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SINOPSE
Passei os últimos dez anos da minha vida como um SEAL

lutando por meu país.

Voltar para casa para o meu MC foi tudo que eu imaginei.

Isto é, exceto por ela.

Nunca sonhei que encontraria a mulher que acabaria possuindo meu


coração. Lynn e sua filhinha, Michaela, rapidamente se tornaram meu
mundo inteiro.

Mas o passado de Lynn ressurgiu e eles estão praticamente me implorando


para rasgá-los em pedaços.

Alguém tentou sequestrar Michaela, mas eles não esperavam que eu


estivesse lá.

E agora? Estão vindo atrás de Lynn.

O pecador em mim está fervendo, e é minha hora de fazê-los pagar.


PRÓLOGO
LYNN
TREZE ANOS DE IDADE
Eu finjo que não ouço os passos trovejando no corredor em direção ao meu
quarto.

Meus punhos se fecham em meu cobertor puído que é tão velho que nem
mesmo fornece mais algum tipo de calor.

Esta cena é muito familiar. Lembro-me da manhã em que abriram a porta


do quarto de Etta com violência, arrancaram-na da cama para se casar com
alguém com o dobro de sua idade.

Certa vez, vi minha mãe e meu pai conversando em segredo na cozinha,


mas eles pararam assim que entrei. Eu sabia que em breve chegaria a hora
de acontecer comigo e temo esse dia desde então.

Em nossa igreja, eles acreditam que, aos treze anos, as meninas e os


meninos são considerados adultos e têm idade para se casar. No entanto,
para as meninas, é um medo que todas enfrentamos e não algo pelo qual
ansiamos.

No dia em que fiz treze anos, minha vida como eu a conhecia se foi. Meu
pior medo ganhou vida.

Sabia que meu tempo havia acabado. Prendo a respiração, ouvindo e


rezando para que eles passem pelo meu quarto e se encaminhem para outra
parte da casa. Posso ver seus passos do lado de fora da porta e meu coração
afunda quando mais dois pares de pés se juntam a eles.

Medo diferente de como eu já senti antes me atinge. A porta do meu quarto


se abre e parados na entrada estão meu pai Michael e um homem mais
velho que eu nunca vi antes.

Meu pai entra no quarto, com as mãos grandes, exigentes enquanto se


abaixa e me agarra pelos braços, arrastando-me para fora da cama.
Estremeço com seu punho apertado me segurando. — Ai, — eu sibilo e os
olhos do meu pai me encaram com puro ódio.

Olho para o homem que supostamente é meu novo marido, que parece ter
mais ou menos a mesma idade de meu pai. Tento não vomitar só de pensar
no que vai acontecer comigo, no que terei que sofrer pelo resto da minha
vida.

Viver com meus pais tem sido um inferno, mas o olhar em seus olhos me
diz que isso vai ser pior do que qualquer coisa que já imaginei. Prefiro
morrer.

— Vamos, querida, é hora de te levar para casa. — Ele sorri para mim,
mostrando seus dentes muito tortos. Pega minha mão, apertando-me contra
seu peito.

— Temos um dia agitado pela frente.

Minha vida como eu a conhecia acabou. E um novo tipo de inferno


começou.
1
LYNN
VINTE E UM ANOS
Sorrio para Michaela por cima da minha xícara de café. Seu cabelo está
uma bagunça de onde ela rola durante o sono e na maioria das vezes acaba
no chão, então coloco travesseiros ao lado de sua cama apenas por
segurança.

Meu doce anjo tem sete anos. Eu a tive com apenas quatorze, ainda um
bebê. Mas ela é a melhor coisa que agraciou minha vida até agora.

Ela sorri para mim, com os olhos sonolentos. De repente, seus olhos se
abrem e seu sorriso se transforma em um sorriso largo, mostrando que
faltam dois dentes da frente. — Isso é cheiro de bacon? — ela pergunta.

Eu aceno rindo. — Junto com algumas torradas francesas.

Coma, querida. — Ajudo-a a se sentar e lhe entrego o prato. Beijo o topo de


sua cabeça. Eu a amo demais.

Todos os dias agradeço a Deus por ela não ter que viver a vida que eu vivi
enquanto crescia. Sento-me ao seu lado conversando sobre a escola e como
ela quer jogar softball com a filha de Tiffany, Lane e Amelia.

Empurro seu cabelo sobre o ombro para que ela não passe xarope nele. —
Posso usar meu jeans novo hoje, mamãe? — ela pergunta entre mordidas
melosas.

— Você pode, baby. Também fiz um sanduíche extra para você, gostei que
você pediu para sua amiga. — Ela sorri feliz com isso.

Uma de suas amigas esqueceu o almoço uma vez e isso a deixou devastada,
então ela decidiu que deve levar extras para o caso de isso acontecer
novamente. Meu precioso anjo.

— Tudo bem, vá se vestir, — eu a encorajo e ela corre escada acima para


seu quarto. Coloquei o prato na máquina de lavar louça.
Pego minha pasta e examino meu primeiro cliente do arquivo do dia para
que possa me preparar; é uma menina de quatro anos.

Sou terapeuta especializado em trauma, principalmente PTSD1. Trabalhar


com crianças é difícil para mim mentalmente, mas sei que a terapia é muito
importante quando se trata de sua jornada de cura.

1 Trauma e transtorno de estresse pós-traumático.

Sei que se meu irmão não me levasse à terapia assim que me resgatou do
culto, eu não teria me recuperado como me recuperei.

Sou eternamente grata por isso.

Michaela desce as escadas correndo, dando um último salto na parte


inferior da escada com sua mochila nas costas. — Pronto, mãe! — Ela faz
um pequeno giro, mostrando-me seus novos jeans e sapatos Converse.

— Uau, você está tão linda, meu anjo. — Aproximo-me e aperto suas
bochechas, dando-lhe um beijo.

Ela ri tentando fugir. — Mamãe! — grita e corre para a porta da frente.

O som de sua risada me deixa muito feliz. Nunca esquecerei o segundo em


que coloquei os olhos sobre ela e o amor que eu tive por ela, o quanto eu
queria protegê-la.

Etta e eu assumimos como nossa missão, sair e encontrar nossos irmãos. Eu


não queria que Michaela sofresse o mesmo destino que nós e tantas outras
mulheres.

— Mãe, eu tenho treino de softball depois da escola hoje, — Michaela me


lembra enquanto coloco seu cinto de segurança.

— Eu lembro e devo levar os biscoitos, certo?


Seus olhos brilham. — É isso aí, cara. — Ela levanta a mão com o polegar
como Michelle em Full House, seu programa favorito.

Etta está esperando por mim fora do complexo. Tenho meu próprio
escritório dentro do complexo onde trazemos todas as mulheres que são
resgatadas de cultos e outras situações horríveis. É basicamente uma casa
enorme com muitos quartos.

Assim que as meninas estiverem estáveis, nós as transferimos para outra


casa na propriedade onde moram o tempo que quiserem.

Etta está com seu equipamento para me avisar que está indo para uma
missão. Etta é quem vai na linha de frente e luta para tirá-los. Eu luto por
sua saúde mental; sou seu ombro para se apoiar.

— Quem você vai atrás hoje? — Pergunto, colocando minha bolsa nos
degraus.

Seu rosto está sério porque ela está perdida em pensamentos, eu sei que ela
está se preparando. — Ela é uma mãe solteira de dois filhos, ambos com
menos de cinco anos e ela tem apenas dezessete.

Porra! Um arrepio percorre meu corpo. Fui forçada a me casar aos treze
anos, mas é diferente ouvir sobre outras pessoas que sofrem o mesmo
destino. Acredite ou não, resgatamos algumas mais jovens do que eu
quando me casei.

— Eu tenho o jogo da Michaela mais tarde, mas assim que acabar voltarei
aqui para esperar vocês retornarem. — Eu me aproximo e a abraço com
força. Estou apavorada ao vê-la partir.

Mas isso é o que devemos fazer, esta é a nossa vida. Temos uma segunda
chance na vida e queremos que outros também tenham.
Um SUV para na enorme calçada e posso ver meu irmão e Trey no banco
da frente, um deles sempre vai com Etta para se certificar de que ela está
segura.

— Oi, Lynn. — Trey sai primeiro e me puxa para um abraço. Etta e eu


ficamos muito próximas de Trey ao longo dos anos.

— Oi, Trey. Como estão os gêmeos? — Eu pergunto, acariciando suas


costas antes de puxar meu irmão para um abraço.

Vinny sorri amplamente com a menção de seus filhos, Trey e Lani. — Eles
estão ficando maiores a cada dia e isso está quebrando nossos corações.

Meu coração se enche de amor que tenho por Caleb e Sariah. — Michaela
fica mais independente a cada dia e isso machuca meu coração.

— Então, qual de vocês vai com Etta? — Eu pergunto.

Vinny levanta a mão e Trey sorri para mim. — Isso significa que posso ver
o jogo de Michaela hoje e da próxima vez é Vinny.

— Ela vai ficar tão animada! Agora tenho que assar alguns biscoitos para
esta noite. — Pego minha caixa e faço meu caminho para dentro do
complexo para colocar os biscoitos antes do meu primeiro cliente.

Michaela está no meio do campo se aquecendo, conversando com Tiffany,


que é uma lenda por aqui quando o assunto é softball.

Coloco o enorme prato de biscoitos na mesa onde eles têm as bebidas


alinhadas. Grace, que é a Old Lady de Aiden, ele é um membro do Grim
Sinners MC com Lane, o pai de Tiffany, sorri para mim quando eu os deixo.
— Como você está, garota? — Eu pergunto.

Ela sorri feliz e olha para Aiden, que a está observando como um falcão. —
Estou bem, como você está?
Dou um tapinha em suas costas. — Estou bem, pronta para ver minha
garota jogar.

Grace olha para Michaela. — Ela é muito boa. Honestamente, é a melhor


Tiffany ter cuidado porque Michaela pode se esgueirar sobre ela em alguns
anos.

Eu rio disso. — Ela é obcecada, isso é certo. — Amo que ela seja
apaixonada por alguma coisa, ela tem sido desde o momento em que veio
para o jogo da Tiffany anos atrás.

— Como ela está? — Trey diz do nada, assustando-me profundamente. Eu


me viro para olhá-lo e ele tem um sorriso de merda no rosto, deixando-me
saber que ele fez isso de propósito.

Michaela olha para nós de repente, acenando animadamente. Este é o


primeiro jogo dela: elas praticam há meses.

Aceno de volta e ela pula para cima e para baixo, meu bebê cresceu. Ela
parece tão fofa em seu uniforme de softball com o laço no cabelo.

— Vou encontrar um lugar para mim, — digo a Grace e encontro uma


arquibancada vazia atrás do nosso banco de reservas e Aiden se junta a mim
sentado ao meu lado com Trey do outro lado. Leah passa por nós, acenando
e correndo para o campo para se juntar à Tiffany. Leah, que é filha adotiva
de Aiden e Grace, é tão talentosa quanto Tiffany e, juntas, elas são uma
força a ser reconhecida.

— Eu não posso acreditar que meu bebê é uma porra de adolescente agora,
— Aiden resmunga, observando-a correr para o campo. Ele parece
arrasado.

Dou um tapa em seu ombro. — Mas ela é uma boa criança, — eu aponto.

Ele sorri com isso. — Ela herdou isso da mãe, com certeza.
Eu desmaio com isso. Logo as arquibancadas se enchem de gente. As
meninas correm para o banco de reservas para esperar o jogo começar e ter
a conversa animadora de Grace.

— Acho que este jogo vai ser moleza. Veja como todas essas nanicas são
pequenas.

Meus olhos se estreitam com as palavras da pessoa atrás de mim. Eu não


me viro e encaro, por mais que eu esteja ansiosa para

fazê-lo. Trey se encolhe ao meu lado e eu mexo os dedos dos pés nos
sapatos tentando me acalmar.

O jogo começa e o comentarista atrás de mim é totalmente esquecido. —


Vá, baby! — Grito com Michaela que vai ser a segunda no bastão.

Leah e Tiffany estão ao lado de Grace ajudando a treinar as meninas.


Michaela é a segunda melhor no bastão e estou nervosa por ela; quero
muito que ela acerte.

A primeira garota bateu na bola e mal conseguiu chegar à primeira base.


Prendo minha respiração quando Michaela levanta seu bastão e acena com a
cabeça.

— Vamos. Vamos. — Agarro o antebraço de Trey e oro.

Balanço. — Strike um!

Estou morrendo, meu coração está parando lentamente. Alguns dos filhos
da puta atrás de mim estão rindo, mas agora Michaela é o que importa.

Michaela fecha os olhos e sei que ela está se recompondo.

— Você consegue, baby, — eu digo baixinho.

STRIKE.

Eu me levanto, pulando para cima e para baixo quando a bola voa para o
campo externo. — VAI! VAI! VAI! — Balanço meus braços como um
mergulhão e me movo para a cerca para dar uma olhada mais de perto
enquanto ela chega à segunda base e o primeiro batedor na terceira.

Michaela está sorrindo de orelha a orelha tão orgulhosa de si mesma e


quero chorar pela minha bebê. Eu me viro e olho para Trey, que também
parece emocionado.

Aiden está rindo de mim sendo ridículo. Eu aponto para ele, — Não se
esqueça de como você foi arrancado do chão por Leah.

Ele para de rir, mas isso não esconde a diversão em seus olhos. Sento-me de
volta com um suspiro feliz. Isso é tudo o que ela queria, acertar a bola.

— Fodidos pais, — uma das mulheres atrás de mim murmura e mordo meu
lábio balançando a cabeça para mim mesma para manter a calma, porque
isso é sobre as crianças e não essa enxada atrás de mim.

Deixo escapar uma respiração profunda e vejo Trey me olhando para o lado,
mas eu o ignoro também. Não passa despercebido que Michaela continua a
olhar para mim para ter certeza de que estou olhando para ela e ela vai ter
toda a minha atenção, vadias que se danem.

A próxima garota acerta a bola com facilidade e a terceira base corre para
casa. Michaela está olhando para trás e ela contorna a terceira base e prendo
a respiração esperando que ela chegue ao home plate.

Ela desliza para dentro de casa, seus dedos mal tocando o prato quando a
garota pega a bola. — Vá, baby! — Eu grito e ela se levanta pulando, tão
animada.

Corro para a cerca, nem mesmo me importando se estou sendo dramática. É


de onde ela tira isso. — Mamãe, você me viu!

— Ela sorri sem dentes.

Deus, eu amo minha doce bebê.


— Sim, querida, estou tão orgulhosa de você! — Enfio a mão na cerca e
toco seu rosto antes que ela corra para o abrigo onde as garotas estão
cantando.

Sento-me e rio para mim mesma das meninas, elas são ótimas crianças e se
apoiam mutuamente.

Ignoro os sussurros atrás de mim, mas pego algumas palavras. — Ela é tão
jovem.

Já ouvi isso tantas vezes. Sim, eu tenho vinte e um anos com uma criança
de sete anos, mas isso não muda o fato de que eu sou uma boa mãe.

O jogo passou em um borrão, o outro time nem mesmo marcou. Tivemos


uma vitória esmagadora.

Fico na entrada do campo com Trey esperando Michaela sair com as


meninas.

— Essa merda foi manipulada. Aposto que ela está fodendo com os
árbitros. — Eu me viro com isso e fico cara a cara com a mulher que me
irritou a noite toda.

Seu rosto mostra seu choque sabendo que eu a peguei. — Olha, se você está
com ciúme, apenas diga. Não adianta ser uma vadia. — Sorrio docemente e
me viro, não dando a ela mais um grama do meu tempo.

Trey começa a rir. Não sou alguém que vai enfrentar outra pessoa. Sou a
favor do amor, não da guerra, mas uma pessoa não pode aguentar muito.

— Bem, estou feliz em ver o lado mau de Lynn, eu perdi isso, — brinca
Trey e me dá um tapa na cabeça.

Rolo meus olhos e Michaela corre através do portão, direto para mim. —
Mãe, eu fui tão bem! Tiffany e Leah disseram isso! — Ela me abraça,
pulando de um lado para o outro, rindo.
Eu me inclino um pouco para trás para que eu possa ver seu rosto. — Estou
tão incrivelmente orgulhosa de você, querida, você trabalhou tanto e se saiu
tão bem hoje! — Eu a parabenizo.

Ela sorri de volta para mim tão lindamente. — Eu te amo, mãe. — Ela me
abraça forte e eu a abraço de volta. Trey esfrega a parte de trás de sua
cabeça e ela se vira para ele. — Trey! — ela grita.

Ele a levanta do chão e a abraça. — Oi, esguicho.

— Mãe, podemos pedir pizza para o jantar?

— Ótima ideia, querida, não estou com vontade de cozinhar de qualquer


maneira, — admito. Hoje me drenou mentalmente, pois tive alguns casos
difíceis.

— Vou seguir vocês até em casa para ter certeza de que chegarão, — Trey
nos diz. Agradeço a ele enquanto ele nos leva até o carro.

Fico de olho na mãe louca. Já vi o pior da sociedade e não confio muito em


ninguém. Pessoas são loucas.

Coloquei Michaela em seu assento, observando para ter certeza de que ela
se dobraria antes de eu fechar a porta. Clico no chaveiro para trancar a
porta, em seguida, abro a porta

manualmente. Eu sei que provavelmente é um exagero, mas ninguém vai


levar minha filha.

Acenamos para Trey depois de entrar em nosso quintal, o portão se


fechando atrás de nós. Eu moro na propriedade do complexo, mas tenho
minha própria garagem e casa longe de todos.

— Vamos mãe, esperar por esta pizza está me matando, — Michaela geme,
meio faminta.
TRISTAN
Embarcamos no helicóptero que está nos pegando no meio do deserto;
acabamos de completar nossa última missão e estou me aposentando dos
SEALs.

Vi tantas coisas horríveis, coisas que iriam foder para sempre com minha
mente, mas faria tudo de novo para proteger meu país.

Uma coisa que ficou comigo durante tudo isso foi um garoto que usava uma
bomba amarrada ao peito, ferindo um dos meus amigos com quem eu fiz o
básico.

Essa merda fica com você.

Dormimos no chão, na areia por muitas fodidas noites, onde a temperatura


cai abaixo de zero quando escurece com o inimigo logo acima da colina.

Estamos destacados há um ano e estivemos em todos os países do Oriente


Médio em missões.

Mas estou pronto para estar com minha família, estou pronto para ser um
membro em tempo integral do meu MC e assumir meu lugar como
executor.

Olho para meus irmãos no helicóptero comigo. Todos nós temos


sentimentos confusos sobre ingressar na vida civil em tempo integral, mas
precisamos disso, temos sacrificado muito para proteger nosso país. É hora
de entregar as rédeas.

— Venha se juntar aos caras do MC comigo, — peço mais uma vez, todos
estão pensando nisso e sei que todos me seguirão. Falei sobre meu MC no
ano passado com eles.
Darren acena com a cabeça. — Estou com você, irmão.

A maioria deles não tem família e se têm, não são próximos, nenhum deles
é casado ou tem filhos. Juntar-se ao MC lhe dá aquela irmandade que você
tem no exército.

Já clareei com meus irmãos para eles prospectarem caso decidam aderir.

Olho para o chão abaixo de mim, o deserto parecendo mais e mais


ameaçador quanto mais longe estamos dele. A terra se estendendo por
quilômetros, sem vida, e o calor do qual você nunca pode escapar. É o
inferno.

Primeiro, porra, vou pegar um hambúrguer enorme e cair na cama por dias.
Estamos vivendo de MRES2 há semanas, você só pode aguentar espaguete
tantas vezes e fodida água pura, superei isso também. Preciso de uma merda
de cerveja.

Mas, acima de tudo, estou pronto para ir para casa.

2 Meal Ready-to-Eat. Um tipo de refeição individual instantânea comprada


pelo Depto de Defesa dos EUA para seus membros de serviço para uso em
combate e missões.
2
LYNN
HORAS MAIS TARDE
Estou na entrada da casa principal do complexo, Etta estará aqui a qualquer
minuto com a garota que eles resgataram hoje cedo.

Etta me mandou uma mensagem no caminho que ela está realmente lutando
mentalmente, então estou esperando ansiosamente.

Michaela está dormindo profundamente na cama e Cindy, uma das


mulheres que levamos anos atrás de um culto no Colorado, está cuidando
dela até eu voltar para casa.

Cindy não pode ter filhos, então aproveita todo o tempo de babá que
consegue, o que parte meu coração por ela.

Luzes brilham na garagem, avisando-me que estão chegando.

Candace, nossa mãe de casa, sai da cozinha olhando pela janela comigo.

Eles param e abro a porta da frente. Etta salta do banco de trás segurando
uma jovem que ainda nem pode ser uma adolescente.

Ela está soluçando incontrolavelmente, cada som destruindo uma parte do


meu coração. Candace vira a cabeça e pega um cobertor na parte de trás de
um dos sofás.

Esperamos que eles a levem escada acima e entrem na casa. — Oi, querida,
— digo suavemente. Pego o cobertor de Candace e envolvo seus ombros,
esperando que isso lhe dê algum conforto.

Ela olha para mim com os olhos cheios de lágrimas, e posso ver a dor
profundamente enterrada. Os rostos dessas mulheres nunca vão me deixar.

— Meu nome é Lynn; você está segura aqui. — Sorrio suavemente. Ela
olha ao redor da casa, observando tudo.
Ela está vestida com um vestido branco, com o cabelo trançado nas costas.
— Eu sou Rosie.

— É um prazer conhecê-la, querida. Vou mostrar o seu quarto. — Eu a


conduzo escada acima, com lágrimas escorrendo pelo rosto, seus lábios
tremendo de provavelmente medo e sei que isso é tão opressor para ela.

Empurro a porta do quarto. — Este é meu quarto? — Ela pergunta, sua voz
quase inaudível de tanto chorar.

Abro a porta do banheiro e acendo a luz para que ela possa ver o interior. —
Isso é todo seu, este é o seu banheiro. — Eu aponto para dentro.

Ela se senta na cama, enrolando o cobertor mais apertado em volta de si,


olhando ao redor do quarto.

— Estou com medo, mas prefiro estar aqui do que lá, — ela confessa, seu
rosto cai olhando para o chão.

Eu me sento ao lado dela. — Fui criada em um culto assim como você,


lembro quando saí e como fiquei apavorada. Prometo a você, um dia, não
será sempre assim, — eu a tranquilizo.

Ela foca seus olhos castanhos assustadores em mim. — Tem certeza?

Coloquei minha mão em seu ombro. — Um dia será mais fácil, juro a você.
— Ela me dá um leve sorriso, fungando e enxugando as lágrimas.

— O pijama está na sua cômoda, as toalhas estão embaixo da pia. Fique à


vontade. Se você precisar de alguém, Candace está no corredor. Ela tem
uma placa do lado de fora da porta e falarei mais com você amanhã. — Eu
lentamente fechei a porta atrás de mim suavemente, para não fazer nenhum
barulho alto.

Às vezes, a melhor coisa que você pode fazer é deixá-las ter privacidade e
aceitar sua nova vida. Elas anseiam tanto fugir e quando finalmente
conseguem, demora um pouco para chegar em casa.
A vida é muito diferente fora das seitas. Em uma seita, toda a sua vida é
completamente controlada, desde o momento em que você se levanta até a
cor da roupa que veste. Tudo.

Desço as escadas e Etta está na sala principal conversando com Vinny.


Ambos se viram para olhar para mim. — Como ela está? — Etta pergunta.

Aceno minha mão de um lado para o outro. — Vai demorar um pouco para
se acostumar com as coisas, especialmente porque ela é tão jovem. Quantos
anos ela tem, afinal? — Eu pergunto.

O rosto de Etta cai. — Doze anos. — A mandíbula de Vinny aperta e ele se


vira para olhar pela janela.

Meu estômago cai aos meus pés com isso, apenas cinco anos mais velha
que Michaela e ainda mais jovem que Leah e Tiffany.

— Vou voltar para casa para Michaela, estarei de volta pela manhã para
começar sua primeira sessão. — Abraço Etta e Vinny, ambos exaustos.

Às vezes não sei como a Etta consegue, ela vai direto para o ninho de
vespas, fica cara a cara com essa gente e sei que deve ser doloroso para ela.
Talvez eu precise me sentar e conversar com ela logo, para ter certeza de
que ela está bem.

A viagem para casa é curta. Cindy está no sofá lendo um livro quando
entro. — Oi, Cindy! Como você está? — Eu pergunto.

Ela sorri caminhando para a porta da frente. — Estou bem, ela foi um anjo
como sempre. — Ela tem um olhar desejoso em seu rosto.

— Quer sentar comigo? — Faço o convite, eu queria falar com ela sobre
algo.

Ela me dá um olhar confuso, mas faz o que eu peço. Acaricio o assento ao


meu lado. — Você conhece uma das novas garotas, Rhonda?
Ela acena com a cabeça, — Sim, ela está com o bebê recém-nascido.

Pego sua mão. — Ela é muito jovem, tem treze anos e disseme há alguns
dias que não tem a certeza de estar pronta para ser mãe. Ela perguntou se
alguém poderia adotar seu bebê.

Cindy olha para mim em estado de choque enquanto afunda lentamente no


que estou perguntando. — Você quer dizer? — Ela balança a cabeça. —
Você está dizendo o que eu acho que você está? — ela sussurra.

Aperto sua mão. — Eu sei que você queria ser mãe por um tempo Cindy,
você seria a melhor mãe para este doce bebê.

Seus olhos se enchem de lágrimas, ela abaixa a cabeça soluçando. — Eu


queria isso há tanto tempo. — Ela soluça entre as respirações.

— Que tal amanhã sairmos para fazer compras, arrumar sua nova casa e
começarmos a papelada antes de ir buscá-la? — Eu sugiro.

Ela envolve seus braços em volta de mim com força, apertando-me. —


Obrigada, obrigada! — ela sussurra mais e mais. — Estarei aqui assim que
você voltar de levar Michaela para a escola.

— Combinado! — Estou tão animada por ela. Estou triste pela mãe, mas
mentalmente ela não consegue cuidar do filho, foi uma decisão difícil para
ela, mas é a melhor.

Cindy sai e eu tranco a porta. Ando e abro a porta de Michaela, dando uma
olhada nela para me certificar de que está bem.

A visão dela tão tranquila em seu sono, aquece meu coração. Eu me


esgueiro e pressiono um beijo no topo de sua cabeça. Eu faria qualquer
coisa para protegê-la, para dar a ela a melhor vida.

Acordo com pequenos pés entrando no meu quarto, mas finjo que estou
dormindo para ver o que ela vai fazer.
Sinto sua respiração no meu rosto. Leva tudo em mim para não sorrir
enquanto ela me estuda, então sinto um dedo mindinho tocando meu nariz.

Ela ri, então ouço um estalo quando ela cobre a boca para não me acordar.

— Mamãe, você está dormindo? — ela sussurra bem baixinho.

Eu posso ouvi-la se aproximando. Espero o momento perfeito quando sei


que seu rosto está perto. Meus olhos se abrem e eu a agarro. Ela grita de
tanto rir enquanto a arrasto para a cama, beijando seu rosto todo.

— Te peguei! — Faço cócegas em sua barriga e ela ri mais forte tentando


segurar minhas mãos, então paro de fazer cócegas nela.

Eu rio, puxando-a para um abraço e colocando-a debaixo do cobertor


comigo. — Bom dia, querida. — Beijo sua testa, sentindo-me
sobrecarregada mais uma vez com meu amor por ela.

Ela sorri para mim, mostrando seus lindos dentes faltando. Ela tem um
pequeno punhado de sardas no nariz e lindos olhos verdes com cabelos
escuros. — Bom dia, mamãe. O que tem para o café da manhã?

— Ovos e bacon parecem bom?

Ela acena com entusiasmo. — Vá se vestir para a escola, estarei na cozinha.


— Ela pula da cama e corre para o quarto, como eu gostaria de ter um
grama de sua energia.

Ligo o fogão deixando esquentar e abro a torneira para lavar um copo que
está lá dentro.

Vejo uma garota de jeans e camiseta correndo direto para minha casa.

Que diabos está acontecendo?

Pego meu telefone ligando para Etta, colocando no viva-voz. — Bom dia,
irmã. — Ela boceja pelo telefone.
— Etta, há uma garota correndo pelo meu quintal direto para minha casa
agora. Devo me preocupar? — Eu pergunto, sentindo-me meio
desconfortável com a coisa toda.

Conforme ela se aproxima, posso finalmente ver seu rosto e é Rosie. Ela é a
garota que Etta resgatou na noite passada.

— É a Rosie! — digo à Etta.

Ela xinga pelo telefone e eu posso ouvi-la correndo pela casa. Abro a porta
e Rosie corre pelos degraus desmoronando aos meus pés, exausta.

Ela literalmente correu provavelmente cerca de três quilômetros.

— Qual é o problema, querida? — Eu pergunto. Ela está tremendo com


força no ar da manhã. Entro na casa e pego um cobertor, envolvendo-a nele.

Ela me olha com a boca trêmula. — Eu olhei para fora. Eu vi o carro dele
fora do portão e corri. Ele não pode me encontrar. — Ela agarra minha
calça de pijama e estou imediatamente preocupada que ela o tenha visto do
lado de fora do portão.

Enrolo o cobertor mais apertado ao redor dela, ajudando-a a ficar de pé. Eu


a levo para dentro de casa e tranco a porta. Posso ouvir Etta gritando coisas
pelo telefone. Coloco Rosie na bancada.

Michaela vai ficar com um drive-thru esta manhã, digo a mim mesma
enquanto desligo o fogão.

Ela olha em volta da minha casa e eu a recebo. Ela é tão jovem; estou
olhando para uma garotinha de doze anos apenas cinco anos mais velha que
meu bebê e ela foi forçada a se casar.

Seu mundo foi completamente dilacerado.

Michaela desce as escadas correndo e para quando vê Rosie. — Querida,


vamos para o drive-thru e pegar o café da manhã. Esta é Rosie. Rosie, esta é
minha filha, Michaela.

Rosie acena para ela através do cobertor. — Mamãe, você quer que eu ligue
o aquecedor para ela?

Meu doce anjo, bebê, ando até ela e a abraço. — Você é tão atenciosa, sim,
querida. — Isso me entristece, mas ela está acostumada a ver mulheres e
crianças em situações tristes, ela é tão inteligente além de sua idade.

Ela corre para a sala para ligar o aquecimento. Ando até o armário e pego
uma banana para Michaela, levando para ela na sala de estar. — Você quer
assistir TV até a hora de partirmos?

Ela balança a cabeça e liga um desenho animado quando vejo um veículo


parando na minha garagem. — Etta está aqui, Rosie.

— Paro de falar quando vejo que ela não está onde a deixei.

Corro ao redor da bancada e não a vejo em lugar nenhum. Que diabos?


Corro pela casa tentando encontrá-la e o único lugar que resta é o quarto de
Michaela.

— Oi, Micaela. Onde está sua mamãe? — Ouço Etta dizer.

Coloco minha cabeça por cima do corrimão. — Estou aqui, Rosie está
escondida em algum lugar, — digo a ela.

Etta sobe as escadas correndo e nós duas entramos no quarto de Michaela, é


quando vejo o pé dela saindo da cama de Michaela.

Olho para Etta, entristece-me ela estar tão assustada. — Oi querida, tudo
bem? — Fico de joelhos ao lado da cama.

— Quem está aqui? — Ela coloca a cabeça para fora da cama apenas o
suficiente para ver eu e Etta, que está ao meu lado.

Ela desliza lentamente para fora da cama. — Era só eu, querida. Vou levá-la
de volta ao complexo.
Ela pega a mão de Etta. — Eu o vi do lado de fora do portão, — ela lhe diz
e olho para Etta sem saber o que dizer. É altamente improvável que fosse
ele, mas um veículo semelhante.

— Você viu o veículo dele? — Eu lhe pergunto.

Ela balança a cabeça negativamente. — Não, ele estava apertando os botões


do portão tentando entrar.

Espere, o quê?

Os olhos de Etta se arregalam com suas palavras e meu coração acelera um


pouco. — Preciso checar as câmeras.

Ela pega o telefone e olho por cima do ombro enquanto ela rola de volta
através das gravações até que vemos alguém saindo de um SUV velho e
surrado. Ele está vestindo roupas pretas como se estivesse de luto. Ele olha
para o complexo e começa a mexer no sistema de alarme.

Ai meu Deus, ela tem razão!

— Preciso ir verificar Michaela. — Desço as escadas correndo e ela ainda


está no sofá assistindo TV.

Verifico as fechaduras antes de voltar para cima. — Eu preciso levar


Michaela para a escola e estarei de volta. Você me quer aqui ou no
complexo? — Pergunto à Etta.

— O complexo. Estamos fazendo com que alguns dos caras venham e nos
escoltem. — Etta ajuda Rosie a levantar do chão e eu a enrolo com mais
força no cobertor.

O horror do que ela está tendo que enfrentar, quando ela pensa que está
segura apenas para que ele apareça do nada.

Deixo-a aos cuidados de Etta precisando levar Michaela para a escola. É


difícil para mim ir embora quando alguém precisa de mim.
3

LYNN
UMA SEMANA DEPOIS
Foi uma longa semana. Rosie foi a pessoa mais difícil de se ajustar. Quando
viu o marido fora do complexo, isso a fez regredir muito.

O medo é uma coisa tão poderosa que pode controlar tudo, todos os
aspectos da sua vida até que você aprenda a superá-lo.

Ela experimentou o medo durante toda a sua vida e é complicado para ela
não permitir que ele governe sua vida.

Mas hoje é a festa de aniversário da minha sobrinha e sobrinho; é difícil


acreditar que têm cinco anos.

Saio do meu SUV quando Etta se aproxima para que possamos entrar
juntas. — Ei, irmã, — ela me cumprimenta.

Michaela aproveita seu momento para escapar e correr direto pelo portão
para brincar com as crianças.

Mordo a sensação avassaladora que tenho quando vejo a quantidade de


pessoas dentro do quintal através do portão.

Procuro Michaela para ter certeza de que ela está bem; ela está descendo
pelo escorregador com Sariah, minha sobrinha.

Lani acena para nós da mesa de comida, onde está arrumando tudo. —
Então, Rosie parece estar um pouco melhor.

— Eu paro de falar quando percebo que Etta está se concentrando em um


homem do outro lado do quintal ao lado de Lane.

Ele sorri para ela e ela desvia o olhar tão rápido que não tenho certeza de
que ela não tenha um torcicolo. Olho para Konrad. Eu o encontrei algumas
vezes e ele é um cara muito legal.
Sorrio para Etta, ela me encara. — Pare com isso! — ela sibila para mim.

