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AO JUÍZO DA 3ª VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE MUNICÍPIO - UF.

DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA

AO PROCESSO DIGITAL Nº: XXXXXXXXXXXX

(GUIA DE CUSTAS DISPENSADA POR

FORÇA DO ARTIGO 295 do CPC)

Primeiro Autor – Pessoa Jurídica


NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº
XX.XXX.XXX/0001-XX, estabelecida na Rua XXX, nº XXX, Quadra XX, Lote XXX, Sala XX, Centro,
Município – UF, neste ato representado judicialmente, nos termos do artigo 75, inciso VII, do
Código de Processo Civil, pelo sócio administrador NOME DO SÓCIO, nacionalidade, estado civil,
profissão, nascido em XX/XX/XXXX, filho de (Nome do pai) e (Nome da mãe), portador do
documento de identidade RG sob o nº XXXXXXX SSP/GO e do CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX,
endereço eletrônico: nomedoautor1@gmail.com, residente e domiciliado na Rua L, Qd. XX, Lt.
XX, Bairro, Município – UF, CEP: XXXXX-000,

Segundo Autor – Consumidor adquirente da unidade D-06

NOME DO REQUERENTE 2, nacionalidade, estado civil, profissão, nascido em XX/XX/XXXX, filho


de (Nome do pai) e (Nome da mãe), portador do documento de identidade RG sob o nº XXXXXXX
SSP/GO e do CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: nomedoautor1@gmail.com,
residente e domiciliado na Rua L, Qd. XX, Lt. XX, Bairro, Município – UF, CEP: XXXXX-000,
Terceiro autor – Consumidor Adquirente da unidade B-21

NOME DO REQUERENTE 3, nacionalidade, estado civil, profissão, nascido em XX/XX/XXXX, filho


de (Nome do pai) e (Nome da mãe), portador do documento de identidade RG sob o nº XXXXXXX
SSP/GO e do CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: nomedoautor1@gmail.com,
residente e domiciliado na Rua L, Qd. XX, Lt. XX, Bairro, Município – UF, CEP: XXXXX-000,

Quarto autor – Consumidor adquirente da unidade H-17

NOME DO REQUERENTE 4, nacionalidade, estado civil, profissão, nascido em XX/XX/XXXX, filho


de (Nome do pai) e (Nome da mãe), portador do documento de identidade RG sob o nº XXXXXXX
SSP/GO e do CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: nomedoautor1@gmail.com,
residente e domiciliado na Rua L, Qd. XX, Lt. XX, Bairro, Município – UF, CEP: XXXXX-000,

Quinto Autor – Consumidor adquirente das unidades B-22 e B-23

NOME DO REQUERENTE 5, nacionalidade, estado civil, profissão, nascido em XX/XX/XXXX, filho


de (Nome do pai) e (Nome da mãe), portador do documento de identidade RG sob o nº XXXXXXX
SSP/GO e do CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: nomedoautor1@gmail.com,
residente e domiciliado na Rua L, Qd. XX, Lt. XX, Bairro, Município – UF, CEP: XXXXX-000,

Sexto Autor – Consumidor adquirente da unidade M-04

NOME DO REQUERENTE 6, nacionalidade, estado civil, profissão, nascido em XX/XX/XXXX, filho


de (Nome do pai) e (Nome da mãe), portador do documento de identidade RG sob o nº XXXXXXX
SSP/GO e do CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: nomedoautor1@gmail.com,
residente e domiciliado na Rua L, Qd. XX, Lt. XX, Bairro, Município – UF, CEP: XXXXX-000,

Todos, por intermédio de sua advogada, mediante instrumento de mandato incluso (procurações
acostadas), com endereço profissional para as intimações e notificações de estilo (artigo 39, I,
CPC) descrito no cabeçalho, vêm à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 294
e seguinte do CPC, propor
TUTELA DE URGÊNCIA EM CARATER INCIDENTAL PARA AFASTAMENTO DE SÓCIO
PROPRIETÁRIO, COM PEDIDO LIMINAR PARA PROTEÇÃO AOS CONSUMIDORES ADQUIRENTES
DAS CHÁCARAS RECREIO DO EMPREENDIMENTO, localizado em Município - UF, em desfavor de

NOME DO SÓCIO, nacionalidade, estado civil, profissão, nascido em XX/XX/XXXX, filho de (Nome
do pai) e (Nome da mãe), portador do documento de identidade RG sob o nº XXXXXXX SSP/GO e
do CPF/MF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, endereço eletrônico: nomedoautor1@gmail.com, residente
e domiciliado na Rua L, Qd. XX, Lt. XX, Bairro, Município – UF, CEP: XXXXX-000, nos termos dos
artigos 796 e 798 e seguintes do CPC, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.

