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WBA0922_v1.

Neuropsicologia do adulto e idoso


Envelhecimento normal e
patológico
Introdução à avaliação neuropsicológica do
idoso

Bloco 1
Leilane Henriette Barreto Chiappetta Santana
Envelhecimento bem-sucedido

• No Brasil, o envelhecimento da população ocorre


Figura 1 – Idoso sorrindo
em uma velocidade maior do que o nascimento
de novas vidas.
• Em 2060, um quarto da população (25,5%)
deverá ter mais de 65 anos.
• Santa Catarina: 79,7 anos.
• Maranhão: 71,1 anos.
• Criação de políticas públicas voltadas para a
população idosa em todas as áreas da sociedade.
• Na área da Saúde, criação de serviços específicos
Fonte: FG Trade/iStock.com. para atenção à saúde do idoso.
• O perfil epidemiológico da população idosa é
caracterizado pela tripla carga de doenças.
Envelhecimento bem-sucedido

Envelhecimento

Bem-sucedido Patológico
(Senescência) (Senilidade)
Condição física
Condição cognitiva
Afastamento social
Senso de
identidade

(PAPALIA; FELDMAN, 2013)


Figura 2 – Cérebro dividido
Avaliação neuropsicológica
O processo de Avaliação Neuropsicológica tem a finalidade de avaliar
e descrever o funcionamento das funções cognitivas associando a
qualidade do desempenho cognitivo às áreas cerebrais a partir da
mensuração das habilidades em tarefas padronizadas por meio do uso
Fonte: sudok1/iStock.com.
de instrumentos psicológicos.

Inteligência Funções executivas Psicomotricidade

Atenção Personalidade Visuoconstrução

Memória Linguagem Atividades diárias

(MALLOY-DINIZ; FUENTES; COSENZA, 2013)


Figura 2 – Cérebro dividido
Avaliação neuropsicológica do idoso
Há algum quadro de depressão em curso?

Existe algum tipo de comprometimento funcional?

Os sintomas apresentados são decorrentes de um quadro


Fonte: sudok1/iStock.com.
demencial?

É capaz de tomar as próprias decisões? E antever as


consequências?

Os sintomas presente são decorrentes de quadro demencial


ou de algum transtorno mental do eixo I?

Quais funções cognitivas são preservadas ou


comprometidas após uma lesão cerebral?
Figura 3 – Cérebro ligado ao
Reabilitação cognitiva coração

Disfunções
cognitivas Fonte: TanyaJoy/iStock.com.

Reações
Ruptura das
emocionais aos
relações sociais
déficits

(MALLOY-DINIZ; FUENTES; COSENZA, 2013)


Figura 3 – Cérebro ligado ao
Reabilitação cognitiva coração

A reabilitação cognitiva é um processo que envolve


múltiplos agentes. Pacientes e familiares atuam
em conjunto com os profissionais de saúde para
superar, reduzir e compensar as dificuldades Fonte: TanyaJoy/iStock.com.

cognitivas, comportamentais, emocionais, sociais


e de comunicação resultantes de uma lesão
cerebral adquirida ou de quadros neurológicos e
neuropsiquiátricos.

ESCOVAR OS DENTES
Reabilitação cognitiva

ESCOVAR OS DENTES Figura 4 – Idoso escovando


os dentes
Escolher um local de fácil acesso para a
escova e a pasta de dente.

Reconhecer e manusear os objetos.

Fazer os movimentos com a


escova fora da boca.

Verificar a quantidade de pasta na escova.

Fazer os movimentos com a Fonte: monkeybusinessimages/iStock.com.


escova dentro da boca.

Limpar a escova.

Guardar a escova e a pasta no local correto.


Reabilitação cognitiva
O processo de reabilitação cognitiva é essencial para promover
qualidade de vida e bem-estar subjetivo ao oferecer aos
pacientes ferramentas e meios para manter a sua
independência.

Modificações
Restaurar/ Reorganizar/
ambientais/ Apoio
Reestabelecer Compensar
externo

(MALLOY-DINIZ; FUENTES; COSENZA, 2013)


Envelhecimento normal e
patológico
Instrumentos de avaliação neuropsicológica
do idoso

Bloco 2
Leilane Henriette Barreto Chiappetta Santana
Instrumentos de Avaliação Neuropsicológica
• A avaliação psicológica é um
procedimentos sistemático Figura 5 – Consulta médica
para a coleta de informações
sobre um fenômeno
psicológico que irá responder
a uma questão específica.
• Difere-se da avaliação
neuropsicológica por não
realizar associações com o
funcionamento de áreas
cerebrais importantes com a Fonte: fizkes/iStock.com.
finalidade de verificar
disfunções cognitivas de
algum quadro neurológico ou
neuropsiquiátrico.
Instrumentos de Avaliação Neuropsicológica
• Os Testes Psicológicos consistem
em um procedimento Figura 5 – Consulta médica
sistemático para coletar
amostras de comportamentos
relevantes para o funcionamento
cognitivo, afetivo ou interpessoal
e para pontuar e avaliar
amostras de acordo com normas.
• Por meio desses testes, são
obtidas medidas quantitativas de
um construto de interesse de
uma determinada pessoa, o que Fonte: fizkes/iStock.com.