Mas isso não me impede. — Garota, eu vi aquele olhar entre vocês dois!
Konrad é um cara legal, — eu a encorajo. Quero que ela seja feliz e quero
que ela saia por aí, conheça alguém ótimo para ela.

Seus olhos se arregalam. — Espere, você o conhece? — ela me pergunta,


chegando mais perto de mim.

Eu concordo. — Ele é voluntário com os meninos. Ele os olha durante o dia


às vezes. — Vejo o olhar suave em seu rosto ao saber que ele é bom com
crianças.

Ela é tão altruísta, está sempre cuidando de todos e protegendo todas essas
garotas. Quero alguém para protegê-la e cuidar dela como ela faz com os
outros.

— Pareee. — Etta empurra meu ombro levemente, ficando vermelha com


meu olhar astuto. Eu rio e cubro minha boca com sua reação.

Vinny se aproxima quebrando o momento. — Como se sente, os bebês


tendo cinco anos? — Etta pergunta a Vinny.

Vimos nosso irmão e sua família crescerem ao longo dos anos. Tem sido tão
lindo ver o amor que eles têm um pelo outro.

Vinny nos dá um olhar triste. — É fodidamente difícil. Em um segundo eles


eram pequenos o suficiente para segurá-los em uma mão e agora estão
derrubando a casa. — Ele olha para o espaço, imerso em pensamentos.

Então ele fica com um sorriso secreto no rosto. Eu chupo meus lábios
sabendo o que ele vai dizer no segundo em que ele se aproxima de Etta. —
Então, eu vi esse olhar. — Começo a rir, Etta cora tanto que me faz rir ainda
mais.

Ela nos dá um olhar zangado. — Calem-se. — Ela parece estar pronta para
socar nós dois.
Vinny ri mais. — Etta, você quase bateu nele. Quando você desviou o olhar,
ele teve que se agarrar à varanda para se manter de pé.

Ela fica com um sorriso malicioso no rosto, todo o seu humor mudando. —
Isso me faz sentir melhor.

Envolvo meus braços em torno dela. — Eu te amo, Etta.

Ela me abraça de volta. — Eu também te amo. — Ela entra em casa me


deixando com Vinny, que a está observando sair.

— Eu quero que ela encontre a felicidade, ela merece.

Vinny me estuda, ele coloca a mão no meu ombro. — Mas você também,
Lynn, você merece que alguém cuide de você do jeito que você cuida de
todos.

Ele me larga sozinha, deixando-me imersa em meus pensamentos. Ter um


relacionamento é algo em que não me permiti pensar.

Percebo que Lee, um dos tios esquisitos que é amigo de Caleb, que é filho
de Vinny, entra na casa também. Começo a segui-lo, mas Konrad e Lane
vão atrás dele.

Olho para o menino que é sobrinho de Lee. Eu só sei o nome de Lee porque
ele se apresentou a mim no início deste ano. Mas o pai, não faço ideia do
nome dele. Ele nunca fala com ninguém e apenas observa seu filho.

Eu me viro para verificar Michaela para ter certeza de que ela está bem
antes de mergulhar de volta em meus pensamentos.

Nos primeiros dois anos depois de deixar o culto, eu estava me


concentrando na minha escola e me tornando uma terapeuta.

Nos últimos anos, porém, na cama à noite, penso em compartilhar isso com
alguém, Michaela tendo uma figura paterna em sua vida. Ela tem figuras
masculinas incríveis, sem dúvida, mas quero que ela tenha esse vínculo
especial com alguém.
Eu quero passar minha vida com alguém. Fui forçada a me casar aos treze
anos. Nunca tive a chance de nada real, foi um inferno esses três anos.

Mas eu vejo todos os caras com suas mulheres, como eles são bem tratados
e vejo como eles estão apaixonados.

Eu quero isso para mim, apenas saber que não importa o que aconteça, eu
terei minha pessoa.

Estou tão perdida em meus pensamentos que mal percebo Etta correndo
para fora da casa de Vinny com uma leve palidez no rosto.

— Você está bem? — Pergunto quando ela se aproxima de mim. — Eu vi


Lee correr para dentro atrás de você, junto com os caras. — Pego a mão
dela.

Ela encolhe os ombros. — Foi muito estranho. Ele queria falar comigo, mas
eu disse a ele que não, que estava incomodada. Ele estava do lado de fora
do banheiro quando abri a porta.

Olho por cima do ombro e vejo Lee saindo do portão; ainda bem que ele vai
embora. Não o quero aqui, especialmente perto de Etta.

— Que porra é essa? Eu notei que ele é assustador por um tempo agora, —
confesso a ela.

Ela se encolhe. — Espere, você notou também? Eu pensei que estava


paranoica.

Eu aceno, olhando para o portão para ter certeza de que ele não está
entrando novamente. — Eu o vi olhando para você e Michaela mais de uma
vez.

Essa não foi a coisa certa a se dizer. Seu rosto e humor mudam bem diante
dos meus olhos. Eu posso sentir a raiva saindo

dela em ondas. — Eu deveria ter atirado nele, — ela range os dentes


cerrados.
Sinceramente, nunca percebi que ele era estranho até que Michaela
mencionou que ele estava olhando muito para ela. Estou em alerta vermelho
desde então.

— Michaela percebeu? — Etta pergunta.

Olho para o chão desejando ter mencionado isso para os caras. — Foi ela
quem me contou.

Etta se vira e sai correndo pelo portão direto na direção de Lee.

Que porra é essa!

Procuro alguém para ir até ela comigo quando vejo Konrad e corro para ele.
Meu coração está batendo forte no meu peito com a perspectiva de ela se
machucar. — Etta acabou de correr atrás de Lee, eu deixei escapar que ele
deixava Michaela desconfortável.

Konrad sai correndo a toda velocidade e eu o sigo e vejo alguns dos outros
caras me seguindo. Meus olhos procuram por ela no estacionamento. Eu a
vejo descendo o estacionamento em direção a um carro. Konrad está muito
à minha frente, pois é mais rápido.

Lee está com a mão no ar como se fosse dar um soco no rosto dela.
Coloquei minha mão sobre minha boca, morrendo de medo da minha
mente. Começo a gritar para avisá-la ou algo assim, mas Konrad chega até
ela, puxando-a de volta para fora do caminho antes que ele pudesse bater
nela.

Ele se move e fica na frente dela, colocando-a fora de perigo. Eu vou até
ela, sentindo-me muito mal do estômago porque eu estava com tanto medo
por ela.

Konrad agarra seu punho, rindo. — Grande erro, porra. — Ele torce o
punho e posso ouvir o som nauseante de ossos quebrando.

— Por favor, deixe-me ir. — Ele cai de joelhos no chão.


— Por favor, deixe-me ir, — Konrad zomba dele, torcendo e apertando suas
mãos. — Eu não vou deixar você ir, porra, você se atreveu a bater nela! —
ruge para ele, Lee recua.

Etta está pálida; pálida de uma forma que nunca vi antes e isso me apavora.
Ela olha para mim e depois para Lee. — Eu acho que ele é do culto, — Etta
sussurra. — Ele disse, 'não é meu lugar'.

Congelo com essas palavras, palavras que ouvimos por tanto tempo e tantas
vezes ao longo de nossa vida.

Etta está tremendo muito. Pego sua mão segurando-a, para lhe dar força.
Konrad pega seu telefone e sei que ele está mandando uma mensagem para
os outros virem até nós.

Lee começa a gritar a plenos pulmões: — Para o chão, caralho! — Konrad


grita com ele, empurrando seu rosto no cascalho com força.

Konrad olha para Etta, que não é ela mesma e está longe disso. — Etta, olhe
para mim. Você está segura, ninguém pode machucá-la aqui.

Ela respira fundo e eu me junto a ela, minha mente está cambaleando com
isso. — Diga-me para quem diabos você

trabalha, — exige Etta, ele luta para fugir. — Diga-me ou eu vou atirar no
seu pau. Você não tem outra escolha. Conheça o seu lugar, filho da puta. Ela
joga suas palavras de volta para ele.

— Diga-me agora!

Ele olha para todos nós com os olhos arregalados. — DANIELSON, — ele
grita para ela.

Dou um passo para trás como se tivesse queimado na descrença de que ele é
realmente do culto.

Konrad conta aos caras que tentou acertar Etta.


Todos ao nosso redor parecem um pouco confusos com o que está
acontecendo. — Danielson é o culto em que crescemos.

Decido fazer minha presença conhecida, aproximando-me de Lee. Estou


com medo, mas estou crescida agora, meu marido está morto. — Por que
você está aqui depois de tantos anos? — Eu pergunto, Vinny envolve seu
braço em volta de mim com força.

— Você levou minha noiva. — Ele olha diretamente para mim quando diz
isso e não para Etta.

Eu pisco em confusão. Todo mundo fica em silêncio enquanto pensamos em


quem poderia ser sua noiva, mas ele continua a me encarar, a raiva
crescendo em seu rosto.

Então isso me atinge e me atinge com força sobre o que ele está querendo
dizer. Meu coração para, tudo em mim congela de medo como nunca senti
antes.

— Não! — Eu grito com ele.

Ele está aqui por Michaela.

Etta sai correndo em direção à festa e estou bem atrás dela. Preciso chegar à
minha bebê, eu preciso ter certeza que ela está bem e em meus braços.

Não consigo nem respirar, não tenho certeza de como consegui entrar no
portão, é um borrão.

Começo a olhar ao redor do quintal para ver se consigo vê-la, mas não a
vejo em lugar nenhum. Meu coração está batendo tão rápido que parece que
está literalmente batendo no meu peito.

— Onde está Lani? — Trey grita e eu percebo que também não a vejo.

Meu Deus.
Eu me viro para a casa seguindo Etta. Todo mundo está olhando pela casa e
eu olho pela janela. Lani está segurando Michaela, que está sendo arrastada
pelo cara que veio com Lee.

— NÃO! — Eu grito enquanto eles estão se distanciando cada vez mais.

Por favor, querido Deus, salve Lani! Não deixe meu bebê ir.

Todos nós corremos para fora de casa. Michaela está gritando a plenos
pulmões e esse é um som que vai me assombrar pelo resto da minha vida.

Saio no campo em direção a eles quando vejo uma motocicleta parar logo
atrás deles. Ele desce da moto. — Tristan, socorro! — Etta grita com o
homem.

Eu passo por todos, a necessidade de chegar ao meu bebê é esmagadora.

A cabeça de Tristan vira em nossa direção e observa a cena e corre para


eles, já que ele está muito mais perto; faz isso antes de nós.

Tristan arranca o cara de Michaela e o empurra para o chão, dando uma


surra nele bem na frente de todos.

Eu caio no chão ao lado da minha filha, minhas pernas não são mais
capazes de me segurar quando a alcanço. Eu a pego e a coloco no meu colo,
segurando-a com tanta força.

Meu coração está doendo tanto que estou fisicamente doente com o que
aconteceu.

Eu a balanço de um lado para o outro. — Oh meu Deus, minha bebê, — eu


sussurro, segurando-a ainda mais forte, ela olhando para o nada e congelada
de medo.

Trey está segurando Lani que está chorando muito. Ela salvou minha bebê,
não permitiu que fosse levada.
Tento ignorar o homem deitado ao nosso lado, nocauteado por Tristan, mas
quero rasgá-lo em pedaços pelo que ele acabou de fazer com minha filha.

— Obrigada por salvar minha sobrinha. — Ouço Etta dizer.

Eu me inclino para trás, olhando para Michaela para ter certeza de que ela
está bem, mas ela ainda está sem vida, em choque com o que aconteceu.

— Estou muito grato por estar aqui, acabei de voltar de minha última
missão.

Eu me viro para olhar para o homem que salvou minha filha, meus olhos
cheios de lágrimas pelo horror do que poderia ter acontecido e pelo que ela
teria passado. Está me matando saber que ela está tão assustada.

— Muito obrigada, — digo a ele, minha voz falhando. Seguro Michaela


mais apertado contra mim, balançando-a como se ela fosse uma criança
pequena.

— Preciso levá-la para casa. — Eu me levanto, lutando para pegá-la


comigo.

Tristan dá um passo na minha frente e olho em seus penetrantes olhos azuis.


— Vou levá-las para casa. Posso carregá-la para você?

Com isso Michaela sai de seu choque, olhando para mim e depois para
Tristan antes que ela acene com a cabeça, estendendo os braços para ele.
Estou surpresa que ela tenha ido até ele, mas acho que ele ao salvá-la
ganhou sua confiança.

Prendo a respiração, esperando o que ele vai fazer.

Ele coloca as mãos sob os braços dela e a levanta facilmente, ela se


aconchega em seu peito fechando os olhos.

— Lynn, vamos consertar essa merda, — Trey me diz e uma lágrima


desliza pelo meu rosto ao lembrar do que acabou de acontecer.
Meu mundo acabou de cair aos meus pés.

Era meu trabalho, tudo o que eu queria era proteger minha bebê. Eu queria
lhe dar a vida que ela merece e eu deveria ter conseguido.

Então isso aconteceu.

Eu me sinto um fracasso como mãe porque não a protegi, eu não estava lá


para ela.

Olho para Lani, meu coração tão agradecido por ela e pelo que ela fez.
Ando até ela envolvendo meus braços ao seu redor com força. — Muito
obrigada.

Ela acena contra mim. — Estou tão feliz por estar aqui.

Olho para meu irmão Vinny que está sofrendo, posso ver isso escrito em
seu rosto, mas agora preciso estar com minha bebê. Ando até o meu carro,
onde Tristan a está colocando em seu assento como se ele tivesse feito isso
centenas de vezes.

Etta está parada ao meu lado assistindo. — Espere, o que aconteceu com o
garotinho que estava com eles? — Etta pergunta.

— Eu irei procurá-lo. Lane, você pode cuidar dele? — Konrad diz,


correndo em direção ao quintal que todos nós acabamos de sair.

— Vou levá-las para casa, — Tristan diz à Etta, pegando minha mão. Olho
para sua mão na minha, chocada que ele fez isso.

Ele abre a porta para mim e me ajuda a entrar, colocando meu cinto de
segurança em mim e gentilmente fecha a porta.

Olho para o banco de trás para Michaela cujos olhos estão fechados, a
exaustão tomando conta.
Tristan entra e liga o meu carro e ele olha para mim. — Você está bem? —
ele pergunta.

Olho para as minhas mãos. Eu não estou bem, não tenho certeza se algum
dia estarei. Todas as coisas horríveis que aconteceram comigo na minha
vida não são nada comparadas ao medo que acabei de ter por Michaela.

Eu tiraria cada dor dela se pudesse.

Encolho meus ombros. — Foi o pior momento da minha vida, pensei que a
tinha perdido, — confesso.

Ele agarra o volante com força; posso ouvir o couro estalando sob suas
mãos.

Seus olhos vão para o espelho, eu sei que ele está checando Michaela. Eu só
quero ir para casa, subir na cama com ela e esquecer que isso aconteceu.

Ele disse que era seu noivo.


TRISTAN
Ela está completamente torturada pelo que aconteceu, olhando para o
espaço, pálida e com as mãos tremendo.

Isso está me matando, eu nem sei o que diabos está acontecendo, para quem
aquele cara estava levando a garotinha.

A respiração profunda de Michaela no banco de trás é o único som no SUV.

Nunca conheci Lynn, nos últimos seis anos mal cheguei em casa e passei a
maior parte do tempo no exterior. Já ouvi falar dela, eu a vi de passagem,
mas nunca a conheci oficialmente.

— O que aconteceu? — Eu preciso saber se elas estão em perigo, se eu


preciso ter cuidado. Obviamente Michaela está em perigo porque alguém
tentou tirá-la do quintal de um membro do MC.

— Vou explicar mais tarde, não quero ouvidos de criança ouvindo isso, —
ela me diz baixinho para não acordar Michaela.

Concordo com a cabeça e o caminho para a casa dela é rápido. Ninguém me


disse o quão bonita ela é, estou chateado com isso. Ela me diz o código para
entrar em seu portão, sua casa é uma casa de fazenda branca com
venezianas escuras.

— Vou carregá-la para você, — digo à Lynn antes que ela possa sair.

Ela acena com a cabeça e ando ao redor da parte de trás do SUV


entregando-lhe as chaves. Abro a porta traseira, desafivelando Michaela,
pegando-a suavemente. Lynn me ajuda com ela, então eu não a empurro
para acordar.

Sigo atrás de Lynn em sua casa e no quarto de Michaela. Eu a deito e Lynn


a coloca na cama com seu bicho de pelúcia debaixo do braço.
Ela gesticula para que eu a siga, faço isso e não posso deixar de pensar em
como ela é bonita; seu lindo cabelo escuro solto nas

costas, o par de jeans e camiseta destacando a silhueta de seu corpo.

— Quer se juntar a mim? — Ela aponta para o sofá e me sento ao seu lado,
colocando minhas mãos sob minhas pernas para que eu não a toque
acidentalmente, segure sua mão como fodidamente queria.

Ela empurra o cabelo comprido sobre o ombro, pegando um cobertor das


costas do sofá, cobrindo as pernas com ele.

Ela me olha com seus grandes olhos verdes, assim como sua filha. — Fui
criada em uma seita. Tenho certeza de que você sabia disso, considerando
que ajudou Etta em algumas missões quando estava em casa. Fui forçada a
me casar alguns dias depois de fazer treze anos e Etta tinha quatorze quando
se casou. Tive minha doce bebê cerca de um ano depois de me casar.
LYNN
É sempre tão assustador para eu contar a outras pessoas sobre o meu
passado, porque você nunca sabe a reação que obterá das pessoas.

Além disso, não quero que ele sinta pena de mim.

Cheguei a um acordo com o meu passado, mas no final, recebi a maior


bênção da minha vida. Eu me curei, mas algumas partes de mim nunca irão
se curar completamente e eu aceitei esse fato.

Eu não vou deixar isso me incomodar.

Seus olhos escurecem, sua expressão é de pura raiva e é assustador. Ele é


um homem grande, tipo enorme, com tatuagens começando em seu pescoço
e descendo até suas mãos. Ele estende a mão como se quisesse tocar a
minha, mas muda de ideia no último segundo, colocando-a ao nosso lado.

— Hoje, Lee disse que era noivo de Michaela e que eu a tirei dele. — Essas
palavras que saem da minha boca são esmagadoras, tão profundas que a dor
crua me atinge como uma tonelada de pedras. Alguém se sentou e planejou
isso. Casar minha bebê.

Isso nunca vai acontecer, mas a ideia de que eles foram ao extremo de
matricular uma criança na mesma escola que Caleb e Sariah só para se
aproximarem de nós, dela. Em seguida, tentaram sequestrá-la.

Ele é um homem adulto, na casa dos trinta, e está olhando para a minha
bebê como sua noiva. Como isso pode ser?

Quem tomou essas decisões? Meu marido está morto, meu pai está morto,
minha mãe está viva. Eu olho para Tristan enquanto os pensamentos me
atingem com força, ela teria sido a única a negociar esse acordo. Ela é a
única que sobrou.
O rosto zangado de Tristan cai com a minha expressão. — Minha mãe deve
ter feito isso, não há mais ninguém no culto. — Enoja-me até mesmo
pronunciar as palavras.

Eu iria resgatar minha filha, custasse o que custasse, e não teria deixado
ninguém a machucar. Eu nunca soube o quão poderoso era o amor de uma
mãe até que tive minha filha. Então a dor se instalou em que minha mãe não
nos protegeu, ela deixou

coisas acontecerem que não deveriam, porque ela testemunhou com seus
próprios olhos.

Ninguém nos protegeu, mas um ao outro.

Puxo o cobertor ainda mais até o meu peito, abraçando-o, precisando de


conforto. Tristan está olhando para mim, seus olhos me observando.

Eu olho para ele, seu rosto embaçado enquanto luto contra as lágrimas que
estão morrendo para serem derramadas.

— Darlin3, — diz sua voz profunda e arrastada do sul.

Meu lábio treme quando o medo me atinge mais uma vez. — Lee ainda está
lá fora, ele fugiu quando fomos encontrar Michaela. Todos nós pensamos
que alguém iria ficar com ele, mas todos entraram em pânico ao ir procurá-
la. Ela está em perigo.

Foi quando o auge da raiva realmente se instalou.

Todo o seu corpo endurece, sua mandíbula cede. — Ela não está em perigo,
estou aqui.

Meu coração salta uma batida com suas palavras. Oh, garoto.

3 Querida, mas em inglês seria “Darling”. Presume-se que ele usa a palavra
como apelido p/ ela.
4

LYNN
TRÊS HORAS DEPOIS
Michaela ainda está dormindo profundamente, então estou na cozinha
fazendo espaguete, seu favorito. Para minha surpresa, Tristan ainda está
aqui e me ajudando com o jantar.

Eu decidi deixá-la dormir o quanto ela precisa, seu corpo e mente precisam
descansar do choque horrível de tudo.

— Então você é uma terapeuta? — Tristan pergunta, tirando-me dos meus


pensamentos.

Olho para ele enquanto mexo o molho e aceno. — Eu sou, especializada em


trauma e PTSD.

Ele se recosta no balcão, os braços cruzados me estudando.

Minha mão treme sob seu olhar intenso. — O quê? — Eu pergunto,


sorrindo levemente quanto mais ele me encara. Ele se

aproxima um pouco mais, colocando a faca na pia. Estou hiperconsciente de


tudo o que está fazendo.

Ele é tão atraente que eu teria que ser cega para não notar.

— Você é incrível, sabia disso? — ele diz do nada, balançando-me


totalmente.

Minha boca cai aberta, chocada. — O quê? — Estou tão confusa com o que
o faria pensar isso.

Ele sorri ligeiramente para mim. — Pelo que vi hoje, Darlin, você teve um
bebê aos quatorze anos, e a criou como uma boa criança. Escapou de uma
porra de um culto, tornou-se uma terapeuta para ajudar outras pessoas como
você e uma mãe muito boa, com um grande coração. — Sua mão toca meu
antebraço, deslizando pela minha mão. — Você é irreal.
Não consigo sentir minhas pernas, não tenho certeza se sequer me lembro
de como respirar. — Tristan, — eu sussurro, sem palavras.

Meu coração dói com seu elogio, algo que eu nunca esperava, mas nunca
soube o quanto eu precisava ouvir no momento.

Não consigo resistir ao desejo de estar mais perto dele, posso sentir o calor
de seu corpo quando me aproximo, olhando para ele enquanto o faço.

— Posso te abraçar? — Pergunto-lhe.

Ele me dá o primeiro sorriso ofuscante que vejo dele, atinge seus olhos
completamente, é lindo.

— Darlin, eu ficaria magoado se você não o fizesse.

Borboletas enchem meu estômago. Ele assume, colocando a mão na parte


de trás da minha cabeça e a outra nas minhas costas, pressionando-me
contra seu corpo. Fico instantaneamente emocionada com o cheiro de seu
corpo, o calor e, acima de tudo, a segurança.

Nunca me senti tão segura como estou neste momento do que com ele, em
pé na minha cozinha enquanto o mundo está lentamente desmoronando ao
meu redor.

Mas ah, como eu precisava. Como eu precisava que alguém apenas levasse
o fardo por um minuto e se consolasse com outra pessoa.

Acabei de conhecê-lo, apenas algumas horas atrás, então por que parece que
o conheço toda a minha vida?

Seus dedos se enterram em meu cabelo, eu respiro profundamente; está


silencioso na cozinha além do som do macarrão fervendo.

Aperto meus braços ao seu redor, seu corpo forte, duro. Posso sentir suas
mãos calejadas contra meu couro cabeludo por causa do trabalho duro.
Ele inclina minha cabeça para trás, então estou olhando diretamente em seu
rosto e perco o fôlego com a visão; a maneira como ele está olhando para
mim, é como se ele estivesse tão afetado.

Um grito alto e agudo me faz pular para trás, ofegante.

Eu me viro e subo as escadas correndo para Michaela, meu coração batendo


tão rápido, sem saber o que esperar.

Abro a porta e ela está no meio da cama, segurando os ouvidos gritando.

— Baby, a mamãe está aqui! — Sento-me na cama ao lado dela, tocando


seu rosto, querendo que ela desperte do pesadelo.

Tristan fica de joelhos ao lado dela e de mim. — Michaela, querida, está


tudo bem. Você está segura.

Nós dois falamos com ela em tons suaves até que ela lentamente puxa as
mãos de seus ouvidos e abre os olhos olhando para nós dois.

Isso apenas me matou, destruiu meu núcleo. Nunca quis que ela sentisse
esse tipo de medo, tivesse pesadelos. Eu nunca quis isso...

— Oi mamãe. — Ela sorri para mim, seu pequeno sorriso desdentado me


dando uma ponta de esperança de que ela ficará bem.

— Oi minha menina, você está se sentindo bem? — Pergunto a ela,


esfregando sua mãozinha.

Ela perde o sorriso. — Eu tive um pesadelo sobre o homem mau tentando


me levar.

Quero matá-lo, quero machucá-lo de maneiras que nunca vão deixá-lo e ele
vai sofrer por completo. Estou com medo de que ela não seja a mesma
garotinha de antes disso.

Agora, ela está perto de Tristan, tirou conforto dele mais cedo e isso me dá
esperança de que ela possa superar isso.
Tristan lentamente alcança sua mão para ela tomar. Ela olha para mim para
obter minha permissão e eu aceno, sorrindo.

— Michaela, você pode olhar para mim? — ele pergunta a ela suavemente.
Ela lhe dá toda a sua atenção cansada. — Quero que saiba o quanto lamento
o que aconteceu com você, mas também quero que saiba que nunca mais o
verá. Eu vou me certificar disso.

Ela olha para ele cheia de esperança. — Promete? — sua vozinha doce
pergunta a ele, seu rosto mostra dor assim como estou sentindo.

— Eu prometo, querida. Você está segura comigo sempre.

Ela sorri novamente, seus olhos um pouco mais claros. — Ok, — ela para e
eu percebo que ela nem sabe o nome dele.

— Tristan.

— Prazer em conhecê-lo, Tristan. — Ela afirma em uma voz educada que é


muito madura para sua idade e eu rio levemente com sua expressão
espantada.

Em seguida, ela recebe um olhar malicioso em seu rosto, olhando para mim
e depois para Tristan. — Acho que isso significa que você está se mudando
para cá, todas as noites na festa do pijama. — Ela se senta na cama com os
braços atrás da cabeça.

Eu rio alto com isso, Tristan também. — Não tenho certeza se Tristan pode
ficar conosco, querida, ele pode ter planos. — Eu dou a ele uma saída.

Ela parece horrorizada com a ideia; é melhor ele planejar do que passar um
tempo com ela assistindo Frozen.

— Nah, eu preciso estar com minha menininha especial e mantê-la segura.


— Ele pisca para ela e ela está perdida, anzol e chumbada.
Eu tenho que dizer, a mamãe não pode culpá-la.

— O jantar está pronto, espaguete! — Arregalo os olhos na palavra


espaguete.

Ela se engasga dramaticamente. — Espaguete? — ela grita e desce as


escadas correndo o mais rápido que suas perninhas podem carregá-la.

Eu rio e sigo bem atrás dela. Ela já está na cozinha segurando um prato
quando eu a alcanço.

— Vou preparar seu prato, baby, vá se sentar à mesa. — Eu me inclino e


beijo o topo de sua cabeça. — Espere, pegue sua bebida primeiro.

Tristan pega o prato de Michaela de mim. — Vá se sentar com ela, eu


preparo a comida.

Minha boca abre e fecha. — Eu posso pegar. — Começo a pegar o prato de


volta, mas ele o tira do caminho antes que eu possa fazer isso.

Ele sorri para mim e meu esforço tentando retirá-lo. — Quando foi a última
vez que alguém serviu você? — ele pergunta.

Tento pensar em quando e honestamente não consigo me lembrar. Talvez


quando eu estava em casa com meu irmão.

Ele percebe meu olhar e acena para a sala de estar. — Isso foi o que eu
pensei.

Começo a dizer que ele não precisa fazer isso, mas seu olhar está me
avisando que isso não está em discussão. Entro na sala de jantar e me sento
ao lado de Michaela, que parece confusa porque minhas mãos estão vazias.

Antes que eu possa explicar, Tristan sai segurando dois pratos colocando-os
na nossa frente. Seus olhos se arregalam com a visão. — Uau, mãe, nós
somos princesas.
Meu pobre coração, o olhar satisfeito no rosto de Tristan me mostra que
suas palavras o atingiram. — Tenha certeza disso, princesa.

Ela sorri feliz para mim por ele chamá-la de princesa. Ele sai e volta com
vinho, duas taças e seu prato, sentando-se bem ao meu lado.

Michaela torce seu espaguete com o garfo estudando Tristan. — Você


parece um rei, porém, mamãe é a rainha e eu obviamente sou uma princesa.
— Ela dá uma mordida em sua comida, balançando a cabeça para si mesma.

Tristan ri dela, qualquer um que esteja ao seu redor não pode deixar de se
apaixonar. Ela é perfeita.

— O que a princesa gosta de fazer? — Tristan lhe pergunta.

Ela pousa o garfo dramaticamente. — Bem, eu adoro jogar softball, esse é o


meu favorito, — ela diz com uma voz realmente sofisticada.

— Bem, eu costumava jogar beisebol. Talvez possamos jogar juntos algum


dia? — ele pergunta.

— Meu Deus! Depois do jantar, por favor, mamãe? — Ela coloca as


mãozinhas sob o queixo, dando-me os maiores olhos de cachorrinho.

Aliso minha mão na parte de trás de sua cabeça. — Claro, baby, todos nós
vamos brincar.

Ela começa a comer sua comida rapidamente para que possa ir brincar.
Todos nós mergulhamos em nossa comida ouvindo Michaela falar fatos
aleatórios sobre softball, escola e outras coisas que a deixam feliz.

Eu estava com tanto medo de que minha bebê fosse uma casca da pessoa
que já foi. Eu sei que ainda não acabou e vai demorar um pouco para o
trauma ir embora, mas por enquanto?

Ela é minha bebê e isso é tudo que importa, ver aquele sorriso me dá
esperança.
Estou na escada vendo Tristan jogar a bola para Michaela. Ela tem o maior
sorriso em seu rosto devorando toda a atenção que ele está lhe dando.

— Mamãe, você viu isso? — ela pergunta.

Eu concordo. — Você foi tão bem, baby, — eu a elogio e ela pula para cima
e para baixo feliz. Você não pode evitar se

apaixonar por minha doce menina quando ela está por perto. Pode me
chamar de preconceituosa, mas acho que ela é a melhor.

— Podemos brincar de pega-pega? — ela pergunta.

Tristan coloca a bola no chão e desço os degraus juntando-me. Enquanto


prendo meu cabelo em um coque, digo: — Claro. Onde fica a base?

Ela olha, vê seu balanço e aponta para ele. — Você tem que se sentar no
balanço para estar seguro.

— Quem é o pegador? — Ela murmura para si mesma olhando entre mim e


Tristan antes de ficar com um olhar perverso em seu rosto olhando para
Tristan. — Você! — ela grita, saindo correndo em direção aos balanços.

Ele me olha e eu saio antes que ele possa me pegar. Posso ouvi-lo rindo,
seus pés batendo na grama atrás de mim enquanto ele me persegue. Começo
a rir também, viro para ver onde ele está e grito quando ele está literalmente
a 30 centímetros de distância.

Michaela ri tanto de mim que bufa. Assim que chego ao balanço, um braço
em volta da minha cintura, seus lábios vão para o meu ouvido. — Peguei
você. — Ele me levanta dos meus pés, abraçando-me em sua frente.

Tento não pensar em como é tê-lo contra mim. Ele me coloca no chão e
coloco minhas mãos em meus quadris, olhando para os dois. — Acho que
isso significa que sou um monstro! — Rosno para os dois, colocando
minhas mãos como se eu tivesse garras.

Michaela grita, correndo para Tristan. — Carregue-me meu príncipe, salve-


me do monstro.
Ele a pega no colo e ela aponta para o parquinho. — Leve-me para o
castelo! — Eu começo em direção a eles e ele sai correndo com ela.

Persigo, rosnando o tempo todo. Ele a coloca no brinquedo, rastejando ao


lado dela. Ele é muito grande para caber dentro, mas o faz de qualquer
maneira.

— Bem, para onde eles foram? — Finjo que não os vejo, procurando por
todo o cenário.

— Oh meu Deus, ela não nos viu, — eu a ouço sussurrar para Tristan,
rindo.

— Que som é esse que ouço? — Pergunto, movendo-me na direção de sua


risada. Eu posso ouvi-la se mexendo.

Tristan pisca para mim segurando uma Michaela escondida em seus braços.
Eu me aproximo, Michaela dá uma olhada em mim e coloca a mão de
Tristan em seu rosto pensando que vai escondê-la.

— Onde ela fooooooi? — Falo em uma voz cantante. Ela ri novamente e eu


me movo, então estou de pé ao lado do brinquedo olhando para dentro.

— O que é isso? É um porquinho? — Eu estendo a mão e seguro seu dedo


do pé. Ela grita de tanto rir de mim fazendo cócegas nela.

— Oh cara, ela me pegou! — Ela dá um tapa na perna dramaticamente


antes de virar seu sorriso maligno para mim e Tristan. — Vou dar um
minuto de vantagem para se esconderem.

— Ela aponta o dedo mínimo para nós dois, em seguida, cobre os olhos.

Tristan gentilmente a coloca de pé e salta do brinquedo direto para mim,


pegando minha mão. Partimos para encontrar um lugar para nos esconder.
— Aqui! — Aponto para um grande arbusto, empurrando-o para dentro e o
sigo sentando-me entre suas pernas.

Nós a observamos enquanto desce da casinha e olha ao redor do quintal


tentando ver se consegue nos localizar.

— Ela é tão fodidamente preciosa, Lynn; você fez um trabalho incrível com
ela, — ele sussurra para mim.

Eu sorrio com isso. — Ela é minha vida.

Ele coloca a mão em meus braços. — Você também é a dela.

Meu coração canta com isso. Só quero que minha bebê seja feliz e segura.
Isso é tudo o que quero. Estou tentando não pensar na maneira como
estamos sentados agora, suas pernas de cada lado das minhas, com os
braços soltos.

Posso sentir sua respiração na minha nuca e não consigo resistir à vontade
de olhar para ele. Nossos olhos se conectam, seu rosto sério enquanto me
encara. Minha mão vai para o joelho dele, para me preparar.

