estratégico a 10 anos para o turismo nacional;
➢ Assegurar estabilidade e a assunção de compromissos quanto às opções estratégicas para o
turismo nacional;
➢ Promover uma integração das políticas setoriais;
➢ Gerar uma contínua articulação entre os vários agentes do Turismo;
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➢ Agir com sentido estratégico no presente e no curto/médio prazo.
TURISMO EM PORTUGAL

O TER – Turismo em Espaço Rural – é uma forma de desenvolvimento económico e de valorização do


potencial endógeno das zonas rurais. Este deve ser:
• situado em espaços rurais (áreas com ligação tradicional e significativa à agricultura ou ambiente e
paisagem de caráter vincadamente rural);
• considerado como um conjunto de atividades e serviços realizados e prestados mediante remuneração
em zonas rurais, segundo diversas modalidades de hospedagem, de atividades e serviços
complementares de animação e diversão turística, com vista a proporcionar aos clientes uma oferta
completa e diversificada;
• à escala rural do ponto de vista da dimensão e das caraterísticas arquitetónicas e dos materiais
construtivos típicos da região;
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TURISMO EM PORTUGAL

• ligado às estruturas sociais ditas tradicionais, isto é, as que conservam as caraterísticas gregárias, os
valores, modos de vida e de pensamento das comunidades rurais baseadas em modelos de agricultura
familiar;
• sustentável, na medida em que o seu desenvolvimento deve ajudar a manter as caraterísticas rurais da
região, utilizando os recursos locais e os conhecimentos derivados do saber das populações e não ser
um instrumento de urbanização;
• diferenciado de acordo com a diversidade do ambiente, da economia e com a singularidade da história,
das tradições e da cultura populares;
• de acolhimento personalizado e de acordo com a tradição de bem receber da comunidade em que se
insere.
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TURISMO EM PORTUGAL

• Em Portugal o Turismo em Espaço Rural (TER) foi regulado em 1986 com o Decreto-Lei n.º 256/86 de
27 de Agosto. De acordo com a Direção Geral do Turismo (DGT), o TER designa-se por um conjunto
de serviços e atividades concedidas em zonas rurais, mediante posterior remuneração, sob variadas
modalidades de hospedagem, com atividades e serviços complementares de animação turística, com
intuito de oferecer um produto turístico completo e diversificado em espaço rural.
• As modalidades atuais que compõem o TER são:
➢ Turismo de Habitação;
➢ Turismo Rural;
➢ Casas de Campo;
➢ Agroturismo;
➢ Turismo de Aldeia;
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➢ Hotéis Rurais.
TURISMO EM PORTUGAL

• Ao Turismo de Habitação está associada uma maior qualidade, surgindo em casas apalaçadas ou
com valor arquitetónico, histórico ou artístico, representativos de uma determinada época,
apresentando um nível elevado no seu mobiliário e decoração.
• O Turismo Rural é caraterizado por casas rústicas que se inserem num agregado populacional ou
próximo e caso as habitações se situem em zonas rurais e disponibilizem serviços de alojamento a
turistas, são denominadas por Casas de Campo.
• O Agroturismo verifica-se quando existem casas de habitação ou complementos integrados numa
exploração agrícola, podendo o hóspede participar nas tarefas da exploração ou outras atividades de
animação.

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TURISMO EM PORTUGAL

• O Turismo de Aldeia carateriza-se pelo serviço de hospedagem prestado num empreendimento


composto por um conjunto de, no mínimo, cinco casas particulares situadas numa aldeia e exploradas
de modo integrado, quer sejam ou não utilizadas como habitação própria dos seus proprietários,
possuidores ou legítimos detentores.
• Os Hotéis Rurais são estabelecimentos hoteleiros de natureza familiar situados em zonas rurais e fora
das sedes de município que sejam explorados diretamente pelos seus donos ou familiares. Os hotéis
rurais só podem ser explorados por pessoas singulares ou sociedades familiares que os utilizem
simultaneamente como residência própria.
(Fonte: Decreto-Lei nº 169/97 de 4 de Julho)

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TURISMO EM PORTUGAL

O TER não se integra nas modalidades convencionais de turismo.

Possui caraterísticas muito próprias que permitem aos utentes a oportunidade de conviver com as
práticas, tradições e valores da sociedade rural, valorizando as particularidades das regiões no que elas
têm de mais genuíno, desde a paisagem, à gastronomia e aos costumes, beneficiando da sua
hospedagem e de um acolhimento personalizado.
É uma atividade que pode favorecer o crescimento e economia locais contribuindo para atenuar os
desequilíbrios regionais. Isto porque, cria postos de trabalho, promove o desenvolvimento de outras
atividades, incentiva o desenvolvimento do artesanato, promove a qualidade dos produtos, a história, as
tradições e cultura da região.
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TURISMO EM PORTUGAL

Ao longo dos últimos anos, Portugal tem formulado e implementado as políticas nacionais e comunitárias
para fins de alojamento turístico em zonas rurais. Neste sentido, relativamente à oferta, verificou-se um
aumento significativo entre 2000 e 2011, do número de camas e de estabelecimentos turísticos:

Fonte: Ministério da Agricultura,


Mar, Ambiente e Ordenamento do Território - GPP

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TURISMO EM PORTUGAL

Verificou-se igualmente um crescimento significativo entre 2007 e 2010, do número de empresas (9%),
postos de trabalho (11%) e volume de negócios (24%).

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Fonte: Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território - GPP
TURISMO EM PORTUGAL

Em termos de procura, as dormidas em alojamento em TER, apresentaram um crescimento positivo (entre


2000 e 2008), de mais 20%, estimando-se que esta tendência positiva se mantenha nos próximos anos.

Fonte: Ministério da Agricultura, Mar,


Ambiente e Ordenamento do Território - GPP

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TURISMO EM PORTUGAL

A procura de dormidas em alojamento em TER, por estrangeiros, apresentou um crescimento ligeiro, no


período de 2000 a 2008. Como países de origem dos turistas destacam-se a Alemanha, a Espanha, o
Reino Unido e a França.

Fonte: Ministério da Agricultura,


Mar, Ambiente e Ordenamento do Território - GPP

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