- EXPOSIÇÃO DA LIDE

Como já é de conhecimento de Vossa Excelência, a primeira Demandante trava uma luta nesse
juízo com a parte Demandada, para que possa receber seu dinheiro proveniente de sua cota-
parte do contrato de parceria, cujo valor já culmina em mais de um milhão de reais, bem como
exercer sua administração da carteira de cobrança do EMPREENDIMENTO sem interferências,
cujo contrato de parceria estabelece a obrigação, por se tratar de negócio jurídico realizado
anterior a existência do projeto, e, portanto, pré-estabelecido, motivo pelo qual esse processo
está apensado ao principal, como se pode observar.

Após a decisão que estabeleceu o reconhecimento de que os proveitos do negócio são das
duas partes, e que deveria ser agendada audiência urgente a fim de dar prosseguimento ao
feito (ainda não agendada), onde foram reunidas todas as ações a respeito desse objeto, não
se conformando com a decisão justa proferida por Vossa Excelência, a Demandada está
usurpando a competência administrativa da primeira Autora pelo fato de continuar recebendo
pagamentos `POR FORA`, NÃO CONTABILIZADOS, bem como bombardeando os consumidores
adquirentes das chácaras, principalmente aqueles que estão depositando o valor das parcelas
em juízo (planilha acostada), com notificações extrajudiciais, notificando-os de que esses estão
inadimplentes, o que não estão afinal, visto que, optaram por pagarem em juízo, em contas
judiciais cadastradas no Banco do Brasil (comprovantes acostados), e respaldadas por lei, uma
vez que a própria Demandada está confundindo os consumidores sobre a `quem se deve
pagar`.

Os pagamentos em juízo (todos os comprovantes estão acostados) das parcelas é medida


acautelatória de instrução do departamento jurídico da empresa, primeira Autora, para que, a
Demandada não mais receba os rendimentos do negócio unilateralmente, nem tampouco
continue não repassando os valores a qual a mesma faz jus, e ainda, desviando o destino do
dinheiro para suprir suas necessidades exclusivamente pessoais, como estava acontecendo e
ainda ocorre, como demonstram as provas dos extratos bancários acostados na ação principal.

Diante da insegurança desses, não restou alternativa, senão instrui-los a pagar em juízo, para que
a Demandada não mais usurpasse o valor da cota-parte da primeira Autora, bem como garantir
que essa possa receber alguma parte a que lhe é devido por direito contratual legal, afinal, se
essa gestão sem legitimidade não for impedida nesse momento, a Demandada acumulará uma
dívida exorbitante, além do fato de que esse vem alegando que não assinará as escrituras dos
pagantes, o que poderá acarretar indenizações estrondosas.

Os consumidores proprietários que estão pagando em juízo estão desesperados com as


notificações extrajudiciais que receberam da procuradora da Demandada, cujo teor alega que
esses se encontram inadimplentes e que possuem o prazo de 30 (trinta) dias para quitar o
débito, se não o fizerem, haverá automaticamente a resolução do contrato, e a sua respectiva
chácara adquirida será disponibilizada para venda, motivo pelo qual os proprietários vêm
juntamente com a primeira Autora, integrar o polo ativo da presente.

Como se sabe, as parcelas a receber do empreendimento eram depositadas integralmente na


conta pessoal do sócio da Demandada, visto a confusão patrimonial a que esse impasse chegou,
pois, além do fato de que o sócio da Demandada gastara sem limites o dinheiro do sócio Autor, o
que acumulou uma dívida que aumenta a cada dia mais. Somados ao fato que a Demandada
chamou para si uma obrigação que não é sua (obrigação de cobrar é da primeira Autora,
determinada em cláusula contratual), o que propiciará em danos morais a esses adquirentes,
visto que, estão cobrando de quem não está inadimplente, sem falar no constrangimento ao qual
vem passando, afinal, são vítimas do litígio travado entre a primeira Autora e Demandada.