Sua mão se estende lentamente para frente, tocando minha bochecha


suavemente, suavemente. — Você é tão bonita. — A maneira como ele está
olhando para mim agora e a maneira como disse essas palavras, eu sei que
ele quis dizer isso.

Eu sorrio, minha bochecha ficando quente com seu elogio. — Você é tão
fofo, obrigado.

Ele sorri balançando a cabeça como se estivesse incrédulo e se inclina para


frente descansando sua testa contra a minha.

Nós não falamos, não nos movemos, apenas sentamos aqui juntos
aproveitando este momento. Não sei o que pensar, com certeza não sei
como estou me sentindo.

Só sei que não quero que ele vá embora.


— Encontrei vocês! — ela grita e empurra o arbusto para trás, sorrindo para
nós.

Eu rio, levantando-me. — Você encontrou, com certeza, anjo.

— Eu acho que é hora de um banho e relaxar antes de dormir, — eu aponto


para ela.

— Ok, mamãe. Posso usar um pijama de princesa? — Ela pega minha mão.

— Sim, quer escolhê-los ou você quer que eu faça?

— Eu posso! — Ela sai correndo me deixando com Tristan.

Não tenho certeza do que fazer. — Então, uh, eu tenho algumas das roupas
de Vinny, se você quiser usá-las, se você ficar, o que é totalmente bom se
você não quiser, mas se você usar, — eu divago.

— Tudo bem, Darlin.

Soltei um suspiro profundo, batendo-me internamente. Eu o levo para


dentro de casa mostrando-lhe o quarto de hóspedes. — Este é o quarto onde
eles ficam quando estão aqui, é só verificar as gavetas. Você pode dormir
aqui se quiser.

— Obrigado.

Eu praticamente corro pelas escadas para verificar Michaela, que já está na


banheira. Sento-me no vaso sanitário ao lado dela, ela olha para mim. —
Quer brincar de Barbie comigo? — ela pergunta.

Sento-me ao lado da banheira, então estou mais perto, fazendo a Barbie


andar pela borda da banheira. — Mamãe, por que o homem mau tentou me
levar?

Fecho meus olhos por alguns segundos, a dor me dominando. Coloco a


Barbie no chão. — Baby, as pessoas às vezes fazem coisas, coisas horríveis
e nunca sabemos por quê.
Ela olha para a Barbie que eu larguei por alguns segundos. — Eu estava
com tanto medo, pensei que nunca mais veria você.

Eu quero vomitar, quero machucar alguém. Quero fazer algo para me ajudar
com a dor que estou sentindo agora e com a dor que ela sofreu.

— Eu nunca, nunca vou deixar você, baby. Eu prometo. Eu sei que o que
aconteceu hoje foi assustador, mas nunca vai acontecer de novo, não
importa o que aconteça, — eu a tranquilizo.

Ela pega sua Barbie, fingindo que ela nada na água. — Eu te amo minha
doce menina. — Esfrego minha mão em seu cabelo, inclinando-me para
beijar sua testa. — Sinto muito que isso tenha acontecido com você, mas
mamãe sempre estará aqui com você.

— Eu também te amo. — Ela sorri e tudo é esquecido novamente. —


Aposto que consigo fazê-la mergulhar! — ela diz, levantando a boneca
acima de sua cabeça deixando-a entrar na água.

Eu rio. — Parece que ela é uma profissional.

Ela acena com a cabeça. — Ela é minha Barbie. — Ela sorri como se isso
fosse a resposta para tudo.

Eu rio, esfregando a lágrima da minha bochecha que conseguiu escapar. —


Você acertou.

Sento-me olhando para ela tentando não pensar na negatividade das coisas e
nos “e se”. O que importa é que ela está segura e aqui comigo.

Eu entro em seu quarto e pego seu pijama para ela vestir. — Fique dentro
do seu quarto enquanto eu tomo banho, ok? — Digo a ela.

Eu rapidamente pulo em seu chuveiro, deixando a porta do banheiro aberta.


Assim posso espiar para fora do chuveiro para ver como ela está. Eu sei que
isso provavelmente é um exagero, mas preciso disso agora, preciso ter
certeza de que ela está bem e comigo. O pânico que senti hoje? É algo que
nunca vai me deixar.

Deixei as lágrimas caírem, a água lavando-as do meu rosto enquanto me


permitia sentir tudo e deixar a dor sair.

Descanso minha testa contra a parede, respirando fundo. — Mamãe,


podemos comer pipoca e ver um filme quando você está aí?

Eu limpo minha garganta para que não soe como se eu estivesse chorando
para ela. — Sim, eu vou sair em um minuto.

Posso ouvir sua TV ligada. Termino de tomar banho e olho para o balcão.
Esqueci de pegar algumas roupas.

Enrolo a toalha em volta de mim com força. — Eu vou voltar, vou me


vestir.

Ela nem mesmo me olha, ocupada demais observando Bob Esponja. Abro
sua porta, virando o corredor apressada em direção ao meu quarto quando
ouço passos subindo as escadas bem ao lado do meu quarto.

Meu Deus.

Eu acelero esperando que ele não me veja.

Sua cabeça aparece sobre o parapeito, seus olhos indo diretamente para
mim na minha pequena toalha que está coberta de princesas, muito curta e
mal cobrindo minhas partes.

Espero que ele vire a cabeça para desviar o olhar de mim, mas ele não o faz.

Ele apenas se aproxima, parando no topo da escada.

Seus olhos se movem lentamente da ponta dos meus dedos para o meu
rosto, meu corpo queimando com seu olhar.
Agarro minha toalha com mais força. — Eu preciso ir para o meu quarto,
— eu gaguejo, movendo-me para passar por ele. Ele não se afasta para me
dar espaço para passar. Não, ele está lá, meu braço e meu lado têm que
passar por ele para entrar no meu quarto. Eu o ouço respirar fundo quando
estou perto dele.

Entro no meu quarto, fechando a porta atrás de mim, encostando-me na


porta. Sorrio para mim mesma. Sinto uma dor entre as pernas, uma
sensação que nenhum homem jamais me deu, até agora. Eu estou com
problemas.
5

LYNN
Sento-me no sofá com Michaela ao meu lado, Tristan ao seu outro lado. Ela
está segurando seu cobertor de princesa sob o queixo com a cabeça no meu
colo e os pés em Tristan.

Ele olha para mim, depois para os pezinhos dela e coça a sola dos seus pés
fazendo cócegas nela. Ela ri, afastando os pés dele. — Tristan, isso não é
legal. — Ela lhe dá um olhar falso.

— Bem, e quanto a isso? — Eu pergunto a ela, levantando seu braço para


que eu possa fazer cócegas nela.

Seu rosto fica vermelho com sua risada silenciosa, então Tristan se junta a
seus pés. — TIO! — ela grita, fugindo para o chão para se afastar de nós.

Ela tira o cabelo do rosto. — Vocês não são justos. — Ela cruza os braços
sobre o peito olhando para nós dois antes de dar a Tristan um sorriso
malicioso. Movendo-se para ele, ela sussurra em seu ouvido.

Os dois se viram para olhar para mim, sei que estou em apuros.

— Espere um minuto. — Coloco meu dedo para cima tentando detê-los.

— Onde você pensa que está indo? — Tristan pergunta quando tento fugir.

Ele agarra meus pés me parando, puxando-me até que eu esteja deitada de
costas, então os dois me atacam.

Tristan tem meus pés me fazendo cócegas, Michaela me fazendo cócegas


em todos os lugares, meu rosto, braços, estômago.
Lágrimas rolam pelo meu rosto enquanto tento lutar contra os dois, mas não
muito forte porque o som da risada de Michaela é o suficiente para deixá-
los me torturar para sempre.

— Você já teve o suficiente, hmm? — Michaela diz bem na frente do meu


rosto, deixando seu nariz encostado no meu.

Sento-me, meus olhos em lascas olhando para Tristan. — Acho que


precisamos dar a ele um gostinho de seu próprio remédio.

Ela não perde um segundo pulando nele como um macaco, eu me junto a


ela fazendo cócegas em seus lados.

— Tudo bem, vocês estão com problemas! — Ele nos pega debaixo de seus
braços, segurando nós duas no ar.

— Ei! — Michaela cutuca seu lado, sacudindo-o fazendo com que ele quase
nos derrube. Ele gentilmente, mas finge ser rude, joga-nos no sofá uma ao
lado da outra.

— Agora quem é o chefe? — Ele faz cócegas em nós duas ao mesmo


tempo.

Seus olhos estão mostrando sua felicidade. Eu quero estender a mão e tocar
seu rosto, tocar aquelas pequenas linhas de seus olhos, suas covinhas em
suas bochechas.

Ele para de fazer cócegas em nós, olhando para mim.

Eu gostaria de saber o que ele estava pensando.

— Podemos assistir Halloween Town? — Michaela quebra o momento.

— Claro, querida. — Sento-me, puxando minha camisa para baixo de onde


ele estava me fazendo cócegas.

Posso sentir seus olhos em mim; estou tão hiperconsciente dele. Meu corpo
parece tão vivo agora. O que está acontecendo comigo?
Por que eu gosto dele assim? Em cinco anos, nunca dei uma segunda olhada
a outro homem até hoje.

Até Tristan.
TRISTAN
Porra, o jeito que ela estava olhando para mim? Meu coração quase parou
no meu peito. Seus lindos olhos, é como se ela estivesse olhando direto para
a porra da minha alma.

Eu a vi naquela porra de toalha e quase engoli minha língua. Ela é a mulher


mais linda que já vi. Não é apenas sua aparência, mas seu coração e a
maneira como ela cuida de sua filha. Estou fodidamente viciado.

Mas acima de tudo? Estou caído por aquela garotinha especial.

Nunca sonhei, quando cheguei em casa esta manhã, que estaria aqui,
aninhado no sofá ao lado das duas comendo pipoca, assistindo a um filme.

Eu simplesmente não consigo imaginar fazer outra coisa.

Isto é onde eu pertenço.

Nunca tive tanta certeza de nada na minha vida até agora. Eu sei que ambas
foram feitas para serem minhas.

Mas, foda-se, vamos por partes. Eu tenho que encontrar o filho da puta que
ousou levar Michaela junto com os outros que são responsáveis por aquelas
cicatrizes nas costas de Lynn que eu vi quando ela estava na toalha.

Uma coisa de cada vez, Tristan. Uma coisa de cada vez. Achei que voltar
para a vida civil seria muito mais difícil, que lutaria,

mas eles me deram um propósito e acho que é disso que eu precisava.

Uma hora depois, as duas estão dormindo ao meu lado. Estendo a mão
tocando a mão de Lynn para acordá-la. Seus olhos abrem lentamente,
olhando diretamente para mim, um pequeno sorriso nos lábios. Porra! Isso é
tudo para mim. Estou fodido.

— Quer que eu a coloque na cama? — Eu pergunto.


Ela se senta, seu cabelo espetado de um lado de onde ela estava deitada.
Tento não rir de como ela parece adorável. — Obrigada.

Eu me levanto, alcançando Michaela e levantando-a trazendo seu cobertor


junto. Lynn abre a porta do quarto e eu a coloco suavemente na cama para
dormir.

Só não entendo como alguém pode tê-la machucado, ela é literalmente um


anjo. Lynn foge na minha frente sentada na beira da cama, olhando para
Michaela. Ela alisa o cabelo para trás do rosto, beijando sua testa
suavemente.

Ela relutantemente se levanta e sai; pego sua mão e a levo para fora do
quarto. Eu sei que ela está lutando contra si mesma e não quer ir embora.
Ela deixa a porta entreaberta para que possamos ouvi-la e espreita a cabeça
para dentro do quarto para se certificar de que ela não se mexa.

Ela esfrega o rosto; posso ver que ela está tão exausta. — Lynn, você
precisa dormir um pouco, — sussurro para ela e gentilmente pego sua mão,
levando-a para seu quarto.

Puxo seu cobertor. — Você está me colocando na cama? — ela brinca, mas
me deixa ajudá-la a ir para a cama.

Puxo o cobertor, colocando-o sob seu queixo. Ela me encara com o sorriso
mais fofo em seu rosto. Eu rio um pouco. — Acho que às vezes você se
esquece de cuidar de si mesma. — Empurro uma mecha de cabelo de seu
rosto.

Ela me dá o olhar mais suave e gentil. Eu sei que ela é afetada por minhas
palavras, mas estou afetado por tudo dela e por aquela garotinha.

— Boa noite, Lynn. — Saio do quarto desligando a luz atrás de mim. Eu


não quero deixá-la, eu quero foder na cama com ela. Eu poderia dormir por
anos.
Espreito Michaela uma última vez antes de descer para o quarto de
hóspedes onde vou dormir esta noite.
LYNN
DUAS HORAS DEPOIS
Sou acordada com o som de um grito de gelar o sangue. Jogo meus
cobertores para trás e nem respiro enquanto chego ao quarto de Michaela
em um segundo.

Abro a porta de seu quarto, a cama está vazia. Meu coração está frenético
no meu peito. O som dos passos de Tristan subindo as escadas corresponde
à batida do meu coração.

Eu não consigo encontrá-la.

Olho embaixo da cama, não a vejo.

Tristan olha pela sala, olhando ao redor para ver o que está acontecendo,
mas Michaela ainda está gritando.

Eu corro para o banheiro dela. Vejo o topo de sua cabeça entre o vaso
sanitário e a banheira, ela está segurando a cabeça entre as mãos.

Caio de joelhos ao lado dela. — Baby, — eu a chamo, querendo que ela me


ouça.

Ela não me responde.

Toco seus antebraços; ela se encolhe em minhas mãos antes de se virar para
olhar para mim. — Querida, — chamo por ela mais uma vez.

Ela deixa cair as mãos. — Mamãe? — ela pergunta como se fosse uma
pergunta.

Minha garganta está grossa por tentar não chorar. — Sim, baby, sou eu. —
Eu resisto ao desejo de pegá-la.
Ela olha atrás de mim para Tristan, depois de volta para mim. — Eu tive um
sonho muito ruim.

Minhas lágrimas enchem meus olhos, ameaçando transbordar. — Eu sei,


baby, eu estou aqui, nada pode te machucar.

Ela rasteja para fora do buraco em meus braços, envolvendo seus braços e
pernas em volta de mim com força. — Eu estava assustada.

Coloquei minha mão na parte de trás de sua cabeça, segurando-a para mim.
— Eu sei baby, não há problema em ter medo.

Olho para Tristan, posso ver o fogo queimando em seus olhos pelo que
aconteceu. Eu sinto a mesma raiva em meu coração.

Eu quero fazer todos eles sofrerem pelo que fizeram com ela. Ela é um bebê
e eles trouxeram medo para sua vida, algo que ela nunca deveria ter
passado.

Sinto que é minha culpa, eu a deixei sozinha quando deveria estar olhando
para ela. Eu me movo para ficar com ela em meus braços, mas ela é muito
pesada.

Tristan coloca as mãos sob meus braços e levanta nós duas como se fosse
nada. Carrego Michaela comigo para o meu quarto, vou deixá-la dormir
comigo.

Tristan segue atrás de mim, ajudando-nos a ir para a cama. Eu a coloco ao


meu lado da melhor maneira que posso.

Corro meus dedos por seu cabelo, a parte de trás de sua cabeça para acalmá-
la. — Eu vou marcar uma consulta de terapia para ela amanhã com uma das
minhas amigas, — falo na sala escura para Tristan que está pairando.

Ele põe a mão nas minhas costas, juro que é como se estivesse tentando me
dar forças. Agora mesmo? Preciso de tudo que posso para superar isso com
ela.
Farei o que for preciso para ter certeza de que está bem com isso.

— Essa é uma boa ideia, boneca.

Fecho meus olhos com o carinho, meu corpo ficando pesado conforme a
exaustão se instala.
TRISTAN
Elas voltam a dormir em minutos, mas não posso deixá-las novamente.
Entro no meu quarto, pego meus cobertores e travesseiro e faço uma cama
bem ao lado delas.

Fecho meus olhos, minha mente não relaxa enquanto me esforço para ouvir
qualquer tipo de som de Michaela.

Uma hora depois, consigo adormecer.

Algumas horas depois, somos acordados novamente por seu grito


horripilante que me sacode até a porra do meu núcleo.

Pulo do chão para o outro lado da cama para poder ficar mais perto de
Michaela. Lynn está respirando com dificuldade, eu sei que o grito de
Michaela a assustou. Michaela olha ao redor do quarto freneticamente como
se seus sequestradores estivessem no mesmo ambiente com ela.

Michaela me vê e corre para meus braços, plantando seu rosto no meu


peito. Eu estremeço esperando que não a machuque.

Lynn tem a mão sobre a boca, eu sei que ela está lutando contra suas
emoções.

Foda-me, eu também.

— Eu vou dormir agora, — a voz de Michaela é abafada contra meu peito,


aconchegando-se profundamente.

Olho para Lynn para ter certeza de que ela está bem com isso. — Isso está
bem? — Eu pergunto a ela.

Ela acena com a cabeça e me ajuda a ficar confortável na cama. Deitei-me


de costas com Michaela deitada na dobra do meu braço e Lynn deitada ao
lado dela, sua mão ao lado de Michaela.

Eu quero puxá-la para mim também, Lynn está tão perto que posso sentir
seu calor contra a parte externa do meu braço.

Inclino minha cabeça para trás, fechando os olhos. Eu sei que o sono não
vai acontecer para mim, mas espero que elas descansem.
LYNN
A MANHÃ SEGUINTE
Eu acordo e imediatamente me viro para olhar para Michaela, que
praticamente rastejou em cima de Tristan, aninhada em seu peito.

Ela dormiu a maior parte da noite, enquanto ele a estava segurando. Acho
que ele a fez se sentir segura porque foi ele quem a resgatou.

Olho para o relógio na mesinha de cabeceira, são oito horas da manhã.


Preciso enviar uma mensagem de texto à minha amiga para marcar uma
sessão para Michaela. Eu sei que a terapia será uma grande ajuda para
empurrá-la na direção certa. Eu me inclino e pego meu telefone da mesa de
cabeceira, mandando uma mensagem rápida.

Eu sei que Etta já cancelou todos os meus compromissos para a próxima


semana para que eu possa me concentrar em Michaela.

Sinto olhos em mim e olho para ver Tristan acordado e, caramba, não quero
admitir o quão bom ele parece quando acorda.

Michaela se mexe em seus braços, seus olhos lentamente se abrindo e se


movendo até que ela me veja. — Bom dia, querida. — Eu seguro sua
mãozinha.

Ela sorri docemente para mim. — Bom dia, mamãe, Tristan, — diz em sua
voz formal.

Depois de uma noite longa e horrível, eu precisava ver isso trazendo um


pouco de luz na escuridão.

— Então, o que você gostaria de comer no café da manhã? — Eu pergunto.

Ela põe o dedo mínimo no queixo. — Eu acho que bacon, torradas


francesas e alguns ovos estão bem.
Eu rio de sua idiotice. Tristan se senta com ela, mas ela não se move para
ficar longe dele.

— Que tal vocês se amontoarem na frente da TV e assistirem a um filme


enquanto eu preparo o café da manhã? — Eu pergunto.

Ela sorri feliz. — Ohhhhh, vou buscar minhas Barbies e podemos brincar
juntos, Tristan. — Ela sai correndo da cama para o quarto, deixando-nos
sozinhos.

Ele está me observando. — Quero agradecer por tudo que você fez.

Ele estende a mão e pega a minha que está enterrada no edredom, minha
respiração fica presa quando seu polegar esfrega o topo da minha mão. —
Não precisa me agradecer, querida. Eu quero estar aqui.

Seus olhos olham direto para minha alma, procuro em seu rosto um pingo
de hesitação. — Você quer? — Não posso deixar de perguntar, estou
vulnerável agora.

Ele chega mais perto. — Eu não gostaria de estar em nenhum outro lugar, a
não ser aqui, com vocês duas. — Posso ouvir a sinceridade em sua voz.

Eu sorrio, suas palavras me deixando feliz. Ele me olha tão suavemente, sua
mão toca minha bochecha, antes de seus lábios tocarem o topo da minha
cabeça em um beijo carinhoso.

Decido ser aberta e honesta, porque gosto dele. — Eu quero você aqui
também.

Ele balança a cabeça como se não acreditasse. Ele me pega e me puxa


contra ele em um abraço apertado e é preenchido com tanto calor, proteção
e segurança que eu poderia ficar aqui para sempre.

— Eu já te disse o quão bonita você é de manhã?

Eu me sento, meu rosto queimando com seu elogio, porque sei que pareço
desmantelada. Toco o topo da minha cabeça e sinto meu cabelo literalmente
espetado para cima. Deslizo para fora da cama correndo para o banheiro
para consertar isso e posso ouvir sua risada atrás de mim.

Eu me olho no espelho. Apesar de tudo, estou feliz.


6

LYNN
Olhei para as portas da clínica onde Michaela esteve dentro por uma hora.
Eu quero marchar para dentro e arrancá-la de lá, em meus braços.

Como terapeuta, sei que a terapia nunca é fácil. É

provavelmente uma das coisas mais difíceis e necessárias que você vai
passar, mas é ainda mais difícil porque ela é minha bebê. Eu não quero que
ela se machuque em nada, eu quero levar tudo embora. Ela está dentro,
longe de mim e eu não sei se ela precisa de mim ou não. Eu sei que
Summer vai cuidar dela, mas não torna as coisas mais fáceis.

Etta e Konrad vieram nos visitar mais cedo; tive um pequeno colapso com a
Etta. Eu realmente precisava daquele choro e uma libertação de tudo.

Há uma batida na janela. Eu pulo olhando para fora para ver Tristan parado
lá com duas bebidas nas mãos, uma sacola do McDonalds e outra sob o
braço.

Eu destranco a porta e ele entra no lado do motorista do meu SUV. — Para


a boneca. — Ele me entrega uma Coca-Cola, depois, de dentro da sacola,
um hambúrguer e uma batata frita grande. Também vejo um McLanche
Feliz na sacola. — Uma refeição feliz para a mocinha. — Ele o coloca na
cadeira do carro dela.

Meu coração faz aquela dancinha feliz estúpida porque ele pensou na minha
filha. — Obrigada, Tristan. Você não precisava fazer isso, — digo a ele.

Ele me dá um olhar, um olhar que diz que eu não deveria agradecê-lo por
isso, mas eu quero, significa muito.
— Já que a mocinha vai ficar dentro da clínica por mais uma hora, imaginei
que poderíamos ter nosso primeiro encontro. — Eu sorrio para sua fofura;
ele enfia a mão na outra bolsa que ele tinha. Vejo que é um iPad e um
suporte. — Jantar e um filme? — Ele pisca.

Eu vejo enquanto ele arruma tudo, abrindo minha comida para mim e liga a
porra do Diário de Uma Paixão. Mande ajuda, porque estou com
problemas.

Eu não digo nada, estou chocada porque ele pensou muito nisso. — Eu sei
que este é um primeiro encontro chato.

Balanço minha cabeça negando, furiosamente. — Não, isso é incrível.


Estou chocada que você tenha feito tudo isso, — eu admito.

Odeio admitir isso, mas quando ele sorri, seus olhos mostram quem ele
realmente é. Ele sorri feliz, ele é tão lindo quando faz isso. Quando ele não
está sorrindo, ele é um cara aterrorizante.

Ele é o cara que deitou e segurou minha bebê a noite toda para que ela não
tivesse pesadelos, que me colocou na cama ontem à noite. Estou em apuros.

— Então, há quanto tempo você está solteira? — Tristan pergunta.

— Desde que eu tinha dezesseis anos, quando deixei o culto.

— Ele para de comer para olhar para mim.

— Sério, ninguém te chamou para sair?

Eu encolho meu ombro. — Eles chamaram, eu simplesmente não estava


pronta mentalmente.

Ele me estuda por um minuto. — E agora?

Eu sorrio. — Mais que pronta. — Estendo a mão e aperto a sua, porque eu


estou. Estou pronta para ter espaço na minha vida para alguém. — E você?
— Eu pergunto, dando uma mordida na minha batata frita. — Você está
pronto?

— Sem uma única dúvida.

Meu estômago aperta com a quantidade de borboletas que sinto com suas
palavras, seus olhos olhando diretamente para mim, tão profundos.

Eu sorrio. — E se ela tiver uma filha? — Minha voz treme um pouco, meus
nervos me afetando um pouco.

Ele coloca a mão no meu rosto, para poder chamar minha atenção total. —
Sem uma única dúvida, — ele repete suas palavras.

— Ok, então, — eu sussurro, emocionada.

Ele sorri, seu polegar passando pela minha bochecha. — Está bem então.

Voltamos ao filme, mas nem consigo me concentrar nele porque minha


mente está indo em cem direções diferentes com o que acabou de acontecer.

As portas da clínica se abrem, Summer e Michaela saem. Corro para fora do


SUV para minha filha com Tristan bem ao meu lado. — Você pode colocá-
la enquanto falo com Summer?

— Pergunto a Tristan.

Ele pega a mão dela, ela salta para o veículo. Ele lhe entrega uma refeição
de criança e ela grita de felicidade.

— Como ela está? — Eu pergunto.

— Honestamente, ela está lidando muito bem considerando o que


aconteceu. Seus pesadelos são o que a estão causando mais angústia agora,
mas se ela não melhorar nas próximas semanas, talvez possamos discutir a
medicação para PTSD. Normalmente eu não recomendaria ter um homem
por perto depois do trauma que ela teve, mas o vínculo deles é incrível. Ele
a faz se sentir segura e está ajudando no processo.
Soltei um suspiro de alívio ao ouvir sobre como Tristan está ajudando seu
processo e não atrapalhando. — Eles têm um grande vínculo. — Eu olho
para eles, Tristan está falando com ela no banco de trás.

Summer sorri para os dois também. — Esses homens MC são diferentes da


maioria dos homens, hein?

Morrendo de vontade de voltar para minha filha para ver como ela está,
pergunto à Summer: — Quando você a quer de volta?

— Amanhã, quero ficar por dentro de tudo com ela.

— Eu volto amanhã. — Começo a me virar, mas ela põe a mão no meu


braço.

— Você tem uma garotinha forte, ela vai superar isso sem dúvida. As
crianças são tão resistentes. — Ela está falando como amiga e não como
terapeuta da minha filha.

— Obrigada, eu precisava ouvir isso.

Ela sorri e volta para dentro. Entro no SUV com Kids Bop explodindo nos
alto-falantes. Olho para ela, está cantando com a boca cheia de batatas
fritas. Eu rio. — Mastigue a comida antes de se engasgar.

Ela se apressa para mastigar a comida para que possa explodir no carro. —
Para onde agora? — Eu pergunto.

— PARQUE! — ela implora.

— Para o parque nós vamos. — Tristan coloca o veículo em movimento.

O parque fica perto de nossa casa, paramos no caminho em um posto de


gasolina para abastecer. Assim que deixamos Michaela sair, ela correu pela
grama até o enorme parquinho.

— Ela parece estar bem.


Eu aceno em concordância, ela está, ela está realmente incrível,
considerando. — A terapeuta disse que seus sonhos são o que estão
causando sua angústia, ela volta amanhã.

Tristan tem uma expressão distante em seus olhos. — Pesadelos são


realmente difíceis.

— Eu sei como é, eu só queria que ela nunca tivesse que experimentar isso.
— Meu coração está partido por ela ter que revivê-lo.

— Vou encontrar os responsáveis e vou matá-los. — Eu me assusto com a


maldade em sua voz.

Sei, sem dúvida, que ele fala isso de todo o coração. — Faça-me uma
promessa?

— O que é?

Olho para o playground onde ela está atravessando as barras de macaco. —


Eu chamo de primeira ordem.

Ele sorri sinistramente. — Você entendeu.

Quero machucá-los, quero fazer com que paguem por tudo que fizeram por
mim, por meu bebê e por todas as pessoas que machucaram por toda a vida.

Não vou parar até que os malditos cultos sejam destruídos.

O primeiro passo é a pessoa que se diz noivo da minha filha, ele vai ser uma
lição para todos.

Mexa com meu bebê, a morte é algo que você vai implorar. Isso sem
dúvida.

— Mamãe, você pode balançar comigo? — ela pergunta, afastando-me de


meus pensamentos malignos.

— Já vou! — Eu grito de volta e faço meu caminho até ela no balanço.


— Tristan, você pode nos empurrar, por favor, gentil senhor?

— ela pergunta.

— Claro que posso, mocinha. — Ele a puxa de volta, deixando-a ir. Ela
grita de tanto rir, jogando a cabeça para trás, aproveitando o momento.

— Sua vez, boneca. — Ele empurra eu e ela ao mesmo tempo. Eu sorrio


para ele.

— Mãe, eu vou ganhar de você! — Ela chuta suas perninhas tentando ir


mais longe do que eu.

— Tem certeza de que quer tentar dormir no seu quarto? — Eu pergunto a


ela pela quinta vez.

Tentei levá-la para o meu quarto, mas ela me parou antes que eu pudesse.
— Mamãe, acho que não vou ter pesadelos esta noite.

— Ela tenta parecer corajosa.

— Se você ficar com medo, pode vir atrás de mim a qualquer hora, ok? —
Eu digo a ela, ajudando-a a ir para a cama.

— Ok, mamãe.

Tristan vai até a outra estante. — Que tal uma história de princesa? — Ele
tira a Bela e a Fera da prateleira.

Sento-me ao pé da cama dela enquanto ele se senta no chão ao lado dela;


ele começa a ler para ela, certificando-se de que ela possa ver as fotos.

Assisto os dois juntos, toda a sua atenção sobre ela. Meu coração está tão
cheio agora, observando-os.

Alguns minutos depois, seus olhos lentamente se fecharam, o cobertor


dobrado sob o queixo.
Eu lentamente deslizo para fora da cama para não a acordar. Ligo a caixa de
som para ter algum ruído branco no quarto e ligo a babá eletrônica que eu
costumava usar quando ela era pequena, só por precaução.

Tristan coloca o livro de volta e acende a luz do banheiro para dar a ela um
pouco de claridade para que não fique completamente escuro no quarto.

Eu saio na ponta dos pés, ele segue atrás de mim, puxando a porta meio
fechada. — Você quer assistir um filme? — ele me pergunta, levando-me
para dentro.

Atualmente estou vestida com uma camisa e shorts muito largos, meu
cabelo em um coque no topo da minha cabeça, mas a maneira como ele está
olhando para mim, faz-me sentir bonita.

— Eu gostaria disso. Você quer assistir no meu quarto ou lá embaixo? —


Eu pergunto e estremeço internamente, não quero que ele tenha uma ideia
errada ou algo parecido.

— Seu quarto é bom. Quer que eu pegue uma taça de vinho para você? —
ele oferece.

Eu concordo. — Isso seria ótimo, mandei entregar uma cerveja para você
hoje.

Ele sorri, feliz por eu ter pensado nele. Como posso não pensar nele? Eu
penso muito nele honestamente.

Ele desce as escadas e eu corro para o meu quarto, fazendo minha cama
para que não pareça desarrumada. E agora estou aqui esperando que ele
suba as escadas.

Quando ele soa perto do meu quarto, eu lentamente puxo o edredom para
que pareça que estou desfazendo-o agora.

Deslizo na cama e puxo o cobertor sobre minhas pernas, um pouco gelada.


Ele me entrega meu vinho e eu lhe entrego o controle remoto para encontrar
o que ele quer assistir.

— Nós não terminamos Diário de Uma Paixão, — ele aponta e liga o


filme, avançando rapidamente para chegar à parte em que estávamos.

Ligo a babá eletrônica para ouvir Michaela se ela acordar assustada e, em


seguida, apago as luzes.

Posso senti-lo olhando para mim, sei que estou inquieta porque estou
seriamente nervosa. Eu nunca convidei um cara para minha cama antes
assim. Eu finalmente reuni minha coragem e olho para ele.

Ele se aproxima de mim, prendo minha respiração esperando seu primeiro


toque. Seu dedo desliza suavemente pela minha bochecha, empurrando uma
mecha de cabelo para trás da minha orelha.

— Você é linda, — diz ele suavemente, seus olhos semicerrados olhando


para mim.

Eu coro, olhando para o meu colo para fugir da intensidade de seu olhar. —
Obrigada.

Ele coloca o dedo sob meu queixo, levantando minha cabeça para que eu
esteja olhando para ele novamente e não me esconda. — De nada, gosto das
suas bochechas rosadas.

Ele se inclina para mim e eu agarro minha taça de vinho com força para não
derramar em todos os lugares. Ele lambe os lábios lentamente, minhas
entranhas tremendo tanto quanto mais perto ele chega de mim. Seus olhos
estão em meus lábios, ele realmente vai me beijar? Eu quero gritar e correr
para fora da sala porque ele está se movendo muito devagar, a intensidade
de tudo isso me matando.

No último segundo, posso sentir sua respiração em meus lábios enquanto


seus lábios tocam minha bochecha suavemente. — Tristan, — eu sussurro,
minhas mãos indo para seus ombros.
Eu o sinto sorrir contra minha bochecha, ele levanta o rosto e vai para a
outra bochecha dando a mesma atenção que a outra.

Acho que ele está tentando me matar.

Eu fico parada, completamente parada.

Ele levanta a cabeça mais uma vez, seus olhos olhando nos meus. O som do
filme passando ao fundo é completamente esquecido porque acho que
poderia me perder em seus olhos para sempre.

Sua mão desliza pelo meu pescoço lentamente, segurando meu rosto. —
Diga-me que eu não deveria te beijar. — Sua voz é áspera, como se ele
estivesse lutando contra si mesmo.

Eu decido ser corajosa; mereço um primeiro beijo de verdade. — Por que


eu iria te dizer isso?

Ele sorri como se eu tivesse dado a ele um milhão de dólares, antes que ele
pressione seus lábios contra os meus, oh, tão suavemente, testando as águas.

Abro a boca para aprofundar o beijo, é tudo o que ele precisa para assumir e
ele faz com a urgência de um homem moribundo.

Ele me beija de um jeito que deixa todos os pelos do meu corpo em pé,
arrepios se espalhando por cada centímetro da minha pele e eu sinto isso da
ponta dos meus pés até o topo da minha cabeça.

Isso é tudo.

As emoções me destroem. Eu tento lutar contra as lágrimas porque isso é o


que eu perdi a minha vida inteira. Ele se afasta e olho para ele. Eu sei que
ele vê as lágrimas em meus olhos porque seu rosto está horrorizado.

— Baby, eu fiz você chorar? — Ele pega uma das minhas lágrimas quando
cai pelo meu rosto.
Balanço minha cabeça negativamente. — Não é você, esse foi apenas o
meu primeiro beijo de verdade, só isso, — eu admito, não me faz qualquer
tipo de justiça manter as coisas dentro de mim.

Eu posso ver o fogo em seus olhos ao perceber minhas palavras. Luto


contra a vergonha que vem ao contar os outros. Mas nunca vou me permitir
ter vergonha por muito tempo, sou uma sobrevivente e não mereço ser outra
coisa além disso.

Ele me puxa, beijando minha testa suavemente antes de descansar sua testa
contra a minha. — Darlin, isso me machuca pra caralho que você tenha
sofrido qualquer tipo de dor em sua vida. Você é tão gentil, doce e linda.
Como alguém pode tocar um anjo de qualquer maneira, mas com respeito,
eu nunca vou entender. — Ele se senta, zangado. — O Pecador em mim
fará com que eles morram.

Oh, foda-se.

Eu sei que ele fala a verdade.

— Está tudo acabado, essa parte da minha vida se foi há muito tempo, — eu
o tranquilizo.

Ele toca minha mão suavemente, levando-a à boca, beijando-a. — Não


acabou até que eles estiverem quase dois metros abaixo da superfície, até
que todos os membros desse culto de merda estivessem mortos.

Eu não digo nada, não posso dizer nada, as emoções deixam minha garganta
entupida. Coloco meu vinho na mesa de cabeceira ao meu lado, apago a luz
e praticamente planto o rosto em seu peito.

Assim que meu rosto o toca, estou no céu. Seus braços me envolvem com
força, segurando-me como se alguém pudesse me puxar para longe dele a
qualquer segundo.

Assistimos ao filme ou fingimos assistir. Estou imersa em meus


pensamentos com tudo o que está acontecendo ao meu redor.
Não demoro muito para cair em um sono profundo, nunca me senti tão
segura em minha vida. É inebriante.

Acordo com o som de Michaela falando. Olho ao redor do quarto escuro


como breu e vejo que a luz do monitor do bebê está acesa.

Eu me inclino aumentando o volume. — Shh, foi apenas um sonho, baby.


— Ouço Tristan acalmá-la.

Saio correndo da cama, odiando que não a tenha ouvido e chego ao quarto
dela em segundos.

Tristan está deitado na cama ao lado dela, passando os dedos sobre sua testa
em seu cabelo.

Ela já está dormindo; ele estende a mão livre para mim. Ando e pego sua
mão, ele me puxa para si. Sentamo-nos e esperamos

até que ela volte a dormir profundamente antes de voltarmos furtivamente


para fora do quarto.

— Sou uma mãe horrível, não a ouvi acordar. — Eu me machuquei,


esfregando meu rosto com força.

Eu sei que estou sendo irracional agora, mas estou tão exausta
emocionalmente. Ele afasta minhas mãos do meu rosto suavemente. —
Você não é uma mãe ruim, está longe disso. Eu a ouvi falando em seu sono,
sabia que era um pesadelo então a acordei. Eu ainda não estava dormindo,
boneca, — ele me tranquiliza.

Ele me coloca na cama, subindo ao meu lado e me segurando perto. —


Obrigada por tudo, — eu sussurro para ele no escuro, a única luz que vem
do quarto é a babá eletrônica.

Ele beija minha bochecha. — Você não tem que me agradecer por algo que
eu quero fazer. — Sua mão desliza lentamente sob minha camisa e descansa
na minha barriga.
Eu me encolho com isso, porque eu tenho gordura que nunca foi embora
depois de ter Michaela. Ele passa os dedos pela minha pele e começo a rir
porque sou super sensível.

Ele bufa e isso traz outra gargalhada minha, porque nunca esperei ouvir
aquele som dele.

— Tudo bem, precisamos dormir um pouco, — ele ri, puxando o cobertor


sobre mim e me puxando um pouco mais para perto.

Fecho meus olhos; adormeço com um sorriso enorme no rosto.


7

TRISTAN
Acordo com o som de pezinhos se movendo pelo piso de madeira. Meus
olhos se abrem e vejo a pequena Michaela com o cabelo todo despenteado e
segurando seu cobertor.

Ela olha para mim e depois para a mãe. Coloco meu dedo na boca e me
levanto da cama para não acordar Lynn.

Ela está tão exausta; quero que ela durma se puder.

Michaela levanta os braços como se ela quisesse que eu a pegasse, meu


fodido coração aquece por ela querer que eu a segure. Eu a pego e ela
encosta a cabeça no meu ombro, sempre senti a necessidade de proteger a
todos ao meu redor.

Mas com ela e Lynn? É cru, é intenso, eu faria qualquer coisa e tudo para
garantir que elas estejam protegidas. Eu destruiria a porra do mundo inteiro
por elas e não hesitaria.

— Você quer que eu faça um café da manhã para você? — Pergunto. Ela
acena com a cabeça, bocejando.

Tomo isso como minha resposta carregando-a escada abaixo. Ligo a TV em


um desenho animado, cobrindo-a com seu pequeno cobertor no sofá. Ela
sorri para mim e eu poderia flutuar para fora da porra da sala com isso.
LYNN
Eu acordo. Olho para o relógio e vejo que são nove horas. Faz muito tempo
que não durmo até tão tarde. Sinto o colchão onde ele estava dormindo, está
frio então ele deve estar há um tempo acordado.

Posso sentir o cheiro de bacon flutuando pelo quarto, Tristan deve estar
fazendo o café da manhã.

Tirei Michaela da escola pelo resto da semana para reajustá-la depois do


que aconteceu.

Desço as escadas e vejo Michaela no sofá, assistindo TV.

Ela olha para mim quando ouve o ranger da escada. — Bom Dia meu bebê.
— Eu me inclino sobre o encosto do sofá, beijando sua bochecha.

— Dia. — Sua vozinha é tão doce de manhã.

Entro na cozinha, animada para ver Tristan, que está trabalhando como
escravo no fogão, virando bacon. — Bom dia.

Ele olha para mim, seus olhos brilhando. Ando até ele. — O

que você quer que eu faça? — Eu pergunto.

Ele envolve seu braço em volta das minhas costas, puxando-me para ele,
beijando meus lábios docemente. Meus olhos se fecham com a sensação
dele.

Ele beija minha bochecha antes de me soltar. — Você pode me ajudar


abraçando sua bebê no sofá.

Meu estômago estúpido faz a coisa de virar novamente. — OK. — Eu me


inclino para frente e o abraço.
Assim que o bacon estala com força, sou atingida no braço pela gordura. —
OUCH! — Eu me afasto do fogão.

Posso ver o pânico nos olhos de Tristan enquanto ele me arrasta para a pia
para enxaguar meu braço. — Mal me pegou, estou bem, — digo a ele. Suas
mãos estão tremendo. — Ei, estou bem. Vê. — Aponto para a marca quase
imperceptível.

Ele solta um suspiro profundo. — Porra, eu posso bater na porra do bacon


por te machucar, — ele resmunga.

Eu rio com tanta força, deixando minha testa contra seu peito. — Você é
adorável. — Eu o abraço com força, enxugando as lágrimas dos meus olhos
do riso.

Ele revira os olhos para mim, mas posso dizer que ele está feliz. — Agora
vá passar um tempo com Michaela. Eu vi que eles abriram um novo lugar
de trampolim na cidade. Talvez possamos levá-la após a consulta? — ele
sugere.

Meu coração se aquece por ele estar pensando na minha bebê. — Ela
adoraria isso, ela mencionou que queria ir. — Eu o abraço mais uma vez,
entrando na sala.

Sento-me ao lado dela e ela imediatamente encosta a cabeça em mim. —


Como você dormiu na noite passada? — Eu pergunto a ela, alisando o
cabelo de seu rosto.

— Tive alguns sonhos, mas não foram muito assustadores.

— Ela aperta o cobertor com mais força sob o queixo.

Ela tem esse mesmo cobertor desde que era bebê, tem que dormir com ele
todas as noites. Quando era pequena, eu tinha que me esgueirar e lavá-lo
enquanto ela dormia.

— Estou feliz que você dormiu melhor na noite passada, baby.


— Ela acena com a cabecinha. Eu sei que ela ainda está cansada.

Acho que uma soneca seria bom para ela depois do café da manhã para que
ela possa descansar para seu compromisso mais tarde.

É difícil para mim ver minha bebê em terapia assim. A terapia é muito útil,
mas a cura não é fácil, é dolorosa e às vezes você acha que nunca vai
melhorar.

Mas você melhora.

Você aprende a lidar com isso da melhor maneira que sabe, isso é o que
importa. Eu tiraria esse medo dela em um piscar de olhos.

O que está acontecendo dentro de sua mente se perguntando por que alguém
faria isso, por que eles machucariam Lani, tentando fazê-la deixá-la ir,
apenas para que eles pudessem levá-la.

Meu pobre anjo.

Meu nariz arde com as lágrimas não derramadas. Eu só quero envolvê-la e


segurá-la com força e protegê-la do mundo.

Estou pasma por ela, ela está indo muito bem, considerando tudo o que
aconteceu. Ela é meu bebezinho forte.

— Eu te amo mais do que tudo, minha doce menina. — Beijo o topo de sua
cabeça, emocionado.

Ela estica o pescoço para trás para olhar para mim, mostrando seu pequeno
sorriso desdentado. — Eu também te amo, mamãe.

Eu a pego, esforçando-me ao fazer isso, já que ela está ficando tão grande,
abraçando-a com força. Ela me abraça de volta, deixando-me ter esse
momento.

Tristan aparece no canto com uma espátula na mão. Ele observa a cena e diz
para mim: — Ela está bem?
Eu aceno, sorrindo.

— O café da manhã está pronto, — ele diz baixinho para não a assustar.

Ela pula do meu colo em uma fração de segundo, indo para a cozinha, sem
abraços. Sigo atrás dela. Tristan já está enchendo o prato para ela e o
entrega para que ela possa carregá-lo para a sala de jantar.

Então ele me entrega um prato cheio até a borda de comida, é o suficiente


para alimentar três pessoas. — Este é o seu prato, certo? — Eu pergunto,
tentando entregá-lo a ele.

— Oh não, é para você. Você precisa comer mais. — Ele se afasta de mim
enchendo seu próprio prato com muito mais do que ele me deu.

— Você quer que eu engorde, hein? — Eu o provoco no caminho para a


sala de jantar. Ele se senta ao meu lado com Michaela na nossa frente.

Ele encolhe os ombros. — Eu não me importaria se você tivesse mais de


trezentos quilos e estivesse presa à cama.

Deixei minha cabeça cair na mesa. — Você é absolutamente louco. — Caio


na gargalhada imaginando-o apenas me trazendo um monte e um monte de
comida.

Ele ri comigo, Michaela se junta a nós também e eu sei que ela não tem
ideia do que estamos falando, mas, mesmo assim é engraçado para ela.

— É um bom show, no entanto.

Minha cabeça dispara e eu olho para ele incrivelmente. — Espere, você


assiste 600-Lb. Life4?

Ele ri. — Querida, passei tanto tempo no exterior, assisti a todos os


programas conhecidos pelo homem quando tive tempo de inatividade.

— Bem, teremos que assistir isso mais tarde e 90 Dias para casar.
4 Programa de TV onde 8 pessoas que pesam mais de 300 quilos se
inscrevem em um regime de condicionamento físico de 1 ano e tentam
controlar sua obesidade.

Ele aponta seu bacon para mim. — Querida, se você acha que isso vai me
causar angústia, você está redondamente enganada.

— Bem, é noite de encontro para nós esta noite.

Ele pisca. — Qualquer coisa para passar mais tempo com você.

Michaela está olhando para nós dois, confusa, com a testa franzida. —
Vocês estão flertando?

Quase engasgo com a comida; tusso alto tentando recuperar o fôlego. Olho
para Tristan em pânico.

— Nós estávamos, — ele apenas admite para ela como se não fosse nada.

— Oh, tudo bem, — ela diz simplesmente e volta para sua comida como se
não tivesse apenas abalado meu mundo.

Tristan está tremendo com uma risada silenciosa enquanto me observa. Eu


sei que meu rosto está tão vermelho agora porque posso sentir o calor da
minha pele me queimando.

— Não é engraçado, — resmungo, dando-lhe um olhar zangado e ele


apenas ri mais.

Fracassado.
LYNN
A espera para ela sair da consulta foi ainda pior do que ontem, eu acho, as
horas passam muito devagar.

Tristan decidiu que precisávamos de outro encontro para filme. Ele


escolheu um pequeno filme fofo e mandou entregar hambúrgueres para nós
por um dos prospectos.

Eu amo o quão atencioso ele é.

No meio do filme, ele se estica e pega minha mão, segurando-a, nossos


dedos entrelaçados. Não consigo resistir à vontade de me inclinar e
descansar minha cabeça em seu ombro, meus olhos na tela do iPad à nossa
frente.

Deus, o jeito dele, seu cheiro.

Eu simplesmente não consigo lidar.

A coisa mais louca para mim é que estou tão confortável perto dele que
nunca pensei que estaria.

Não me interpretem mal. Quando vejo homens, não saio correndo


apavorada ou algo assim, mas os mantenho à distância.

Ainda tenho que lutar comigo mesma às vezes para não esperar o pior de
todos. Os caras ao meu redor, meu irmão, fizeram-me ver diferente e que
nem todos os homens são iguais.

Quando você é enganada por quase todas as pessoas em sua vida, exceto
por seus irmãos? É difícil entender e sair dessa linha de pensamento que é
ruim.

— Você quer mais filhos um dia? — Ele pergunta do nada, tirando-me dos
meus pensamentos deprimentes.
Sem hesitar, respondo: — Eu adoraria mais filhos, Michaela seria a melhor
irmã mais velha. — Sorrio com a ideia dela me ajudando a cuidar de um
bebê.

Tristan coloca sua cabeça contra a minha. — Ela seria. — É

doce o jeito que ele está deitado contra mim, o jeito que sua mão está
acariciando a minha.

É uma coisa tão pequena, mas é tão íntimo.

A porta do prédio se abre e nós dois saímos andando até a porta para pegar
Michaela.

Minha amiga sorri feliz para mim. — Ela foi absolutamente incrível hoje.
Vejo vocês em dois dias? — Ela aumentou o tempo entre as consultas, o
que é um ótimo sinal.

Aperto sua mão e olho para Michaela. — Acho que Tristan quer te
perguntar uma coisa.

Ela olha para ele com os olhos arregalados, mastigando um pouco para
descobrir o que é. — Qual sua ideia sobre trampolins?

— ele pergunta com indiferença.

Sua boca se abre em choque enquanto ela conecta os pontos. — Oh meu


Deus, nós vamos? — ela sai tão rápido que mal a entendemos.

Ele acena para ela sorrindo.

Ela pula em cima dele, ele a levanta e a abraça de volta tão forte quanto ela
o abraça. — Este é o melhor dia da minha vida, — diz ela dramaticamente.

Tristan é claro que está comendo essa merda, o olhar em seu rosto está me
mostrando que ela fez seu ano inteiro.
Ela é a melhor pessoa para surpreender. Uma vez, alguns anos atrás,
embrulhei uma laranja em papel de embrulho e pedi que ela abrisse; ela
agiu como se fosse a melhor coisa que já ganhou.

Ela é minha doce bebê.

— Vamos, mamãe. Você consegue! — Michaela grita enquanto eu fico no


topo da parede esperando para cair no poço de espuma para a minha morte.

Meu pior medo, você pode perguntar?

Alturas.

Estou apavorada! Se eu sequer pensar em algo bem alto ou na ideia de eu


cair para qualquer distância, isso me assusta.

Tristan e Michaela pularam da borda sem absolutamente nenhum problema,


agora estou apavorada, tentando me convencer a pular de verdade.

Fiz três tentativas de corrida, mas parei no final e não consegui.

Tristan e Michaela estão sentados na beira do fosso esperando que eu


realmente faça isso.

Fecho meus olhos e saio da borda, meu coração na minha garganta até que
eu bato nos blocos de espuma afundando completamente no fundo do poço,
no trampolim embaixo de mim.

Uma mão dispara na frente do meu rosto segurando minhas mãos,


levantando-me da cova e nos braços de Tristan. Os dois estão rindo
histericamente de mim.

— Mamãe, você deveria ter visto sua cara. — Michaela estende a mão
agarrando minhas bochechas apertando-as juntas.

Tristan me abraça mais apertado, praticamente me arrastando para fora do


poço e para o lado, em seguida, levanta Michaela.
— Tristan, podemos fazer o curso ninja? — Ela aponta para a pista de
obstáculos do outro lado do parque de trampolins.

— Certo.

Ela se levanta, pulando para cima e para baixo com entusiasmo. Ele me
ajuda a levantar do chão e eu limpo minha bunda sorrindo para ele.

Ele é tão fofo, seu cabelo está um pouco bagunçado de tanto pular e isso o
deixa ainda mais bonito. O mais atraente, porém, é o jeito como ele é com
minha bebê, ele dá a ela toda a atenção. Eu amo isso.

Um caminho para o meu coração é através da minha filha e deixe-me dizer


a você, Tristan está batendo na porta agora.

Eu os sigo e noto todas as mães olhando para ele agora. Não as culpo
porque estou fazendo exatamente a mesma coisa.

Sento-me em uma das cadeiras para os pais para que eles possam ficar de
olho em seus filhos. — Vamos Michaela, você pode vencê-lo. — Eu pisco
para Tristan que está levantando-a do chão para que ela possa alcançar as
barras de macaco.

Estou tão concentrada em observá-los, principalmente Tristan, pela maneira


como os músculos de seus braços estão flexionando a cada movimento; é
muito quente, tenho que admitir. Meus olhos estão grudados em seu corpo,
Deus, ele é tão sexy.

Eu nem mesmo noto a pessoa sentada ao meu lado, sua coxa tocando a
minha até que fala. — O que você está olhando? — uma voz profunda
pergunta, assustando-me muito.

Eu pulo e olho para a voz, meio brava comigo mesma por estar tão
preocupada. — Uhh, — digo estupidamente, porque meu coração está
tentando recuperar o atraso.
Ele olha para mim, sorrindo estranhamente. Finjo olhar na minha bolsa e
me afasto para que ele não me toque.

Seu cabelo tem um estilo perfeito. Ele está vestindo uma camisa de botões
branca com calças pretas e sapatos muito

engraxados. Uma maneira meio estranha de se vestir para uma casa de


trampolim.

Posso sentir seus olhos em mim, é como se ele estivesse tentando fazer
buracos no meu corpo com eles. — Você é daqui?

— ele pergunta.

Olho para ele completamente, tentando ver se ele está tentando ser legal ou
se há algo estranho acontecendo.

— Não sou. — Eu não minto.

Ele inclina a cabeça para o lado. — Você está aqui com seus filhos? —
Pergunto-lhe.

Ele sorri. — Nah, eu não estou aqui com ninguém. Eu não tenho filhos.

Um alerta vermelho dispara na minha cabeça com isso. Por que ele estaria
aqui vestido assim, a menos que ele estivesse aqui com outra pessoa?

Olho em volta para ter certeza de que Michaela está bem. Ela está sentada
na cova com Tristan jogando blocos de espuma nele.

— Eu tenho que ir; espero que você tenha um bom dia, — digo a ele,
pegando minha bolsa e me levantando para caminhar até Tristan.

Suas mãos envolvem meu antebraço, girando-me com força. — Eu ainda


não terminei de falar com você, mulher. — Seus olhos estão escuros, posso
ver a fúria que ele tem porque eu o mandei embora.
Eu conecto os pontos, a maneira como ele está vestido e a maneira como ele
acabou de falar comigo.

— Você está aqui do culto, — digo a ele.

Ele sorri. — Bingo. Agora você vai sair comigo, não faça uma cena ou vou
machucar sua filha. — Ele olha por cima do meu ombro, eu sei que para
Michaela.

Meu coração bate tão forte que posso sentir na garganta, estou com medo,
mas estou mais com medo pela minha bebê.

Mas eu sei que com Tristan aqui ninguém vai machucá-la, então faço a
coisa mais racional.

Eu dou um soco na cara dele.

Ele me solta e eu me afasto, colocando alguma distância entre nós.

Sinto o cheiro de Tristan antes de vê-lo. Ele pega minha mão gentilmente,
aquela que acabou de acertar aquele cara no rosto, estuda-a, passando o
dedo sobre os nós dos dedos, em seguida, vira meu braço para olhar as
marcas vermelhas dos dedos.

— O que você está fazendo? — Eu pergunto a ele confuso.

— Catalogando todas as partes dele que vou quebrar, — ele diz


simplesmente.

Ele se vira para olhar para o cara que me machucou, sua mão disparando
em uma fração de segundo envolvendo sua garganta. — Vamos fazer uma
pequena viagem. — Ele o arrasta pelo pescoço, literalmente até o banheiro
masculino. — Espere, Tristan, — eu chamo.

Ele se vira para olhar para mim. — Ele é uma parte do culto; ele ameaçou
machucar Michaela se eu não o ouvisse. — Não tenho vergonha de saber
que acabei de assinar sua sentença de morte.
Eu me viro para ver como Michaela está subindo por um túnel, estou tão
feliz que ela não viu isso. Sento-me novamente tentando deixar meu
coração desacelerar e tento entender o que está acontecendo.
TRISTAN
Eu o empurro com força no chão assim que estamos dentro do banheiro
masculino. Tranco a porta atrás de mim para que ninguém possa entrar.

Seu rosto empalidece ao som da fechadura clicando no lugar. — Deixe-me


ir e você não vai se machucar. — Ele se levanta, apontando o dedo para
mim como se eu fosse ficar intimidado por esse idiota.

Chego para frente envolvendo minha mão em torno de seu dedo, sem me
mover, deixando-o tentar se livrar do meu aperto. Seu rosto fica vermelho
manchado, recuando até eu ouvir o estalo mais satisfatório.

Ele grita com toda a força de seus pulmões. Eu rio ainda mais alto amando
que ele esteja com dor. Eu me movo para seus outros dedos, quebrando-os
um por um em retaliação por Lynn se machucar.

Agarro a parte de trás de sua cabeça, meus dedos cavando profundamente


em seu cabelo, certificando-me de puxar.

Eu o trago até o vaso, levantando a tampa. — Você vai aceitar sua surra
como um homem? — Deixando-o pensar que pode ter uma chance de sair
dessa, pergunto a ele sabendo que ele não vai porque não é um homem.

Ele começa a lutar comigo, tentando se levantar e fugir. Eu suspiro, ok


então. Sua luta é inútil, ele está se machucando mais do que a mim. — Ela é
apenas uma puta de merda, por que você está fazendo isso? Ela não
pertence a você. Ela é um jogo livre. Foi decretado! — ele grita como uma
garotinha, tentando me afastar dele.

Nada pode mudar seu destino; nada vai me impedir de matá-lo. Ele assinou
sua sentença de morte quando respirou o mesmo oxigênio que minha Lynn.

— Decretado hein? — Eu pergunto, deixando-o pensar que estou ouvindo,


que ele pode falar o que quiser.
Ele olha para mim. — O pastor-chefe fez com que ela, Etta, Michaela, todas
as malditas mulheres do centro, fossem um jogo livre. Podemos fazer o que
quisermos sem punição, eu precisava de uma nova esposa. Para uma
prostituta, ela é linda. — Ele fica com um olhar melancólico no rosto
pensando em Lynn.

Eu sorrio, a raiva queimando cada parte de mim direto para o meu núcleo.
Eu quero envolver minhas mãos em torno de cada um desses filhos da puta.

Enquanto ele está distraído, pressiono seu rosto na porra do chão sujo,
esmagando-o na merda, mijo e Deus sabe o que mais está no chão.

Levanto a lata de lixo e a despejo no vaso sanitário para me certificar de


que ela fique entupida e cheia de água até o topo.

Eu o levanto e pressiono seu rosto na água, batendo-o no fundo do vaso


sanitário, sabendo que eu quebrei alguma coisa.

Uma pessoa sã o deixaria ir pensando que aprendeu a lição, mas eu não sou
uma pessoa sã. Nada são sobre mim quando se trata de minhas garotas.

Eu fico lá, esperando e esperando até que ele pare de se mover. Eu o soltei,
deixando-o deitado de bruços no vaso sanitário.

Vejo um armário dentro do banheiro. Eu o carrego e o jogo dentro sob uma


tonelada de coisas para que ninguém possa vê-lo se acontecer de olhar para
dentro.

Pego meu telefone e ligo para Techy, o técnico de Devil Souls. — Ei, acabei
de matar alguém no banheiro da casa de trampolim em sua cidade. Você
pode apagar a filmagem para mim?

Ouço silêncio por alguns segundos. — Espere? Por quê? — ele diz, mas eu
o ouço digitando.

— A porra de um membro do culto machucou Lynn.


Eu o ouço xingar baixinho. — Bem, porra, sim, eu posso. Você precisa que
eu envie os prospectos para fazer a limpeza para você?

— Eu ia ligar para meus meninos, mas se você conseguir, seria ótimo pra
caralho.

Saio do banheiro e coloco uma placa de limpeza na frente dele para que
ninguém entre.

— Claro, Lynn é da família.

— Obrigado, cara. — Desligo o telefone e encontro Lynn parada no mesmo


lugar. Eu posso ver a preocupação em seu rosto enquanto ando até ela.

Eu a puxo em meus braços, beijando o topo de sua cabeça. — Darlin, você


está bem? — Eu pego sua mão dolorida olhando para ela novamente para
ter certeza de que ela está bem, as marcas vermelhas em sua pele me
enfurecendo.

Ela acena com a cabeça contra o meu peito. — Eu gostaria que eles me
deixassem em paz. Já se passaram tantos anos; só não entendo por que eles
continuam fazendo isso.

Eu me sinto impotente pra caralho. Cada um dos meus instintos de proteção


está em alerta máximo. Quero destruir a porra de todos e vê-los queimar.

Olho para Michaela para ter certeza de que ela está bem, mas ela está alheia
a tudo enquanto brinca no trampolim.

Ouço Lynn fungar e a puxo de meus braços para que possa olhar para ela.
Ela olha para o chão tentando esconder as lágrimas de mim.

— Ei. — Coloco meu dedo sob seu queixo, levantando sua cabeça para
poder olhar seus lindos olhos.

— Não chore, querida. — Eu pego suas lágrimas que estão deslizando pelo
seu rosto e quebrando meu coração.
Ela tenta sorrir para mim, seus lábios tremendo muito para que isso
aconteça. Passo meu dedo sobre eles, odiando isso.

— Acho que é só o efeito da adrenalina, só isso, — explica ela.

Eu a puxo para mim novamente, sentando no assento segurando-a até o


tempo de Michaela acabar, meus olhos não a deixando por um segundo.

O sino toca avisando-nos que nosso tempo acabou; Michaela corre até nós
com seus sapatos. — Foi muito divertido, mamãe! — Ela planta o rosto na
barriga de Lynn.

A tristeza vai de seus olhos no instante em que ela está por perto. — Você
parecia ter se divertido muito! — Ela esfrega a parte de trás da cabeça de
Michaela, que então se senta no chão colocando suas sandálias de volta.

Pego a mão de Lynn, não querendo que ela fique longe de mim e seguro a
de Michaela na outra. Meu corpo está preparado e pronto para foder
alguém, se ele sequer olhar para elas errado.

Baixei a guarda aqui, essa merda nunca mais vai acontecer.

Na saída, passo pelos prospectos do Devils entrando. Aceno para eles e eles
vão direto para o banheiro para limpar.

Lynn olha para eles confusa. — Eu me pergunto por que eles estão aqui? —
ela questiona, os olhos os seguindo até o banheiro.

Eu sorrio. — Apenas limpando alguma merda, suponho.

Ela me dá um olhar confuso, mas volta sua atenção para Michaela, que está
falando a cem milhas por minuto sobre sua experiência hoje.

— Quem gosta de frutos do mar? — Eu pergunto, vendo um restaurante de


frutos do mar ao lado.
Michaela aperta seu coração. — Pernas de caranguejo são minha vida. —
Ela levanta a mão no símbolo alienígena, o que não faz absolutamente
nenhum sentido, mas é fofo mesmo assim.

— Eu adoro isso, — Lynn me diz.

— Bem, deixe-me ir alimentar minhas meninas.


LYNN
— Deixe-me alimentar minhas meninas. — Suas palavras ressoam
continuamente na minha cabeça, tento esconder o que me fez sentir.

Mas eu senti essas palavras, eu senti isso em cada parte de mim.

Aperto sua mão deixando-o saber que notei suas palavras, acho que nunca
vou esquecê-las.

A maneira como ele brincou com Michaela hoje, ele deu a ela toda a sua
atenção e eu amei muito isso.

A forma como ele presta atenção em mim também, ele percebe


instantaneamente se algo está me incomodando, ele me confronta.

Ele me protegeu hoje.

Não sei o que aconteceu naquele banheiro, mas sei que nunca mais verei
aquela pessoa.

Chegamos ao restaurante e assim que eles veem Tristan com seu corte,
estamos sentados instantaneamente em uma cabine. As vantagens de ser um
membro do MC, você é tratado como realeza.

Michaela se senta ao meu lado com Tristan na nossa frente, de frente para o
restaurante. Estamos sentados longe de todos, o que nos dá privacidade.

O que eu preciso agora.

Ainda estou lidando com as emoções do que aconteceu antes, nunca esperei
isso.

Isso realmente me faz pensar quantos desses membros do culto ainda estão
por aí. Eu sei que nós fomos o começo da queda para eles.
Eu sabia que éramos odiadas, especialmente Etta, e isso é algo com que
aprendemos a lidar, mas ao ver em primeira mão hoje, na minha cara,
alguém me reconheceu. Tornou tudo mais real.

Nada se compara ao que aconteceu com Michaela. Isso foi um tapa na cara
que ainda está doendo até este momento.

O garçom vem com os cardápios e para anotar os pedidos de nossas


bebidas. Tristan aponta algumas refeições enormes para todos nós
compartilharmos.

Michaela encontrou seu babador em cima da mesa e eu a ajudo a amarrá-lo


em seu pescoço e seu cabelo em um coque.

— Eu espero que você saiba, a dama em nós vai direto para fora da janela
quando se trata de frutos do mar, — eu aponto.

Ele ri. — Querida, você poderia ter quatro olhos e eu ainda acharia você
bonita.

Michaela coloca a mão sob o rosto olhando para ele. — Aww, Tristan!
Aquilo foi legal.

Ele é muito legal. Ele corre para frente e pega a mãozinha dela. — Você
também é linda, mocinha.

Ela sorri como se ele tivesse acabado de lhe dar o melhor presente do
mundo. — Obrigada, gentil senhor, eu e minha mãe agradecemos, — ela
diz em seu sotaque britânico que tentou fazer.

Eu rio e Tristan se junta a mim, posso ver a felicidade em seu rosto quando
ele olha para nós duas.

Com a merda acontecendo ao meu redor, esses momentos significam mais.

Quando o garçom volta, ele pede um dos maiores pratos do cardápio para
todos nós compartilharmos. Michaela está praticamente pulando em seu
assento com a perspectiva de se banquetear com pernas de caranguejo.
— Mãe, quando eu volto para a escola? — ela pergunta, tomando um gole
de água.

Eu penso nisso por um momento. — Na próxima semana, se você estiver


com vontade?

Ela junta as mãos. — Eu sei que tenho um jogo na próxima semana, só isso.
— Ela me dá olhos de cachorrinho.

— Você pode ir quando que quiser, — digo a ela.

Só não quero empurrá-la demais para nada. Quero que ela se ajuste a tudo o
que aconteceu, mas ela está lidando com as coisas muito melhor do que eu
jamais imaginei.

A comida é trazida por dois garçons, pois um não consegue carregar tudo.
Eles colocam a sacola na mesa, abrindo-a para nós.

Michaela está praticamente babando olhando para a comida. — Posso


começar, Tristan? — ela pede permissão a ele.

— Vá em frente, princesa.

Ela lhe dá o sorriso mais feliz por ele chamá-la de princesa, mas então
somos totalmente ignorados quando ela começa a quebrar as patas de
caranguejo.

Eu cavo em mim mesma, fechando os olhos para o molho incrível que eles
têm para os frutos do mar. Alguns minutos se passam antes que Tristan fale
novamente.

— Então, eu queria te perguntar algo muito importante, Michaela. —


Tristan olha para mim antes de voltar para ela. Ela abaixa a perna de
caranguejo, dando-lhe toda a atenção.

Sua pequena sobrancelha está franzida porque ela está confusa e eu


também. — Eu queria sua benção, querida, para levar sua mãe para um
encontro.
Sua boquinha se abre em forma de O, ela olha para mim e depois para ele
antes de bater as mãos. — Oh meu Deus! Você tem que usar um terno e
pegar flores para ela. É uma obrigação.

Ele se recosta como se tivesse ouvido a melhor coisa de todas, eu, por outro
lado? Estou chocada. Essa foi a coisa mais doce e atenciosa que ele poderia
ter feito.

Ele sabe o quão importante ela é para mim e para ele perguntar a ela? Isso
significa muito para mim.

— Que tal isso? Amanhã à noite, eu e você saímos antes de eu sair com sua
mãe, se ela estiver bem com isso? — Ele sugere.

Um pedacinho do meu coração voa do meu peito para ele. — Está mais do
que bem para mim. — Meu coração está tão cheio.
8

TRISTAN
O PRÓXIMO DIA
— Voltaremos mais tarde, mamãe! — Michaela corre até sua mãe, dando-
lhe um abraço antes de correr para mim, pegando minha mão.

Lynn caminha até mim, dando-me um abraço, sua cabeça descansando no


meu peito por um segundo. Porra, meu coração.

— Vocês se divirtam muito juntos. — Eu toco sua bochecha, sorrindo para


ela. — Tranque a porta atrás de nós, um prospecto está no portão. — Aceno
minha cabeça na direção de onde ele está sentado.

Michaela abre a porta, mais do que pronta para uma noite fora. Desde que
mencionei isso, ela repassou várias vezes o que poderíamos fazer juntos.

Eu tenho uma surpresa para ela.

Coloco-a em seu assento, afivelando-a. Entro e ligo a caminhonete e ela


aponta o dedo para mim. — Toque algumas músicas para nós. — Em
seguida, transforma seus dedos em um símbolo de rock.

Eu rio, ela é a criança mais engraçada que eu já conheci. Só estar perto dela
te faz feliz.

Ligo o rádio em uma estação country. — Eu gosto de George.

— Ela acena com a cabeça ao som da música.

Um pouco depois, paramos na nova loja que acabou de abrir na cidade; é


basicamente o paraíso de uma menina. Passei alguns dias atrás, vindo para a
cidade.

Paro na frente, seus olhos estão grandes, observando a loja rosa com
princesas e outras coisas femininas na frente do prédio.
— Oh meu Deus, que lugar é esse?! — ela sussurra gritos enquanto eu a
ajudo a sair do assento. Pego sua mão levando-a para a loja.

— Oi! O que posso fazer por vocês? — Uma senhora se aproxima de nós.

Vejo na parede embalagens diferentes. — Vamos querer pacote completo,


essa garotinha precisa ser mimada.

Posso ver os cifrões nos olhos da vendedora. — Bem então! As primeiras


coisas primeiro, vamos escolher sua roupa, princesa.

Michaela praticamente flutua atrás dela em uma sala cheia de vestidos de


princesa e bonecas. — Agora, você escolhe seu vestido e a boneca que você
quer para que possamos vesti-la com uma roupa combinando.

Ela se afasta da vendedora, para olhar para mim com os olhos cheios de
lágrimas. — Tristan, este é o melhor dia da minha vida!

— Ela corre para mim, esmagando o rosto na minha barriga.

Eu me ajoelho e a abraço forte. — Doce menina, você merece. Você e sua


mãe merecem. — Eu beijo sua pequena testa.

Inclino-me para trás, enxugando suas pequenas lágrimas, suas pequenas


sardas brilhando. — Agora, escolha o vestido que você quer. Você tem
alguns mimos para fazer, querida.

Ela me abre seu pequeno sorriso desdentado e corre para a parede com
todos os vestidos lindos.

Sento-me em uma cadeirinha para crianças que tem um jogo de chá. A


expressão de admiração em seu rosto enquanto ela inspeciona cada vestido
é incrível. Ela encontra um amarelo, depois pega os sapatos e a tiara. Está
sentada em uma cadeira onde fazem seu cabelo.

Quando ela termina, caminha até mim girando em círculos. — Uau, você
está tão linda, princesa.
Ela sorri para mim e me mostra sua boneca nova em folha. — Podemos ter
um castelo para ela? — Ela aponta para um enorme teatro tipo castelo para
suas bonecas.

— Você quer isso também? — Pergunto enquanto ela se senta ao meu lado.

Tenho certeza de que estou exagerando, mas não posso evitar. Eu só quero
banhar Michaela com amor de qualquer maneira possível.

Seus olhos se arregalam em choque que eu estou oferecendo. — É muito


dinheiro, Tristan.

— Darlin, se você quiser? Você pode ficar com ele. — Pego sua mãozinha,
esfregando suas costas.

Ela se levanta tão rápido que sua cadeira cai no chão. Deita no meu peito.
— Eu te amo, Tristan.

Meu pobre maldito coração, foi apenas arrancado do meu peito por uma
garotinha. Fecho meus olhos e a puxo para o meu colo, segurando-a pelo
tempo que ela permite.

— Eu também te amo, doce menina. — Esfrego suas costas.

Ao ouvi-la dizer essas palavras para mim, nunca sonhei que iria ouvi-las.

— Tudo bem, aqui está o seu jantar, princesa. — Uma funcionária


interrompe o momento, colocando pequenos sanduíches e outras pequenas
comidas na mesa.

Michaela sorri para ela. — Muito obrigada, senhora gentil! — ela diz com
aquela voz muito apropriada dela.

— Ela quer o castelo de bonecas também. — Aponto para o castelo e a


senhora praticamente grita de emoção.

Volto minha atenção para Michaela, que está segurando sua bebida na mão,
com o dedo mindinho no ar. — Este é um bom jantar, você não acha,
príncipe Tristan? — ela me diz.

Tento não rir de seu sotaque falso. — Com certeza é.

Ela me serve um pouco de chá. — Você precisa de uma coroa de príncipe,


Tristan, deixe-me pegar uma, bom senhor. — Ela corre pela loja e pega uma
coroa, jogando-a na minha cabeça.

Dá um passo para trás, com as mãos nos quadris. — Agora está muito
melhor. — Ela se senta e come seus pequenos sanduíches.

Sorrio para ela, ouvindo-a divagar sobre fatos aleatórios sobre as princesas
da Disney. Acho que uma viagem surpresa para a Disney é uma boa ideia.

O tempo voa. Eles vão entregar o castelo de boneca amanhã, já que o que
está na loja é só para mostrar.

Pego sua mão e vou até a floricultura ao lado. — Vamos pegar algumas
flores, sim?

Ela pula todo o caminho, ainda com o vestido e a tiara novos. Ela é tão fofa.
Abro a porta e ela entra, olhando ao redor da loja.
LYNN
Imagine minha surpresa quando, assim que Tristan saiu, Lani bateu na
minha porta, entrando com um estojo de maquiagem e um vestido no braço.

— Eu esqueci algo hoje? — Estou confusa sobre por que ela está aqui.

Ela sorri amplamente. — Darlin, Tristan me enviou aqui. Ele me disse para
mimá-la antes do seu encontro esta noite.

Eu desmaio, quão atencioso ele é?

Ela pega minha mão e me arrasta escada acima. — Entre no banho


enquanto eu me preparo.

Entro no chuveiro, certificando-me de raspar tudo enquanto os nervos se


instalam na minha barriga.

O que vamos fazer esta noite?

Este é meu primeiro encontro, de sempre. Apenas me casei uma noite. Não
sei como fazer tudo isso; estou tão longe do normal com muita bagagem.
Não, não quero dizer minha filha, quero dizer emocionalmente.

Estou curada, mas tenho medo de ter um ataque de TEPT, porque quero ter
um relacionamento real. Eu quero estar com Tristan. Ele me faz feliz e é
irreal até mesmo pensar em como nos conhecemos e tudo o que aconteceu
desde então. Estou surpresa com o quanto sinto por ele em tão pouco
tempo.

Mas ele provou para mim repetidamente o quanto ele quer estar aqui, o
quanto ele se importa com Michaela.

Eu sei que ele realmente se preocupa comigo. Eu deixei a preocupação e o


nervosismo sumirem porque este é Tristan. Estou segura com ele.
Saindo do chuveiro, envolvo-me em uma toalha entrando no meu quarto. —
Sente-se aqui enquanto eu seco seu cabelo.

Tristan mandou uma mensagem para Lani informando que ele está
voltando. — Estou tão nervosa, — admito para Lani.

Ela ri. — Confie em mim, conheço o sentimento. Eu estava tão nervosa


quando se tratava de Vinny e Trey. — Ela sorri para mim suavemente. —
Tristan é seu cara, no segundo em que te viu? Não havia mais ninguém. Ele
olha para você do jeito que meus caras olham para mim.

Eu nem consigo respirar. — O que você quer dizer? — Eu pergunto sem


fôlego.

— Como se ele fosse matar qualquer um que ousasse tirar você dele.

Ah, merda.

— Estou tão feliz por você, Trey, e meu irmão. A maneira como vocês se
amam é incrível e tenho visto isso ao longo dos anos. Você lutou por mim e
por Etta todos aqueles anos atrás, você ia nos levar com você mesmo que
Vinny não quisesse. Sou muito grata a você. — Meus olhos ficam
embaçados, seu reflexo fica embaçado no espelho.

Lani envolve seus braços em volta de mim por trás. Aperto seus braços, nós
duas apenas nos abraçando.

A campainha toca e nós pulamos no momento. Eu me admiro no espelho e


deslizo nos saltos. — Como estou? — Eu pergunto à Lani uma última vez,
passando minhas mãos pelos meus lados.

— Linda. — Ela me abraça e me empurra em direção à porta. — Vai se


divertir! Michaela ficará bem conosco esta noite.

Desço as escadas; posso ver os dois parados do lado de fora da porta. Eu a


abro.
Ambos estão lá segurando um buquê de flores, Michaela está vestida com
trajes de princesa e Tristan. UAU. Tristan está vestido com botas, jeans e
uma camisa de botão.

— Uau, você está absolutamente linda. — Tristan estende a mão pegando a


minha para beijar.

Eu coro com o elogio. — Obrigada, você também está muito bonito, — eu


aponto.

Ele sorri e me entrega minhas flores. — São lindas Tristan, obrigada.

Volto minha atenção para a minha doce menina. — Uau!! Quem é esta linda
princesa?!

Ela sorri para mim. — Olha mamãe, Tristan me deu algumas flores
também! Ele disse que eu era sua princesa.

Eu me viro para olhar para Lani, que parece estar pronta para desmaiar
como eu. — Uau, você é minha também!

Ela sorri ainda mais. — Eu sou de todos.

Pressiono um beijo em sua testa. — Sim, você é um anjo, tenha uma boa
noite com Lani. — Eu a puxo para um abraço apertado. É tão difícil deixá-
la.

— Se você precisar da mamãe, eu irei buscá-la a qualquer hora. OK? —


digo a ela.

Ela acena com a cabeça. — Eu sei, divirta-se! — Ela pega minha mão e a
coloca na mão de Tristan. Entendo isso como minha deixa para sair.

Aceno por cima do ombro para as duas. Tristan abre a porta da caminhonete
me ajudando a entrar. Ele se inclina sobre mim, pegando o cinto de
segurança e afivelando-me.
Eu inalo bruscamente com o calor e a proximidade de seu corpo. Deus, ele
parece tão bom agora.

— Tenho que manter minha garota segura. — Ele me dá um sorriso


malicioso.

Juro que ele sabe o que faz comigo. Fecha a porta e eu solto um suspiro
profundo morrendo por dentro.

Ele entra e eu levo um segundo para admirá-lo novamente. Ele está


realmente incrível e planejou muito hoje.

— Obrigada pelo que você fez com Michaela, ela está tão feliz.

— Ela é uma garotinha incrível, muito especial. — Ele se vira para olhar
para mim, — Assim como a mãe.

Lá vai meu coração mais uma vez para fora da janela. — Você é tão gentil
conosco.

Ele diminui a velocidade e olha para mim por um segundo antes de voltar
para a estrada. — Você merece toda a porra da bondade e coisas boas da sua
vida, querida.

Eu me aproximo e pego sua mão, entrelaçando nossos dedos. Eu preciso


estar perto dele agora.

Pego seu pequeno sorriso para mim fazendo o primeiro movimento. Ele
para na frente de um restaurante chique na cidade que eu nunca estive antes.

Abro minha porta para sair, mas ele se estende por cima de mim, fechando-
a. — Ah, não, eu abro sua porta.

Ele dá a volta na minha porta e a abre, então penso como vou sair sem me
mostrar a todos. Tristan estende um braço atrás das minhas costas e o outro
sob minhas pernas, ele me coloca suavemente no chão.

— Obrigada. — Eu sorrio.
Ele coloca a mão nas minhas costas, levando-me para dentro. — Walker, —
ele diz à recepcionista e somos conduzidos a uma cabine privada na parte
de trás do restaurante.

— Eu pensei que Walker fosse o nome do seu pai? — questiono enquanto


me sento na cabine, ele se senta ao meu lado em vez de na minha frente.

— Walker é nosso sobrenome, mas todo mundo o chama de Walker.

— Ah, tudo bem, isso faz sentido.

Ele abre o menu colocando-o na frente de nós dois para compartilhar. —


Meu pai era um pai solteiro, ele me criou inteiramente sozinho. Ficou
solteiro até alguns anos atrás, quando conheceu a mãe de Aiden, mas eles
namoraram apenas alguns meses.

— Isso é incrível, seu pai criou um cara tão incrível. — Eu aperto seu
joelho.

— Meu amigo está querendo prospectar o clube e vem ficar com meu pai
até encontrar uma casa. Eu adoraria que você conhecesse os dois.

Inclino minha cabeça em seu ombro por um minuto. — Eu adoraria isso.

Ele me beija no topo da minha cabeça. — Acho que quero um bife, o que
você quer? — ele pergunta, levantando o menu para eu ver.

— Acho que vou querer o mesmo.

— Este é o meu primeiro encontro, na vida, — eu admito para ele assim


que o garçom sai com nosso pedido.

Ele sorri para mim. — Não posso admitir que não estou feliz por isso, sou
um homem egoísta quando se trata de você.

Bem, foda-se, isso foi quente.


— Eu vejo. — Levanto uma sobrancelha para ele. O garçom coloca minha
taça de vinho na minha frente. — Agora, quanto tempo se passou desde que
você teve um encontro? — Pergunto-lhe.

Ele pisca, colocando a mão no meu joelho nu. — Darlin, eu era um


adolescente no colégio. Estou completamente reservado para você. — Ele
chega mais perto, movendo-se até que seus lábios estejam a centímetros de
mim. — Tudo de mim.

— Oh, foda-me, — eu suspiro, meu corpo está em chamas com suas


palavras.

Ele lambe os lábios. — Basta dizer as palavras, anjo. — Ele pressiona seus
lábios contra os meus, roubando o ar que deixei em meu corpo,
reivindicando-o como seu.

O tempo para ao nosso redor; somos apenas nós e a maneira como ele me
faz sentir agora. Sua mão ainda está no meu joelho, meu corpo está muito
ciente disso.

Estou morrendo de vontade de ele trazer isso mais à tona, quero que ele me
ame do jeito que eu deveria ser amada. Ser amada do jeito que seus lábios
estão tocando os meus agora.

Seus dedos se movem suavemente em meu joelho e eu estremeço com o


contato. Eu me afasto porque estou muito perto de me envergonhar.

Ele beija o lado do meu lábio, antes de se virar no assento e tomar um longo
gole de sua cerveja.

Não consigo resistir à vontade de espiar em seu colo para ver se ele está tão
afetado quanto eu. Olho um pouco para baixo e para cima antes que ele me
pegue, mas ainda não consegui olhar, então faço isso de novo.

— O que você está fazendo? — ele pergunta.


Eu morro por dentro, gostaria que o chão me engolisse. — Nada, — eu
gaguejo, tomando um gole do meu vinho tentando disfarçar.

Ele começa a rir, é tão alto e eu sei que as pessoas estão olhando para nós.
Meu rosto está tão quente que tenho certeza de que vou morrer.

— Oh, baby. — Ele se estica e me abraça. — Você é a coisa mais fofa que
eu já vi. Se você quiser ver meu pau, posso te mostrar em primeira mão.

Sim, eu vou morrer. Isso é fato.

— Tristan, — eu gemo, cobrindo meu rosto com as mãos, estou tão


envergonhada.

Ele ri de novo, não faz nenhum som, mas posso sentir seu corpo se
movendo com ele. — Olhe para mim.

Eu lentamente olho para ele através dos meus cílios, ainda querendo me
esconder. — Eu sinto muito por ter envergonhado você, baby. Se você está
se perguntando se eu estava excitado, tenho estado assim todos os malditos
dias desde que te conheci.

— Olho para ele completamente. — Estou obcecado por você.

O constrangimento me deixa em um flash, fazendo-me o querer ainda mais.


Inclino minha cabeça na curva de seu pescoço. — Estou obcecada por você
também.

E estou, eu nunca quis alguém em minha vida até ele. Eu não pensei duas
vezes em mais ninguém.

— Foda-se, sim, — diz ele humildemente.

Ainda posso sentir os olhos em nós, mas não me importo.


LYNN
Depois do jantar, eu esperava que ele nos trouxesse para casa, mas ele para
do lado de fora de um bar country.

— O que estamos fazendo aqui? — Eu pergunto.

Ele enfia a mão no banco de trás e tira um par de botas de caubói. —


Darlin, nós vamos dançar.

Ele sai, contornando a caminhonete abrindo minha porta. — Vire-se,


querida.

Ele gentilmente tira meus saltos dos meus pés, coloca-os no chão. Ele
esfrega o polegar no meio do meu pé, dando-me uma leve massagem. Eu
fecho meus olhos com a sensação incrível. Ele se move para o outro pé,
dando a mesma atenção.

— Quando estivermos em casa, vou fazer uma massagem melhor. — Ele


enfia a mão dentro de uma das botas e tira um par de meias novo em folha.

Ele lentamente coloca as meias nos meus pés, arrastando-as acima dos
meus tornozelos e calça as botas para mim.

— Você é tão bom para mim, Tristan. Eu nunca experimentei isso antes, —
admito, emocionada.

— Foda-se, baby. — Ele envolve seu braço em volta das minhas costas me
levantando para fora da caminhonete, batendo seus lábios contra os meus.

Todos os beijos que compartilhamos antes foram suaves, doces e tão cheios
de emoção, mas este é ardente e me queima profundamente.

Sua língua acaricia a minha, eu agarro seus ombros precisando de algo para
me aterrar.
— Porra, seus beijos eu nunca me canso, — ele murmura contra meus
lábios antes de me colocar em meus pés vacilantes.

Seu braço não sai das minhas costas. — Pronta?

Eu sorrio. — Pronta.

O interior do bar está escuro, cheio de um monte de luzes piscando ao redor


da multidão e está esfumaçado e a música é tão alta que posso sentir no meu
peito.

Tristan me leva direto para a pista de dança, ele pressiona meu peito contra
sua frente, sua mão movendo-se pelas minhas costas, lentamente pela
minha bunda. Meus olhos se fixam nos dele, esperando para ver o que ele
vai fazer.

Ele agarra a ponta do meu vestido, arrastando-o ainda mais pelas minhas
pernas. — Não posso deixar ninguém ver o que é meu.

Ele apenas me destruiu.

— Seu, hein? — Eu questiono, tentando jogar.

Ele lambe seus lindos lábios, seus olhos perfurando os meus. — Você é
definitivamente minha, toda você.

Sua mão esfrega na minha bunda, antes de se estabelecer nas minhas costas.
— Agora, deixe-me mostrar como eu danço.

Sua mão se move para o meu quadril, colocando a perna entre as minhas e
ele move meu corpo exatamente do jeito que ele quer, levando-me pela
pista de dança. Nunca me senti tão viva em minha vida, seus olhos olhando
diretamente para minha alma. Se alguém se atrever a chegar perto de mim,
ele o encara e eles entendem a dica.

Ele está me marcando como sua e não está apenas contando a todos ao
nosso redor.
Não, ele está me dizendo também.

A questão é que quero ser dele.

Horas depois, nós dois estamos exaustos. Saímos do bar, Tristan me


segurando contra seu lado.

O ar fresco da noite é ótimo na minha pele. — Deus, isso foi tão divertido.
Temos que fazer isso de novo em breve. — Sorrio para ele.

Nós não bebemos mais esta noite. Não precisávamos disso para nos divertir.
— Devemos fazer das noites de sexta-feira nossa

noite de encontro? — Ele dá um tapa na minha bunda ligeiramente.

— Para uma garota discípula, você com certeza não está agindo assim. —
Ouço um homem gritar do outro lado do estacionamento.

O medo me atinge com força. O estacionamento está completamente vazio,


exceto por nós e alguém no escuro.

Tristan está olhando para a escuridão na linha das árvores. Ele me empurra
suavemente atrás dele, colocando seu corpo entre mim e a pessoa que
acabou de gritar. Tristan não diz nada de volta, ele apenas encara o escuro
esperando que a pessoa se mostre.

Então, da escuridão, três homens saem para o estacionamento. — Parece-


me que você é uma jezabel na carne; eu vi o jeito que você estava tentando
os homens lá com seu corpo.

É alguém do culto. Como eles me encontraram de novo?

— Você precisa vir conosco para que eu possa salvá-la de seus caminhos
pecaminosos. — O líder do grupo se aproxima de nós. — Eu também
preciso dessa recompensa.

Espere, recompensa? Como isso aconteceu e por que eu?


— Lynn, entre na caminhonete.

Eu não quero deixar Tristan para enfrentar todos esses homens sozinho,
então seguro sua mão, com medo. Eles se aproximam de nós, a cerca de três
metros de distância. Tristan não tira os olhos deles. Meu coração parece que
pode explodir para fora do meu peito, minha pele está formigando de tanto
medo.

Não consigo resistir ao impulso de perguntar o que eles querem dizer com
isso; eles não estão olhando para Tristan. Não, eles estão olhando para mim
como se eu fosse seu vale-refeição.

Tristan pega minha mão, puxando-me para mais perto dele. — Uma
recompensa? — Eu questiono, esperando que eles me respondam.

O líder do grupo está vestido como todos os membros do culto com calças
cáqui marrons e uma camisa branca de botão, seus cabelos perfeitamente
penteados. Ele se aproxima um pouco mais, olhando para mim como se eu
fosse a escória sob seus pés. — Você não sabe?

Tristan aperta sua mão na minha, sua mão está tremendo na minha. Eu sei
que o dele não é medo, não, isso é raiva. Está irradiando dele em ondas.

Os homens não olham para ele, estão olhando para mim. Eu não sou uma
pessoa para eles. — Você matou Lee, ele e Gavin são netos de Danielson.

Isso me atinge como uma tonelada de tijolos quanto à gravidade disso;


Danielson é o líder de todo o clã.

Porra.

Ele sorri para mim, sabendo que estou entendendo o significado de tudo
isso. — Michaela é a futura esposa de Gavin e você a está mantendo longe
dele. A punição para isso? — Ele para de falar, olhando para mim como se
estivesse tão feliz. — É a sua morte. Então, todos nós somos chamados para
trazer você e trazer sua filha. Seremos heróis! Ah, e se trouxermos aquela
cadela Etta? Nunca mais teremos que trabalhar em nossas vidas.
Meus joelhos começam a dobrar com a menção de Michaela. Eu vou para a
clandestinidade com ela se for preciso. Eles nunca vão pegá-la; prefiro
morrer.

— Entre na caminhonete, Lynn, — Tristan me diz novamente, olhando para


mim por uma fração de segundo. Eu quero discutir, mas faço o que ele pede
abrindo a porta da caminhonete.

— Ei, volte aqui! — um dos caras grita. Eu entro e fecho a porta quando
alguém sai de trás agarrando a maçaneta da porta.

Tristan o puxa pelos cabelos, para longe da caminhonete, e eu tranco as


portas quando alguém bate na lateral novamente.

Seu rosto aparece na minha frente, batendo no vidro tentando quebrar. Eu


fico olhando para o rosto da pessoa que nunca conheci antes, mas o jeito
que eles estão olhando para mim é alguém que realmente me odeia por me
proteger minha filha.

Ouço um homem gritar, gritando a plenos pulmões. Desvio meu foco do


homem tentando entrar na janela, batendo nela com os punhos, pedras, o
que quer que ele possa.

Faróis brilham na janela diretamente para mim, cegando-me. Eu tento


cobrir meus olhos para ver o que está acontecendo quando o carro com as
luzes brilhando em mim começa a guinchar se movendo direto para mim.

Meu Deus.
9

TRISTAN
Ouço pneus cantando e eu giro, empurrando o filho da puta de cima de mim
que está tentando subir nas minhas costas como uma boceta.

O carro está indo direto para Lynn.

Porra.

Tiro minha arma da parte de trás da minha calça, apontando-a para o carro e
atirando na direção do motorista na esperança de poder acertá-lo antes que
acerte Lynn.

Porra! Porra! Isso se repete continuamente em minha cabeça quanto mais


perto isso chega. Não posso suportar olhar para Lynn agora.

Assim que ele a alcança, outra porra de caminhonete surge do nada,


batendo-a do lado do motorista e empurrando-a para fora do caminho antes
que atinja minha caminhonete.

Coloco minha arma na cabeça do filho da puta que está tentando lutar
comigo, eu nem pisco ou hesito em puxar o gatilho acabando com ele. Essa
merda acabou.

Pego o filho da puta que é o líder desse culto de merda e o empurro no


chão. Empurro seu rosto na calçada, arrastando-o pelos cabelos, amando
que a pele esteja sendo arrancada de seu rosto.

Ele está gritando com toda a força de seus pulmões e eu rio, a escuridão em
mim saindo com força total.
Eles a ameaçaram. Eles queriam machucá-la. Eu nunca vou esquecer isso,
porra.

— Qual é o problema, seu merda? Não é tão corajoso agora, não é? — Pego
seu rosto batendo-o de volta na calçada.

O sangue está escorrendo de seu nariz para o chão, eu o viro, querendo que
ele se afogue nele.

— Eu não vou deixar você morrer, não. Você vai voltar para o seu líder e
lhe dizer que ele é uma porra de um homem morto. Diga a ele que os
Sinners estão vindo atrás dele.

Levanto sua mão, dobrando seus dedos um por um, olhando-o morto nos
olhos, sorrindo, querendo que ele veja que ele é minha cadela e eu vou
destruí-lo. Ele grita sem parar, afogando-se no sangue que escorre pelo
fundo de sua garganta.

Faço o mesmo com a outra mão, levando meu tempo, fazendo-o sofrer. As
palavras “querendo matar Lynn”, quebraram algo em mim, o meu lado
negro que mantenho trancado.

Ele saiu e está pronto para matar todo mundo.


LYNN
Eu vejo bem diante dos meus olhos enquanto Tristan tortura alguém; os
gritos que ele está trazendo daquele homem dariam pesadelos a uma pessoa
normal.

Eu não.

Quero que todos sofram por tudo o que estão fazendo à Michaela.

Tristan o pega e o joga de volta no chão mais uma vez, sua cabeça quicando
no chão com um baque nauseante.

Eu grito quando um rosto vem na frente da janela, assustando-me. Ele tem


uma arma apontada para mim.

Meu Deus.

Eu me afasto ainda mais da janela, em direção ao lado do motorista,


querendo colocar o máximo de distância possível para longe dele.

Ele murmura para mim: — Saia da caminhonete ou eu mato você. — Ele


acena a arma para mim.

De jeito nenhum vou sair da caminhonete, então faço a única coisa que
posso. Eu levanto meu dedo médio, mandando-o se foder.

Eu vejo o fogo em seus olhos, a raiva de mim. Ele destrava a arma, eu


engulo em seco. A caminhonete é à prova de balas, mas o medo ainda está
lá.

Uma cabeça aparece atrás dele e Tristan coloca sua própria arma em sua
cabeça puxando o gatilho, matando o cara. Eu ouço seu corpo batendo no
chão através da janela.
Com as mãos trêmulas, rastejo de volta para o banco do passageiro,
destrancando a porta. Ele a abre, levantando-me da caminhonete, puxando-
me para seus braços. — Oh Deus, eu estava com tanto medo por você, —
murmuro contra seu peito.

— Shh, não precisa ter medo por mim, baby. Eu protejo você.

— Ele beija o topo da minha cabeça.

— Bem, isso não é doce?

Tristan me coloca de pé e me coloca atrás dele tão rapidamente que é um


borrão. — Porra, Darren! Foi você? É bom ver você, irmão, — Tristan diz e
vai até o cara e dá um abraço apertado nele.

Tristan se vira para mim, levantando a mão querendo que eu vá até ele. Eu
faço, segurando sua mão. — Este é Darren, servimos juntos por anos. O que
mencionei no jantar mais cedo.

Eu sorrio para ele. — Prazer em conhecê-lo. Obrigada por salvar nossas


bundas e tudo mais.

Ele sorri para mim. Eu teria que ser cega para não admitir que ele é um cara
atraente. — Bem, eu acho que minha caminhonete pode estar destruída. —
Ele ri como se não fosse grande coisa.

Tristan estremece quando olha para ele. — Bem, vou chamar um dos caras
da oficina para consertá-lo para você. Podemos deixá-lo na casa do papai no
caminho de volta.

— Parece bom. — Ele olha para mim e depois para Tristan, eu sei que ele
está tentando descobrir o que está acontecendo.

— Eu quero saber o que diabos está acontecendo e por que há um homem a


uma polegada da morte e outros mortos. — Darren olha ao redor da
bagunça que causamos.
— Vou explicar no caminho para a casa do papai. — Tristan guarda o
telefone; ele estava mandando mensagem para alguém. — Tenho prospectos
para limpar toda essa merda.

Tristan me levanta para dentro da caminhonete, colocando meu cinto de


segurança em mim. Darren fica atrás.

Que noite horrível. Eu só queria ter um encontro incrível com Tristan e


chega a esse ponto.

Tristan entra e aumenta o calor. — Você está bem, baby? — ele me


pergunta.

Eu concordo. — Estou bem, só me chocou. Ainda é o melhor encontro que


já tive, — digo a ele e ele ri.

— Bom saber, querida.

Tristan olha no espelho para Darren e explica tudo o que está acontecendo.
Eu desligo não querendo um lembrete de como tudo está fodido.

Só quero que minha vida seja normal.

— Você precisa dizer a Konrad sobre a recompensa, eles têm uma sobre
Etta também, — eu lembro Tristan.

Eu sou o que eles querem; eles estão me culpando pela morte de Lee. Uma
morte que eu sei que ele merecia.

Lee, ele enganou todos nós. Ele levou seu filho para a escola para que
pudesse fazer amizade conosco, apenas para pegar minha filha.

A viagem até a casa de Walker é longa porque é outra cidade. Paramos na


frente de uma enorme casa de tijolos que fica perto da casa do clube Grim
Sinners.

— Darren, foi muito bom conhecê-lo. Talvez você possa vir jantar algum
dia? — Eu pergunto.
Ele sorri suavemente para mim. — Eu gostaria disso, querida.

Pego o olhar de Tristan quando ele me chama de querida. Escondo meu


sorriso e Darren pisca para mim, mostrando-me que ele disse isso de
propósito.

Walker sai de sua casa, caminhando para Tristan e Darren. Estendo a mão e
me cubro com a jaqueta de Tristan sentindo frio.

Walker olha na minha direção e se aproxima de mim. Sento-me morrendo


por dentro que ele está me vendo depois que tudo isso aconteceu.

Eu conheci Walker antes, mas isso é diferente porque estou com Tristan
agora.

Ele abre a minha porta e olha para mim. — Oi querida, você está se
sentindo bem? — ele pergunta, recostando-se contra a porta.

Ele se parece muito com Tristan; os dois têm aqueles olhos gentis, mas
Walker é mais áspero, áspero e você pode ver que ele viu alguma merda na
vida. Não me interpretem mal, os Grim Sinners são durões, mas os OGs são
uma raça diferente antes de construí-los do zero.

Sorrio para ele, o nervosismo desaparecendo ao ver Tristan em seus olhos.


— Sim, eu estou bem, que bagunça hein?

Seu rosto se suaviza. — Sim, isso é uma merda, não é querida? Mas não se
preocupe, seu sogro vai cuidar da merda. — Meu coração para um pouco
com isso. Ele pisca e se afasta. — Da próxima vez você traga sua doce
garotinha para que eu possa ver minha neta.

Estou atordoada; ele acabou de me matar. Estou morta, caída e destruída.

Ele ri um pouco, fechando a porta e me deixando pensando.

Puta merda.
Tristan nem mesmo parece se desculpar; sei que ele ouviu a conversa entre
nós porque ele estava nos assistindo.

Estudo Tristan e realmente me pergunto profundamente. Eu realmente me


importo?

Não, eu não.

Caio no sono em Tristan no caminho de volta para casa, minha cabeça


apoiada em sua coxa. Honestamente, quando ele passou os dedos pelo meu
cabelo, eu adormeci.

— Querida, estamos em casa. — Ele me acorda suavemente, esfregando


meu braço.

Eu bocejo e me sento, olhando pela janela e estamos de fato em casa. Eu me


sinto muito melhor depois daquela soneca curta.

Vejo um pequeno corte em sua sobrancelha onde um dos caras deve ter
batido nele. — Você está bem? — Eu pergunto, tocando ao lado dele.

Ele segura minha mão suavemente, tocando sua sobrancelha. — Estou mais
do que bem.

Meu estômago revira com a maneira como ele está olhando para mim, sou
tão abençoada com ele. Ele sorri deslizando para fora da caminhonete,
levando-me com ele, levando-me em estilo de noiva para minha casa.

Ele me carrega direto para o meu quarto, colocando-me na beirada da cama.


— Eu vou tomar banho, pegar lanches e podemos assistir filmes a noite
toda, ok? — ele sugere.

Eu amo essa ideia. — Parece ótimo, Tristan.


Ele me beija na bochecha, deixando-me sozinha. Pego uma camisola longa,
antes de entrar no chuveiro.

Deixei a água escorrer pelas minhas costas doloridas. Minhas costas tendem
a ficar muito tensas quando estou extremamente estressada.

Desligo a água depois de lavar meu cabelo e corpo e quando volto para o
meu quarto Tristan já está lá com lanches e águas.

— Eu acho que você está tentando me mimar.

Ele pisca. — Está funcionando?

Eu rio e me sento ao lado dele, puxando o cobertor sobre minhas pernas. —


Definitivamente está funcionando.

A única luz no quarto é a pequena lâmpada no canto. — Eu sinto muito por


tudo o que aconteceu esta noite, baby.

Eu me inclino e descanso minha cabeça em seu ombro. — Não é sua culpa,


é deles.

— Eu sei, mas você estando em qualquer perigo, fode comigo.

Sentindo-me emocionada, eu me levanto, sendo ousada e o beijo. Dou o


primeiro passo, apenas querendo parar de pensar em todas as coisas ruins e
querer estar aqui, no momento com Tristan.

Suas mãos imediatamente vão para o meu rosto, tocando-me tão


suavemente, assumindo o beijo para mim.

Eu me perco nos sentimentos do momento; preciso dele tanto quanto minha


próxima respiração.

Eu me inclino para trás, ele me segue até que está praticamente deitado em
cima de mim. Posso ouvir as batatas fritas e outros itens caindo da cama no
chão.
Ele interrompe o beijo, olhando para mim. — Você é tão linda, baby, — ele
diz em um tom abafado.

Eu sorrio enquanto corro meu dedo sobre seus lindos lábios. — Você é
lindo.

Ele ri das minhas palavras, em seguida, muda um pouco para ficar deitado
entre as minhas pernas e é quando eu o sinto. Oh Deus. Seus olhos brilham,
eu mordo meu lábio tentando não me mover tanto quanto eu quero. Eu o
quero tanto, eu o quero de uma maneira que nunca quis ninguém antes.

Ele pressiona seus lábios contra os meus novamente, minhas mãos estão
tremendo contra seus braços que estão apoiados em cada lado do meu rosto.

Ele fica mais duro contra mim. Posso senti-lo contra minha calcinha e ele é
enorme. Levanto minha perna mais alto, nem mesmo pensando nisso,
trazendo-o ainda mais perto. Eu anseio por ele me preencher.

Sua mão segura minha panturrilha, levantando-a mais alto e eu suspiro


quebrando o beijo, quando ele pressiona contra mim com mais força.

— Darlin, você precisa ser honesta comigo. O que você quer? Se você
quiser que eu pare, eu te solto e podemos assistir filmes a noite toda.

Suas palavras confirmam minha resposta. — Eu quero você mais do que


qualquer coisa.

Ele sorri tão feliz. — Você me tem, sempre.

Ele agarra a parte inferior da minha camisola, levantando-a sobre a minha


cabeça, deixando-me apenas de calcinha. Os nervos me atingem com força
total, isso é muito mais íntimo do que eu já experimentei antes. Levanto
meus braços cobrindo-me enquanto ele tira a camisa.

Estou tremendo tanto. Estou tão nervosa, assustada e tão animada ao


mesmo tempo. Sem dúvida eu quero fazer isso.
— Baby, não se esconda de mim. — Ele pega minhas mãos, puxando-as
suavemente para os lados.

— Desculpe.

Eu não sei como fazer isso; não sei ser normal. — Eu posso apenas olhar
para você o dia todo, você é a coisa mais linda que eu já vi. — Seus dedos
percorrem meus lados nus, deixando arrepios em seu rastro.

Ele se senta, olhando para mim, suas mãos se movendo para minhas coxas,
para baixo em minhas pernas e pés. Seus olhos nunca deixando os meus o
tempo todo. — Eu posso dizer que você está com medo. Eu sinto muito,
baby, porra, que alguém colocou esse medo em seus olhos.

Meus olhos se enchem de lágrimas, porque ele entende.

Eu o quero mais do que qualquer coisa, exceto os velhos pensamentos que


surgem; o que eu tinha antes era apenas dor, mágoa e humilhação. Nada
assim, nada como Tristan.

Ninguém olhou para mim assim, teve tempo para se certificar de que eu
estava bem.

— Eu não estou com medo de você. Eu nunca fiz isso antes assim. Eu
nunca tive alguém que se importasse, — eu digo a ele honestamente,
sentindo-me tão vulnerável agora. — Eu quero você mais do que qualquer
coisa, confie em mim. Você é especial para mim, Tristan.

Ele coloca a mão sobre o coração, esfregando. — Você é tão especial para
mim, eu mais do que me importo com você, Lynn.

Ele levanta minha mão, sobrepondo a dele. — Isso é seu. No segundo em


que você olhou para mim com aqueles lindos olhos, eu estava tão perdido
para você.

Sorrio amplamente, o medo desaparece instantaneamente. — Tristan, —


sussurro, sabendo que nenhuma palavra pode expressar como eu realmente
me sinto agora.

Ele sorri de volta para mim e posso ver em seus olhos o que ele sente por
mim. Sento-me, movendo-me até estarmos a apenas alguns centímetros de
distância. — Eu quero que você faça amor comigo, Tristan. Eu quero que
você me faça sua.

Posso ver o fogo em seus olhos quando mencionei me fazer dele. — Com
honra, porra.

Sento-me, agarrando suas calças, trazendo-as para baixo em seus quadris,


expondo-o a mim. Minha boca enche de água ao vê-lo, tão grosso, tão
lindo. Eu quero envolver minha boca em torno dele.

Tristan olha para mim, a centímetros dele. Começo a envolver minha mão
em torno dele, mas ele me impede.

— Agora, é sobre você. Encoste-se, baby.

Eu me inclino para trás nos travesseiros e ele lambe os lábios olhando para
mim. — Toda minha, — ele rosna, suas mãos correndo pelos meus lados.

Ele se move sobre meu corpo e eu levanto minhas pernas pensando que é
isso.

— Oh não, baby, vamos nos divertir um pouco primeiro.

Eu dou a ele um olhar questionador. Ele me beija nos lábios mais uma vez
antes de virar minha cabeça para o lado, beijando-me.

Oh, foda-se.

Ele sopra no meu pescoço. Eu corro minhas mãos em suas costas nuas,
arrepios estourando no meu pescoço.

— Hmm, — ele murmura, movendo-se ainda mais para baixo no meu


pescoço.
Ele tem meu rosto em suas mãos, não me soltando, controlando-me. Já
estou encharcada e ele nem me tocou.

Ele beija a cavidade do meu pescoço, seus olhos olhando para mim a cada
momento. Ele se move bem sobre o meu coração, pressionando um beijo lá.
— Eu posso ouvir o quanto você me quer.

Ele arrasta sua língua para baixo entre meus seios antes de circular de volta,
fechando a boca em volta do meu mamilo, chupando.

— Oh Deus! — O prazer está indo direto para a minha boceta pingando.

Ele se move para o outro, dando-lhe a mesma atenção. Sua mão percorre
meu lado, sobre minha barriga e para logo antes de me tocar. Ele olha para
mim, eu aceno sabendo que ele está pedindo permissão.

Ele agarra as laterais da minha calcinha, rasgando cada lado e jogando-a no


chão.

Isso foi muito fodidamente quente.

Oh Deus, isso está realmente acontecendo.

Seus dedos deslizam lentamente por minhas dobras, sobre meu clitóris. Seu
nariz se dilata. — Porra, você está encharcada. Não podemos desperdiçar
isso.

Ele se senta, deslizando pela cama até ficar de bruços na minha frente.
Lentamente coloca o dedo na boca, chupando. — Mm, eu precisava de um
gostinho.

Foda-me.

Esta é a minha primeira vez fazendo isso. Ele beija minha parte interna das
coxas antes de jogá-las sobre seus ombros e eu apenas curto o momento.

Seus olhos perfuram minha alma enquanto ele arrasta sua língua por minhas
dobras. — Oh Deus. — Sinto um prazer diferente de tudo que já senti antes.
— Veja-me fazer você desmoronar.

Eu juro que quase desmorono apenas com suas palavras. Agarro os


cobertores ao meu lado, minha respiração difícil enquanto tento segurar
meus gemidos.

Estou pegando fogo Ele sorri antes de chupar meu clitóris profundamente
em sua boca, ele me solta antes de lamber seus lábios e realmente
mergulhar. — Hmm tão bom. — Ele beija minha coxa antes de voltar para
mim com um novo vigor.

Meus dedos do pé enrolam, meu corpo todo congelando, apenas dolorido e


querendo um pouco mais. Ele passa o braço sob o peito antes de deslizar
um dedo dentro de mim suavemente. Seus olhos estão em mim, eu sei que
ele está se certificando de que estou bem antes de adicionar outro.

— Você está tão perto. — Ele me belisca, enrolando os dedos ao mesmo


tempo e eu caio na borda.

— FUUUUUCK, — eu grito, meu corpo não é meu agora; estou tremendo


até meus pés.

— Fodidamente linda. — Tristan esfrega a parte interna das minhas coxas


enquanto eu caio em mim.

Inclino-me para frente e o puxo para mim, querendo-o perto agora. Este foi
um grande momento para mim; eu me permiti ser vulnerável de uma
maneira que pensei que nunca poderia ser.

Abro minhas pernas, colocando-o no meio. — Podemos parar agora, — ele


sugere, beijando minha testa.

— Me ame, Tristan, — eu sussurro, seus olhos tão lindos enquanto ele olha
para mim.

— É isso aí, baby.


— Estou tomando anticoncepcional e estou limpa. — Eu despejo quando
ele começa a sair da cama. — Eu também, — ele me diz e se acomoda
contra mim.

— Sinto que estou sonhando pra caralho. — Sua mão toca meu rosto, como
se estivesse se certificando de que sou real. — É

difícil acreditar que você é minha. — Ele me beija tão docemente.

Sua mão serpenteia entre nossos corpos, seu dedo esfregando meu clitóris.
Eu grito em sua boca e ele continua a me beijar até que estou prestes a
gozar novamente.

Ele quebra o beijo, descansando sua testa contra a minha e levanta meus
braços acima da minha cabeça entrelaçando nossos dedos.

Ele pressiona contra a minha entrada. Eu relaxo enquanto ele desliza


lentamente para dentro de mim, seus olhos nunca deixando os meus. Sei
que é a maneira dele de ter certeza de que estou bem.

Eu gemo alto, a sensação ardente de ser preenchida. — Deus.

— Eu levanto minha cabeça o beijando.

Ele leva todo o caminho dentro de mim em um empurrão final. Quebro o


beijo jogando minha cabeça para trás. Eu me sinto tão cheia.

Ele beija meu pescoço. — Deus, você é incrível, Tristan, — eu gemo,


apertando suas mãos que estão em ambos os lados do meu rosto.

Ele beija minha bochecha e depois meus lábios, enquanto começa a se


mover. — Você é tão linda, minha menina.

Meu coração não é mais meu, pertence a ele.

— Tristan, — eu sussurro, sentindo-me tão emocionada e sobrecarregada.


Seus olhos nunca deixam os meus enquanto ele faz amor comigo,
ternamente, tão cheio de emoções, tão cheio de tudo.

Minhas pernas estão tremendo à medida que me aproximo cada vez mais de
desmoronar. Meus dedos dos pés se curvam, agarrando seus quadris em um
aperto mortal enquanto ele se move mais e mais dentro de mim.

— Eu não posso. — Eu nem sei o que estou dizendo, meus olhos fechados
com força enquanto eu carrego tudo o que estou sentindo, é tão avassalador.

Estou pegando fogo

— Goze para mim, — ele rosna em meu ouvido, mordendo o lóbulo


suavemente e eu sinto seu dedo esfregando meu clitóris, beliscando e isso é
tudo o que preciso para desmoronar.

— Tristan, — eu gemo, cravando minhas unhas em suas costas, arqueando


para ele, agarrando-me com força.

Ele amaldiçoa quando goza com a mesma força que eu, nós dois sem
fôlego. Eu beijo sua bochecha, então seus lábios suavemente. Ele enfia a
cabeça na lateral do meu pescoço, ainda enterrado dentro de mim.

Sua mão esfrega meu quadril e minha coxa. — Você está bem? — ele
levanta a cabeça, perguntando. Ele tem um olhar tão contente em seu rosto.

Eu concordo. — Estou muito mais do que bem, Tristan. — Meu coração


está tão cheio que quase dói. — Você é muito mais do que eu esperava. —
Esfrego meus polegares em suas maçãs do rosto, seus olhos observando. —
Você entrou na minha vida quando eu menos esperava, mas não consigo
imaginar a vida sem você nela. — Eu me coloco nua para ele.

— Foda-se, anjo, — diz ele baixinho, balançando a cabeça. Eu sei que


minhas palavras o afetaram, mas é como eu me sinto.

Eu me sinto segura com ele de uma forma que posso ficar completamente
vulnerável sem uma única preocupação.
— Você me faz tão feliz; me sinto tão segura com você. — Eu me
aconchego mais fundo em seus braços, amando o jeito que ele me faz sentir.

Minha maior preocupação na vida era que, quando conhecesse alguém, ter
medo de nunca mais poder estar verdadeira e totalmente com alguém.

Ele pegou essas preocupações e as demoliu; ele me deu uma parte de mim
que eu pensei que nunca teria.

Ele segura meu rosto suavemente. — Eu iria protegê-la com minha vida, eu,
fodidamente, morreria por você.

Porra.

Ele me beija mais uma vez, deslizando para fora de mim suavemente.
Estremeço um pouco, dolorida. Ele entra no banheiro, voltando com uma
toalha na mão.

Ele dá um passo ao meu lado, abrindo minhas pernas e faz a coisa mais crua
e inesperada.

Ele me limpa.

— Tristan. — Lágrimas enchem meus olhos, pingando em minha bochecha.


Ele joga o pano no banheiro me pegando nos braços, segurando-me.

— Essas lágrimas nos seus olhos me destroem.

Eu rio um pouco, limpando-os do meu rosto. — Você é tão bom para mim.
Às vezes me emociono.

Ele resmunga: — Bem, eu ainda não gosto disso.

Balanço minha cabeça sorrindo. — Bem, vou tentar melhor, — brinco.

Sua mão desce, batendo na minha bunda, deixando uma leve picada. — É
melhor, — afirma.
Eu me sento — Ah sim?? E o que você vai fazer sobre isso?

— Eu provoco, lambendo meus lábios.

— Ohhh, eu posso te mostrar. — Ele me pega de repente, deitando-me em


seu colo, minha bunda nua para cima.

Chuto minhas pernas tentando me empurrar de seu colo, rindo. Ele esfrega
a mão na minha bunda nua, depois a levanta e bate!

— Ei! — Eu grito, rindo, balançando-me em seu colo, tentando fazê-lo me


derrubar.

Smack!

— Ah, o que é isso aqui? — Sua mão se esgueira entre minhas pernas,
deslizando um dedo dentro de mim. — Ah, alguém gostou

disso. — Ele preguiçosamente desliza os dedos para dentro e para fora de


mim, enrolando-os.

— Eu acho que você está tentando me matar, — eu gemo, descansando meu


rosto na cama. — Estou à sua mercê.

— Isto é o que eu gosto de ouvir. — Sua voz é áspera enquanto seus dedos
me trazem cada vez mais perto da borda.

Agarro o cobertor com força, mordendo-o. Estou tão sensível por já ter
gozado duas vezes. — Porra! Porra! — Eu grito, apertando seus dedos com
força.

— Deus, como uma porra de um torno.

Em um segundo estou deitada de bruços, no próximo estou de costas com


sua boca sugando meu clitóris em sua boca, seus dedos enterrados
profundamente.

— PORRA! — Eu grito, gozando forte em seu rosto.


— Essa é uma boa menina, — ele me elogia, observando meu rosto.

Eu jogo meu braço em meu rosto, exausta. — Acho que posso conseguir
outro de você. — Ele lambe os lábios, arrastando a língua sobre meu
clitóris. Eu tremo por estar tão sensível. — Foda-me, Tristan. — Eu me
abaixo para ele.

Ele beija meu clitóris uma última vez antes de pressionar sua boca contra a
minha, beijando-me enquanto empurra em mim em um tranco. — DEUS,
— eu mordo, meus olhos revirando. É como se cada terminação nervosa
estivesse viva.

Ele levanta minha coxa, enterrando-se ainda mais fundo dentro de mim.
Não consigo nem falar, respirar, tudo que posso fazer é deitar aqui e ficar à
mercê de Tristan.

— Deus, eu poderia ficar dentro de você para sempre.

Eu aperto nele com força com suas palavras. Ele chega entre nós esfregando
meu clitóris me enviando ao longo da borda.

Mordo seu braço, tentando não acordar toda a vizinhança. Eu terminei por
este tempo, não tenho outro em mim.

— Você me matou, é oficial. — Eu rio, até minha risada parece cansada.

Ele ri, beijando minha bochecha. — Eu voltarei. — Ele desce as escadas e


eu rastejo para fora da cama, para o banheiro.

Eu me olho no espelho e quase não me reconheço com a felicidade em


meus olhos. Toco minhas bochechas que estão coradas, meu cabelo está
uma bagunça, mas nunca me senti mais bonita do que neste momento. Eu
uso o banheiro, limpo e pego minha escova de cabelo do balcão enquanto
volto para o meu quarto.

Tristan tem todas as roupas nas mãos. — Uhh, — eu digo confusa,


ignorando o fato de que nós dois estamos completamente nus.
Ele encontra uma gaveta e enfia tudo dentro. — O que você está fazendo?
— Pergunto-lhe.

Ele sorri, colocando a bolsa no armário. — Mudando, — ele diz como se


fosse a coisa mais normal.

Pisco algumas vezes, aceitando o que ele está dizendo. — Espere, você está
se mudando?

Ele concorda. — Eu com certeza estou, de jeito nenhum vou deixar minhas
garotas.

Meu coração aquece com ele nos chamando de suas garotas. — Bem, por
que você simplesmente não disse isso? — Eu tenho um sorriso bobo no
rosto. Deslizo para a cama e puxo o cobertor até meu peito, cobrindo-me.

— Deixe-me. — Ele se senta ao meu lado, pegando minha escova de cabelo


e escovando os fios soltando todos os nós.

Sento-me com os olhos fechados, aproveitando o momento. Ele puxa meu


cabelo para o lado, deixando o lado do meu pescoço descoberto. Pressiona
um beijo lá. — Linda e toda minha. — Ele agarra minha garganta
suavemente, inclinando minha cabeça exatamente do jeito que ele queria.

— Toda sua, — eu confirmo.

Ele começa a beijar minha bochecha quando meu telefone toca. Olho para o
relógio na mesa de cabeceira e mostra duas horas da manhã.

Pego meu telefone e o identificador de chamadas diz que é Lani. — Ei, está
tudo bem? — Eu pergunto imediatamente, colocando o telefone no viva-
voz.

Ouço alguém fungando ao fundo. — Temos uma menina doce aqui que está
com saudades de casa, ela está querendo sua mãe e Tristan, — diz Lani.
Meu coração se parte um pouco ao ouvir seus pequenos gritos ao fundo.
Tristan já está fora da cama colocando suas roupas e pegando suas chaves.

— Nós estaremos aí, Lani, — digo a ela e desligo o telefone, colocando um


par de leggings e um moletom.

Tristan praticamente corre para fora de casa em sua pressa para chegar até
ela, é muito fofo honestamente.

Tristan literalmente pisou na estrada para a casa deles, é hilário. — Ela


sente muitas saudades de casa? — ele pergunta, sua testa franzida com
preocupação.

— Ela esteve fora antes, — respondo.

Ele desacelera um pouco, virando-se para sorrir para mim. — Ela pediu por
mim também.

Deus, ele é fodidamente precioso. Ela fez toda a sua vida sem perceber.

Não vou mentir, adoro o fato de ela ter pedido por ele também. Ela o vê
como parte de sua vida e ele a consola. Isso é muito importante para mim,
mas especialmente para Michaela.

Paramos na frente de sua casa; Tristan praticamente pula para fora da


caminhonete, mal estacionando antes de vir para me ajudar.

Ele pega minha mão e eu mordo um sorriso com sua reação. Eu sei que ele
está tentando jogar com calma, mas o pensamento dela precisar dele, eu sei
que o está matando.

Bato na porta, nós dois olhando pela porta de vidro. Posso ouvi-los andando
pela casa até a porta.

Trey aparece segurando Michaela em seus braços, a cabeça dela


descansando em seu peito. Ela se vira para olhar pela janela e seu rosto
muda de triste para feliz em um instante.
Trey abre a porta e Michaela vai direto para Tristan. — Tristan! — ela grita,
envolvendo os braços e as pernas em torno dele como um macaco o
segurando.

Ele fecha os olhos por alguns segundos, absorvendo o momento em que ela
o abraça. — Oi, menina. Ouvi dizer que você estava triste. — Ele a esfrega
de volta.

Ela acena com a cabeça. — Tive um pesadelo.

Meu coração dói com sua admissão. — Obrigada por cuidar tão bem dela.
— Eu envolvo meu braço em torno de Trey, abraçando-o.

— Eu vou tomar conta da próxima para que vocês possam ter uma noite
fora, — digo a ele.

Ele acena dando um tapinha no meu ombro. — Eu, com certeza, vou aceitar
essa oferta.

Tristan caminha carregando Michaela. Ela está ficando muito grande e em


pouco tempo ela estará grande demais para carregar, isso parte meu coração
porque ela está crescendo sobre mim.

Abro a porta para Tristan, que coloca Michaela em seu assento, prendendo-
a. Ela boceja, fechando os olhos.

— Estaremos em casa em breve. — Ele beija sua testa tão docemente,


fechando a porta. Tudo o que posso fazer é olhar para ele.

— O quê? — ele pergunta, abrindo minha porta.

Eu subo e me viro para ele. — Você a ama, eu posso sentir o jeito que você
a ama, — admito para ele.

Ele olha para o banco de trás. — Ela é minha, — ele admite para mim,
tocando meu rosto suavemente antes de fechar a porta.

— Você é nosso também, — eu sussurro no caminhão.


10

LYNN
UMA SEMANA DEPOIS
Paramos na frente da casa de Walker. Tento acalmar os nervos na boca do
estômago porque vamos passar a noite com Walker e o amigo de Tristan.

Walker nos manda mensagens todos os dias querendo que levemos


Michaela até ele.

Assim que paramos na frente de sua casa, Walker sai e vai direto para o
banco de trás.

Ele abre a porta e sorri para Michaela. — Oi querida, eu sou Walker, o pai
de Tristan. — Ela o acolhe, cautelosa a princípio antes de relaxar.

— Prazer em conhecê-lo, gentil senhor, — diz com aquele sotaque dela e eu


sufoco uma risada com sua expressão.

Tristan está rindo abertamente. — Bem, minha lady, posso ajudá-la a sair da
caminhonete? — ele lhe pergunta e eu mesma rio disso.

Ela acena com a cabeça. — Isso é muito apreciado, senhor.

Ele a tira da caminhonete e sorri para ela, em seguida, vira para olhar para
mim. — É bom ver você de novo, Lynn.

Eu me aproximo e dou um abraço lateral nele. — É bom ver você também.

— Então princesa, tenho uma surpresa para você, — ele diz à Michaela,
que pula para cima e para baixo.

— Meu Deus! O que é?

— Deixe-me te mostrar. — Ele a leva para trás da casa e nós a seguimos e


quando viramos, vejo uma enorme casinha que parece um mini castelo.
Michaela não diz uma palavra, ela apenas aponta e olha para o castelo e
depois para Walker. — Você gosta disso? — ele pergunta.

— EU AMO ISSO! — ela grita, tremendo de excitação.

Ele ri enquanto ela o arrasta para o teatro, abrindo a porta. Eu sigo atrás
dele, realmente tocada que ele fez isso por ela. — Seu pai é realmente
ótimo, — digo a Tristan.

Ele concorda. — Meu pai sempre foi um ótimo pai; ele fazia coisas assim
para mim o tempo todo enquanto crescia. Um de seus maiores
arrependimentos é que ele não soube sobre Joslyn até que ela já crescesse.

Lembro-me de ouvir sobre isso, eles descobriram que ela era sua filha por
um acaso improvável.

— Espero que eles tenham um bom relacionamento agora. — Não consigo


imaginar não conhecer Michaela e depois descobrir quando ela era muito
mais velha.

Ele concorda. — Sim, desde que ele descobriu que tinha como missão fazer
parte da vida dela.

Eu posso vê-los na janela, ela está segurando uma boneca e colocando uma
coroa na cabeça de Walker. Ele está sentado em uma cadeira pequenininha
feita para uma criança.

Tristan ri e me puxa para dentro da casinha com eles, estou maravilhada.


Ele realmente arrasou com a decoração, tem até ar-condicionado. — Uau,
isso é absolutamente lindo, — digo a Walker.

Ele não tira os olhos de Michaela, que está colocando um vestido de


princesa por cima das roupas e colocando uma coroa na cabeça. — Você
está linda, — Walker lhe diz.

Ela pisca seu sorriso, que é tão adorável porque está faltando dentes na
frente.
Ela se senta na cadeira ao lado dele e olha ao redor da sala. — Obrigada,
Walker. Eu realmente amei isso. — Ela se inclina e o abraça.

Ele fecha os olhos, segurando-a com força. — De nada, menina.

Ela se recosta segurando sua boneca, escovando seus cabelos. — Então,


acho que isso significa que você é meu avô, eu sempre quis um desses.

Quase tenho um ataque cardíaco no local. Walker sorri para mim vendo
minha expressão. — Eu adoraria ser seu avô.

Ela ri. — Bem, quero dizer que mamãe e Tristan são namorado e namorada,
então acho que isso faz dele meu pai, — ela diz tão simplesmente.

Alguém poderia me empurrar com uma pena; ela não entende a magnitude
de suas palavras.

Tenho certeza de que é uma coisa confusa para ela. Eu nunca namorei
ninguém em minha vida até Tristan e nunca tive nenhum homem em sua
vida, exceto aqueles de quem ela é parente e os do clube que ela considera
seus tios.

Saio do teatro precisando de ar e preciso falar com Tristan sobre tudo isso
porque estou muito confusa. Marcho pela grama até o pequeno lago para
poder olhar os peixes, uma mão desliza na minha e me impede.

Ele me vira. — Diga-me seus pensamentos agora, — ele exige de mim.


Posso dizer que ele está preocupado.

Deixei escapar uma respiração profunda, tentando acompanhar meus


pensamentos e sentimentos agora.

— Ela te ama, Tristan, ela realmente ama. Ela está começando a ver você
como uma figura paterna e isso me preocupa porque e se você não quiser
ser?
Nunca falamos sobre isso antes. Temos seguido o fluxo no último mês e
nunca imaginei que ela ficaria tão apegada a ele tão rápido.

Ela realmente o ama; ela vem a ele para o conforto como ela faz comigo.

Eu posso ver a dor em seus olhos porque estou duvidando dele, às vezes eu
só preciso das palavras. — Baby, eu nunca vou te deixar. Eu adotaria
Michaela agora mesmo se pudesse, porque a amo, mas também amo sua
mãe com tudo em mim.

Eu não poderia parar as lágrimas se eu quisesse. — Eu também te amo,


Tristan. — Quero dizer cada palavra.

Ele me puxa para si, seus lábios batendo contra os meus. Ele me beija
profundamente, como se estivesse tentando me enraizar para nunca mais
duvidar dele.

Ele é tudo que eu nunca me permiti desejar, eu sei que é uma loucura e tudo
aconteceu tão rápido.

Quando você conhece sua pessoa, você simplesmente sabe, todas as regras
são jogadas pela janela.

O tempo ao nosso redor fica parado, trancado neste momento juntos.

Deus, eu o amo.

Eu o amei desde o segundo em que ele me abraçou e Michaela a noite toda


depois de seus pesadelos; quando ele dormia no chão ao nosso lado para ter
certeza de que estávamos bem.

Desde o segundo em que ele entrou em nossa vida, ele cuidou de nós em
todos os sentidos. Mas, ainda mais, ele me mostrou o que é ser
verdadeiramente amado por alguém.

— Uau! — Michaela grita e eu interrompo o beijo, um pouco tonta. Ela está


sorrindo para nós, batendo palmas e Walker está encostado no teatro.
Darren caminha para se juntar a Walker, batendo palmas.
— Entrem, vamos jantar. — Walker acena para que todos entrem na sala de
jantar onde a comida é servida, meus olhos focalizando a churrasqueira.

— Quem cozinhou isso? — Tristan pergunta, segurando minha cadeira para


eu sentar e Michaela se senta na nossa frente entre Walker e Darren.

Walker ri. — Eu gostaria de poder cozinhar assim, mas consegui pronto.

Tristan ri. — Eu estava me perguntando porque isso parece bom demais


para ser sua comida. — Ele dá uma mordida nas costelas.

Walker olha para ele, Tristan continua sorrindo completamente


imperturbável. Não tenho certeza se Tristan sabe, mas seu pai é assustador.

— Aww papai urso tem uma cara mal-humorada. — Michaela alcança suas
bochechas empurrando seu rosto em um sorriso. — Veja, muito melhor.

Seu rosto se suaviza. — Obrigada, querida, você me ajudou.

Ela parece tão orgulhosa. — Bem, obrigada, gentil senhor. — Ela dá um


tapa em seu antebraço enorme e volta para sua comida.

Walker olha para Michaela como se o mundo acabasse e começa com ela
assim como meu Tristan.

Eu quero que minha bebê tenha todas as pessoas em sua vida, ela merece
ser amada e ter uma enorme base de apoio.

Tristan coloca a mão debaixo da mesa, enfiando-a entre as minhas pernas


segurando minha coxa com força. Eu tento jogar com calma, mas esse
toque por si só tem algo pulsante. Tristan despertou algo em mim.

Lambo meus lábios, abrindo minhas pernas um pouco dando a ele melhor
acesso. Sua cabeça gira em minha direção, chocado por eu ter feito isso.

— Oh Lynn, quer ver meu antigo quarto? — Tristan pergunta, de repente,


levantando-se. Todos olham para ele confusos.
Eu educo minhas características. — Claro, eu adoraria.

Evito olhar para Walker e Darren sem querer revelar nada. Tristan
praticamente me arrasta para fora da sala de jantar no andar de cima para
seu quarto.

Eu rio tentando acompanhá-lo. Ele empurra a porta e a tranca atrás dele.

— Alguém tem sido uma garotinha travessa. — Ele pega minha mão
pressionando-a contra ele, deixando-me sentir o que fiz com ele.

Aperto minha mão nele. — Baby, eu não posso me ajudar. Quer ver o que
você fez comigo? — Estou sendo ousada.

Abaixo minhas calças, subo na cama, inclino-me para mostrar a ele como
minha calcinha está encharcada.

Ele morde o lábio, seus olhos semicerrados. — Foda-me, que visão você é.

Suas mãos agarram meus quadris, beijando as minhas costas, pouco a pouco
movendo-se para as bochechas da minha bunda, mordendo.

Sinto seu hálito quente contra mim, mordo a colcha não querendo fazer
barulho. Ele morde minha calcinha, beliscando levemente meu clitóris e
quase caio. — Mmm, acho que poderia ter você em cada refeição.

Minhas pernas estão tremendo enquanto luto para ficar quieta e não o forçar
a me tocar. Ele agarra minha calcinha de lado, arrancando-a do meu corpo.

— Ei. — Eu começo a discutir, mas a sensação de sua língua movendo-se


por minhas dobras me cala.

— Deus, você é a melhor coisa que eu já provei. Eu nunca consigo ter o


suficiente de você, — ele diz entre lambidas.

Estou louca de prazer, tudo que posso fazer é me concentrar no que ele está
fazendo comigo.
Ele para de repente e eu me viro quando ele desliza dentro de mim. Fecho
meus olhos com a sensação de estar cheia.

— Eu nunca vou me cansar de você dentro de mim, — eu gemo, arqueando


minhas costas trazendo-o mais fundo.

Ele joga a cabeça para trás, olhos fechados, absorvendo o momento assim
como eu. Não há nada melhor do que ver alguém de quem você gosta
desmoronar por sua causa.

Ele puxa todo o caminho para fora, apenas deixando a ponta antes de bater
de volta, com força. Mordo minha mão para não fazer barulho, meus olhos
rolando de volta para minha cabeça.

— Eu sou sua para fazer o que você quiser.

Eu sei o que minhas palavras fazem com ele, sua mão no meu quadril
aperta. — Essa é uma garota tão boa, — ele sussurra em meu ouvido,
esfregando minha bunda enquanto me elogia.

Mantenho meus braços na minha frente, fechando tudo e apenas sentindo. O


jeito que ele se move, o jeito que ele sabe exatamente como me deixar
louca.

Eu me agarro a ele com tanta força, amando o jeito que ele pode me fazer
desmoronar. — Estou tão perto.

— Eu posso sentir isso. — Ele se move mais rápido, seus dedos esfregando
meu clitóris. Cerro os olhos, minhas pernas cedendo enquanto gozo com
mais força do que nunca.

Eu torço o cobertor debaixo de mim, minhas pernas agora entre as de


Tristan enquanto ele se move dentro de mim mais rápido, mais forte,
enquanto ele persegue seu orgasmo.

— Eu quero mais um de você.


Ele pressiona seus dedos contra minha bunda, empurrando, mas não
entrando. Eu nem consigo respirar enquanto o persigo.

— FODA-SE, — eu sussurro repetidamente na cama enquanto gozo duro


mais uma vez e Tristan me segue, enchendo-me.

— Uma garota tão boa. — Eu aperto com força sobre ele em suas palavras.

Ele se engasga, é o que ele consegue.

Desliza para fora de mim, deixando-me de bruços na cama e eu o ouço no


banheiro ligando a água.

Ele volta me virando, limpando-me. — Eu te amo, — digo a ele.

Ele se inclina sobre mim, beijando-me. — Eu também te amo de verdade.

Sorrio envolvendo meus braços em torno dele, apenas o segurando. — É


melhor voltarmos antes que eles se perguntem.

Tristan ri. — Baby, eles não estão se perguntando. Eles sabem o que
estamos fazendo aqui.

Eu cubro meu rosto. — Por favor, não me diga isso.

Ele beija minha bochecha rindo. — Suas bochechas vermelhas são tão
adoráveis, seu rosto é fofo também.

Bato no braço dele suavemente, — Ha ha. — Eu finjo rir.

Saio da cama e olho para minha calcinha destruída. Tristan a pega e a


coloca no bolso. — Vou manter isso comigo.

Rolo meus olhos, colocando minha legging sem minha calcinha. Ando até o
espelho e tento arrumar meu cabelo.

— Você está tão bonita.


Eu sorrio para ele no espelho enquanto ele me olha. — Você simplesmente
me fez parecer assim.

Ele encolhe os ombros, sorrindo. — Eu amo quando você parece recém-


fodida.

Eu me viro para beijá-lo mais uma vez, pegando sua mão. — Vamos
terminar nosso jantar.

— Eu já comi, baby, — ele brinca.

Assim que entramos na sala de jantar, Walker e Darren nos olham com as
sobrancelhas arqueadas.

Eu decido jogar com calma e me sentar à mesa comendo minha comida.


Michaela está tomando sorvete.

— Tristan tem jogos em seu quarto? — Michaela pergunta.

Eu imediatamente começo a suar, horrorizada. — O que você quer dizer,


baby? — Eu pergunto.

Ela encolhe os ombros. — Vocês ficaram longe por muito tempo, então eu
queria saber se estavam jogando um jogo.

Por favor, acabe comigo agora, tire-me do meu sofrimento.

Tristan está segurando seu rosto, rindo. Darren parece que vai desmaiar e
Walker nem liga, ele está segurando o estômago para deixar tudo sair.

Estou tão feliz que eles estão gostando do meu constrangimento.

— Você gosta do seu sorvete? — Eu mudo de assunto.

Ela acena com a cabeça. — Sim, tem bolinhos nele! — Ela levanta a tigela
para eu ver.
Olho para todos os três caras, o que apenas os deixa excitados mais uma
vez. Eu como minha comida, sem falar com nenhum deles.

— Vocês podem brincar de boneca comigo? — Michaela pergunta e pega as


mãos de Walker e Darren, levando-os para fora da sala porque eles
acabaram de comer.

Posso sentir Tristan olhando para mim, mas eu o ignoro. Ele se move para
que seu rosto fique na minha frente, mas eu olho para o meu prato fingindo
estar brava. — Seja uma boa menina e olhe para mim.

Porra.

Eu olho para cima e ele sorri, estendendo a mão tocando meu rosto. — Você
é tão bonita, que às vezes me machuca.

Toda a raiva simulada se foi, deixando apenas o sentimento de amor. Eu me


inclino e descanso minha cabeça contra seu peito, aconchegando-me.

Sua mão esfrega nas minhas costas e depois sobe de volta pelo meu cabelo
e couro cabeludo. — Vou adormecer se você não parar.

— Tire uma soneca, querida, você precisa trabalhar o dia todo. — Ele me
leva até o sofá e me cobre com um cobertor. — Eu vou sair com eles,
descanse bem, baby. — Ele me beija na testa.

Eu o vejo pela janela entrando na casa de brinquedo com Walker e Darren.

Eles são tão fofos.

