Na questão 1 da “Suma Teológica”, Tomás de Aquino vai discorrer sobre a doutrina
sagrada ele irá discorrer sobre do que é, e até onde se estende a teologia. São Tomás utiliza o método dialético no desenvolvimento da Suma Teológica, ao apresentar o ponto de sua defesa, ele trabalha algumas objeções aquele ponto, após esse contraponto ele apresenta aquilo que ele acredita ser a resposta daquela questão. De que maneira o homem pode alcançar o conhecimento sobre Deus? Para se obter essa revelação basta o conhecimento racional e filosófico? A revelação da doutrina sagrada não pertence ao mero uso racional do pensamento humano, com defende Aquino “para a salvação do homem, foi preciso, por divina revelação, certas verdades superiores[...] por fé divinamente revelada”. O único meio pelo qual o homem pode chegar ao conhecimento de Deus, é pelo próprio Deus que revela ao homem a ciência sobre as sagradas escrituras. Aquino defendia que a doutrina sagrada não apenas era ciência, mas era superior aos demais conhecimentos “pois ela deriva[...] duma ciência superior, a saber: a de Deus e dos santos” sendo Deus superior as sagradas escrituras, pois ela deriva dele sendo a sua palavra, ele (Deus) conhece a si mesmo, logo as escrituras enquanto ciência são subordinadas a Ele. A teologia então é uma só ciência pois o seu objeto de estudo, é Deus, e seu conhecimento parte dos estudos sobre Deus. Todavia, esse conhecimento sobre Deus, é mais especulativo do que prático, pois deve-se usar mais a mente para se ter uma compreensão do conhecimento revelado por Deus, porém não significa que ela não seja prática “Embora nas ciências filosóficas, seja uma a especulativa, e a outra prática, a sagrada doutrina compreende o objeto de ambas”. A teologia traz em si conhecimento especulativo, aquilo que de Deus foi revelado sobre e por meio dele, sendo Deus o princípio e fim de todas as coisas. Assim como ela nos mostra conhecimento prático, sobre como o homem deve viver. Logo ela é uma ciência superior as demais. A doutrina sagrada se manifesta ao conhecimento humano também como sabedoria, São Tomás leva o leitor a pensar se a sabedoria da teologia se demonstra como a busca do princípios primeiros. Aquino mostra que “Se define sabedoria conhecimento das coisas divinas”. Deus conhece a si mesmo, e se revela a sua criação, manifestando na criação seu conhecimento vindo por meio de revelação do próprio Deus. A doutrina sagrada não argumenta para provar o seus princípios, ela manifesta conhecimento das verdades de Deus. “Como as outras ciências não argumentam para provar os seus princípios[..] assim também, não argumenta esta doutrina para provar os seus princípios[..] senão que destes procede para mostrar outra verdade.” O conhecimento teológico transmitido pela sagrada escritura não é fechado a um modo linguístico, isso se manifesta no uso de metáforas. Aquino enfatiza que “a doutrina sagrada dela [metáfora] usa por necessidade e utilidade.”, ele ainda diz “É conveniente a sagrada escritura transmitir as coisas divinas e espirituais por comparações metafóricas”. Quanto ao sentido de alguns textos a exegese medieval busca identificar o sentido quádruplo da escritura, Aquino instiga se um mesmo texto poderia ter vários sentidos, São Tomás lembra que “O autor da sagrada escritura é Deus” logo um texto pode ter um sentido um sentido literal e alegórico. A mesma maneira Aquino mostra que o sentindo literal é que conduz os outros sentidos, “O sentido literal é o que o autor tem em vista, e o autor da escritura é Deus, cuja a inteligência tudo compreende simultaneamente. [..] Mesmo no sentido literal, uma expressão da escritura tem vários sentidos”. Logo, o sentido literal da escritura revela da melhor forma o conteúdo dela, não havendo falsidade em sua interpretação. Aluno: Abisai Santos Turma: 1º Período 2021/01 B
A Instituição da Religião Cristã (Livro 1 – Cap. 1 a 7)
Em “A Instituição da Religião cristã, livro 1 nos capítulos 1 a 7” João Calvino se propõe
a tratar sobretudo sobre o que seria verdadeiramente conhecer a Deus, e no que conhece- lo implica na vida do homem, o conhecimento que o homem tem de Deus, e o que tem de si mesmo são partes de uma realidade que não se pode separar. O homem vazio de conhecimento de si busca conhecer a Deus, esquecendo de que não conhece nem mesmo a si próprio e seu vazio, miséria, orgulho e como um todo sua depravação. Se torna impossível que se chegue ao real entendimento de si, sem que antes enxergue a Deus, Calvino enfatiza “Consta, pelo contrário, que o homem jamais chega a um conhecimento puro de si sem que, antes, comtemple a face de Deus, e, dessa visão, desça para a inspeção de si mesmo”. Sendo impossível ao homem conhecer a Deus por seus esforços, Deus aparece para sua criação primeiro como o Criador de todo o universo, até que Ele a quem desejar se revele como redentor do homem caído, Calvino mostra isso “Porque o Senhor aparece, em primeiro lugar, unicamente como Criador[...], e, depois como redentor na imagem de Cristo”. Curado de sua cegueira agora o homem pode enxergar e ter ciência sobre Deus, se achegando a Ele em fé. Alguns podem então argumentar quanto aqueles, que Deus não se revelou, afirmando a ver algum tipo de injustiça da parte de Deus. Calvino observa que “Deus incutiu em todos uma certa compreensão de sua deidade”. Ao passo que o homem tem em sua consciência que existe um Criador sobre o universo, que é dono de tudo, “está inscrito no coração de todos um sentimento de divindade”. Ainda que a palavra chegue até eles, o seu coração não se volta para Deus antes de própria vontade buscam o pecado, e caminham por seus próprios desejos. Se julgam sábios e livres, no entanto “fazem a si mesmo de tolos”. Alguns criam seus próprios deuses, pois abominam o verdadeiro Deus. Buscam em qualquer coisa um ídolo considerando o mínimo zelo, o suficiente para si. Vivem nas sombras daquilo que criam, não conhecem a Deus, e a verdadeira religião por fruto de sua própria maldade e ignorância. Todavia, isso não é para eles liberdade, mas sim juízo. Calvino sobre isso diz “É este o justo castigo de Deus: endurecer os corações de tal modo que os ímpios, depois de fechado os olhos, ao ver, não enxerguem”. O mundo criado por Deus manifesta a majestade, e beleza do seu criador, é possível comtemplar a grandeza dEle apenas abrindo os olhos, e olhando o universo por Ele criado, ou apenas ouvindo o cantar de um pássaro. Isso porque ele deixou sua marca em sua criação. Calvino enfatiza que “Em primeiro lugar, para onde quer que lancemos os olhos, não há uma pequenina parte do mundo na qual não irrompam ao menos algumas centelhas de sua glória”. Deus não manifesta a sua glória apenas na contemplação de sua criação, mas também revelasse na sua própria palavra. As sagradas escrituras mostram as obras de Deus, como criador e regente de toda a história, assim como aquele que redime sua criação. É por meio da escritura que é palavra de Deus, que esse homem pode ter o verdadeiro conhecimento de Deus. Calvino enfatiza que “A escritura, recolhendo em nossa mente um conhecimento de Deus de outro modo confuso, desfazendo a fumaça, apresenta-nos claramente o verdadeiro Deus.” Deixando claro que Ele é o único e verdadeiro Deus, que deve ser adorado. Deus revela sua vontade e testemunho de si não contando com a razão humana, mas dando-se a conhecer na escritura abrindo os olhos e através do Espirito Santo, e Ele confirmando no homem a verdadeira fé e religião. Calvino vê que “O Espirito Santo ensina interiormente a escritura, que é exame de si mesmo, sem precisar nem de razões nem de demonstrações, pois a certeza que temos na Escritura provem do Espirito Santo” Aluno: Abisai Santos Turma: 1º Período 2021/01 B