AULA 01: Pediatria Básica – Aula do dia 16/05 Fortalece o vínculo mãe-filho ajudando na construção

emocional do bebê.
Está pronto e não custa nada.

A OMS, MS e SBP indicam AME até os 6 meses de idade e

complementar até 2 anos ou mais.
Programação metabólica: Gunter Dorner – 1974
“Estímulo ou agravo em fases críticas do desenvolvimento (fase
intrauterina e 1° ano de vida) levam a efeitos futuros na fisiologia,
função, saúde e risco de doenças”.

Primeiros mil dias:

O ambiente, no momento da concepção e durante a gestação,

influência de forma permanente a estrutura, função e
metabolismo de órgãos-chave, conduzindo a um risco aumentado O leite materno é um alimento “vivo”, contém substâncias com
de doenças como obesidade, DM2, doença cardiovascular, HAS atividades protetoras e imunomoduladoras. Também é dinâmico
entre outras → Estímulo a um estilo de vida ativo e saudável. pois muda ao longo da mamada e com o tempo.

Puericultura: Fatores protetores:

É a arte de promover e proteger saúde das crianças, através • Fatores específicos.

de uma atenção integral, compreendendo a criança como um ∘ Imunoglobulinas: IgA, IgM e IgG.
ser em desenvolvimento com suas particularidades. • Fatores não específicos:
∘ Fator bífido: substrato para lactobacillus bifidus.
Aleitamento materno: ∘ Lisozima: bactericida e anti-inflamatória
O incentivo ao aleitamento materno deve ocorrer no pré-natal, ∘ Lactoferrina: ação bacteriostática;
sala de parto, alojamento conjunto, após a alta hospitalar e nas
unidades de alto risco. Colostro: 2,3 g/PTN Transição: 1,5 Maduro: 0,9 g/PTN
100 g; 2,9 g/LIP g/PTN 100 g; 3,7 100 g; 4,2 g/ LIP
• Exclusivo: quando a criança recebe apenas o leite 100 g; 5,3 g/CHO g/LIP 100 g; 6,9 100 g; 7,3 g/ CHO
materno, diretamente da mama ou ordenhado e 100 g. g/CHO 100 g. 100 g.
nenhum outro líquido ou sólido (vitaminas e
medicamentos permitidos).
• Predominante: AM + frutas, mas não outro leite.
• Misto: AM + Leite de vaca ou fórmula.

São muitas as vantagens do aleitamento materno exclusivo:

O leite materno é completo, supre as necessidades Colostro: primeiros 4 dias

nutricionais do bebê nos primeiros 6 meses de vida.
É um alimento “vivo”, protege contra infecções e
propicia melhor resposta imunológica a vacinação.
Previne alergias, doenças cardiovasculares, obesidade
e até alguns tipos de câncer.
∘ Rico em imunoglobulinas (IgA), lactoferrina, vitamina A,
soroalbumina, sódio, cloro e lactose.
∘ Volume: 2 a 20 ml por mamada.
∘ Composição: em cada 100 ml: 2,9 g de lipídeos; 5,7 g
CHO, 2,3 g Proteínas.
Transição: 4° ao 15° dia
∘ Volume 600 a 700 ml/dia.
∘ Características intermediárias entre o colostro e o
leite maduro. Diminui a concentração de Igs, vitaminas
lipossolúveis; Aumenta teor das vitaminas
hidrossolúveis, lipídeos e lactose.
∘ Composição: em cada 100 ml: 3.7 g de lipídeos, 6.9 g
de CHO, 1.5 g de proteínas.
Maduro: 15° dia em diante
∘ Volume: 600 a 900 ml/dia.
∘ Maior teor lipídico e de lactose.
∘ Leite anterior é ralo e doce – proteínas do soro,
lactose, meio da mamada (suspensão – caseína), leite
posterior (emulsão) gordura – saciedade.
∘ Composição em cada 100 ml: 4.2 g de lipídeos, 7.3 g
de CHO, 0.9 g de Proteínas.
Técnica correta de mamada:
Contraindicações ao aleitamento materno:
Criança:
∘ Galactosemia: falta de uma das enzimas necessárias
para metabolizar o açúcar no leite, ou seja, falta de
uma ou mais enzimas que irão degradas a galactose
como a galactose-1-fosfato uridiltransferase. Significa
que muita galactose se acumula no sangue. Esse
acúmulo de galactose pode causar complicações
graves, como fígado aumentado, insuficiência renal,
catarata nos olhos ou danos cerebrais. Se não forem
tratadas, podem levar até 75% dos bebês a morte.
∘ MSUD: Caracterizada pela deficiência do complexo
enzimático desidrogenase dos alfas cetoácidos de
cadeia ramificada, que promove acúmulo tecidual de
leucina, isoleucina e valina.
∘ Fenilcetonúria: um dos erros inatos do metabolismo,
com padrão de herança autossômico recessivo.
Defeito metabólico, gerado geralmente da enzima
hepática fenilalanina hidroxilase, leva ao acúmulo do
aminoácido fenilalanina e da excreção urinária de ácido
fenilpirúvico.
Mãe:
∘ Doença materna (sepse, eclâmpsia, mental), HIV, HTLV
1 e 2, Lesão herpética na mama, vacina de febre
amarela (até 14 dias após vacina).
Outras situações:
∘ Uso de QT, usuária de drogas ilícitas, em tratamento
com RT, alguns medicamentos.
Uso de medicamentos e outras substâncias:
∘ Verde: Uso compatível com a amamentação (492
substâncias – 42%)
∘ Amarelo: uso criterioso durante a amamentação (582
substâncias 49.5%)
∘ Vermelho: uso contraindicado durante a amamentação
(99 substâncias 8.5%)
IMPOSSIBILIDADE do aleitamento materno, deverão ser
utilizadas fórmulas infantis:
• FIP: 1° semestre → fórmula infantil de partida.
• FIS: 2° semestre → fórmula infantil de seguimento.
Fórmulas infantis:
Regulação internacional → CODEX ALIMENTARUS
→ Modificações:
∘ Gordura: menos gordura animal saturada, acrescenta
PUFA (óleo vegetal) e ácidos graxos essenciais (linoleico
e linolênico).
∘ CHO: Lactose exclusiva ou associação com polímeros
de glicose (matodextrinas) não necessita de acréscimo
de açúcares ou farinhas.
∘ Proteínas: melhor relação proteína do soro/caseína –
algumas parcialmente hidrolisadas favorecendo a
digestão e absorção.
∘ Minerais: proporção CA/P adequada favorecendo a
mineralização óssea.
∘ Oligoelementos: vitaminas – favorecendo as
necessidades da criança sadia.
Por que não devemos utilizar o leite de vaca?
∘ Quantidade muito elevada de caseína (proteína)
interferindo na digestibilidade;
∘ Excesso de proteínas e sódio: sobrecarga renal.
 ∘ O excesso de proteínas também está associada a
ganho elevado de peso e obesidade futura.
∘ Perfil de lipídeos com predomínio de ácidos graxos
saturados e deficiência de insaturados (risco
cardiovascular, prejuízo da visão).
∘ Proteína heteróloga – risco aumentado de alergia
alimentar.
∘ Não contém probióticos.
∘ Baixa biodisponibilidade de Ferro.
Principais diferenças em relação ao leite materno:
Recomendações da SBP na suplementação profilática de Ferro
para lactentes:
Outros oligoelementos indicados durante a amamentação:
Vitamina K: 1 mg IM ao nascimento para prevenir Doença
Hemorrágica do RN.
Vitamina A: megadoses – 100.000 UI de 6 a 12 meses e 200.0
UI de 12 a 72 meses nas áreas de risco – Norte/Nordeste e
norte de MG, algumas outras cidades do Sul.
Vitamina D:
∘ Exposição ao sol por 30 minutos/semana (1° ano) e 2
horas/ semana em lactentes.
∘ Reposição: 400 UI/dia dos 7DV até 1 ano e 600 UI de
1 a 2 anos.
E se a única alternativa for o leite de vaca?
→ Preparo do leite caseiro:
A OMS recomenda introdução de alimentação n
complementar aos 4 meses para crianças que recém o leite de
vaca modificado.
∘ Dieta de transição: período de risco nutricional.
∘ Período de rápido crescimento e desenvolvimento em
que as crianças estão sujeitas a deficiências e
excessos.
∘ Período de muitas mudanças: exposição a novos
alimentos, sabores e experiências alimentares.
∘
∘ WHO/UNICEF: LME até os 6 meses de idade.
∘ AAP: LM até os 6 meses de idade; alimentação
complementar entre 4 e 6 meses.
∘ ESPGHAN: início da alimentação complementar entre 4
e 6 meses.
∘ SBP: LME até os 6 meses de idades.
Assim, na verdade depende, deve-se considerar:
∘ Maturidade fisiológica – Renal, TGI.
∘ Desenvolvimento motor global (senta, aceita colher) e
sensório oral (mastigação).
 ∘ Sucesso do aleitamento, disponibilidade materna e
financeira.
Como iniciar a alimentação complementar?

Papa principal:
composição e
proporções:

∘ Oferecer água nos intervalos das refeições, exceto

AME.
∘ Suco de fruta: não substitui refeição
→ Limitado a 100 ml/dia (AAP/SBP) no 1° ano e 150 ml/dia no
2° ano (antigamente) → ATUALMENTE → EVITAR SUCO!
→ Utilização de copo de treinamento
∘ Suco natural diferente de néctar
∘ Não precisa adicionar açúcar

Papa principal:
∘ Incluir todos os grupos alimentares desde o início
∘ Incluir carne e alimentos alergênicos desde o início: ovo,
peixe, incluir glúten.
∘ Variar os alimentos oferecidos, variar sabores;

Quais alimentos evitar no período de transição:

∘ Sal e açúcar
∘ Mel até 12 meses de idade → Botulismo.
∘ Evitar bebidas a base de arroz “leite de arroz” →
excesso de arsênio inorgânico.

Pirâmide alimentar: