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Shiv Misir deixou a Guiana aos 19 anos em busca de uma vida melhor e voltou há dois anos atraído
pelos dólares do petróleo
Áreas antes usadas para plantar cana-de-açúcar e arroz agora dão lugar a casas de luxo e
condomínios fechados nos subúrbios de Georgetown
Riqueza e desigualdade
David Hinds é guianense e vive entre os Estados Unidos e seu
país natal há quase quatro décadas.
Ele é professor da Universidade Estadual do Arizona e
especializado em estudos sobre o Caribe e a diáspora africana.
Ele explica que a Guiana é um país com uma divisão social e
de classe muito marcada.
Entre os séculos 17 e 19, o país foi colonizado por europeus que
utilizaram a mão de obra de africanos escravizados para
produzir açúcar no país.
Com a abolição da escravidão, em 1833, o Reino Unido passou a
levar imigrantes do Leste Asiático, especialmente da região
que hoje é a Índia, chineses e portugueses para o país.
Segundo o governo, 39,8% da população é composta por
pessoas de origem do leste indiano, 30% são negros de
descendência africana, 10,5% são indígenas e 0,5% são de
outras origens como chineses, holandeses e portugueses.
Hinds diz que políticas adotadas pelo então império britânico
fizeram com que os imigrantes de origem asiática e os
portugueses passassem a atuar em áreas como o comércio e a
indústria incipiente do país.
"Os descendentes de indianos e os portugueses fazem parte da
elite econômica da Guiana", diz.
Os descendentes de africanos escravizados, por sua vez,
explica Hinds, passaram a atuar em empregos com baixa
especialização ou no serviço público.
O professor diz que os "novos ricos" da Guiana acabam sendo
oriundos da mesma elite econômica que se instalou no país.
"As pessoas que estão aproveitando (o boom econômico) são
aquelas que já estão entranhadas na elite da Guiana", diz o
professor.
'Nova Dubai'