Coloco o cobertor embaixo do meu queixo, fechando os olhos, sentindo-me


muito contente e feliz.
LYNN
Acordo com alguém passando as mãos pelo meu braço, sei quem é
instantaneamente. Eu sorrio abrindo meus olhos, ficando cara a cara com o
estômago de Tristan. Tristan está segurando minha cabeça em seu colo. —
Você teve uma ótima soneca, querida. — Ele se inclina e me beija na
bochecha.

Ouço as risadinhas doces da minha bebê. Olho para vê-la sentada no chão
com Walker, que tem uma tiara de princesa na cabeça e brincando de
boneca com ela.

— Então, ouvi de um passarinho que você ama o Halloween e esta noite é


uma noite aberta de uma trilha assombrada. Você quer ir? — Tristan me
pergunta, colocando meu cabelo atrás da orelha.

Eu me sento — Uhh, eu adoraria ir! — Fico tão animada que não vou a um
há anos e estou morrendo de vontade de ir.

— Deixe-me ligar para minha amiga Summer para ver se ela quer ir. —
Minha amiga também é a terapeuta que atende Michaela.

— Oh, espere. Quem vai cuidar de Michaela? — Eu pergunto a Tristan.

— Etta já concordou. — Ele me avisa que tem tudo planejado.

— Tudo bem então. — Beijo sua bochecha, sentando-me para poder enviar
uma mensagem de texto para Summer para ver se ela quer ir.

— Walker, Darren, vocês apenas tem que vir conosco, — digo a eles.

— Nós, com certeza, iremos, — Walker me diz e Darren acena com a


cabeça.

Eu venderia meu peito esquerdo se eles ficassem com medo, eu sei que
Summer é uma galinha enorme.
Ela me responde quase que instantaneamente. — Eu estou tão pra baixo.
Quer que eu dirija até sua casa?

— Summer quer saber se ela deve dirigir até minha casa? — Eu pergunto a
Tristan.

Tristan balança a cabeça negativamente. — Nós iremos buscá-la. Ela não


precisa estar dirigindo tão tarde.

Lá se vai meu coração mais uma vez, ele é um cavalheiro. Nós vamos
dirigir até sua casa, eu mando uma mensagem de volta.

Walker oferece, em seguida, dá um gole falso de uma pequena xícara de chá


de plástico enquanto Michaela alimenta seu bebê.

Meu pobre coração, não tenho certeza se aguento a fofura.

— Vamos indo então, vai escurecer em breve. — Tristan se levanta,


levando-me com ele.

Michaela coloca sua boneca no chão ao lado de Walker. — Obrigada por


me deixar brincar com isso.

Ele levanta a boneca colocando-a de volta em seu braço. — É

sua, querida, leve para casa com você, — ele sorri.

Ela salta sobre ele dando-lhe um grande aperto. — Acho que vou te dar
bonecas todos os dias se você me der abraços como este, — ele brinca com
ela.

Ela ri, — Você é um urso papai bobo. — Ela segura suas orelhas, puxando-
as.

— Você está zombando das minhas orelhas, princesa? — Ele zomba de


rosnar para ela, então a levanta no ar e a pega.
— Foi divertido! — ela grita e puxa suas orelhas mais uma vez para que ele
faça de novo.

Walker a joga para Darren e eu noto que Tristan continua levantando os


braços como se tivesse medo dela cair.

— Porra, não a deixe cair, — ele enfatiza e a arrebata de Darren.

Eu rio alto por ele ser superprotetor, ele a coloca no chão e pega sua mão.
— Pronta para passar a noite com Etta? Vamos buscá-la antes de dormir, —
ele diz a ela, apertando sua mãozinha.

Ele literalmente estressou que ela estava com tanta saudade de casa, embora
ele estivesse emocionado por ela ter pedido por ele. Então, foi uma
vitória/derrota para ele.

— Ok, você pode ler uma história para mim esta noite? — ela pergunta a
ele enquanto caminham para a porta juntos.

— Claro que posso, pense no que você quer que eu leia. — Eles saem pela
porta e eu apenas os vejo sair, absorvendo o momento.

Eu olho para Walker. — Você criou o melhor filho, — digo a ele


honestamente, porque ele criou.

Walker caminha até mim, dando um tapa nas minhas costas.

— Eu o ensinei a cuidar daqueles que ama, porque se ele não o fizesse, eu


iria bater em sua bunda. — Rolo meus olhos com a resposta de um cara.

— Vejo vocês daqui a pouco! — Digo por cima do ombro querendo


alcançar Tristan e Michaela.
11

LYNN
— Estou tão animada! — Esfrego minhas mãos; esta é minha época
favorita do ano. Eu levo o Halloween a sério. Estou competindo com as
garotas do clube para ver quem traz o melhor doce.

Eu sou a campeã, é claro, porque uso Michaela para me dizer o que as


crianças estão fazendo.

— Você já pensou sobre o que aconteceria se uma pessoa maluca


aparecesse em um desses fingindo estar em uma parte da assombração e ela
fosse realmente maluca?

Tristan me olha com horror. — Porra, não! Mas agora é só nisso que vou
pensar.

Eu rio. — Ahh, você é um SEAL durão. Tenho certeza de que eles nem
tentarão nos assustar com medo de vocês.

Tristan me lança um sorriso satisfeito porque eu acariciei seu ego. Paramos


na frente de uma casinha branca bonita. Estendo o braço e buzino para
avisar Summer que estamos aqui.

— Walker, você já esteve em uma trilha assombrada antes?

— Pergunto-lhe.

Mas ele nem mesmo me ouve, nem mesmo olha para mim.

Ele está ocupado olhando para algo por cima do meu ombro e Darren
também.
— Ei, você está bem? — Eu pergunto a Darren que parece que pode
literalmente ter um ataque cardíaco.

Mas ele também não me responde. Que diabos?

Eu me viro para ver o que eles estão olhando e Summer está descendo a
garagem em direção à caminhonete.

Acho que deveria ter mencionado que ela é absolutamente linda, mas o
coração dela? Ela é a mulher mais gentil que já conheci.

Walker abre a porta da caminhonete voltando aos seus sentidos o mais


rápido, saindo sorrindo para ela. O mais bonito é que atinge seus olhos.

Dou a Tristan um olhar de soslaio, perguntando-me se ele está


testemunhando a mesma coisa que eu. Darren ainda está em silêncio,
observando cada movimento dela.

— Deixe-me ajudá-la a entrar, querida, — ele diz a ela, pegando sua mão e
ajudando-a a entrar na caminhonete.

Ela vai para o meio, entre os dois. Ambos são caras enormes, então ela está
espremida entre eles.

Darren literalmente não parou de olhar para ela. O rosto de Summer está
ficando mais vermelho a cada segundo. Ela olha para o colo, tentando
parecer legal.

Mas eu sei que ela está morrendo por dentro. Ela é tão rejeitada quanto eu.

Ela teve uma infância incrível, ao contrário de mim, mas ela é muito tímida
e de coração puro. Muitos homens tentaram tirar vantagem disso. Ela
percebeu isso ao crescer, então se dedicou ao trabalho e a ajudar os outros.

Seu coração é tão lindo.

Tristan me dá um sorriso secreto, colocando a caminhonete em marcha à ré.


— Summer, como foi o trabalho hoje? — Eu pergunto a ela.
Ela sorri para mim. — Foi difícil. Tive mais alguns casos de trauma. Esses
são sempre difíceis.

Aceno minha cabeça em concordância. Não importa o quanto você tente


bloquear suas emoções para isso, isso te incomoda, especialmente porque
eu lido com muitas garotas se recuperando de estar no culto.

— Vou para o centro de veteranos na próxima semana. Vou ver alguns


soldados que estão enfrentando PTSD grave. — Seu rosto cai. Uma das
razões pelas quais ela se tornou uma terapeuta foi porque um de seus pais
costumava ser militar e o PTSD

destruiu a vida dele por um tempo.

Darren olha para ela com muito respeito. — Tristan e Darren acabaram de
sair do SEAL há um mês ou mais, — digo a ela, dando a Darren algumas
vantagens, acenando para ele.

Ela olha para ele com o rosto brilhando. — Uau! Obrigada a ambos pelo
seu serviço.

Tristan se olha no espelho para seu pai. — Walker esteve nas forças
especiais até eu nascer.

Ela olha de Darren para Walker. Eu sei que ela acha que os dois são
atraentes porque posso ver isso escrito em seu rosto. — Meus pais eram
forças especiais, mas Knox, um dos meus pais, foi sequestrado e mantido
em cativeiro por dias. Ele foi assombrado por isso por anos.

Walker começa a rir de repente. — Porra, eu conhecia seus pais! Eu estava


nas forças com eles.

Bem, este não é um mundo pequeno.

Summer sorrir. — Isso é incrível! Tenho certeza de que eles adorariam


saber que eu conheci você esta noite.

Walker lança um olhar para Darren, que não consigo decifrar.


Ok, esquisitos.

Logo chegaremos na trilha mal-assombrada. Vejo uma pequena fila de


pessoas enfrentando a floresta com alguém com uma lanterna na entrada.

Tristan caminha até minha porta, abrindo-a para mim e segurando minha
mão, o que agradeço porque ouço uma tonelada de garotas gritando no
fundo da floresta. Calafrios percorrem

minha espinha, um por causa do medo e o outro de antecipação.

— Ai, meu Deus, — Summer sussurra ao ouvir a motosserra.

Eu rio quando vejo um palhaço perseguindo alguém para fora da floresta, a


pessoa cai, o que me lembra muito um filme de terror.

Tristan me puxa para mais perto quando alguém passa por nós para cortar a
fila na nossa frente, quase batendo em nós.

Em seguida, mais dois caras passam correndo por nós para se juntar ao
outro cara. Eu rolo meus olhos para o ridículo quando eles começam a
gritar e se empurrar.

Tristan nos leva até a bilheteria e antes que eu possa argumentar, Walker
caminha direto na frente de todos nós, entregando uma nota de cem dólares
ao trabalhador.

— Que porra é essa, pai?

Walker se vira dando uma olhada para Tristan. — Tristan, — ele diz
rispidamente em uma voz de pai, então se volta para o trabalhador, pegando
nossas pulseiras.

Eu cubro minha boca para não rir da aspereza de Walker.

Tristan apenas balança a cabeça sorrindo, não levando seu pai a sério.

Eu sei que Walker é um fofo, porque uma garotinha chamada Michaela


trouxe isso com força total com a tiara na cabeça.
Todos nós entramos na fila, logo atrás dos caras super turbulentos. Eu me
viro para Summer, que está olhando para a floresta como se eles fossem sair
a qualquer segundo e agarrá-la.

— Você já foi a um desses antes? — Eu pergunto a ela.

Ela balança a cabeça negativamente. — Eu era covarde quando era mais


jovem. — Sem nem olhar para mim, ela apenas olha para a floresta.

— Quando você era mais jovem? — Eu questiono.

Ela olha para mim, os olhos semicerrados. — O que você estava dizendo?

Eu mordo meus lábios. — Nenhuma coisa. — Eu encolho os ombros.

Ela ri e envolve seu braço no meu. — Só não me deixe ser pega por um
homem assustador e eu ficarei bem.

Darren dá um passo em sua direção. — Você está segura comigo. — Ele


pisca para ela.

Ela se vira escondendo seu sorriso. — Obrigada, Darren.

Eu levanto uma sobrancelha para ele, então olho para Summer. Ele encolhe
os ombros. — Eu iria protegê-la com minha vida, querida. — Walker se
aproxima dela, colocando-se na frente dela para que ela fique olhando para
ele.

Espere, os dois estão interessados nela?

Bem, hmm.

Os caras à nossa frente passam pela fila, pegando o caminho de feno que
leva ao início da trilha.

A senhora na entrada olha para nossas pulseiras, então entramos pelo portão
esperando nossa carona.
As luzes se acendem sobre as árvores, avisando-nos de que elas estão
chegando. — Oh Deus, estou nervosa, — sussurro para Tristan, chegando
um pouco mais perto dele.

Ele envolve seu braço em volta de mim, esfregando meu braço para se
certificar de que estou aquecida. A viagem para. — VÁ

EMBORA, — um homem com uma voz que soa muito mal diz me fazendo
pular.

Tristan anda na minha frente, agarro a parte de trás de sua camisa me


aconchegando perto. Ele dá um passo à frente, pegando minha mão,
ajudando-me a entrar, depois Summer. Walker se senta no limite do passeio,
do outro lado de Summer.

A viagem começa. Eu olho para a estrada enevoada para ver se consigo ver
alguém à frente.

Os caras são muito calmos; Summer e eu, por outro lado, parece que vamos
hiperventilar.

Eu estava muito bem com essa ideia até que começamos o passeio.

De repente, uma motosserra surge do nada. Abaixo minha cabeça quando


alguém pula no feno conosco acenando com a motosserra.

Summer grita segurando seu rosto e eu me inclino no colo de Tristan, que


está rindo.

Eu espreito sob minhas mãos para ver o assustador Michael Myers na


minha cara.

Eles saltam do feno e eu olho para Summer. — Eu nunca vou tirar sarro de
você de novo. — Ela ri de mim, nós duas agimos como loucas.

Talvez depois disso estejamos acostumadas e não será tão ruim.


Ela agarra minha mão com força e eu seguro Tristan. Estou pronta para
puxá-la para mim caso alguém faça isso de novo.

O passeio para e Jeepers Creepers sai de um celeiro com um machado. Ele


mostra seu sorriso desagradável. Meu Deus.

Ele joga algo em nós, eu vejo quando cai no colo de Summer.

Meus olhos se arregalam quando vejo que é um globo ocular. Ele aponta
para Summer, em seguida, curva o dedo em um movimento de vem cá.

Oh infernos, não.

Ela apenas foi escolhida.

Ela agarra minha mão com tanta força. — Talvez devêssemos apenas
voltar? — ela sugere.

— SAIA DO PASSEIO. — O cara que dirige o carro está olhando para nós,
com o rosto meio derretido.

Walker sai do carro primeiro e todos nós o seguimos; Summer está


segurando minha mão para salvar sua vida. O cara dos Jeepers Creepers
está caminhando lentamente até nós. Olho para o chão sem querer fazer
contato visual.

Sinto um hálito quente e um cheiro desagradável no rosto.

Ele está soprando tão forte que meu cabelo se move a cada

respiração. Eu me afasto da pessoa, de volta para Tristan. O cara fica entre


mim e Summer, separando-nos.

— Uhh, — eu digo em voz alta e tento contorná-lo, mas ele bloqueia meu
caminho movendo-se até que fica peito a peito comigo e, em seguida,
esfrega seu peito contra meus seios. Tristan começa a me puxar de volta,
mas ele agarra meus braços com força e grita a plenos pulmões na minha
cara.
— Que porra é essa? — Tristan rosna, empurrando-o para fora do meu rosto
e ele atinge o chão com força. Ele se vira e olha para trás, para Summer e os
caras. Seu rosto muda para uma expressão de pura raiva. Esquisito.

Aproveito a deixa para correr para alcançar Summer puxando Tristan


comigo, que fica olhando para o cara.

Summer está segurando as costas da camisa de Walker como se ele fosse


seu salva-vidas, ela se vira para olhar para mim. — Qual diabos era o
problema dele?! — ela me pergunta, pegando minha mão, percebendo que
ele ainda está olhando para ela.

Tristan está com as duas mãos na minha cintura, o que está me fazendo
sentir melhor. Eu espio para trás e vejo o cara dos Jeepers Creepers
correndo pela floresta mais adiante na trilha, longe de nós.

Contanto que eu não tenha que vê-lo novamente. — Eu acho que aquele
filho da puta tem síndrome de pênis pequeno, — murmuro baixinho,
sentindo-me assustada por ele ter gritado na minha cara daquele jeito.

Summer bufa e caio na gargalhada com ela, a risada é o remédio que eu


precisava.

Vejo uma pequena tocha pendurada na árvore, dando-nos um pouco de luz.


Assim que passamos pela árvore, um homem pula segurando a tocha e
Summer grita, e eu rio.

Chegamos a uma casinha mal-assombrada, subindo os degraus. Uma


pequena janela desliza para cima e um braço enorme bate em nossas
cabeças, em seguida, o enlouquecido Papai Noel coloca a cabeça para fora
do pequeno buraco. Ele diz: — Vamos, crianças, — depois balança o braço
novamente.

— Que porra é essa? — Darren ri do mau Papai Noel e para quando vê


alguém sentado na cadeira.
Eu espreito em volta do braço de Walker para ver se é uma pessoa real, mas
parece um manequim para mim. Darren chega mais perto, colocando seu
rosto próximo ao dele, então, de repente, o boneco ganha vida o assustando
pra caralho.

Tristan quase cai no chão rindo de Darren, Darren está no chão de bunda.
— Você está machucado? — Summer pega sua mão e tenta ajudá-lo a se
levantar.

Ele sorri para ela. — Estou bem, querida. — Ele se levanta, mas não solta a
mão dela.

Walker nos conduz pela casa comigo e Tristan cuidando da retaguarda.


Uma criança sai de debaixo da mesa, assustando-me muito.

— Meu Deus! Você perdeu seus pais? — Eu pergunto a ela, preocupada por
que uma criança estaria aqui e sozinha na sala dos fundos.

Ela sibila para mim como um gato e se esgueira de volta para debaixo da
mesa. — Bem, acho que ela trabalha aqui.

Saímos da casa e uma motosserra começa a funcionar, batendo contra a


parede da cerca.

Tristan envolve seu braço em volta de mim. Eu olho o homem da serra


elétrica enquanto ele corre em nossa direção, então eu vejo com horror
quando ele tropeça em uma raiz de árvore e cai de cara no topo da serra
elétrica.

Meu Deus.

— Você está bem? — Eu pergunto, caminhando até ele.

Ele acena com a cabeça e se levanta para se sentar. Começo a ajudá-lo


quando ouço homens adultos gritando a plenos pulmões.

O cara no chão parece tão confuso. — A trilha acabou aqui comigo, — diz
ele, colocando-se de pé.
Tristan pega minha mão e me puxa para ele enquanto o cara carrega sua
motosserra e sobe a trilha até a esquina.

Então ele começa a gritar, um grito horripilante.

Que porra é essa?

Eu olho para Tristan com medo da minha mente.

Quando estou prestes a falar, um dos caras estranhos do início da trilha está
correndo em nossa direção e está sem o braço.

Não é um braço faltando falso, mas literalmente sangue escorrendo pelo


braço.

— Meu Deus! — Summer sussurra sem parar.

Ele cai no chão na nossa frente, seus olhos arregalados, seu rosto pálido. —
Corra, — ele nos diz e cai de cara no chão.

Estamos olhando para ele com horror. Estou pronta para alguém sair da
floresta e ser como se você tivesse sido punk.

Uma motosserra liga e ouço o som de algo sendo cortado. — Porra,


precisamos atravessar a floresta.

Tristan literalmente me carrega para a floresta longe da trilha e Darren está


carregando Summer. Nós avançamos cerca de nove metros na floresta
quando vejo a porra do cara dos Jeepers Creepers com um facão em uma
mão enquanto ele joga uma serra elétrica no chão com a outra.

Ele olha ao redor do chão vendo o cara com o braço cortado e sorri aquele
sorriso estranho pra caralho.

— Oh meu Deus, Tristan! A menina. — Meu coração afunda com a ideia de


ela se machucar.
O cara dos Jeepers Creepers se vira para olhar para a floresta onde estamos.
Porra, acho que ele me ouviu.

— Jeepers Creepers, onde você conseguiu esses peepers? — ele começa a


cantar e acho que vou desmaiar.

Este é o meu pior medo. — Eu nos trouxe azar, — sussurro horrorizada, é


tudo minha culpa.

Tristan coloca a mão em volta da minha boca para me impedir de falar


enquanto o cara dá um passo em nossa direção na floresta.

— Ohh Summer! — Ele afirma aleatoriamente em um tom calmante.

Ela parece completamente pálida. — Precisamos ir, porra, agora. Eu o


conheço, — ela sussurra para nós.

Walker pega sua mão e todos nós saímos correndo na floresta em direção às
luzes da entrada principal.

Eu posso ouvir o cara correndo atrás de nós, este é literalmente meu pior
pesadelo. Tristan me puxa para frente dele quando começo a ficar para trás
porque continuo olhando para trás.

Chegamos ao campo que nos deixa bem a céu aberto.

— Mamãe, onde você está? — Eu ouço uma criança perguntar.

Paro no meio do caminho e vejo a garotinha da casa mal-assombrada saindo


da floresta para o campo, assim como o cara dos Jeepers Creepers faz.

Ela olha para ele. — Josh, você viu minha mãe? — ela pergunta a ele, em
seguida, ela olha para nós, depois de volta para o cara que suponho ser Josh.

Ele olha para Summer sorrindo. — Eu esperei tanto tempo para me vingar.
— Ele aponta seu facão para ela.
Ele tira a máscara e fico completamente chocada quando vejo quem é,
temos o direito de ficar com medo.

Ele é um assassino em série que Summer prendeu.

— Josh, o que você está fazendo? — a menina pergunta, aproximando-se


dele.

Ele olha para ela e dá um sorriso louco, fazendo meu coração afundar. —
Sua mamãe está morta, querida, quer vê-la? — Ele enfia a mão no bolso
puxando um pedaço de pele que ainda tem cabelo preso a ele.

Ele a escalpelou, porra.

— Joshua, você não precisa fazer isso, — Summer diz a ele.

Ele a encara. — Eu preciso fazer isso! Você me prendeu! — ele grita


enquanto o cuspe voa de sua boca. Todos nós podemos ouvir as sirenes da
polícia à distância atrás de nós.

Ele aponta o facão mais uma vez para Summer. — Eu estarei de volta para
você, vadia. — Ele joga nela, então sai correndo mais fundo na floresta.

Walker a pega, virando-a para longe do facão para que ele passe por ela por
apenas alguns centímetros.

— Que porra é essa? — Darren sai atrás dele, seguindo-o na escuridão.

— Foda-se, — Tristan rosna. — Pai, leve as meninas para a caminhonete;


eu vou atrás dele. — Tristan puxa sua arma da parte de trás da calça.

Posso ouvir balas ao longe, a menina começa a chorar. — Venha aqui,


querida. — Eu aceno para ela e ela corre para mim.

Walker a pega e todos nós saímos correndo para a caminhonete, que é o


primeiro lugar seguro que vemos. Ele ajuda a todos nós a entrar e certifica-
se de que trancamos as portas antes de sair correndo para onde os caras
estavam.
Policiais aleatórios surgem de todos os lugares com armas.

Posso ouvir balas disparando ao nosso redor.

Então não vemos nada, todos estão enterrados nas profundezas da floresta.
Nossos olhos vasculham as árvores para ver se vemos alguém.

Podemos ouvir os gritos, o som de balas disparando. Então silêncio,


minutos passam que parecem horas.

Eu cubro minha boca com a mão, observando enquanto corpos em cima de


corpos são carregados para fora da floresta.

Alguns gritam segurando vários ferimentos em seus corpos, alguns estão


caídos.

O vômito sobe pela minha garganta. Quantas pessoas ele matou? Quantos
ele machucou?

Eu tiro meus olhos da cena traumática para me virar e verificar a menina.


Ela está deitada no banco de trás, chorando a plenos pulmões. Não consigo
imaginar o quão assustada ela estava. — Querida, sua mãe trabalhava aqui?
— Eu pergunto.

Rezo para que a mãe dela não estivesse realmente ferida e que ele estivesse
mentindo apenas para assustá-la. — Ela trabalhava na bilheteria.

Levo o rosto para a janela para ver se vejo lá fora e vejo uma senhora que
estava na bilheteria correndo, segurando o topo da cabeça. — Essa é sua
mãe? — Eu pergunto a ela, apontando.

— MAMÃE, — ela grita.

Abro a janela e grito por ela, sua filha gritando no meu colo também. Ela se
vira para olhar para nós e cai no chão de alívio ao ver sua filha.
Ela consegue se levantar e vem na nossa direção quando um homem vestido
como Michael está carregando uma faca que corre direto para ela.

Oh meu Deus, não.

Não pode haver mais de um?

— Ele não faz parte do reduto, — sussurra a menina.

A mãe dela sai correndo. Abro a porta segurando-a aberta para ela e ela
consegue pular para dentro antes que ele a alcance.

— Recuem! — Eu grito, batendo a porta e trancando-a.

Ele esfaqueia o vidro, uma e outra vez, tentando entrar, mas o vidro não se
move.

Eles rastejam para o banco de trás e Summer rasteja para a frente comigo.
— Se ele quer brincar, vamos brincar. — Ficando puta, meus instintos de
urso mamãe estão acelerando. Minha agressão só aumenta quando a menina
continua a chorar, vendo todo o sangue escorrendo da cabeça de sua mãe,
onde ele arrancou uma parte do couro.

Summer tira o casaco, entregando-o a ela para que possa fazer pressão
sobre o ferimento. Coloquei a caminhonete em marcha à ré e me afastei do
falso Michael Myers.

Ele olha para nós, acenando com a faca.

— Espero que ele goste do gosto de borracha, — digo à Summer, sorrindo.

Ela se segura no painel enquanto eu piso direto em sua direção. Ele tenta
sair correndo, mas não consegue chegar longe.

Sua cabeça atinge o topo da caminhonete, então ele é puxado para baixo.

Pulo Pulo Pulo Ficamos todos em silêncio enquanto olhamos pela janela
para vê-lo deitado no chão, mas para minha surpresa, ele está tentando se
levantar.

— Que porra é essa? Ele é sobre-humano? — Eu pondero.

— Bem, acho que terei apenas que inverter. — Eu inverto a caminhonete e


subo até sentir o salto novamente. Desta vez, não me incomodo em dirigir
completamente para longe dele e mantenho os pneus dianteiros da
caminhonete em seu corpo.

Eu vejo os caras pela janela, todos os três. Eles parecem que acabaram de ir
para a guerra.

Eles veem a caminhonete e partem em nossa direção. Tristan abre a porta e


olha para todos nós. — Ele fugiu, mas eu vi alguns outros filhos da puta
malucos na floresta, nós os amarramos para a polícia.

Ouvimos um gemido debaixo do caminhão, Tristan se inclina e olha


embaixo da caminhonete. Eu deslizo para fora e vejo o dano.

Ele está deitado ali, com a perna apoiada no pneu em um ângulo muito
engraçado.

O caos está acontecendo ao nosso redor, gritos de mulheres e homens


feridos. Polícia correndo para a floresta.

— Por que tem um cara embaixo da sua caminhonete, Tristan? — Darren


pergunta, olhando embaixo com Tristan.

— Bem, ele veio atrás de nós com uma faca, — digo a eles, apontando para
a janela onde está arranhado.

— Bem, porra, você deveria ter passado por cima da cabeça dele, — Walker
rosna rapidamente, entrando na caminhonete se afastando do cara embaixo
dela.

Tristan chega embaixo da caminhonete, agarrando-o pelos cabelos. Ele está


além de chateado. Ele literalmente o arrasta, certificando-se de acertar cada
pedra, seu rosto no chão ficando em pedaços.
Ele o joga aos pés de um policial, apontando para nós e depois para ele.
Meu palpite explicando o que aconteceu.

Abro a porta de trás, verificando a mulher que está ferida. — Posso te levar
ao hospital? — Eu pergunto a ela preocupada.

Ela acena com a cabeça. Tirando a jaqueta de sua cabeça, tento não fazer
uma careta com o quão horrível parece. Consigo literalmente ver seu crânio.
— O que aconteceu? — Eu pergunto a ela, ajudando-a a consertar a camisa.

— Josh ficou literalmente louco. Comecei a perguntar a ele o que aconteceu


quando, de repente, ele chega dentro da bilheteria, me puxou pelos cabelos
e começou a me arrastar para a floresta.

Ele ficava me chamando de Summer indefinidamente e resmungando coisas


estranhas. Um dos caras que trabalhavam aqui tentou me soltar, mas não
conseguiu. Então, ele usou sua faca para me soltar, mas ele pegou meu
couro cabeludo também.

Que porra é essa?

Eu realmente olho para ela e me ocorre que ela se parece exatamente com
Summer. Como se quase pudessem ser gêmeas.

Summer fica horrorizada e cobre o rosto. Eu sei que ela está se culpando.

— Vanda! — um homem grita, correndo pelo estacionamento.

— Frank! — ela grita e o homem corre até ela.

— Papai, — a menina soluça e pula para ele. Frank quase cai no chão ao
ver sua esposa.

Eu dou um passo para trás, deixando-o tirá-los da caminhonete. —


Obrigado por cuidar deles, — ele expressa, levando sua família com ele.

Tristan retorna e me puxa contra o peito. Eu enterro meu rosto


profundamente, completamente chocada e com o coração partido por
Summer e todas essas outras pessoas que sofreram esta noite.

Eu a ouço soluçar e me viro para abraçá-la, mas a vejo bem entre Walker e
Darren, ambos abraçando-a.

Meu coração dói vê-la assim. — Não é sua culpa, Summer.

Você fez a coisa certa anos atrás.

Ela acena com a cabeça contra o peito de Walker, Darren está esfregando
suas costas. Walker parece que está disposto a incendiar o mundo inteiro e
Darren parece que vai ajudá-lo.

— Vamos para casa. Fique conosco esta noite, ok, Summer?

— Eu imploro a ela. Tristan beija o topo da minha cabeça. Posso senti-lo


tremendo, sei que é de raiva.

Eu nunca esperei que isso acontecesse.

— Quem é Josh? — Tristan pergunta.

Summer solta um suspiro profundo. — Ele era meu melhor amigo, nós
crescemos juntos. Ele morava na casa ao lado, passava a noite toda comigo.
Até eu perceber que os animais da cidade começaram a ser assassinados,
encontrávamos mais a cada dia. A maneira como morreram ficou ainda
pior. — Ela enxuga os olhos.

— Meus pais estavam sob alerta e Josh ficou conosco porque sua vida em
casa era ruim. Seu comportamento começou a mudar na escola, ele
cutucava as pessoas com agulhas na escola; ele literalmente fazia mal às
pessoas sem motivo.

Ela se move até estar sentada na caminhonete de frente para nós. — Mas ele
jogou aquilo como uma piada. Então fiquei desconfortável com ele, e contei
aos meus pais. Eles não o deixaram ficar mais.
Ela olha para nós assombrada. — Ele ficou louco, — ela sussurra. —
Encontraríamos globos oculares em nossa varanda, sob minha janela
externa. Não sabíamos que era Josh na época até que eu o peguei matando
um animal no quintal.

Estou mal do estômago, embora já tenha ouvido isso antes.

— Eu disse aos meus pais e eles chamaram a polícia. Mas quando eles
chegaram à sua casa, ele tinha sumido.

— Ele invadiu nossa casa no meio da noite. Meus pais o encontraram de pé


acima de mim com uma faca sobre a cabeça, pronto para me matar. Meu pai
o abordou e o amarrou até que a polícia o levasse.

— Foi quando descobrimos que as garotas da cidade foram assassinadas e


era ele, todas as garotas se pareciam comigo. Ele tinha quinze anos na
época. Achei que ele ainda estava na prisão; acho que ele me encontrar aqui
foi uma loucura.

Ela cobre o rosto. — Eu preciso ligar para meus pais. — Ela pega o
telefone, mas Walker pega dela. — Eu mesmo vou chamá-los. Vamos até a
casa de Lynn e podemos resolver toda essa merda.

Precisamos contar a todos os caras; precisamos proteger as mulheres.

Tristan e eu estamos colocando michaela em sua cama com tristan lendo


para ela sobre uma garotinha que descobriu que era uma princesa.

Tristan não conseguia chegar à Michaela rápido o suficiente depois de tudo


o que aconteceu esta noite e eu não vou mentir, eu precisava estar com ela
também.

Vendo aquela garotinha e o que aconteceu ao seu redor? Isso me fez


perceber que a vida é tão frágil. Meu coração está partido por Summer; o
que aconteceu com ela quando adolescente foi muito difícil para ela.
— Mamãe, por que Summer está tão triste? — Michaela me pergunta,
tirando-me dos meus pensamentos.

Eu pego sua mãozinha na minha. — Querida, às vezes as pessoas


simplesmente ficam muito tristes e está tudo bem, — eu a tranquilizo.

Ela olha para Tristan. — Às vezes também fico triste, mas depois penso em
coisas divertidas e me sinto melhor.

Tristan sorri para ela, aquele olhar especial em seu rosto que é reservado
apenas para ela. — Se você ficar triste, venha para mim e sua mãe, ok? —
Ele tira o cabelo do rosto dela.

— Eu amo vocês, — ela sussurra, seus olhinhos abrindo mais devagar a


cada vez.

Tristan olha para mim como se ela tivesse acabado de lhe dar um tiro direto
no coração. Subo na cama me deitando de um lado dela enquanto Tristan se
deita do outro lado.

Pego sua mão enquanto nós dois olhamos para seu rosto adormecido. —
Nós te amamos muito, querida. — Eu beijo sua testa.

O amor que você tem por seu filho é diferente de tudo que você jamais
sentirá em sua vida, é totalmente absorvente.

Tristan aperta minha mão. — Eu amo vocês duas.

Meu coração aperta, eu não posso acreditar que esta é realmente a minha
vida. Nunca sonhei que seria tão feliz.

Nós nos deitamos com ela, olhando para seu precioso rostinho até que ela
adormecesse profundamente.

Tristan me ajuda a sair da cama para que eu não a acorde. Nós fechamos a
porta e descemos para checar Walker, Darren e Summer.
— Vocês estão com fome? — Eu pergunto, virando o corredor, mas paro no
meu caminho calando Tristan enquanto ambos observamos a cena.

Summer está dormindo profundamente com a cabeça no colo de Walker,


Darren está escondido atrás dela, segurando-a com força.

Walker está olhando para nós. — Há um quarto de hóspedes bem ali, se


vocês quiserem. — Sussurro para Walker não a acordar.

Ele acena com a cabeça, gentilmente cutucando Darren para acordar e pega
Summer nos braços, entrando no quarto de hóspedes com Darren logo atrás
dele, fechando a porta.

— Bem, eu nunca esperava essa merda, — diz Tristan no silêncio, olhando


para a porta que acabaram de fechar.

Eu rio. — Querido, eu também, mas quero felicidade para todos. Todos eles
merecem e se a encontrarem, fico feliz.
12

LYNN
DOIS MESES DEPOIS
Todos nós fugimos do ônibus da festa rindo. Estamos tendo uma noite de
garotas e todas decidiram que é hora de pregar peças no quintal das pessoas.

As primeiras paradas são os membros do culto que receberão todas as


merdas que merecem. Eu tenho um saco de garfos, pressionando-os no chão
com Adeline me ajudando. Estamos rindo tanto, sem motivo algum e mal
podemos ficar de pé.

