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Resoluções das atividades INTERPRETAÇÃO TEXTUAL 2

M
Ó 1 Texto e interpretação textual » 1
D 2 O que é contexto; O poder da leitura » 2
U 3 O papel da inferência; Implícito e explícito » 3
L Atividades discursivas » 5
O
S

MÓDULO 1
Texto e interpretação textual
ATIVIDADES
PROPOSTAS
PARA SALA
01 C
ATIVIDADES
Ao inserir termos da língua inglesa em seu poema-can-
ção, o rapper demonstra lutar contra uma visão vernacu-
01 D
lista, que busca valorizar a existência de uma língua pura.
O texto dialoga de maneira parodística com o livro bíblico E, antropofagicamente, mostra que a língua não é algo
Gênesis. Por meio do humor e da ironia, como se vê em estático, pois sempre está aberta a novos diálogos com
“Foram inventados o calmante e o estimulante”, a narra- outras línguas e linguagens.
tiva enaltece o caos, a desordem do cotidiano, desde a
criação até a morte do ser humano.
02 C
02 A
A obra de Grada foca nas temáticas do racismo e da
Ao afirmar “o seu dinheiro nasce de repente” e “você acha memória com o intuito de discutir os percursos e percalços
nas ruas diariamente anéis, dinheiro e felicidade...”, vê-se a da identidade negra. Além disso, a artista trabalha com
presença de ironia na canção, que faz menção ao enrique- novas tecnologias, mostrando que o processo de desco-
cimento de origem duvidosa de alguns. Entendendo-se a lonização do pensamento também passa pelo diálogo e
ironia como a afirmação de algo quando se quer realmente pela apropriação das novas formas de se fazer arte.
dizer o oposto disso, é coerente o que afirma a alternativa A.

03 A 03 D
Em “Aquele bêbado”, a personagem decidiu que iria dei- A imagem do grafiteiro Speto apresenta, formalmente, ele-
xar de consumir álcool, mas acabou por morrer de “etilismo mentos que se assemelham ao processo de fazer gravuras
abstrato”. O paradoxo da expressão revela o uso metafó- em relevo sobre madeira, conhecido como xilogravura,
rico do verbo beber para descrever a atitude apaixonada
bem como a reprodução de cenas tipicamente nordestinas.
de quem se entrega às sensações para admirar intensa-
mente o espetáculo da vida e usufruir do prazer pleno que
as várias manifestações artísticas lhe provocavam. 04 A

04 D As informações sobre as possibilidades de contágio de


doenças e a descrição dos comportamentos que devem ser
O bater da pêndula do relógio concretiza, materializa a
evitados pelos doadores de sangue indicam que a campanha
ideia de tempo para o narrador e, assim, redireciona seu
tem como objetivo principal a conscientização da sua corres-
possível idealismo romântico após saborear um beijo.
Além disso, o relógio traz em si uma aguda consciência da ponsabilidade pela qualidade do sangue: “Da sua honesti-
passagem do tempo e a certeza dos instantes perdidos. dade depende a vida de quem vai receber seu sangue”.

05 D 05 B
Expressões como “eu sou profissional”, “eu cobro” e “preço O texto proposto explica que a oralidade, por meio de
da opinião” revelam que a principal consequência criticada relatos verdadeiros ou ficcionais, permitiu a preservação e
na tirinha é a comercialização de pontos de vista, paradig- a transmissão da cultura indígena brasileira, possibilitando
mas vividos atualmente pelo público das mídias digitais. o conhecimento da tradição desses povos.

06 D 06 A
O autor deixa claro que a condição cidadã não depende No poema, a argumentação do lavrador é melhor que a do
apenas da leitura e da escrita. Ainda que sejam instrumen- poeta, o que caracteriza que a vivência daquele supera o
tos eficazes, não são de fato os meios determinantes para conhecimento teórico deste. Na linguagem de ambos, há valor,
o desempenho de uma participação cidadã. O exercício os quais são diferentes e aplicáveis em situações distintas.
da cidadania deve ser pautado por uma postura solidária
para com o outro – o brasileiro em condições de pobreza 07 D
– e pelo rompimento com o quadro de pobreza ao qual
tantos cidadãos estão submetidos. Nesse sentido, com O texto revela como o capitalismo se estrutura pela opres-
base na análise do texto, fica evidente uma avaliação crí- são dos mais fracos pelos mais fortes por meio de uma
tica acerca da condição cidadã no Brasil. organização social.

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08 C 03 B
A crítica aos contos de fada é realizada pela ilusão de que Percebe-se, com base no texto, que a variedade-padrão,
a beleza da personagem lhe daria melhor sorte na vida e embora de domínio de muitos falantes, está sujeita à dinâ-
no amor. A personagem Silmara, mesmo sendo dotada de mica decorrente das mudanças da fala e da escrita – como um
processo espontâneo. Segundo esse processo, a disciplina e
beleza, possui um fim diferente dos contos de fada e uma
a normatização gramaticais não podem bloquear, com base
característica que não é própria das mocinhas do referido em um viés ajuizante, as diferenças que se estabelecem entre
gênero, a soberba. o que se entende como “ideal linguístico“ e o que é efetiva-
mente praticado pelos falantes do português do Brasil.
09 A
A ausência da concordância ratifica o diálogo com as mar- 04 D
cas de oralidade. No texto, discorre-se sobre o ato de leitura. Para a autora,
ler implica atribuir significado ao texto, relacionando-o
10 E a todos os outros textos significativos para cada um. Ela
Há um processo de suavização da ideia de falecimento, ainda apresenta a leitura como um ato de reconhecimento
da intencionalidade do autor ou como um ato de rebeldia
sendo este apresentado por meio do pensamento vincu-
contra esta, propondo outra visão sobre o texto.
lado ao silenciamento da poeta.
05 C
11 D
Assim como o eu lírico drummondiano, o eu lírico do poema
A primeira estrofe de “À garrafa” apresenta a ideia de con- de Orides Fontela percebe que a poesia não tem poder de
tenção do poeta diante da poesia, a segunda, de amadu- modificar sequer uma pessoa, quanto mais o mundo.
recimento da linguagem e a terceira e a quarta, de trans-
formação da palavra, que nesse momento se apresenta 06 D
livre e luminosa, como em uma “explosão de diamantes”. Na tirinha de Mafalda, há uma visão pessimista sobre a ques-
tão do desarmamento no mundo, pois o avião em que a ten-
12 C tativa é noticiada não resiste ao impulso inicial e estatela-se
O texto explica que o desuso de alguns termos e expres- no chão. Já na letra da música “Sonho impossível”, o eu
lírico acredita que, apesar de todas as dificuldades e sofri-
sões está vinculado a preconceitos socioculturais. Esses
mentos, o futuro será promissor, pois “o mundo vai ver uma
preconceitos, influenciados pela gramática normativa, flor/ Brotar do impossível chão”. A flor estabelece, assim,
vinculam-se ao fato de o falante associar a palavra a um uma metáfora de um mundo melhor, contrastando com o
determinado grupo ou geração da qual não faz parte; o pessimismo de Mafalda, como se afirma na alternativa D.
verbo pinchar, por exemplo, pertence ao contexto rural e é

PROPOSTAS
falado por pessoas com menos escolaridade e mais idade. ATIVIDADES

01 D
MÓDULO 2
O que é contexto; O poder da leitura A personagem-narradora mostra que Zé-Zim, típica
figura sertaneja, é um homem livre, que, em tese, pode

PARA SALA
tomar decisões de forma autônoma. No entanto, seus
ATIVIDADES erros de decisões necessitam, muitas vezes, do amparo
dos seus empregadores. Estes são responsáveis pela
proteção nesses momentos difíceis. Assim como com
01 C Zé-Zim, a mesma situação aconteceu com a família da
personagem-narradora.
Essa questão exige que o aluno estabeleça relações entre
o texto literário e o momento de sua produção, situando 02 C
aspectos dos contextos histórico, social e político. O livro O título do artigo estabelece comparação entre dois ter-
A rosa do povo revela um olhar pessimista sobre as ins- mos, big e bang, atribuindo valor de superioridade do pri-
tituições humanas e sociais submetidas à realidade da meiro em relação ao segundo. Assim, torna-se coerente
Segunda Guerra Mundial. com a informação científica apresentada no texto: o início
do universo em que vivemos não decorreu de uma explo-
são (bang), mas sim da expansão de matéria e energia infi-
02 C nitas (big) concentradas em um ponto microscópico.
A questão analisa a capacidade de refletir sobre a diversi- 03 A
dade sociocultural brasileira presente no poema de Mário O fato de a rede social Twitter limitar o envio de mensa-
de Andrade. Nesse texto, percebe-se um importante diá- gens com até 280 caracteres é coerente com o objetivo do
logo entre o Brasil do Sudeste e o Brasil do Norte. concurso de contos com 1 778 ou menos.

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IN TERPRETAÇÃO TEXTUAL 2

04 B 11 D
A tira de Laerte alude ao fato de que o migrante nordes- O artigo indefinido um indica a ausência de demarcação de
tino, ao entrar nos grandes centros urbanos do país, acaba personalidade; refere-se a qualquer homem como recurso
enfrentando o preconceito, sem que sejam levados em para retratar a miséria humana em sentido genérico, amplo.
conta outros aspectos envolvidos nesse processo migrató-
rio, como a contribuição para o desenvolvimento e para o
12 B
crescimento de certas regiões por meio da força de traba-
lho que oferecem. É possível perceber a presença de elementos oriundos
do pensamento materialista e cientificista da segunda
05 B metade do século XIX em obras de literatura brasileira, tais
A obra Dois irmãos, de Milton Hatoum, descreve a migra- como Memórias póstumas de Brás Cubas e O Mulato, de
ção libanesa para a Região Norte do Brasil. No trecho em Machado de Assis (Realismo) e Aluísio Azevedo (Natura-
destaque, percebe-se como a religião tem papel relevante lismo), respectivamente. Nomes como Comte, Taine e Dar-
nas decisões familiares afetivas. win e as diferentes correntes de determinismo exerceram
grande influência sobre os escritores realistas e naturalistas.
06 D
No poema, as palavras apresentam-se fragmentadas co-
mo maneira de representar a fragmentação da memória, MÓDULO 3 O papel da inferência; Implícito e
sujeita à passagem do tempo e à sucessão de acontecimen- explícito
tos da vida.

07 C
ATIVIDADES
PARA SALA
Somando o contexto poético do texto 1 com a análise crí-
01 E
tica do texto 2, infere-se que a figura da personagem-nar-
radora é universalizada e abrange outros sertanejos com a O esclarecimento inicial do avô explicita a origem latina
mesma condição. da expressão habeas corpus para o garoto. No entanto,
a atualização do conteúdo dessa expressão, em função
08 C do uso generalizado pelo Poder Judiciário e da conces-
No texto 1, percebe-se que João Guedes tinha sido uma são desse direito, em situações mal julgadas, leva o avô
pessoa conhecida no boliche de sua cidadezinha. Ao tentar a explicar ao neto, sob um ponto de vista crítico, que o
a vida fora dela, morreu em completa mendicância, miserá- sentido da expressão para o público geral torna-se incom-
vel, recém-saído de uma cadeia por roubo de ovelha. Pelo preensível, ideia sugerida pelo emprego da construção
trecho, percebe-se que a vida longe dos conhecidos e em “vira grego“, como exposto na alternativa E.
uma cidade maior levou-o ao fim. Já no texto 2, percebe-se
a aflição de um homem que precisa sobreviver. Para isso, 02 D
pede emprego de ajudante em qualquer negócio e ainda
Valendo-se da função conativa da linguagem, o anúncio
assim não arranja trabalho; todos querem referências, mas
faz uso da bandeira do Brasil com parte do seu verde, cor
ele havia acabado de sair da cadeia. É onde está a contra-
que representa as matas da nação, devastado, e tem como
dição: sem emprego, o que fazer senão roubar? Em ambos
os textos, fica claro que a falta de saída para a sobrevivência principal função alertar sobre o desmatamento da Mata
digna pode levar uma pessoa para a criminalidade. Atlântica.

09 E 03 A

O texto apresenta uma breve apreciação e descrição de A frase “Lugar de mulher também é na oficina” é usada
uma obra literária com o objetivo de apresentá-la de forma como preâmbulo das informações sobre a mudança de
sintetizada, apontando, guiando e convidando o leitor a comportamento das mulheres na sociedade atual, incluin-
conhecer o livro na íntegra. Assim, é correta a alternativa E, do-as em áreas que eram tradicionalmente reservadas ao
que define o fragmento como uma resenha por apresentar domínio masculino. Assim, é correta a alternativa A, pois
uma produção intelectual de forma crítica. o enunciado confirma o objetivo do texto de demonstrar
que a situação das mulheres mudou na sociedade contem-
10 A porânea.
O texto 1 descreve a linguagem tipicamente radiofônica
como portadora de simplicidade e de objetividade, mar-
04 B
cada pela interlocução com o ouvinte, fato que se confirma
no texto 2, em que o “locutor” da música lê de forma bas- A mulher e a criança simbolizam a fragilidade da popula-
tante direta e graciosa, uma carta de amor de uma ouvinte ção que sofre em meio a tanta violência. Essa associação
do programa para um suposto amante, que teria sumido. não está evidente, exigindo que o público a perceba.

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05 B 05 D
Ao afirmar que não faz questão de lançar moda e que jamais Com base no fragmento “mas é preciso ver o que se está
a verão cantando de biquíni, a cantora reafirma que seu aprendendo e algumas vezes interferir nesse processo a fim
talento vocal importa mais do que as roupas que veste. de otimizar ou de orientar a aprendizagem, mostrando aos
usuários outros temas, outros caminhos, outras possibilida-
des diferentes daquelas que eles encontraram sozinhos ou
06 A
daquelas que eles costumam usar”, ratifica-se a ideia de que a
Apenas a alternativa A é correta, pois as demais apresen- autora, apesar de discutir os males do mundo digital, destaca,
tam os seguintes desvios de conceitos: principalmente, que a internet é um espaço que possibilita a
ampliação do conhecimento por meio de uma aprendizagem
 em B, a palavra ziguezague, por imitar um som, confi-
gura uma onomatopeia, e não metonímia;
otimista e direcionada.

 em C, ao contrário do afirmado, a função poética usa


linguagem predominantemente conotativa, refletindo
06 D
No seu texto, a autora questiona a existência de uma crise
a subjetividade do eu lírico; de leitura. Segundo ela, os brasileiros leem, embora tal lei-
 em D, nos versos 8 e 9, afirma-se que é a compreensão,
e não a paixão, a responsável pela construção no bor-
tura não seja de livros que as pesquisas tradicionais levam
em conta. Para M. Lajolo, a existência de uma crise em leitura
dado da vida de uma pétala de rosa; não pode basear-se em dados de pesquisas acadêmicas.

 ao contrário do que se diz na alternativa E, não existe


no poema nenhuma referência ao papel predominante
07 D
Na passagem em que o autor elenca uma série de famí-
da mulher, pois, da mesma forma que tecido e linha são
lias com sobrenomes que são sinônimos de riqueza e de
fatores com igual importância para a confecção do bor- poder, conhecidas por grande parte do país, ele não deixa
dado, eu lírico e mulher amada são, ambos, igualmente de ressaltar que o que mantém essas famílias é o trabalho
essenciais para a construção de uma vida a dois. dos Silva. No texto, a distinção social é evidenciada pelos
sobrenomes.

