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Disciplina: Direito Administrativo

Professor(a): Celso Spitzcovsky


Aula: 03 | Data 06/02/2021
/03/2018

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
7. Sanções
8. Prescrição

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
(continuação)

7. Sanções

Dosimetria da pena a ser aplicada:


SUSPENSÃO DOS MULTA PRAZO PARA
DIREITOS POLÍTICOS Não substitui o CONTRATAÇÃO COM O
ressarcimento de danos PODER PÚBLICO
Art.9° De 8 a 10 anos Multa de até 3 X o 10 anos
enriquecimento
experimentado
Art.10 De 5 a 8 anos Multa até 2X o dano 5 anos
causado
Art.10-A De 5 a 8 anos Multa de até 3X a A Lei não estabelece
ilegalidade praticada prazo
Art.11 De 3 a 5 anos Multa de até 100 x a 3 anos
remuneração percebida
pelo agente

Art.12, parágrafo único: ao estabelecer a intensidade das sanções, o juiz deverá levar em consideração os itens
para cada corréu- extensão do dano causado e o proveito patrimonial obtido pelo agente.

É possível se cogitar de revisão da dosimetria para instâncias superiores?


Em regra, é proibida porque implica em reexame do conjunto fático-probatório.

Súmulas 7 do STJ e 279 do STF.

“Súmula 7 do STJ:
A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso
especial.

Súmula 279 do STF:


Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.

Art. 7°, Lei 8429/92. Quando o ato de improbidade causar lesão ao


patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a

Magistratura do Trabalho e MPT (fim de semana)


CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao
Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste
artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do
dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do
enriquecimento ilícito.”

Excepcionalmente, a revisão da dosimetria da pena aplicada será possível se ficar claro que existiu uma
desproporcionalidade entre os atos praticados e a sanção imposta.

STJ: impossibilidade de aplicação de suspensão de direitos políticos quando o ato de improbidade praticado não
tiver nenhuma ligação com a atividade político-partidária.

Art.21 da Lei – 2 condições para que as sanções possam ser aplicadas:

“Art. 21, Lei 8429/92. A aplicação das sanções previstas nesta lei
independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto
à pena de ressarcimento; (Redação dada pela Lei nº 12.120, de
2009).
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.”

 Como regra geral, não há necessidade de dano efetivo;


É possível a condenação pelos arts. 9° e 11 sem a possibilidade de dano efetivo.
Quando a condenação resultar do art.10, o dano efetivo deverá restar caracterizado.
 O fato do ato que gerou a condenação ter sido apreciado anteriormente por um tribunal de contas não
impede o Judiciário de aplicar a sanção.

Tribunais de contas – órgãos auxiliares do Poder Legislativo. As decisões por eles proferidas não têm força de
coisa julgada.

As penas impostas podem se estender para os herdeiros?


Sim, desde que no limite da herança recebida.

É possível transação sobre penalidade em se tratando de atos de improbidade?


Lei 13.964/2019- permite a transação.

É permitida a elaboração de TAC?


Sim, na forma do art.5°, §6°, da Lei 7347/85.

“Art.5º, Lei 7347/85. Têm legitimidade para propor a ação principal e


a ação cautelar: (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007) (Vide
Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
I - o Ministério Público; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007).
II - a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de
2007).

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III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
(Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de
economia mista; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
V - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei nº
11.448, de 2007).
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
(Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao
patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à
ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais,
étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico. (Redação dada pela Lei nº 13.004, de
2014)
§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte,
atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações
legitimadas nos termos deste artigo habilitar-se como litisconsortes
de qualquer das partes.
§3° Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por
associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado
assumirá a titularidade ativa. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de
1990)
§4° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz,
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão
ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser
protegido. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990)
§5° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios
Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos
interesses e direitos de que cuida esta lei. (Incluído pela Lei nª
8.078, de 11.9.1990)
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados
compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais,
mediante cominações, que terá eficácia de título executivo
extrajudicial. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990)”

8. Prescrição

Uma vez consumada, impede a aplicação de sanções.


Art.23 da Lei de Improbidade.
Art. 23, Lei 8429/92. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções
previstas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo
em comissão ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas
disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos
casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

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III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública
da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo
único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)
(Vigência)

Prazos de prescrição:
I- Improbidade praticada por aqueles que titularizam cargos em comissão ou função de confiança-
prazo de 5 anos, a partir do momento em que o agente deixa o cargo em comissão ou função de
confiança;
II- Titular de cargo em caráter efetivo – prazo de 5 anos, conforme previsão na Lei 8112/90 (Estatuto dos
Servidores Públicos da União – art.142 – pena de demissão);
III- A improbidade envolver atos praticados dentro das entidades previstas no art.1° da Lei – os 5 anos
serão contados da data da apresentação, por essas entidades, de contas;
IV- 5 anos após o momento em que o agente deixa o cargo, emprego, função ou mandato.

Particulares – prazo de prescrição?


Mesmo prazo previsto para o agente público – súmula 634 do STJ.

Ao particular aplica-se o mesmo regime prescricional previsto na Lei de Improbidade para o agente público.

Existe uma situação em que se cogita de IMPRESCRITIBILIDADE:


A situação foi decidida pelo STF em agosto de 2018, quando do julgamento de um recurso extraordinário.

Tese de repercussão geral:


“São imprescritíveis as ações de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de
Improbidade Administrativa”.

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