Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PRIORIDADE PROCESSUAL
Lei nº 10.173/2001
Jurisdicionada é IDOSA
1º) Pode-se verificar que a Empresa Odontologia mantinha sede na cidade de Caldas Novas –
Goiás, a muitos anos, até o falecimento do Dr. Dentista, como prova, veja a ficha de
prontuário datado de 11/01/2012, indicando a localização do endereço na primeira página,
estabelecida na (endereço completo), da indicação do endereço no site de pesquisa da
internet, bem como quando se clica no mapa, aparece a localização no endereço do
município.
2º) Trata-se da mesma empresa, visto que o CNPJ é o mesmo, não se trata de duas empresas,
e sim de apenas uma empresa, ocorrendo apenas alteração de endereços.
3º) A empresa foi baixada em data recente, mais precisamente em 15/01/2021, diante do
falecimento do Dr. Dentista (certidão de óbito já juntada no evento 22), cujo motivo foi
liquidação voluntária, pelos herdeiros, podendo ser confirmado na anotação do cartão do
CNPJ. Excelência, veja que os herdeiros realizaram a baixa da empresa recentemente,
somente esse ano, provando que a mesma estava perfeitamente ativa, o que significa que a
afirmação de que a empresa não existe é um tanto contraditório, pode ser que não existe
atualmente, mas que não existe, não é verdade.
4º) Na fachada da clínica, nos prontuários, bem como na indicação ao público utilizavam-se do
nome da pessoa jurídica, o que não há dúvidas de que a empresa deve integrar o polo passivo
2
da ação.
O fato de que a Requerente não foi atendida na filial de Município – UF, ou vice-versa, sendo
atendida na filial de Caldas Novas – GO, não exime a responsabilidade solidária das mesmas. O
“deixar de existir’ não isenta a responsabilidade de ato realizado anteriormente á sua baixa e
até posteriormente. Verdade é que a violação de direito foi concretizada, pela pessoa jurídica
e seus sócios, e agora herdeiros, conforme já provado.
O procedimento foi realizado em uma das dependências da empresa “Odontologia”, qual seja, 3
na clínica de xxxx, no prontuário conta o endereço gravado da localização, e pelo fato de que
a pessoa jurídica tem legitimidade para integrar o polo passivo da ação a fim de ver os direitos
da Requerente resguardado. Ora,
1
Acórdão n. 941358, 20141010076765APC, Relatora Desª. SIMONE COSTA LUCINDO FERREIRA, 1ª TURMA CÍVEL, Data de Julgamento:
11/5/2016, publicado no DJe: 25/5/2016, p. 142/157.
2
GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil. São Paulo: Saraiva, 2004, pág. 221.
3
MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. 7. ed. – São Paulo: Atlas, 2013, pág. 237.
Sendo assim, a personalidade jurídica da empresa é passível de sofrer condenação quando
configurada a responsabilidade objetiva na relação de consumo, como é o presente caso,
motivo pelo qual requer seja aplicado a responsabilidade objetiva e solidária à empresa ora
Requerida, reconhecendo a legitimidade passiva da mesma em permanecer no polo passivo
da presente ação.
Ainda, no presente caso, as provas são contundentes para formar o juízo de valor do
Magistrado, sendo a prova pericial apenas um dos diversos tipos de provas. O § 2º do mesmo
artigo aduz que “de ofício ou a requerimento das partes, o juiz poderá em substituição à
perícia, determinar a produção de prova técnica simplificada, quando o ponto controvertido
for de menor complexidade. ” No caso, por exemplo há um laudo de radiologista diverso dos
atuantes que prova que foi colocado um pino na fossa nasal da paciente, o que demonstra o
desespero em que esse serviço fosse entregue de forma displicente, no laudo do ano de 2018
está explícito.
Mais a frente, no § 3º diz que “a prova técnica simplificada consistirá apenas na inquirição de
especialista, pelo juiz, sobre pontos controvertido da causa que demande especial
conhecimento científico ou técnico”, sendo esse o caso, porém, os laudos juntados e as
imagens são de fácil entendimento para entender o mérito da presente ação. A jurisprudência
acrescenta que:
PRELIMINARES. DO AFASTAMENTO DA REVELIA. Acolho a preliminar de afastamento
dos efeitos da revelia, pois a contestação foi apresentada tempestivamente. PROVA
PERICIAL NO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. Arguida a necessidade de prova técnica. Os
elementos constantes dos autos são suficientes para o julgamento da lide,
revelando-se desnecessária a produção de prova pericial. Afastamento da
preliminar de incompetência absoluta deste Tribunal. MÉRITO. RESPONSABILIDADE
CIVIL. Fraude. Responsabilidade objetiva. Em se tratando de relação de consumo,
responde o banco objetivamente pelo defeito do serviço prestado. Má prestação do
serviço pelo banco que evidencia sua responsabilidade pelos danos causados. Dano
moral configurado. DANO MORAL. Hipótese em que, em razão da má prestação do
serviço pela ré, houve indevida negativação do nome da autora por valor que não era
devido. VALOR DA INDENIZAÇÃO. A indenização deve ser pautada por um binômio
negativo, nem constituir fonte de enriquecimento sem causa para a vítima, nem ser
insignificante ao causador do dano. Sentença mantida. Recurso improvido, com
observação. (Grifo meu). 4
4
TJ-SP - RI: 10007656320198260009 SP 1000765-63.2019.8.26.0009, Relator: Paulo Roberto Fadigas Cesar, Data de Julgamento: 29/07/2021,
1ª Turma Recursal Cível e Criminal, Data de Publicação: 29/07/2021.
consumidores. No sistema de responsabilidade objetiva basta a verificação do dano e o nexo
de causalidade entre a utilização do produto ou serviço oferecido no mercado de consumo. O
Artigo 14 do CDC é claro:
O dano está configurado, uma vez que até a presente data a Requerente não está com
implantes, fazendo uso de prótese provisória, uma vez que todo o seu dinheiro foi empregado
na realização de um sonho, o que não foi possível diante da negligência dos Requeridos. A
questão da infalibilidade não deve ser aplicada ao presente caso, afinal, o fato é que os
profissionais que detêm conhecimento científico devem alertar o cliente dos riscos e não
iludir com esperanças que não poderiam ser alcançadas.
São dez anos que se passaram e nada de ver-se efetivado o serviço que foi pago para fazê-lo,
por parte dos Requeridos. Não se trata de curar, não se trata de uma doença, se trata de 6
conhecimento técnico aplicado. A Requerente não contratou cura, contratou serviços
odontológicos, pagou pelos mesmos e se viu sem resultado.
Se a paciente apresentava desde o início avançada perda óssea como alegado pela Requerida,
porque aceitou o serviço? O aceite significa que aceitou o risco. Mas o ponto principal é a
promessa que foi apresentada pelos Requeridos da realização do contratado. Não houve por
parte dos profissionais um cuidado em alertar a Requerente acerca dos riscos, pelo contrário,
a cada procedimento, pela forma que fora feito, por muitas vezes feito por profissional não
habilitado, como já relatado, e avisando em cima da hora, na correria, sem ao menos uma
preparação para o procedimento, deixou sequelas graves na Requerente. Sem falar que a
paciente foi abandonada, como já havia quitado o serviço, essa por sua vez sempre era
deixada de lado, e nada de resoluções à mesma.
Ainda, convém salientar que há reincidência por parte dessa clínica e dos profissionais, há
mais processos Processo 1 e Processo 2, espelhos acostados, onde os Requerentes pleiteiam o
mesmo objeto que a Requerente desse processo, o que requer seja juntado como prova
emprestada a fim de promover a formação do entendimento desse juízo.
Nestes termos,
Pede deferimento.
7
(Assinado digitalmente)