PROPOSTAS
08 C
ATIVIDADES
A questão aborda, por meio de uma crônica machadiana,
a real importância de ler jornais mais antigos: a capacidade
01 E de reconstituição de fatos, ou seja, de reconstrução da
Relacionando as tecnologias de comunicação e informa- memória.
ção ao desenvolvimento das sociedades, percebe-se que 09 B
as novas tecnologias podem propagar valores e promover
A obra História do Brasil, do poeta Murilo Mendes,
o engajamento da sociedade a esses valores, como se viu
assume um caráter brincalhão ao expor uma visão de bra-
na mobilização no Egito. silidade típica da 1ª Geração Modernista, com forte teor
satírico, a fim de romper com a sisudez de determinadas
02 C figuras históricas.
Há uma crítica velada à forma de governo, explorando a
alegoria comparativa com o povo hebreu e o seu opressor 10 E
Faraó, que tipifica os líderes que oprimem o povo. O autor vale-se de citações de Cícero para mostrar às pes-
soas que é possível aceitar o envelhecimento sem angús-
03 D tia. Ao refletir sobre as circunstâncias que valorizam cada
etapa da vida (“todas as idades têm seus encantos e suas
Conforme o próprio título indica (“Poema tirado de uma
dificuldades”), Cícero põe em evidência a contradição da
notícia de jornal”), o texto apresentado é um poema; humanidade que sonha com a longevidade e, quando a
trata-se, portanto, de um texto literário, uma vez que consegue, mergulha em melancolia e amargura.
sua natureza é artística. A peculiaridade de apresentar
elementos narrativos é confirmada pela presença de um 11 D
narrador em 3a pessoa que relata o dia da morte (“Bebeu/ Ao partir do pressuposto de que a indústria de brinquedos
Cantou/Dançou”) da personagem (João Gostoso) até seu influencia nas representações do corpo feminino, o texto
desencadear (“e morreu afogado”). em tela discute, com números, esta proporcionalidade.

12 A
04 B
A falta de confiança acerca dos textos informativos da
O discurso do emissor mostra a importância da valorização Wikipédia se dá pelo fato de qualquer internauta poder
e do respeito ligados ao primitivismo, caracterizado pela editar os verbetes já existentes, incluindo ou excluindo
figura indígena. informações.

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IN TERPRETAÇÃO TEXTUAL 2

ATIVIDADES Módulo 2
01 A ironia está presente no último verso: “Desconfio que
escrevi um poema”. Esta afirmação se opõe ao que o eu
lírico expressa nos primeiros versos, em que considera
impossível se fazer verdadeira poesia perante os acon-
Módulo 1 tecimentos da modernidade. Ao longo do poema, o eu
01 a) Tanto o excerto de “Conversa de bois” como o de “Um lírico questiona o mundo em que vive e expõe as sensa-
ções conflitantes que concebe. O terceiro verso, “O último
boi vê os homens” transcrevem reflexões dos animais
trovador morreu em 1914.”, alude ao início da Primeira
sobre a condição humana. No primeiro, o boi Dançador
Guerra Mundial e ao declínio de um fazer poético que
constata a supremacia do homem sobre os irracionais
deve ser substituído por outro e cujo padrão estético se
pelo fato de ser provido de mãos: “O homem tem par-
adivinha nas estrofes subsequentes. Se o último trovador
tes mágicas… São as mãos”. Já no segundo, as reflexões morreu em 1914 e não é mais possível fazer poesia, a pró-
recaem sobre a natureza íntima do ser humano, despro- pria concepção e sobrevivência do poema que o eu lírico
vida de atributos essenciais que pudessem torná-lo mais reconhece como tal é uma negação dos primeiros versos:
sensível ao mundo que o rodeia: ”Certamente falta-lhes/ “Impossível compor um poema a essa altura da evolução
não sei que atributo essencial”, “não escutam/ nem o / da humanidade. / Impossível escrever um poema – uma
canto do ar nem os segredos do feno”. linha que seja – / de verdadeira poesia.” Assim, ao sub-
b) O conto de Rosa e o poema de Drummond, por apre- verter o sentido de fragmentos do próprio texto, o título é
sentarem conceitos elaborados por seres irracionais, parte integrante da ironia expressa.
valem-se da prosopopeia ou personificação, figura
de linguagem pela qual o autor atribui características 02 O ponto em comum abordado pelos textos é a exploração
humanas a seres inanimados ou a animais. do trabalho: há sempre o dominador e o dominado; o que
trabalha e o que usufrui do trabalho do outro; o escravo e
02 a) Nos trechos citados no enunciado, os retratos dos pais
o senhor.
realizados por seus filhos diferem na perspectiva tem-
poral dos narradores, na linguagem e na visão da figura 03 O pretérito imperfeito expressa a repetição de fatos habi-
paterna no contexto familiar de cada um. Em Memórias tuais. O presente do indicativo no sexto verso indica que a
póstumas de Brás Cubas, o narrador é um homem adulto, história de Robinson Crusoé não termina nunca.
com linguagem elaborada e intencionalmente irônica,
que relembra a sua infância de forma distante, através de
verbos, predominantemente, no pretérito imperfeito do Módulo 3
indicativo. Em Minha vida de menina, o narrador é uma 01 a) O
 trecho que evidencia de modo mais claro a profis-
criança que o leitor identifica na linguagem simples de fra- são de Manolito é “a gente não vende mais nada”, em
ses curtas e repetição de vocábulos com que tece consi- que ele se inclui como alguém que trabalha como aten-
derações sobre ambas as figuras paternas, através do uso dente em um estabelecimento comercial.
de verbos no presente do indicativo.
b) Com base na norma-padrão, o trecho deve ser assim
b) As expressões “O marido era na Terra o seu deus” e
reescrito: “As lojas fecham mais tarde porque não escu-
“só Nossa Senhora pode ser melhor que mamãe”
rece mais tão cedo”. Desfazendo-se a redundância do
não podem ser consideradas, respectivamente, como
trecho, tem-se: “nós ficamos muito mais contentes com
exemplos de visões contrastantes da organização fami-
a chegada da primavera”.
liar, o patriarcado e o matriarcado. No texto I, o narra-
dor desvaloriza a figura materna no contexto familiar 02 Sim, há uma contradição, pois o Juiz de paz afirma que
(“Minha mãe era uma senhora fraca, de pouco cére-
não gosta de ter presos em casa, justificando que pode-
bro”, ”caseira, apesar de bonita”, “temente às tro-
riam dizer que o magistrado recebera algum presente
voadas e ao marido”). Também no texto II, o narrador,
(suborno) em troca de favores. Logo em seguida, entra
apesar da ligação afetiva que o aproxima mais da mãe,
uma personagem que entrega à autoridade uma carta,
reconhece que, socialmente, a figura paterna é mais
acompanhada de um cacho de bananas. O juiz aceita o
reverenciada e elogiada do que a materna.
presente (suborno) sem nenhuma hesitação, o que repre-
03 a) Na mídia em geral, o uso comunicativo da linguagem senta uma contradição entre o discurso e a prática da per-
sonagem. Ademais, percebe-se que essa troca de favores
é vazio de sentido por repetição excessiva ou inade-
é hábito recorrente entre os roceiros e o Juiz.
quação ao contexto factual. Já o uso cognitivo da lin-
guagem trata do processo mental de aquisição e com-
preensão da informação. 03 a) C
 arlos Drummond de Andrade agradece ”imediata-
b) A palavra cidadania é constantemente evocada por mente depois de receber o volume” por se liberar do
fazer parte de um assunto amplamente discutido, pecado de não poder apreciá-lo.
embora de forma banal, sem a preocupação com o seu b) As respostas possíveis são “[...] sem que o tenha lido
verdadeiro significado: exercício consciente das ações [...]” para o primeiro caso e “[...] mesmo não tendo lido
do indivíduo na sociedade. [...]” no segundo caso.

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