permite localizá-la em um
continuum de pessoas.
Figura 5 – Consulta médica
Instrumentos de Avaliação Neuropsicológica

Autorrelato Heterorrelato Desempenho


Outra pessoa O avaliador Fonte: fizkes/iStock.com.
A própria pessoa avalia e fornece observa a maneira
em avaliação respostas sobre o como o avaliado
avalia e fornece comportamento executa e fornece
respostas sobre o do avaliado em respostas às
construto de relação ao tarefas propostas,
interesse. construto de as quais refletem
interesse. o construto de
interesse.

(MALLOY-DINIZ; FUENTES; COSENZA, 2013)


Instrumentos de Avaliação Neuropsicológica
Figura 5 – Consulta médica

Aspectos
Instrumentos de avaliação
psicológicos

Teste das Matrizes Progressivas de Raven. Escala de


Inteligência Inteligência Wechsler para Adultos III (WAIS-III). Teste de
Inteligência Geral Não Verbal (TIG-NV).
Fonte: fizkes/iStock.com.
Teste de Fluência Verbal Fonêmica (FAS). Teste de
Linguagem Fluência Verbal Semântica. Subtestes Vocabulários e
Semelhanças do WAIS-III.

Escala de Memória de Wechsler III (WMS-III). Subtestes


Memória Dígitos da WAIS-III. Teste das Figuras Complexas de Rey.
Teste Pictórico de Memória (TEPIC-M).

Bateria Psicológica para Avaliação da Atenção (BPA).


Teste de Atenção Concentrada (AC). Testes de Atenção
Atenção
Concentrada (BGFM-2). Subtestes Códigos e Aritmética
do WAIS-III.
Instrumentos de Avaliação Neuropsicológica Figura 5 – Consulta médica

Aspectos
Instrumentos de avaliação
psicológicos

Teste Wisconsin de Classificação de Cartas (WCST).


Trail Making Test (TMT). Torre de Londres (TOL).
Funções Executivas
Teste Stroop de Cores e Palavras. Five Digit Test
(FDT). Teste GO-NO-GO. Fonte: fizkes/iStock.com.

Visuoconstrução Teste das Figuras Complexas de Rey.

Observação do comportamento. Avaliação das


Psicomotricidade
Atividades de Vida Diárias.

Bateria Fatorial da Personalidade (BFP). Revised NEO


Personality Inventory (NEO PI-R). Teste de Zulliger.
Personalidade Teste das Pirâmides Coloridas de Pfister. Sistema de
Avaliação por Performance do Rorschach (R-PAS).
Teste de Apercepção Temática (TAT).
Instrumentos de Avaliação Neuropsicológica
• O Neuropsicólogo deve buscar o contínuo
aprimoramento profissional para se manter
atualizado e capacitado para realizar as Figura 5 – Consulta médica
avaliação neuropsicológicas.
• A seleção dos instrumentos neuropsicológicos
para um procedimento de avaliação
dependerá das perguntas norteadoras e da
gravidade do quadro do paciente.
• É necessário considerar o tempo destinado
aos procedimentos de aplicação dos
instrumentos, pois idosos podem se sentir
fadigados com mais facilidade. Fonte: fizkes/iStock.com.
• Os resultados dos instrumentos de avaliação
têm por objetivo fornecer informações
quantitativas a partir de um referencial
normativo para a tomada da decisão.
Envelhecimento normal e
patológico
Plasticidade neuronal; neuroplasticidade em
idosos; programas de reabilitação cognitiva.

Bloco 3
Leilane Henriette Barreto Chiappetta Santana
Plasticidade neuronal

• A infância é o período da vida em que


ocorre o maior número de criação de
neurônios. Figura 6 – Sinapse

• A reorganização nas ligações entre os


neurônios favorece o aprendizado de
diferentes habilidades.
• Promove alterações morfológicas e
funcionais dos neurônios, os quais
aumentam a rede de conexões entre
diferentes neurônios.
• Todos os seres humanos formam novos
neurônios ao longo da vida. Fonte: cosmin4000/iStock.com.

• A crença de que os neurônios não podem


ser criados foi derrubada com as novas
pesquisas na área da Neurociência.
Neuroplasticidade no idoso
• Na terceira idade, a pouca estimulação Figura 7 – Idosos correndo
dessas conexões ocasionará o
enfraquecimento da comunicação entre os
neurônios.
• A prática repetida ajuda a gerar novos
neurônios em nosso hipocampo.
• Pesquisas mais recentes demonstram que o
exercício físico também melhora a secreção
do fator neurotrófico cerebral e permite
que novos neurônios nasçam. Fonte: pixelfit/iStock.com.

• É necessário promover todos os dias alguns


esforços na própria rotina que contribuam
para a evolução do quadro.
• A recuperação é lenta, mas ela pode
acontecer independentemente do tempo
da lesão.
Programas de reabilitação cognitiva
Para saber mais sobre o assunto, indicamos a leitura do artigo Efeitos de um
programa de estimulação cognitiva multidisciplinar intergeracional, de
Gislaine Gil e outros, publicado em 2015 na Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia (v. 18, n. 3).

Para conhecer sobre atividades para reabilitação e treino cognitivo,


indicamos os seguintes sites:
• Brain Training That Works.
• RehaCom – Reabilitação e Treinamento Cognitivo.
• CogMed.
• Lumosity.
• Supera – Ginástica para o cérebro.
• Constant Therapy Health.
• Rosetta Stone.
Teoria em Prática
Bloco 4
Leilane Henriette Barreto Chiappetta Santana
Reflita sobre a seguinte situação

Um neuropsicólogo é
Figura 8 – Árvore do coração
contratado para atuar em um
ambulatório de psiquiatria
juntamente com uma equipe
multiprofissional, que oferece
atenção à saúde mental de
idosos. No seu primeiro dia
de trabalho, o chefe da
psiquiatria solicitou sua
Fonte: ThitareeSarmkasat/iStock.com.
opinião profissional para a
condução de uma avaliação
neuropsicológica em um
casal de idosos.
Figura 9 – Casal de idosos
Reflita sobre a seguinte situação
Longuras do amor!

O casal tem 92 e 95 anos de idade cada, não tem filhos e mora


sozinho; foi ao hospital devido a um encaminhamento realizado
pela assistente social do posto de saúde. A assistente social –
Fonte: shironosov/iStock.com.
presente no atendimento – relata sobre os evidentes sintomas de
demência apresentados pelo casal; porém, somente com a
confirmação do diagnóstico que será possível obter um auxílio
assistencial para custear a permanência em um lar de cuidados
especializados para idosos, devido à dificuldade de agendamento,
à ausência de cuidadores para o acompanhamento até as consultas
e ao local de moradia ser distante do hospital.
Figura 10 – Reflita
Reflita sobre a seguinte situação

Responda:
a) Como o neuropsicólogo deve responder à solicitação do
colega para avaliar o casal de idoso? Figura: PeopleImages/iStock.com.
b) Quais os desafios encontrados pelo neuropsicólogo para
realizar a avaliação neuropsicológica?
c) Qual alternativa poderia ser oferecida para a resolução do
caso?
Norte para a resolução... Figura 9 – Casal de idosos

a) O primeiro passo é contatar o serviço de assistência social do


hospital para atuar em conjunto com o serviço de assistência do
posto de saúde para disponibilizar recursos e meios para o casal
comparecer às consultas.
b) Colher informações da anamnese e da entrevista clínica será um
trabalho árduo, uma vez que não existe um familiar conhecido para Fonte: shironosov/iStock.com.
narrar a história de vida do casal. Além disso, os instrumentos de
avaliação neuropsicológica não dispõem de tabelas normativas para
comparar o desempenho de cada paciente com uma amostra
normativa.
c) A avaliação neuropsicológica não poderá ser realizada, porém uma
avaliação psicológica com foco no uso de instrumentos auxiliares
(jogos cognitivos) auxiliará na descrição sintomatológica do casal,
possibilitando a definição de uma hipótese diagnóstica.
Dica do(a) Professor(a)
Bloco 5
Leilane Henriette Barreto Chiappetta Santana
Dicas da Professora
Filmes para encantar e aprender

• Meu pai (2020).

• Para Sempre Alice (2014).

• Floride (2015).

Debate on-line para assistir e se informar

• Saúde mental dos idosos durante a pandemia | Covid-19 (2020) – Disponível no


canal ABP TV no YouTube.

Artigo científico para saber um pouco mais

• ONGARATTO, G. L.; GRAZZIOTIN, J. B. D. D.; SCORTEGAGNA, S. A. Habilidades


sociais e autoestima em idosos participantes de grupos de convivência. Revista
Psicologia em Pesquisa, [s.l.], v. 10, n. 2, p. 12-20, 2016.
Referências

APA. American Psychiatric Association. DSM-5 – Manual diagnóstico e


estatístico de transtornos mentais. Porto Alegre: Artmed, 2014.
GOH, J. O.; PARK, D. C. Neuroplasticity and cognitive aging: the scaffolding
theory of aging and cognition. Restorative neurology and neuroscience,
[s.l.], v. 27, n. 5, p. 391-403, 2009.
MALLOY-DINIZ, L. F.; FUENTES, D.; COSENZA, R. M. Neuropsicologia do
envelhecimento: uma abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed,
2013.
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento humano. Porto Alegre:
Artmed, 2013.
Bons estudos!

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