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Criança e Idoso

O metabolismo difere muito de crianças para adultos. Muitas das respostas de organismo
de uma criança frente a um exercício são iguais às respostas de um adulto, porém, nem
todas. Começando pelo metabolismo, que age de forma diferente, como por exemplo o
consumo de Oxigênio. A criança se adapta mais rápido a um aumento de carga, e o
déficit de oxigênio da criança é menor, e por consequência uma EPOC menor. Isso porque
a resposta aeróbia da criança é mais eficiente do que no adulto. Crianças tem PFK e LDH
menor do que o adulto. Possui atividade glicolítica menor. Predomina o sistema
lipolítico, uso de gorduras. Utilizam CP em tiros rápidos. O uso do sistema aeróbio
lipolítico: com baixa intensidade e longa duração.

O consumo de oxigênio pode ser observado em formas absolutas ( L.min -1) ou relativas
( Ml.Kg. ml -1). Consumo de O2 absoluto: nos há um ganho de massa essencialmente
muscular, o que faz com que o consumo máximo de O2 aumente proporcionalmente mais
no menino do que na menina. Consumo de O2 relativo: na puberdade a menina ganha
mais tecido adiposo, por isso a queda no consumo máximo de O2, porque a divisão nesse
caso é pela massa corporal total, e não apenas pela massa muscular. O consumo de
oxigênio de uma criança com uma carga regular tem características distintas em relação
a um adulto:

* Acontece pelo ganho de massa muscular

*Ocorre devido ao
ganho de tecido adiposo
A atividade glicolítica anaeróbia é menor na criança, então quando ela realizar uma
atividade com carga de trabalho aeróbia, ela tem menos capacidade glicolítica para
segurar o aumento de carga, e para isso ela vai acelerar o processo oxidativo. Compensa
a incompetência anaeróbia por uma competência aeróbia. Comparando um exercício de
alta intensidade, 15 segundos, entre uma criança e um adulto a concentração de lactato
muscular da criança vai ser baixa, o que obriga a compensar com o sistema aeróbio.
Quanto maior a idade, maior a concentração de lactato. Por isso, treinar crianças, com
cerca de 10, 11 anos de idade para ser campeã mundial trará adaptações antecipadas em
relação ao sistema aeróbio, pois o anaeróbio ainda é deficitário. Começa a gerar lesões e
microlesões por causa do desgaste ósteoarticular causado pelo exercício, numa fase em
que as estruturas ósseas na criança ainda estão em formação. Acaba ocorrendo o que
chamam de “queima precoce do talento”. Então, no decorrer da puberdade, com o
aumento de massa muscular, a estrutura óssea não vai aguentar essa evolução da massa
muscular, fazendo com que o jovem sofra lesões. A consequência de todos esses fatores é
que essa criança que foi treinada desde muito cedo, começa a perder potência na
adolescência, ao passo que aquela criança que não treinava tanto, brincava em um ritmo
mais moderado, começa a ganhar massa muscular e melhorar a sua potência na
realização dos exercícios. Portanto, não se treina criança em alta intensidade, ela pode
brincar em níveis de baixa intensidade com aqueles exercícios que se almeja ter o
esportista, ou seja, levemente.

Idosos
Um dos primeiros efeitos notáveis do envelhecimento é o declínio da massa e força
muscular. A perda de força muscular tem alta relação com quedas e pouca
independência dos idosos para realizar atividades de vida diária. O processo de
envelhecimento envolve alterações em todos os sistemas do organismo humano,
observando-se declínios significativos em quase todas as funções, nos diferentes
componentes da capacidade funcional, em especial nas expressões da força muscular e
na flexibilidade (Mazzeo et al., 1998, Gonçalves et al., 2007). A força diminui com a
idade em virtude de uma redução na massa muscular. A menor massa muscular em
adultos mais velhos reflete uma perda de proteína muscular total induzida por
inatividade, envelhecimento ou pelos efeitos combinado de ambos. A perda no número
de fibras musculares ocorre também com o envelhecimento.
O treinamento de força é uma das atividades que mais repercutem na prevenção e
reabilitação de indivíduos idosos, em parâmetros funcionais e metabólicos como a
sarcopenia, a osteoporose, a obesidade e controle de peso, a capacidade funcional etc.,
sendo reconhecido recentemente por entidades como ACSM (2009). Para a população
idosa devem ser realizados exercícios visando especificamente os grandes grupos
musculares utilizados nas atividades diárias como flexores e extensores de quadril e
joelho, por exemplo.

Além disso, com o envelhecimento ocorre uma diminuição na atividade osteoblástica, a


qual é dependente do estímulo hormonal de estrógeno. Com isso, menos Ca++ circulante
é depositado nos ossos, ou seja, há um desequilíbrio do sistema, prejudicando a
remineralizarão óssea. Como os problemas de artrose são comuns em idosos, a principal
recomendação é a hidroginástica, que é um exercício de baixo impacto e não melhora a
densidade mineral óssea. No entanto, pode-se aliar a hidroginástica a um treinamento de
força dentro da água de alta resistência ou atividades como musculação, que tendem a
gerar adaptação óssea em longo prazo, aumentando a densidade mineral óssea. Enfim,
devem-se priorizar exercícios de alto impacto ou força para aumentar a mineralização
óssea dos idosos, mas, o exercício não é suficiente para reverter o processo de
desmineralização óssea, não sendo capaz de superar o efeito hormonal (ciclo feminino).
A densidade mineral óssea (DMO) é o resultado de um processo dinâmico de formação e
reabsorção do tecido ósseo chamado de remodelação. A manutenção da DMO é muito
importante para a prevenção da osteoporose, caracterizada por uma diminuição
acentuada da DMO, no qual a matriz e os minerais ósseos são perdidos devido ao excesso
de reabsorção óssea em relação à formação. Esse processo é normalmente associado ao
avanço da idade e leva a uma maior incidência de fraturas. Embora a perda óssea seja
mais intensa nas mulheres, os homens também apresentam uma diminuição devido a
idade avançada.

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