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Introdução de

estudo ao direito
1.
REVISÃO E CONTINUAÇÃO SOBRE A TEORIA PURA
DO DIREITO – HANS KELSEN.

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TEORIA PURA DO DIREITO
✘ É uma teoria reducionista, identificando o Direito com a norma jurídica. Sua
pureza metódica consiste em restringir o Direito a fatores estritamente
jurídicos, sem a ingerência de ideologias políticas e das ciências da natureza;
✘ O Direito é um agregado normativo que não requer legitimação pela instância
axiológica, e diante disso, compete ao aplicador a verificação somente dos
requisitos de validade: respeito à hierarquia e eficácia;
✘ O importante é se a norma é válida ou inválida, lícita ou ilícita. Os valores de
justiça seriam subjetivos, transcendendo assim os quadros da Ciência do
Direito;
✘ A variação dos fatos e valores não afetaria a juridicidade das normas, pois estas
não se condicionam a valores específicos.
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A TEORIA PURA AUTORIZA AO INTÉRPRETE A SUA IDENTIFICAÇÃO
COM IDEOLOGIAS AUTORITÁRIAS?

‘’Embora não haja indicativo nesse sentido e a Teoria se apresente eticamente


neutra, é indubitável que se mostra permissiva ou um estuário do bem e do mal,
do justo e do injusto, do liberal e do despótico. A sua falta de exigências éticas,
o que implica a autorização ou tolerância para que se instalem, sob o pálio da
lei, regimes autoritários. A Teoria não apresenta mecanismo de resistência às
normas substancialmente injustas ou formas de tutela ao Direito Natural.’’
(Nader, 2012, p. 238)

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TEORIA PURA DO DIREITO

✘ A afirmação de que o Direito é apenas a norma, corresponde a uma


dissociação incompreensível;

✘ Com isso a pureza metódica confere autonomia à Ciência Jurídica, mas


diminui a importância do Direito;

✘ Com isso, temos que o Direito não descreve fatos que ocorrem
necessariamente, mas estabelece o dever ser das condutas sociais.

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CAUSALIDADE IMPUTAÇÃO

CIÊNCIAS NATURAIS CIÊNCIAS NORMATIVAS

A CONEXÃO ENTRE O ILÍCITO E A


SANÇÃO NÃO É CAUSAL. APLICA-SE
CONEXÃO DE ORDEM CAUSAL
POR CONTA DA PRESCRIÇÃO
NORMATIVA

SE A É, B É SE A É, B DEVE SER

FÍSICA, QUÍMICA DIREITO, MORAL, RELIGIÃO

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NORMA JURÍDICA
✘ As normas jurídicas não são juízos, nem tampouco traduzem, diretamente, nenhum
comando ou imperativo, se limita a ligar um fato condicionante a uma consequência –
a sanção –, sem enunciar qualquer juízo a respeito do valor moral ou político dessa
conexão;
✘ A norma jurídica, editada pela autoridade, tem caráter prescritivo e se configura em
manifestação de um ato de vontade, enquanto a proposição jurídica, emanada da
doutrina, tem natureza descritiva e decorre de ato de conhecimento;
✘ À ciência jurídica não cabe investigar a eficácia da norma, mas tão somente se
pronunciar acerca de sua validade formal, ou se possui vigência. Isso porque, ao
discorrer se determinada norma é ou não vivenciada como regra social, estaria
emitindo juízos referentes à ordem do ser, juízos sobre a realidade;
✘ Norma jurídica primária e secundária.

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SUBSUNÇÃO

✘ Na concepção de Tercio S. Ferraz Jr., a subsunção consiste na ação


de considerar um fato jurídico como reprodução da hipótese
contida na norma jurídica.

✘ O processo de subsunção tem a ver com o problema da aplicação


do direito.

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SUBSUNÇÃO

✘ COMO SE APLICA A NORMA JURÍDICA?

Uma norma jurídica é aplicada quando a sanção prescrita é dirigida


contra a conduta contrária ao ‘’dever ser’’ normativo. Ou seja, uma
norma é cumprida quando não é violada, e isso deriva de sua eficácia.

APLICAÇÃO X INTERPRETAÇÃO

NORMA / FATO / APLICADOR (subsunção)

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SILOGISMO JURÍDICO

A aplicação da norma jurídica a um caso concreto se explica por meio de um


silogismo jurídico.
A = hipótese fática B = consequência

PREMISSA PREMISSA
MAIOR MENOR CONCLUSÃO

Se A, O fato
deve ser previsto Então B.
B em A

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VALIDEZ DA NORMA

✘ A ordem jurídica congrega normas que se vinculam dentro de uma


organização hierárquica;

✘ Kelsen nega a existência do Direito Subjetivo tendo em vista que a


possibilidade de agir é somente uma consequência da norma jurídica;

✘ A validez de uma norma está na em outra de instância superior, à exceção


da norma hipotética fundamental;

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OBSERVAÇÕES!
✘ Em “Direito internacional e Estado soberano”, Kelsen apresenta o
pensamento dele e de seu aluno-orientando Umberto Campagnolo, onde
os dois discorrem acerca da prevalência, ou não, do direito internacional
sobre o direito nacional;

✘ Para Hans Kelsen, o direito internacional prevalece sobre o direito


nacional;

✘ O pensamento científico de Hans Kelsen recebeu a influência da filosofia


do Círculo de Viena, mas ele não participou formalmente deste. Ele fazia
parte da Escola de Viena(positivismo jurídico, formada por Kelsen e seus
seguidores) e não do Círculo de Viena (neopositivismo lógico).
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CITAÇÕES

Prefácio à primeira edição (Genebra, 1934)


✘ ¨Há mais de duas décadas que empreendi desenvolver uma teoria jurídica
pura, isto é, purificada de toda a ideologia política e de todos os elementos de
ciência natural, uma teoria jurídica consciente da sua especificidade porque
consciente da legalidade específica do seu objeto¨
Prefácio à segunda edição (Berkeley, 1960)
✘ “... agora procuro resolver os problemas mais importantes de uma teoria geral
do Direito de acordo com os princípios da pureza metodológica do
conhecimento científico-jurídico e, ao mesmo tempo, precisar, ainda melhor
do que antes havia feito, a posição da ciência jurídica no sistema das
ciências”
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DIREITO E JUSTIÇA

✘ Para Kelsen, o juízo de valor seria aplicável apenas sobre as condutas e não sobre as
normas, daí não se pode atribuir à norma jurídica a qualidade de justa ou injusta;

✘ A validade de uma norma requer apenas seu ajustamento dentro de uma hierarquia
normativa e sua eficácia, independendo assim, de uma ideia de justiça;

✘ Segundo o jurista austríaco, quando se diz que uma lei é injusta, não se pode
alcançar a qualidade da lei, mas a conduta social de quem a elaborou;

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Interpretação autêntica e não autêntica
✘ O jurista austríaco distingue a interpretação das normas jurídicas em duas espécies:
autêntica, aquela é interpretada pelo órgão com competência para aplicá-la; e não
autêntica, interpretação realizada por pessoas estranhas ao órgão jurídico, quais sejam
as pessoas em geral e a ciência jurídica;
✘ Kelsen aponta que a interpretação autêntica do Direito é aquela realizada pelo órgão
jurídico, ou seja, pelo aplicador do ordenamento jurídico, destacando-se dessa forma os
Tribunais, órgãos legislativos, órgãos administrativos, dentre outros;
✘ Por outro lado, Kelsen entende que a interpretação não autêntica é aquela realizada por
um órgão não jurídico, ou seja, “por uma pessoa privada, e, especialmente, pela Ciência
Jurídica;
✘ A diferença entre a interpretação autêntica e não autêntica refere-se à natureza do ato. A
primeira é o exercício da competência jurídica, fonte formal do Direito; enquanto a
segunda se realiza através de ato cognoscitivo, através do conhecimento, sem criar uma
norma jurídica, fonte material do Direito.
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INTERPRETAÇÃO
(KELSEN)

NÃO
AUTÊNTICA
AUTÊNTICA

ORGÃO PESSOA
APLICADOR PRIVADA

LEGISLATIVO
CIÊNCIA JURÍDICA
JUDICIÁRIO
E JURISTAS.
ADMINISTRATIVO

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