Sendo assim, com o objetivo de colocar um fim nesses abusos de direito, não mais se pode
aceitar esse tipo de comportamento abusivo, pois, as atitudes do sócio estão gerando um
verdadeiro terrorismo aos clientes, por falta de sensatez, e somente esse juízo pode fazer cessar
esses abusos.

- DAS CUSTAS

O Artigo 295 do CPC aduz quanto à importância da tutela provisória de urgência incidental, visto
que independe do pagamento de custas, motivo pelo qual deixa de realizar o recolhimento no
presente momento, visto o benefício concedido pelo legislador.

Artigo 295. A Tutela provisória requerida em caráter incidental independe do


pagamento de custas. (Grifo meu).

- DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS

- DO DIREITO

Artigo 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil
do processo. § 1º. Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso,
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa
vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente
hipossuficiente não puder oferecê-la.§ 2º. A tutela de urgência pode ser concedida
liminarmente ou após justificação prévia.§ 3º. A tutela de urgência de natureza
antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da
decisão.

Artigo 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e
qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.
Artigo 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde
pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: I - a
sentença lhe for desfavorável; II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente,
não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco)
dias; III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; IV - o juiz
acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor. Parágrafo único.
A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre
que possível.

Diante dos inúmeros abusos de direito aos qual a Demandada vem realizando, sendo elas
difamações e calunias a respeito da primeira Autora, que desencadeou um TCO ainda em fase
embrionária na Delegacia de Polícia, que já colhidos depoimentos do contador das litigantes que
confirma o direito da primeira Autora (acostado), a Demandada inconformada com os fatos
legítimos e lícitos da realidade contratual, vem de todas as formas com o objetivo de concentrar
os recebimentos exclusivamente à sua pessoa, vem proferindo perseguições aos proprietários
das chácaras, com ligações, notificações de cobrança, o que está causando dissabores, e as
consequências disso poderão ser serias para ambos os sócios. Por esse motivo, requer a Vossa
Excelência que os poderes de gestão aos quais são inexistentes a Demandada, pois, não há
precedente contratual para o mesmo, porem essa acredita que o tem, o que vem agindo como
se o detivesse, sejam afastados, determinando que se essa usurpar mais alguma obrigação da
primeira Autora, esse pague multa diária de um salário mínimo vigente, a fim de que dessa
forma esse espere o julgamento do mérito da ação principal, ou venha buscar um acordo ao qual
já deveria ter feito há muito tempo.

Esses consumidores proprietários, segundo Autor e seguintes, e aqueles que sobrevierem a fazer
os depósitos judiciais, já passaram por procedimento especial no PROCON desse município, visto
que esse órgão não pode opinar sobre o mérito, porém, a todo o momento, vem sendo
bombardeados com cobranças indevidas, pela Demandada que não pode fazê-lo, isto porque no
contrato principal, Excelência, na cláusula terceira, alínea i consta a obrigação exclusiva da
primeira Autora determinada em contrato:

Cláusula Terceira – DAS OBRIGACOES EXCLUSIVAS DA PARCEIRA CONTRATADA: (...) I).


Fornecer a parceira contratante assessoria jurídica, defesa em processos
administrativos, defesa em processos judiciais, cobrança simples e cobrança judicial.
A Demandada vem usurpando a obrigação exclusiva da primeira Autora, visto que está
adentrando em um plano de invalidade, quando esta, por sua vez, aplica uma cobrança que seja
simples (extrajudicial) ou judicial, mais um motivo para impedir que o sócio cometa mais um ato
inconsequente, e futuramente não consiga sanar os danos com os terceiros de boa-fé, e ainda
transmita essa irresponsabilidade à primeira Autora. Ainda, a cobrança é considerada uma
cobrança abusiva, quando há excesso no direito de cobrança, conforme está explícito no artigo
42 do Código de Defesa do Consumidor:

Artigo 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a


ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

Como se pode observar, na notificação extrajudicial que receberam alguns proprietários


consumidores, vê-se claramente que a Demandada ignora os pagamentos realizados em conta
judicial especifica de cada chácara correspondente ao cliente, qualquer alegação de que a
primeira Autora está instruindo errado não condiz com a verdade, isto porque, o pagamento em
juízo tem valor legal, e independente de adentrar com ações em separado, os pagamentos serão
anexados ao processo principal de qualquer forma, pois, a ação principal de exigir contas valida
os depósitos das parcelas em contas judiciais posteriores, tanto é verdade que os clientes
manifestaram a vontade de realizá-los, pois não conhecem o Sócio, somente os corretores da
empresa, sendo essa que vendeu e buscou cada cliente para comprar os lotes das chácaras,
possibilitando o nascer dos rendimentos da carteira de cobrança que hoje a Demandada quer
usurpar os rendimentos unilateralmente.

Com o artigo 42 do CDC, vem os Autores invocar uma garantia perante aos abusos de direito por
parte da Demandada, a fim de que sejam esses protegidos da utilização de inverdades e não
sejam expostos ao constrangimento de serem cobrados por uma dívida que não existe, e ainda
sejam validados todos os pagamentos em conta judiciai que esses mesmos optaram por fazer, a
fim de não se envolverem na lide judicial já instaurada entre primeira Autora e Demandada,
cujos reflexos já estão sendo vistos. Seja aplicado também o artigo 71 do CDC, que tipifica a
conduta da demandada como infração penal:
Artigo 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou
moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento
que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho,
descanso ou laser: Pena Detenção de três meses a um ano e multa.

Sendo assim, depreende-se a vedação de dois elementos para a cobrança de dívidas, que são: (a)
não poderá o consumidor submetido a ameaças; (b) não poderá o consumidor receber
informações falsas. Diante desse fato, requer seja concedida medida liminar de proteção aos
consumidores adquirentes das chácaras, para que sejam esses proibidos de receber cobranças
até que o processo principal seja julgado, mantendo a sua posse no bem, livre de qualquer
impedimento, e reconhecendo a boa-fé dos mesmos em depositar o valor das parcelas em juízo,
e que se caso a Demandada descumprir a liminar buscada, seja estipulado multa por
descumprimento em favor dos titulares do direito.

- DO PERIGO DE DANO

Ainda, vê-se um notório perigo de dano, e um risco ao resultado útil do processo principal, se
deixar que a Demandada continue exercendo uma gestão que não é legítima, e não tem
estipulação em contrato, podendo acarretar uma responsabilidade solidária em relação aos
terceiros de boa-fé, isto porque, tratando-se de negócio jurídico, os dois possuem relação com os
consumidores adquirentes das chácaras, e que diante do comportamento ilimitado da
Demandada, manifestando que tem autoridade para vender para outros, ainda, afirmando que
não assinara as escrituras, findado os pagamentos poderão acarretar indenizações por danos
morais exorbitantes, se todos os adquirentes resolverem adentrar com ações nesse juízo, pelo
simples fato de que o sócio parceiro está praticando condutas atentatórias aos interesses do
negócio, afinal, esse não respeita o seu sócio, trazendo riscos financeiros cada vez maiores para o
empreendimento.

Diante desse perigo de que os atos da Demandada culminem em consequências muito graves ao
negócio, justifica-se o afastamento do mesmo, conforme instrução jurisprudencial:

DE INSTRUMENTO - MEDIDA CAUTELAR - LIMINAR - AFASTAMENTO DE SÓCIO -


DISCÓRDIA MANIFESTA - AGRAVO DESPROVIDO. A existência de grave discórdia
autoriza a concessão de liminar afastando o sócio da administração e gerência da
sociedade, assim como a nomeação de interventor, visando preservar a integridade do
patrimônio social.1

