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IMPOSTO SOBRE A RENDA - CÔNjUGES ESTRANGEIROS


_ LEI DE INTRODUÇÃO DO CÓDIGO CIVIL

_ A atual Lei de Introdução do Código Civil, em face do


princípio da irretroatividade, não alterou o regime de bens vi-
gente para cônjuges estrangeiros, aqui domiciliados antes de sua
promulgação .
. _---------

MINISTÉRIO DA FAZENDA

PROCESSO N.o 501-44

Giorgio Renato Levi (Estado de São Paulo). - Despacho do Sr. Diretor


da Divisão do Impôsto de Renda: "Responda-se nos têrmos do parecer do Assis-
tente Jurídico desta D.1. R. Publique-se e restitua-se o processo, para os de-
vidos fins, à Delegacia Regional do Impôsto de Renda em São Paulo.
É o seguinte o parecer a que alude o despacho:
"A consulta do Sr. Giorgio Renato Levi aflora a famosíssima quaestio
entre Dumoulin e D' Argentré, sôbre o regime de bens no casamento, encarado do
ponto de vista do Direito Internacional Privado, cujo objetivo é resolver os
conflitos de leis no espaço.
2. O caso, entretanto, não chega a oferecer dificuldade. Nossa legislação
interespacial sempre proclamou a competência da lei pessoal dos cônjuges para
regulea- o regime matrimonial de bens, em contraposição à dos países que admitem
a 1e% rei sitae ou a autonomia da vontade das partes. Só que, à vigência da In-
trodução ao Código Civil, o estatuto pessoal estava subordinado à lei nacional,
enquanto agora, com a nova Lei de Introdução, baixada pelo IDecreto-lei nú-
mero 4.657, de 4-9-42, êsse mesmo estatuto· obedece à lei do domicílio.

3. Com efeito, rezava a Introduçíio ao Código· Civil:


"Art. 8.0 A lei nacional da pessoa determina os direitos de fa-
mília, as relações pessoais dos cônjuges e °
regime de bens no casa-
la lei brasileira".

4 • E a atual Lei de Introdução (de acôrdo com a retificação inserta no


Diário Oficial de 17 de junho de 1943):
"Art. 7.0 ................................................ .
§4.0 O regime de bens, legal ou convencional, odebece à lei do
país em que tiveram- os nubentes. domicílio~ e, se êste fôr diverso, à
do 1.0 domicílio conjugal" .

5. Assim, ao invés de atender, como dantes, à lei nacional dos nubentes


estrangeiros que se' casam no Brasil ou para aqui se transferissem, admitida· a
possibilidade de optarem pela lei brasileira, hoje a competência é da lei do
domicílio dos cônjuges, quando era o mesmo comum à época do matrimônio, ou,
se era diferente, a do primeiro domicílio conjugal.
6. Entretanto, sem querer levantar um problema de direito internacional
inter-temporal, propondo um conflito no tempo entre as duas regras de direito
interespacial, é fácil compreender dentro do princípio da irretroatividade da
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lei, que, no caso de Giorgio Renato Levi, a lei italiana, vale dizer, a de sua
nacionalidade, permanece aplicável. ao regime de bens de seu consórcio com-----..--.
Delfina Ghiron Levi (é óbvio, se o casamento é anterior _ como estamossu..
pondo - à data de vigência do Decreto-Iei noo 4 o657 - o que deve ser escla-
recido pelo consulente). .
7. Isto signific6! que o regÚne em questão é o da separação absoluta de
bens, em que não se comunicam nem os aquestos, ou bens adquiridos onerosa-
mente durante a sociedade conjugal. É, realmente, a norma do direito italiano
(V. CHIRONI, Istituzioni, §§ 394-5).
8. Logo, não há senão aplicar, sem maiores vacilações, no que diz respeito
ao impôsto de renda, o que se contém no art. 67 da lei que rege o tributo, in-
clusive quanto à faculdade, concedida no parágrafo único, e que pode ou não &el'
aproveitada pelos interessados, de fazer declaração em separado, relativamente
aos rendimentos de c6!da cônjuge" o


SLO PROPORCIONAL - PROPOSTA DE FORNECIMENTO

- As propostas de fornecimento a Ministérios, feitas por


sociedades comerciais, estão sujeitas ao paAamento de 8810 pr0-
porcional.

MINISTÉRIO DA F AZENOA

DESPACHO

1. O Ministério da Aeronáutica, por sua Consultoria Jurídica, pergunta Ie


as pl'Opostas de venda de gasolina que lhe sã" feitas pela Standard Oil Co. of
Brasil sofrem ou não a incidência do sêlo proporcional.
2. As propostas de fornecimento de gasolina aceitas e executadas, entre a
Cia e o Ministério, envolvendo condições, direitos e obrigações de parte a parte,
têm, inegàvelmente, a feição de contrato bilateral de compra e venda.
3. O art. 38 da Tabela anexa ao D. L. n.O 4.655, de 3-9-42, submete a
sêlo proporcional
"contrato de compra e venda de bens móveis e imóveis".

Nota:
a
1. . o o o o o . o . o o o . o o . o o o o. o . o o o..... ; ..... " .... " " ••..... __
2.a Estão isentos:
Os pedidos de mercadorias e suas confirmações, ou aceitação, cele-
brados entre comerciantes, industriais ou agricultores, para fins mer-
cantis, exceto quando ajuizados ou registrados no Registro de Títulos
e Documentos. .

4. As propostas de fornecimentos em questão entre o Ministério e uma


sociedade comercial não se ajustam à isenção_transcrita visto que não são ce-
lebrados entre "comerciantes, industriais· ou agricultores, para fins mercantes,
estando, conseqüentemente, obrigados ao sêlo proporcional correspondente.

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