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AULA 1: CINEMÁTICA DO TRAUMA

A segurança da cena sempre será a


prioridade máxima.

CENA, SITUAÇÃO E SEGURANÇA.

FASES DO TRAUMA
1.0 PRÉ-EVENTO
 Idade das vítimas
 Condições médicas pré-existentes
 Uso de medicamentos
É uma lesão caracterizada por  Uso de substâncias ilícitas
alterações fisiológicas ou estruturais  Condições meteorológicas
provocadas por um evento imprevisível  Condições da estrada
de transferência de energia mecânica,
 Eventos clínicos agudos
elétrica, térmica, química ou radioativa
acometendo parte ou todo o corpo.
2.0 EVENTO
 Mecanismo do impacto
Principais tipos de colisões: trauma
fechado, trauma penetrante, quedas,  Natureza dos veículos
lesões esportivas e explosões.  Danos nos veículos
 Frenagem
Saber onde procurar lesões é tão  Acionamento dos dispositivos de
importante quanto saber o que fazer segurança
após encontra-las.  Posição das vítimas
 Lesões evidentes
OBJETIVOS
Se inicia no momento do impacto de um
objeto com um segundo objeto

A magnitude do trauma está relacionada


à quantidade de energia trocada e ao
efeito que essas forças exercem sobre o
paciente.

3.0 PÓS-EVENTO
 Início: Energia do choque penetração de um projétil de arma
absorvida. de fogo.
 Cinemática do trauma-formulação  “Energia cinética é uma função da
de hipóteses, massa e da velocidade de um
 Socorro. objeto.”

Definir forças e quais movimentos


envolvidos e presumir lesões nas vítimas
a partir destas forças.

 Quem colidiu? Qual velocidade?


Frenagem? Direção do impacto? 3ª Lei do movimento de Newton- Lei da
Invasão da cabine? Dispositivos de Ação e Reação
retenção? Ejeção? Capotamento?  Para cada ação ou força há uma
Objetos inanimados? Quais? reação igual e oposta.
Vítimas fatais? Traumas  Energia térmica dos freios,
presumidos? deformação da estrutura,
penetração de um projétil de arma
de fogo,
 Energia cinética é uma função da
massa e da velocidade de um
objeto.

FATORES QUE INFLUENCIAM NA


TROCA DE ENERGIA.
CINEMÁTICA DO TRAUMA  Velocidade (Exponencial)
 Massa (Linear)
1ª Lei do movimento de Newton  Distância/ Desaceleração
 Um corpo não pode, por si só,  Sistema de retenção
modificar seu estado de repouso  Densidade
ou de movimento.

 Área de Impacto (trauma fechado


x penetrante)
 Cavitação.
2ª Lei do movimento de Newton- o Temporária x Permanente
Conservação de Energia o Tipo de tecido: elasticidade
 A energia não pode ser criada ou e capacidade de
destruída, mas pode ser regeneração.
transformada ou transferida.
 Energia térmica dos freios,
deformação da estrutura,
IMPACTO FRONTAL
 Lesão por cima
 TCE
 Trauma cervical
 Lesões torácicas, cardíacas,
pulmonares e aórticas.
 Lesões hepáticas,
esplênicas, diafragmáticas e
ruptura de órgãos ocos,
lesões por cisalhamento dos
rins, baço e fígado.
 Lesão por baixo
 Fratura de tornozelo
TIPOS TRAUMA  Fratura de tíbia
 Fratura de fêmur
1.0 Traumas contusos/Fechados  Luxação posterior da
 Tipo de trauma mais comum em articulação acetabular e
colisões com veículos, traumas de tronco.
 Duas forças envolvidas:
cisalhamento e compressão. Dispositivos de segurança: cinto de três
 Dissecção aórtica, fígado baço e pontos e airbag.
rim por serem estruturas móveis e
que acompanham a velocidade.

COLISÕES COM VEÍCULOS

 É a causa mais comum de trauma


fechado.
 Podem ser subdivididas em
impacto frontal, traseiro, lateral,
rotacional e capotamento.
 A análise do veículo ajuda a
presumir qual tipo de colisão, a Olho de boi/Teia de aranha
troca de energia, a força e a
direção do impacto. IMPACTO TRASEIRO
 Efeito chicote.
 Hiperextensão do pescoço:
cisalhamento e alongamento de
músculos e ligamentos.
 Lesão da medula cervical.
 Pode haver impacto frontal
associado.
 Dispositivos de segurança:
conjunto assento e encosto.
 Dispositivos de segurança: airbag
lateral (em cortina).