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO CONCESSIVA DE LIMINAR EM MEDIDA CAUTELAR


INCIDENTAL. AFASTAMENTO DE SÓCIA DA ADMINISTRAÇÃO DA SOCIEDADE. DETECÇÃO
DE FRAUDE NA CONTABILIDADE DA EMPRESA TENDENTE A DIFICULTAR O ANDAMENTO
DA AÇÃO PRINCIPAL DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. LIMINAR DEVIDAMENTE MOTIVADA
NA PRESENÇA DO "FUMUS BONI IURIS" E DO "PERICULUM IN MORA". ATUAÇÃO
PRUDENTE DO MAGISTRADO "A QUO" AO ORDENAR A PRESTAÇÃO DE CONTAS
QUINZENAL DO SÓCIO COLOCADO NA GERÊNCIA, RESGUARDADOS ENTÃO OS DIREITOS
DA SÓCIA AFASTADA. RECURSO PARCIALMENTE CONHECIDO E, NESSA PARTE,
IMPROVIDO. Entendendo o doutor Juiz presentes os requisitos específicos da tutela
cautelar, quais sejam a plausibilidade do direito substancial invocado pelo autor
("fumus boni iuris") e a potencialidade do dano, do risco que corre o processo principal
de não ser útil ao interesse demonstrado pela parte ("periculum in mora"), o
deferimento do comando liminar era de rigor e não causa gravame aos litigantes.2

Além do desvio de dinheiro da cota-parte do sócio, a primeira Autora, e do abuso de direito com
relação aos consumidores adquirentes de boa-fé, vê-se que o departamento jurídico da
Demandada, estão presentes os requisitos de concessão da tutela, são eles:

a) Fumus boni iuris (plausibilidade do direito invocado pelo autor)

É razoável verificar que em primeiro lugar existe um contrato inicial entre a primeira Autora e a
Demandada, perfeitamente válido, cujos rendimentos serão divididos em 50% (cinquenta por
cento) para cada um, ocorre que a Demandada vinha recebendo 100 % (cem por cento) dos
rendimentos do negócio em sua conta pessoal unilateralmente, e dando desvio de finalidade da
cota-parte da primeira Autora, o que culminou na AÇÃO DE EXIGIR CONTAS (Processo digital nº
XXXXXXXXXXXXXX), primeira ação protocolizada nessa Vara, que atraiu todas as outras ações
pelo instituto da prevenção. Pois bem, a tutela é perfeitamente aceitável, visto que, há uma
qualidade de plausibilidade notória, portanto, presente está esse requisito.

b) Periculum in mora (potencialidade do dano, do risco que corre o processo principal de não ser
útil ao interesse demonstrado pela parte)

1
TJ-PR - AI: 1521637 PR Agravo de Instrumento - 0152163-7, Relator: Rogério Coelho, Data de Julgamento: 25/04/2000, Terceira Câmara Cível
(extinto TA), Data de Publicação: 12/05/2000 DJ: 5632.
2
TJ-PR - AI: 1411243 PR Agravo de Instrumento - 0141124-3, Relator: Sérgio Arenhart, Data de Julgamento: 31/03/2004, 4ª Câmara Cível, Data de
Publicação: 19/04/2004 DJ: 6603.
Diante do excesso de atos atentatórios ao negócio, seja com relação ao sócio ou com os
consumidores adquirentes, não se pode deixar de trazer a esse juízo as provas da potencialidade
do dano e do risco de deixar que o sócio da Demandada continue exercendo uma gestão que não
é de sua competência, além do fato de que vem alegando em alto e bom som aos proprietários
que a “PRIMEIRA AUTORA NÃO TEM DIREITO A NADA” e que “AS AÇÕES DE CONSIGNAÇÃO EM
PAGAMENTO ESTÃO ERRADAS”, que o processo “DEMORARÁ ANOS NA JUSTIÇA”, provados por
documentos e áudios (acostados).

A última alegação, talvez essa seja uma verdade, porém, isto não significa que aquelas sejam,
sendo inverdades, e que geram uma insegurança, motivo pelo qual os consumidores
proprietários das chácaras ingressam nessa ação para integrarem o polo ativo dessa, e precisam
de proteção, vez que, pagaram durante muito tempo na conta pessoal da Demandada, e agora
querem fazer o certo e justo. Tanto é mentira que nas ações protocolizadas (consignatórias)
constam os nomes das duas empresas no polo passivo da ação, provando a boa-fé da primeira
Autora.

Ora, Excelência, presente os requisitos ensejadores da tutela, requer a intervenção de Vossa


Excelência, visto aos abusos de direito cometidos, com a concessão da mesma em favor dos
Autores, cada qual na sua especificidade.

- DO ATO ILÍCITO ILEGÍTIMO DA DEMANDADA

Além dos requisitos básicos para a concessão da tutela, soma-se, Excelência, que existe um
contrato de parceria onde constam todos os elementos constitutivos do negócio entre a primeira
Autora e a Demandada, pois há:

a) Manifestação da vontade livre e de boa-fé; b) agente emissor da vontade capaz e


legitimado para o negócio; c) objeto lícito, possível e determinado (ou determinável);
d) forma adequada (livre ou legalmente prescrita). 3

3
Gagliano, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil: (contem análise comparativa dos Códigos de 1916 e 2002) / Pablo Stolze Gagliano, Rodolfo
Pamplona Filho. – São Paulo: Saraiva: 2004, pág. 339.
A manifestação da vontade livre e de boa-fé está caracterizada pela composição do negócio
jurídico contratual entre as partes, cujo contrato principal está datado de 09/11/20XX, onde a
Demandada recebeu de forma unilateral os rendimentos do contrato de lá até ano passado,
quando a primeira Autora interveio a fim de resistir à gestão usurpadora de seu sócio, que
continua afirmando perante os clientes uma gestão ilegítima, visto não estar estipulada em
contrato. Somados ao fato de que quando o contrato foi estabelecido, sendo lei entre as partes,
o Demandado proferiu sua vontade capaz, a legitimando, provada por sua assinatura e
reconhecimento de firma, sendo objeto lícito, possível e determinado, com forma adequada e
prescrita em lei, no caso, contrato.

Em descumprimento as cláusulas contratuais, a Demandada vem notificando extrajudicialmente


os clientes, bem como vem informando aos mesmos que o processo ‘vai demora anos’, como
pode observar nos áudios, o que demonstra a falta de decoro para com o seu sócio, além de que
vem denegrindo a imagem da primeira Demandada, tanto que, os clientes têm procurado a
primeira Autora, informando as alegações às quais a Demandada vêm imputando aquela,
conforme os áudios e prints de alguns clientes (acostados), que estão sendo induzidos a
descumprir a lei, em contrário com o correto a ser feito, se há dúvida a quem pagar, deve-se
consignar o pagamento, e que esse juízo julgue.

Sendo assim, Excelência, trata-se sem dúvida de um ato ilícito por parte da Demandada, pois
essa vem transgredindo para com a primeira Autora, e induzindo os consumidores adquirentes a
fazerem o mesmo, o que não tem como mais ignorar esses comportamentos, motivo pelo qual
somente esse juízo pode impedi-lo de continuar a fazê-lo. É o que esclarece Sérgio Cavalieri Filho
que:

(...) com precisão, define-o como sendo “o ato voluntario e consciente do ser humano,
que transgrida um dever jurídico”.4

Extrai-se que esse tipo de comportamento (ação humana negativa + ilicitude + prejuízo material
e moral) que desrespeita o contrato por parte da Demandada, imputando aquela que é

4
Sérgio Cavalieri Filho, Programa de Responsabilidade Civil, 2. Ed., São Paulo, 2000, p. 22.
detentora da competência em administrar o negócio mentiras, vem trazendo consequências
graves ao empreendimento, tanto para a primeira Autora, ora sócia na proporção de 50%
(cinquenta por cento) dos rendimentos, bem como para os adquirentes, que os vem ameaçando
que vai vender a chácara para terceiros, causando um pânico aos mesmos, motivo pelo qual
espera que esse juízo o bloqueie, pois, trata-se de terceiros de boa-fé, que são vítimas desse
impasse, e em nada podem ser responsabilizados.

A ilicitude de conduta está no procedimento contrário ao dever preexistente”, adverte


CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA. E arremata: “Sempre que alguém falta ao dever a que é
adstrito, comete um ilícito, e como os deveres, qualquer que seja a sua causa imediata,
na realidade são sempre impostos pelos preceitos jurídicos, o ato ilícito importa na
violação do ordenamento jurídico.5

O ilícito civil deve ser punido na proporção de sua conduta dolosa do sócio que não tem limites
em se conter com relação aos terceiros de boa-fé, e seu sócio, daí a configuração do dever de
indenizar aos prejudicados. Trata-se de abuso de direito por parte do Demandado, conforme os
termos dos artigos 186 -187 do CC e 5º da Lei de Introdução ao Código Civil que aprecia essa
teoria.

Artigo 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito.

Artigo 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou
pelos bons costumes. (Grifo meu).6

Artigo 5º - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum.

Esse impasse pode parecer um pequeno problema, porém, não o é, afinal, o comportamento
ilícito da Demandada poderá acarretar consequências muito graves para o negócio, visto que
envolve direito de terceiros de boa-fé, são mais de cem (100) clientes, se todos esses
ingressarem com ações judiciais indenizatórias, os rendimentos do empreendimento
provenientes para cada parte não serão suficientes para pagar as demandas judiciais, nem

5
Caio Mário da Silva Pereira, Instituições de Direito Civil, 19. Ed., São Paulo: Saraiva, 2001, v. 1, p. 416.
6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm .
tampouco pagar a dívida a primeira Demandada que já culmina em mais de um milhão, se
comparada ao tempo do protocolo da ação principal, que já tem mais de ano.

Portanto, justifica-se sanar o comportamento ilícito da Demandada, para evitar o caos que está
sendo instalado e não causar mais prejuízos às partes evitando assim mais demandas judiciais.

- DA CAUÇÃO REAL OU FIDEJUSSÓRIA IDÔNEA

Diante da confusão dos pagamentos imputados a esse empreendimento, e diante da juntada dos
extratos bancários dos sócios da primeira Autora, visto que não está recebendo sua cota-parte a
que lhe é devido, é de conhecimento de Vossa Excelência, que estão impossibilitados de prestar
a caução exigida, o que requer seja dispensado de fazê-lo.

Se caso Vossa Excelência não considerar a dispensa, requer seja aceita a cota-parte (50% que a
primeira Autora faz jus) dos valores depositados em juízo pelos consumidores adquirentes que se
juntam a essa presente ação como Autores, que totalizam o valor de R$ 10.000,00 (Dez mil
reais), conforme os comprovantes acostados dos depósitos, e demonstrativo (planilha acostada).
Porém, não possui acesso ainda, visto que esses valores estão bloqueados até o julgamento da
ação principal.

- DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Diante do todo o exposto, requer que se digne Vossa Excelência para que:

a) Seja concedido, liminarmente, o afastamento do sócio de qualquer ato de gestão do


EMPREENDIMENTO, em cumprimento a cláusula contratual terceira (contrato original acostado),
pois, não há precedente contratual para o mesmo, porém essa acredita que o tem, visto que vem
agindo como se o detivesse, sejam afastados, determinando que se essa descumprir ordem
judicial, a continuar usurpando e invalidando mais alguma obrigação da primeira Autora, esse
pague multa diária de um salário mínimo vigente, em favor da primeira Autora, e,
simultaneamente, requer seja concedida medida liminar de proteção aos consumidores
adquirentes das chácaras, para que sejam esses proibidos de receber cobranças até que o
processo principal seja julgado, mantendo a sua posse no bem, livre de qualquer impedimento, e
reconhecendo a boa-fé dos mesmos em depositar o valor das parcelas em juízo, e que se caso a
Demandada descumprir a liminar buscada, seja estipulado multa por descumprimento em favor
dos titulares do direito, e que a decisão favorável seja estendida a todos os consumidores
adquirentes que vierem a pagar em juízo;

b) Em definitivo, seja julgada procedente a presente tutela de urgência incidental, confirmada a


liminar da alínea ‘b’ por sentença, até o término da vigência do contrato original, confirmando a
cláusula terceira do contrato original, que determina que a primeira Autora detenha a
competência exclusiva de administrar a carteira de cobrança, e que todos os consumidores
adquirentes das chácaras deverão se abster de passar qualquer quantia unilateralmente à
empresa Demandada, e que seja confirmado por Vossa Excelência que todos os pagamentos
deverão ser depositados em juízo, conforme instrução da primeira Autora; Se caso a
Demandada vier a receber qualquer quantia por fora, requer seja-lhe aplicado multa por
descumprimento de contrato, acrescidas das outras da alínea anterior;

d) Se caso a interposição desta seja de modalidade diversa, requer seja aplicada o instituto da
fungibilidade, nos termos do § único do artigo 305 do CPC.

Nestes termos, pede deferimento.

Caldas Novas – Goiás, 18 de fevereiro de 2019.

(Assinado digitalmente)

Sanmatta Raryne Souza

Advogada - OAB/GO nº 42.261

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