IMPACTO ANGULAR
 Misto dos traumas observados
entre o impacto frontal e o lateral.

IMPACTO LATERAL
 Trauma por cisalhamento
(aceleração lateral) e por
compressão (intrusão da cabine
ou de outros passageiros).
 Fratura de clavícula
 Fratura de arcos costais, contusão CAPOTAMENTO
pulmonar, trauma esplênico  Sem uso de cinto de segurança:
(condutor) ou hepático (carona), traumas múltiplos por
pneumotórax, cisalhamento da cisalhamento.
aorta.  Passageiros sem uso do cinto de
 Fratura de pelve e luxação da segurança: traumas ainda mais
cabeça do fêmur. graves, podendo haver ejeção.

 Alta mortalidade.
IMPACTO ROTACIONAL
 Fratura de corpos vertebrais SOBRE O CINTO DE SEGURANÇA:
cervicais, luxação das articulações
facetarias e lesão da medula
espinhal.
 TCE.
SISTEMA DE CONTENÇÃO: AIRBAG
IMPACTO DE EJEÇÃO
 Padrão de lesão conforme a
região do corpo que irá sofrer o
segundo impacto.

MECANISMOS DE PREVENÇÃO.
 Botas, roupas de couro e
capacete.
 Deitar a moto de lado antes do
impacto.
 Pouca ou nenhuma proteção à
coluna cervical.

ACIDENTES COM ATROPELAMENTO


Três fases:
MOTOCICLETAS 1. Impacto inicial
2. Rolamento do tronco no capô do
COLISÃO FRONTAL veículo
 Colisão do piloto com o guidão ou 3. Queda da vítima para fora do
ejeção veículo
 Trauma em cabeça, tórax,  Padrão de lesões irá variar
abdômen ou pelve, conforme a altura da vítima
 Fraturas bilaterais de fêmur e do veículo.
 Fraturas pélvicas em livro aberto.
ADULTOS

COLISÃO ANGULAR
 Lesões de membros superiores e
inferiores pela queda da moto Habitualmente temos impactos e lesões
sobre o piloto. no dorso ou lateralmente na vítima, pois
 Fraturas e lesões extensas de o adulto tenta fugir daquele trauma.
partes moles.
 Lesões de vísceras abdominais. CRIANÇAS
TRAUMAS PENETRANTES
 Armas brancas e de fogo.

ARMA BRANCA
Impactos na região anterior da vítima  Menor energia
 Usada com as mãos como facas.
QUEDA  Lesões de baixa velocidade com
cavitação inferior.
 Lesões previsíveis pela trajetória
da arma
 Atenção com possível rotação da
faca
 Nunca remover- fixar para o
transporte.
 Atenção com a transição tóraco-
abdominal.
 Empalamento de postes, placas,
bastões, etc.

ARMA DE FOGO
Quando a vítima cai de pé: Fratura de  Dano tecidual na cavidade
Don Juan temporária que se forma ao redor
 Fraturas bilaterais do calcâneo, do trajeto (Pode ser de 5-25x
compressão ou fraturas por maior do que o calibre do projétil).
cisalhamento dos tornozelos,  Variáveis para lesão tecidual: tipo
fraturas tibiais ou fibulares distais, de projétil, trajetória, tipo de arma,
fraturas do plano tibial dos orifício de entrada e saída, posição
joelhos, de ossos longos e da vítima e do agressor, anatomia,
pélvicos, densidade e elasticidade do tecido
acometido, distância.
Fratura de Coles
 Quando a vítima cai com a mão EXPLOSÕES
estendida. 4 variáveis:
 Tipo de explosivo,
 Distância
 Ambiente (fechado ou aberto)
 Aditivos (químico, biológico e
radioativo).
Fratura em águas rasas
 Queda de cabeça com o corpo
alinhado.
 Fratura de coluna cervical.
SUSPEITA DE UM TRAUMA GRAVE?
 Morte de um dos ocupantes do
veículo
 Ejeção de um dos ocupantes.
 Queda maior que 2x a altura da
vítima
 Colisão com velocidade >32km/h
 Danos severos ao veículo
 Alteração no nível de consciência
 Dificuldade para falar e respirar
 Sinais de choque
 Dor intensa no pescoço

REFERÊNCIA
1. Esse material é uma transcrição da
aula do Dr. Márcio Violento pelo
ITPAC-Palmas.

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