Shaylin abre a caminhonete jogando purpurina dentro de todos os lugares


que nunca sairão da caminhonete. Jean está ocupada com um taco de
beisebol tirando a caixa de correio, ela estava bêbada antes mesmo de entrar
no ônibus. Ela apenas se encostou na janela, rindo e bufando.

A luz acende dentro de casa, todas gritamos e saímos correndo para o


ônibus. Alisha cai de cara; todas nós nos abaixamos e a pegamos
praticamente arrastando-a conosco.

Entramos no ônibus, nossos rostos esmagados contra a janela observando


enquanto eles saem de sua casa segurando o rosto em descrença com a
visão de sua casa. A perspectiva decola como um relâmpago da cena do
crime.

Não sinto um pingo de culpa porque cada uma dessas pessoas que estamos
tornando infelizes destruiu outras de uma forma ou de outra.

— Próxima casa! — Jean grita a plenos pulmões e todas nós rimos de suas
travessuras. A próxima casa fica literalmente na mesma rua.

Etta é a primeira a descer do ônibus, jogando papel higiênico pela casa.


Joslyn tem uma caixa de pregos jogando-a sob o veículo. Gracelyn está
pintando palavras desagradáveis na lateral da casa, o que é hilário para
mim, já que ela é a mais macia de todas nós, mas Summer pode dar uma
chance a ela.
A luz se acende e eu corro para o ônibus com algumas garotas enquanto
Etta, Gracelyn e Paisley se escondem atrás do arbusto.

Todas nós espiamos pela janela para ver a reação deles, Jean está deitada de
bruços em um dos assentos.

Sorrio quando ouço o homem gritar: — Que porra é essa?

Estranho, sua voz é muito familiar. Eu me aproximo da janela, segurando


minha mão no vidro para bloquear o brilho para que eu possa ver melhor.

Então, uma mulher sai de casa ofegando dramaticamente. — Oh meu Deus,


quem fez isso?

Dou alguns passos para trás, meu coração batendo tão forte no meu peito ao
perceber quem é.

Olho para Shaylin, que está me sacudindo e me perguntando o que está


acontecendo, mas não respondo. Só consigo olhar para minha mãe e o ex-
marido de Etta, Michael.

Minha mãe o beija na bochecha, passando a mão em seu peito como se


estivesse tentando acalmá-lo.

Minha cabeça está balançando de um lado para o outro, estou em estado de


choque e descrença com o que estou vendo. Oh meu Deus, Etta.

Foi difícil para mim, mas para Etta foi pior do que eu; Michael a odiava e
minha mãe odiava Etta. Eles eram tão maus com ela; minha mãe sabia do
quão horrível Michael tratava Etta, mas ela ria e dizia para ela aceitar.
Poderia ser este o motivo?

Meu marido também foi horrível comigo, mas isso não afeta o que Etta
passou e isso parte meu coração para sempre.

No segundo que a porta se fecha, Etta e as meninas correm para o ônibus;


fico esperando por ela. Eu preciso segurá-la e ter certeza de que ela está
bem. Isso é tão ruim.
Não é porque eles estão juntos; é a traição da nossa mãe já de merda.
Sempre esperamos que ela fosse melhor para nós, mas isso nunca
aconteceu. Ela é muito pior do que jamais poderíamos ter sonhado.

— Etta, eu não posso acreditar, — eu suspiro.

Etta nem fala, ela se senta na cadeira parecendo estar à beira de um grande
ataque de pânico.

Eu me movo para ela, pegando suas mãos curvadas na frente dela. — Essa
parte da sua vida acabou Etta, não deixe que eles tenham a satisfação de
foder com você, — digo a ela.

— O que diabos está acontecendo? — Shaylin nos pergunta.

Eu olho para Shaylin, a raiva queimando tão profundamente dentro de mim.


— Esse era o ex-marido de Etta e nossa mãe. — Todas engasgam ao nosso
redor, Lani caminha até Etta segurando-a com força.

Todo mundo conhece nossa história, nunca foi segredo. Eu observo


enquanto todas lentamente conectam os pontos quanto ao que está
acontecendo e o que isso significa.

Shaylin olha para todas no ônibus e sai correndo com Raven bem atrás dela.
Todo mundo segue o exemplo, deixando Etta e eu sozinhas.

Pego sua mão e seguimos atrás delas confusas sobre o que estão fazendo.
Shaylin caminha direto para a porta da frente, chuta e corre direto com as
meninas em sua bunda.

Etta está pálida, não a via assim desde que éramos crianças, quando lhe
disseram que tinha que se casar com Michael. Entramos na casa e eu a
seguro com mais força querendo que ela saiba que estou lá para ela.

A visão diante de mim ficará para sempre enraizada na parte de trás das
minhas pálpebras. Minha mãe está de joelhos na frente de Michael. Ele a
empurra, enfiando-se de volta nas calças quando todas entram na casa. Seus
olhos pousam em Etta, seu rosto mostrando seu choque por ela estar na
frente dele depois de todos esses anos.

Então seu rosto se transforma em seu verdadeiro mal puro e vil. Ele é
depravação e está escrito em todo o seu rosto, aquele que eu vi muitas vezes
antes que ele se virasse para descontar em alguém.

Shaylin fica na frente de Etta bloqueando seu olhar dela. — Peguem eles!
— ela grita e todas atacam de uma vez, exceto eu, Etta, Adeline e Bell que
envolvem seus braços em volta de Etta confortando-a enquanto observamos
a cena se desenrolar.

Shaylin dá um soco no rosto dele. Seu rosto voa para trás com o golpe e
River vai direto para minha mãe arrastando-a pelos cabelos. Shaylin o
agarra pela nuca, batendo com força seu rosto na mesinha de centro. River
está arrancando punhados de cabelo da cabeça de minha mãe enquanto ela
está gritando, chorando e implorando para que ela a deixe ir.

Não me arrependo, eles nos trataram como escravos. Eles não são nada para
mim. Eu costumava sentir pena dela, mas agora? Sinto ódio absoluto pela
maneira como ela nos tratou.

Presumimos que ela foi uma vítima de sua situação; nós até demos a ela um
cartão livre para sair da prisão. Nós a deixamos, deixamos viver todos
aqueles anos atrás. Eu até senti pena dela. Não, ela é tão fodida quanto o
resto deles. Quero que ela pague pela maneira como tratou Etta e meus
irmãos.

Michael grita alto e eu pulo com o som. Ele empurra Shaylin para longe
dele e ela bate no chão de costas. Ela se recupera rapidamente, de pé.

Ele olha para Etta, seu rosto tão irritado que me tira o fôlego. Etta nem
vacila lhe devolvendo o mesmo olhar que ele está dando a ela.

Ela está de volta.


— Estou voltando para você, Jezabel. Cuidado, — ele a ameaça bem na
frente de todos nós. Michael se vira e corre para os fundos da casa e
ouvimos uma porta abrindo e fechando, supondo que ele tenha corrido para
fora. Ele esteve aqui na cidade todo esse tempo e nós nem sabíamos.

Nossa mãe engatinha sobre as mãos e joelhos na direção em que ele foi. —
Não me deixe, baby! — ela grita por ele, como se ele fosse voltar para ela.

Amelia se aproxima de nós. — Acho que é hora de ligarmos para os caras.

O prospecto corre para dentro de casa e ele não entra com Michael, eles
nem mesmo entraram quando tudo desabou. Sem utilidade.

Eu pego meu telefone e me afasto de Etta para que ela não ouça minha
conversa, todos ignorando o choro da nossa doadora de óvulos no chão
rolando. Ligo para Konrad primeiro, dou a ele uma descrição básica do que
aconteceu. Posso ouvir a moto dando partida quando ele desliga.

Então ligo para Tristan. — Oi baby, você está bem? — ele pergunta.

Fecho meus olhos com o som de sua voz e os sentimentos que ele traz de
mim. — A merda foi muito ruim esta noite, Tristan. Decidimos desovar as
casas de alguns membros do culto e um casal saiu de uma das casas. Eram
minha mãe e Michael, o ex-marido de Etta, — explico a ele o mais rápido
que posso, porque quero voltar para Etta.

Ainda estou em choque com o que aconteceu.

Anos atrás, Vinny, Trey e Lani vieram e nos pegaram; eu tinha dezesseis
anos e Etta dezoito. Deixamos nossa mãe ir porque nosso pai era horrível,
ele era horrível com todo mundo. Achamos que ela passaria o resto da vida
sozinha.

Eu sempre tive essa sensação estranha quando Michael e nossa mãe


estavam perto um do outro. Eles trocavam olhares secretos; uma vez meu
pai a pegou e ela foi punida severamente.
Por que ela empurrou tanto Etta para se casar com Michael? Ela a forçou
pelos cabelos literalmente ao altar e eu não pude fazer nada sobre isso.

Eu ouço suas motos antes de vê-los e sinto uma onda de alívio por saber
que os caras estarão aqui.

Konrad é o primeiro a chegar, ele para quando vê Etta olhando para o chão.

Eu mordo meu lábio segurando minhas lágrimas, desejava que isso não
tivesse acontecido com ela. Ela é tão forte e é difícil vê-la tão machucada e
abatida; ela cuida de todos, tenta proteger todos.

Vinny dá um passo na frente de Konrad em estado de choque ao ver nossa


mãe deitada ali, chorando por Michael. — Mãe? — ele diz em descrença.

Trey sibila com raiva. Posso vê-lo tremendo do outro lado da sala onde
estou ao lado de Etta.

Etta se recompõe e eu aperto sua mão para que ela saiba que estou aqui para
ela. — Estávamos destruindo esta casa quando

eles saíram; minha mãe e Michael, juntos. As meninas correram aqui e


bateram neles, — explica ela com um vazio de emoção em sua voz.

Eu engulo em seco, lutando contra as lágrimas. — Ele disse que está


voltando para me buscar, ele me ameaçou. — Sua voz falha na última parte.

Konrad parece que vai matar todo mundo, mas ao mesmo tempo, seu rosto
está mostrando sua suavidade pela minha irmã. — Anjo. — Ele caminha
lentamente até ela puxando-a para seu peito, posso ver todo o corpo dela
afundando nele.

Solto a mão dela sabendo que não sou mais necessária, ela está em boas
mãos. Sorrio para Konrad, dando um tapa em seu ombro, tão agradecida
pelo jeito que ele está com minha irmã.

Ele se afasta, então ela está olhando para ele. — Eu te amo, baby. Você está
segura comigo, sempre. — Ele beija sua testa e ela fecha os olhos.
As lágrimas se soltam observando-os juntos. Nossa mãe no chão está
praticamente gritando neste momento, querendo que Michael volte para ela,
para salvá-la.

Tristan corre pela porta. — Quem está com Michaela? — Pergunto-lhe.

Ele me puxa para ele, segurando-me com força. Como se ele precisasse me
abraçar. — Meu pai e Summer estão com ela. Eu vim buscar você.

Trey faz uma careta para mim e Etta com nossos caras, eu cubro meu
sorriso. Trey é nosso cunhado tecnicamente, mas ele levou a sério seu papel
de protetor.

Eu ouço um grito agudo e olho para baixo para ver Shaylin colocando nossa
mãe de joelhos para que ela fique de frente para todos. Ela olha para mim e
para Etta, com os olhos vermelhos de tanto chorar e ela parece
absolutamente horrível, como se estivesse usando drogas ou morrendo de
fome. Ela avança de joelhos na direção de Etta. Tristan fecha seu aperto em
mim como se ele estivesse pronto para me tirar do caminho.

Ela levanta as mãos como se estivesse implorando. — Etta, não deixe que
eles me matem, — ela implora.

Etta se afasta de Konrad, indo até ela e agarra seu rosto com força, seus
dedos cavando em seu rosto. — Você não fala comigo. Eu mesma poderia
te matar, mas não vou. Isso vai ser deixado para outra pessoa. Você não é
nada, você é um pedaço de merda que só se importava consigo mesma.

Estou tão orgulhosa de Etta agora por enfrentá-la, ela precisava fazer isso,
ela precisava pegar um pedaço de volta do que eles tiraram dela.

Ela se solta do aperto de Etta, olhando. — Como se atreve a falar assim


comigo! Eu sou sua mãe e você vai me ajudar! — ela grita antes de virar os
olhos para mim.

Enoja-me que eu tenha os mesmos olhos que ela. — Minha querida filha,
venha me ajudar, por favor. Eu fui boa com você, — ela implora para mim,
lágrimas falsas em seus olhos.

O que eu sinto não é nada, balanço minha cabeça negativamente para ela.
— Você me forçou a me casar quando eu tinha treze anos, com um homem
que tinha mais do que o dobro da minha idade. Você não é minha mãe. Você
deixou outros me machucarem, você não me protegeu. Você me deu à luz e
é isso.

— Ela fica chocada por eu ter respondido alguma coisa, não sou a mesma
garotinha que era naquela época.

Ela se vira para Etta para implorar mais uma vez, mas Konrad fica na frente
dela, segurando Etta pelos cabelos. — Você não vai olhar para ela
novamente ou eu vou arrancar seus olhos das órbitas e fazer você comê-los,
cadela. Você me entende? — ele rosna para ela.

Tristan dá um passo na minha frente. — Konrad é um homem melhor do


que eu, não vou compartilhar o que diabos vou fazer com você se você se
atrever a olhar para minha mulher novamente. — Ele está vibrando de
raiva.

Ela parece cabisbaixa sabendo que não vamos ajudá-la, então ela vai para
seu último recurso, Vinny. — Por favor, Vinny, ajude sua mãe. Eu imploro,
filho. — Vinny apenas parece enjoado.

Lani assume. — Você não fala com ele. Você acha que eu não sei o que
você fez, vadia? Vocês todos sabem que essa mulher adorava quando seus
filhos estavam sendo machucados para que ela pudesse ver isso acontecer?
— Lani admite para todos na sala.

Fecho os olhos e olho para o chão enquanto memórias antigas voltam à


minha mente, algumas que quero esquecer mais do que tudo. Eu gostaria
que o abuso tivesse começado quando eu era casada, mas não, começou
muito antes disso e aconteceu com todos os meus irmãos.

Tristan dá um passo na minha frente, protegendo-me da minha mãe. —


Baby, não esconda seus olhos de mim, — ele me implora, esfregando
minhas bochechas para chamar minha atenção.

Sorrio para ele, mas é difícil não sentir o mesmo, não importa o quanto
você diga a si mesma que não é sua culpa. Simplesmente está lá e nunca vai
embora.

— Shaylin, você pode lidar com isso? — Konrad pergunta.

No momento em que nos preparamos para sair, ouvimos um grito agudo na


parte de trás da casa e eu olho para todos em estado de choque porque
parece um bebê pequeno. Etta sai correndo e todos nós a seguimos até de
onde veio o choro. Ela empurra a porta de um quarto, dentro de um berço
está um bebê recém-nascido. Meu Deus.

Tristan amaldiçoa baixinho, meus instintos maternais chutam e eu alcanço


dentro do berço para pegá-lo colocando-o no meu peito. Eu olho para
Tristan e meu coração se despedaça ao vê-lo; ele não parece nada bem. A
fralda dele é tão grande que está pendurada em seus pés. O bebê parece que
não toma banho há muito tempo. Pior ainda, ele parece ser um prematuro
ou um bebê muito desnutrido.

Tristan parece tão com o coração partido quanto eu. Ele começa a cavar
dentro das gavetas à procura de uma fralda. Encontra uma e eu o coloco no
trocador, limpando-o o melhor que posso.

Uso um lenço umedecido limpo e limpo seu rosto, sob o pescoço, da melhor
maneira possível até que ele possa tomar um banho. Tristan me entrega um
macacão limpo e eu me apresso em colocá-lo nele, já que está muito frio
aqui.

Eu o levanto, aconchegando-o no meu peito. Tristan coloca a mão na parte


de trás da cabeça, olhando para ele. Ele é um bebê absolutamente lindo.
Sorrio colocando minha mão na de Tristan.

Entramos na sala de estar e nossa mãe nos encara. — Bem, eu acho que
você o encontrou, — ela fala como se não fosse grande coisa.
Estou chateada, mais do que já estive na minha vida. — Ele está em
péssimo estado, não tomou banho e não foi alimentado adequadamente.
Como você pôde fazer isso? — Minha voz falha no final, mostrando como
estou afetada por isso.

Minha mãe apenas encolhe os ombros. — Eu não o queria, mas não iria
deixá-lo morrer de fome. Eu criei vocês. Eu não tive ajuda. É por isso que
eu estava aqui tentando fazer com que Michael me ajudasse a criá-lo.

Minha mente está confusa, como alguém pode ser tão mau que eu realmente
não entendo. Ela olha para mim e para Etta como se fosse tudo culpa nossa,
como se fôssemos a causa de todos os seus problemas.

Olho para seu lindo rosto doce e tomo uma decisão precipitada, mas sei que
nunca vou me arrepender assim que as palavras saem da minha boca. —
Vou criá-lo como meu. Ele é meu irmão, — eu anuncio a todos na sala.

O braço de Tristan aperta minhas costas. Eu espreito para ele e ele está
acenando para mim, deixando-me saber que ele está no mesmo barco que
eu, que tenho seu apoio.

Etta caminha até mim. — Eu vou te ajudar, a qualquer hora, — Vinny se


junta. — Acho que temos um irmãozinho. Faremos isso juntos. — Ele
mostra seu apoio.

O momento é interrompido por nossa doadora de óvulos gritando: — Bem,


isso não é lindo! Você está tirando meu filho de mim! — Ela tenta se
levantar como se fosse tirá-lo de nós.

Shaylin vem por trás dela e lhe dá um soco na boca. — Por que você não
cala a boca? Você está arruinando o momento, vadia.

— Shaylin, você ainda vai lidar bem com isso? — Konrad confirma.
Shaylin concorda com a ajuda das outras ladies.

Tristan me leva para fora da casa enquanto os sons de nossa mãe gritam a
plenos pulmões exigindo que voltemos, que não podemos fazer isso com
ela.

Não olho para trás porque não sinto absolutamente nada.


13

LYNN
Estou sentada na caminhonete quente com o bebê, enquanto tristan está
dentro da loja pegando alguns suprimentos de emergência até que eu possa
ir às compras.

Um dos rapazes nos emprestou sua cadeirinha até que possamos comprar a
nossa, pela qual sou grata.

No caminho para a loja, percebemos que minha mãe não mencionou o


nome do bebê.

— Zane, você parece um Zane, — digo a ele, aconchegando-o. Ele é


exigente, eu sei que ele deve estar com fome. Ela nem tinha leite em casa.

Eu o levanto, pressionando-o contra meu peito. Eu o amo, no segundo em


que o vi no berço, soube que ele era meu. E não tenho dúvidas de que
Michaela vai ficar nas nuvens com ele.

A porta traseira se abre e Tristan coloca sacolas em cima de sacolas no


banco de trás. — Eu consegui um berço também. O

funcionário está carregando na parte de trás para nós, — Tristan me diz e


estou aliviada.

Entrego-lhe o bebê e ele o coloca de volta na cadeirinha do carro


suavemente, olhando para seu rostinho.

Eu o amo, eu amo o jeito que ele acabou de aceitar que íamos ter meu
irmãozinho como nosso. Mas eu preciso perguntar a ele, preciso ter certeza
de que ele está de acordo com tudo e que ele quer fazer isso.
Uma vez que tudo está carregado na caminhonete, ele se levanta e começa a
dirigir para casa. — Tristan, você sabe que estou lhe dando um cartão de
liberdade para sair da prisão. Você não tem que fazer isso.

Seu rosto mostra seu choque com minhas palavras. — O

quê? Porra, não, baby. Estou com você cem por cento. Ele é nosso, assim
como Michaela é minha.

Porra. As lágrimas não podem parar, sinto alívio por nunca saber que
precisava. Eu precisava ouvir essas palavras.

Eu me inclino e descanso minha testa em seu ombro oprimido por tudo. —


Deus, eu te amo tanto, — admito para ele, pressiono minha mão em sua
coxa, oprimida pelo quanto eu sinto por ele.

Ele beija o topo da minha cabeça. — Eu também te amo muito. Estou com
você cem por cento, não importa o que aconteça.

— Zane. O que você acha de chamá-lo de Zane? — Eu pergunto.

Tristan sorri, estendendo a mão e apertando minha coxa. — Eu gosto disso.

Chegamos em casa e vejo Walker e Michaela parados na porta da frente


olhando para fora.

— Michaela sabe? — Eu pergunto a Tristan. Ela está pulando para cima e


para baixo como se fosse manhã de Natal.

Ele concorda. — Sim, eu pedi ao pai para dar a ela um resumo para que não
seja um choque total.

Eu rio com suas palhaçadas enquanto Walker a pega para que ela possa ver
melhor e sai para a varanda. — Mamãe, eu tenho um irmãozinho? — ela
grita.

Tristan está nas nuvens. Ele alcança o banco de trás e tira Zane em seu
assento de carro.
— Ah sim, antes que eu esqueça, Myra está vindo para dar uma olhada
nele, — digo a Tristan. Eu preciso que ele o examine o mais rápido
possível, podemos ver que ela realmente não cuidou dele. Eu sei que é
tarde, mas eu preciso saber ou não vou dormir nada.

— Boa ideia, — Tristan concorda.

Walker entra na casa com Michaela e a coloca no chão. Tristan coloca o


assento do carro na frente dela para que ela possa olhar para ele.

Ela leva a mãozinha à boca, ofegante. — Oh meu Deus, ele é tão precioso!
— ela diz dramaticamente enquanto esfrega sua bochecha.

Eu sorrio para ela, feliz que ela esteja tão feliz com isso, não que eu tenha
qualquer dúvida.

— Querida, — eu chamo sua atenção, — ele é na verdade meu irmãozinho,


mas eu vou cuidar dele como eu cuido de você. Você está bem com isso? —
Eu pergunto a ela, querendo ter certeza.

Seus olhos arregalados vão de mim para Zane. — Quero dizer, ele será meu
irmãozinho de qualquer maneira, mamãe.

Isso me permite saber que ela definitivamente está bem com isso.

— Vou trazer tudo para dentro, — Tristan me diz, Walker se levanta para
ajudá-lo.

— Mamãe, por que o cabelo dele está sujo? — Ela se pergunta.

Meu coração se parte porque ela percebeu isso. Pegando sua mão, eu digo a
ela: — Baby, ele não estava em uma boa casa antes de nós o pegarmos esta
noite. Precisamos cuidar bem dele para que ele fique melhor.

Ela me lança o olhar mais triste e comovente que já vi. — Mamãe, por que
alguém não seria legal com ele?
Eu a puxo para o meu colo. — Não tenho certeza querida, mas ele está
conosco agora e é isso que importa. — Beijo sua têmpora e o solto de seu
assento. — Precisamos dar-lhe um banho e alimentá-lo, quer me ajudar? —
Eu pergunto a ela.

A tristeza se foi em seus olhos. — Sim! Eu quero isso! — Ela pula e bate
palmas.

Tristan retorna do lado de fora e coloca uma pilha de sacolas no chão e


Michaela as vasculha tirando os suprimentos. Ela encontra um pequeno
macacão de pijama fofo. — Uau, acho que ele precisa usar isso esta noite.
— Em seguida, ela puxa as mamadeiras, água e leite e os coloca sobre a
mesa.

— Mamãe, devemos ir lavar essas mamadeiras? Diz aqui que devemos. —


Ela aponta para a escrita no verso. Ela é tão esperta.

— Nós vamos, querida.

Eu chego dentro e tiro suas coisas de banho e uma fralda nova. Não temos
banheira. — Vamos banhá-lo na pia hoje à noite.

Walker coloca o berço no chão. — Vou montar isso enquanto vocês cuidam
do homenzinho.

— Muito obrigada, Walker.

Ele me dá aquele sorriso que me lembra muito Tristan. — Pronta? —


Tristan pergunta e o leva de mim. Eu me levanto e Michaela corre para a
cozinha com um monte de coisas.

— Ela está aceitando isso muito bem, — ele me diz enquanto caminhamos
juntos para a cozinha.

— Ela é, isso me deixa feliz.

Eu ligo a água, deixando-a aquecer, antes de colocar algumas toalhas no


fundo da pia e pegar outra toalha para colocar sob sua cabeça e braços para
mantê-lo fora da água.

Ajudo Tristan a tirá-lo de suas roupas e apenas as jogo direto no lixo.

— Olhe para as mãozinhas dele! — Michaela pega seus dedinhos


balançando-os. Ela está sentada no balcão ao lado da pia.

Tristan o coloca suavemente na água, ele chuta suas perninhas fazendo um


pequeno respingo. — Aww, — eu suspiro.

Eu começo em seu cabelo enquanto Tristan mantém um aperto firme sobre


ele para que ele não caia na água. Eu o esfrego da cabeça aos pés,
certificando-me de que ele está completamente limpo.

Michaela levanta uma toalha para ele. Tristan o tira da água e o entrega a
ela. Eu, é claro, secretamente a ajudo enquanto ela o segura.

Tristan e eu compartilhamos um sorriso secreto enquanto ela murmura para


ele e o embala. Eu ouço a porta da frente se abrir e olhamos para ver Myra
lá com Mia e Ryan.

— Oi pessoal, obrigada por terem vindo, — digo a eles. Michaela fica


animada ao ver Mia, que é um pouco mais velha que ela.

— Claro, deixe-me ver o pequeno companheiro. — Myra sorri e o pega de


Michaela, colocando-o no balcão para que ela possa examiná-lo.

— Ele está definitivamente abaixo do peso, mas fora isso parece saudável.
O verdadeiro teste vai ser laboratorial e presumo que ele não tenha tomado
nenhuma vacina, mas por enquanto vou tirar um pouco de sangue. — Eu
me encolho ao ver a agulha quando ela a tira.

Michaela segura a mão dele com força, segurando-a perto dela. — Vai
acabar em apenas um segundo, — ela promete.

— O berço está pronto. Onde você quer que eu coloque isso?


— Walker pergunta.

— Nosso quarto, pai. Obrigado, — Tristan responde por mim.

— Mia, você está crescendo com a gente! — Eu me inclino e a abraço, ela é


uma imagem cuspida de sua mãe.

Ela sorri e pega a mão de Ryan, ela é uma filhinha do papai com certeza.
Tristan pega minha mão enquanto Zane começa a chorar por causa da
agulha.

— Quanto tempo você acha que ele tem? — Eu pergunto a ela.

Ela o estuda por um momento. — Honestamente, acho que ele tem um


pouco menos de um mês de idade.

— Tudo bem, terminei aqui. Vou enviar isso e pela manhã, terei os
resultados se vocês vierem ao meu consultório? — ela pergunta.

— Estaremos lá, basta nos enviar a hora. Muito obrigada por ter vindo. —
Eu pego seu lugar e coloco sua fralda, creme de assaduras para a erupção
horrível de ser deixado em sua fralda por muito tempo, e seu pijama novo.

— Bem, se ele não é tão fofo. — Eu o admiro alisando seu cabelo para o
lado.

— Ele é tão fofo, — concorda Michaela.

Ele começa a chorar e alto. — Acho que é hora de alimentá-lo, — Tristan


nos diz e leva as mamadeiras para a pia para limpá-las.

— Estarei na sala de estar, — digo a ele e Michaela segue perto de mim.


Sento-me e pego o pote de leite para ver quanto devo alimentá-lo. Michaela
foi amamentada, eu nunca tive que lidar com leite em pó, então é um
território novo para mim.

— Mamãe, posso segurá-lo?


Ela se recosta e eu pego um travesseiro que Tristan comprou, envolvendo-o
em torno dela para que ela possa segurá-lo com mais facilidade. Eu
gentilmente o coloco em seus braços e ela brilha.

Ela coloca o dedo na mão dele e ele envolve os dedos minúsculos em torno
dela. — Mamãe, ele está segurando meu dedo, — ela grita.

Eu beijo sua bochecha. — Ele te ama, doce menina.

Parece que acabei de lhe dar o mundo. Tristan entra na sala e observa a
cena, seu rosto tão sereno enquanto observa os dois.

Pego a mamadeira dele e encho com água adicionando a fórmula. — Tudo


bem, querida. Eu vou alimentá-lo e então você pode tê-lo de volta depois de
se preparar para a cama, — digo à Michaela e assim que o tenho em meus
braços, ela decola como uma luz no andar de cima para que possa voltar
correndo.

Tristan se acomoda ao meu lado enquanto pressiono a mamadeira em seus


lábios e ele pega, sugando o mais rápido que pode.

— Quem diria que hoje seria assim? — Eu brinco e ele ri. — Mas estou
feliz com o resultado, mesmo estando tão brava com a forma como ele foi
maltratado.

Meu coração se parte mais uma vez quando penso nisso. Eu me inclino e
descanso minha cabeça em seu ombro enquanto o bebê mama. — Acho que
precisamos acordá-lo a cada poucas horas, mesmo que ele durma, porque
ele precisa se alimentar o máximo possível.

— Isso é uma boa ideia.

— Você quer alimentá-lo enquanto vou ver como ela está? — Eu pergunto.

Ele levanta as mãos e eu o entrego; ele parece tão pequeno nos braços de
Tristan. Ele parece tão completamente natural segurando-o.
Eu entrego um cobertor cobrindo Zane para que ele fique aquecido. — Eu
estarei lá em cima se você quiser subir quando ele terminar.

Pego as mamadeiras que Tristan limpou, a água e a fórmula para que não
tenhamos que subir e descer as escadas. Walker sai do banheiro assim que
eu passo me assustando. — Oh meu Deus, eu esqueci que você estava aqui,
— digo a ele, segurando meu coração.

Ele ri e me dá um abraço. — Estou saindo agora, preciso voltar para a


minha garota. — Eu amo o jeito que a felicidade brilha nele.

— Tenho certeza de que Darren está cuidando bem dela. — Seu sorriso fica
ainda mais amplo com isso. — Teremos que cuidar

de Michaela e daquele pequeno algum dia. Você sabe que Summer estará
ansiosa.

Ele me dá um beijo paternal no topo da minha cabeça antes de caminhar até


Tristan dizendo adeus.

Michaela está escovando os dentes quando a encontro. — Tristan estará em


breve para ler uma história de boa noite para você.

— Ah, é melhor eu encontrar qual eu quero ler esta noite. — Ela corre para
sua estante e se senta no chão para encontrar o perfeito.

Alguns minutos depois, Tristan entra segurando Zane. Ele gentilmente o


entrega à Michaela para que ela possa segurá-lo enquanto lemos a história
para ela. Eu nunca senti um contentamento assim na minha vida até este
exato momento, vendo todos eles juntos.

— Boa noite, querida. — Eu pego o bebê dela e Tristan a cobre.

— Durma bem, anjo.

Ela fecha os olhos e rola com um sorriso no rosto.

Fechamos a porta e entramos em nosso quarto, a exaustão me bate no


segundo que vejo a cama. — Estou tão cansada, hoje foi um dia tão longo.
— Vá entrar no chuveiro, querida, vou me juntar a você em alguns minutos.
— Não importa o quão cansada eu esteja, não posso deixar isso passar.

Tiro minhas roupas, gemendo com a sensação da água quente batendo nas
minhas costas. Eu descanso minha testa contra o azulejo me aquecendo nos
poucos minutos que tenho sozinha para reunir meus pensamentos sobre o
que aconteceu hoje.

Braços me envolvem por trás e eu inclino minha cabeça contra seu peito
quente. Ele não fala, apenas me abraça e me deixa ter esse momento.

Eu me viro e envolvo meu braço em volta dele querendo estar mais perto.
— Nós podemos fazer isso.

Eu aceno contra seu peito. — Eu cuidarei de todos vocês sempre. — Ele


levanta minha cabeça para que possa me beijar. Eu nunca posso duvidar do
jeito que ele me ama pela forma como seus lábios se movem contra os
meus. Seus lábios acariciam os meus lentamente, com amor, posso sentir
até os dedos dos pés. Suas mãos vão para a minha bunda, levantando-me do
chão, minhas pernas enrolam em torno dele. Estou doendo por ele.

— Quero você.

Ele pressiona sua testa contra a minha, segurando meu rosto suavemente. —
Você me tem, sempre.

Ele move meu corpo e fecho meus olhos enquanto ele desliza lentamente
dentro de mim, não há nada como a sensação de ser preenchida por ele.
Jogo minha cabeça para trás, batendo contra o azulejo enquanto ele me
empurra para cima e para baixo em cima dele. Os únicos sons no chuveiro
são os sons de nossa pele batendo, a água e nossos gemidos.

— Deus, — eu gemo, apertando contra ele. Suas mãos apertam meus


quadris, puxando-me mais para baixo e mais

fundo. Minhas mãos batem na parede do chuveiro tentando agarrar algo.


De repente, ele para de se mover e me puxa de cima dele, vira-me e se
inclina no chuveiro. Eu me viro para olhar para ele assim que ele bate de
volta dentro de mim.

— PORRA. — Eu mordo meu lábio tentando não acordar todos na casa.

Sua mão agarra meu cabelo molhado, puxando-me para trás com suas
estocadas. Minhas pernas estão tremendo, estou queimando.

Encosto o rosto na parede do chuveiro, as sensações se tornando muito


opressivas. Ele chega embaixo de mim esfregando meu clitóris com suas
estocadas.

Eu bato meu punho na parede, o inferno subindo, estou tão perto, mas
parece tão longe.

Smack! Sua mão pousa na minha bunda e eu pulo, apertando com força
sobre ele. Minhas pernas cedem e eu caio no chão do chuveiro, enquanto eu
desmorono, tremendo e tendo convulsões.

Ele continua se movendo, segurando minhas pernas abertas enquanto


continua a bater em mim cada vez mais forte. Meu corpo não é meu agora,
pertence a ele fazer o que quiser.

Sua mão bate no chão do chuveiro quando ele goza dentro de mim e eu o
sigo novamente sobre a borda.

Ele desliza para fora de mim e cai no fundo do chuveiro ao meu lado
enquanto a água quente chove ao nosso lado. Olho para

ele, seus olhos estão fechados e ele está tentando controlar sua respiração.
Não tenho mais controle sobre meu corpo.

— Estamos deitados no chão do chuveiro, — aponto e ele começa a rir e eu


me junto.

Ele se levanta do chão, ajudando-me a levantar. Eu me inclino contra a


parede, minhas pernas ainda estão como gelatina.
Ele me lava delicadamente, tomando cuidado extra dos meus seios. Bato na
mão dele e ele sorri para si mesmo olhando orgulhoso.

— Seu corte chegou.

Meu coração faz aquela dancinha. — Você encomendou um para mim?


Nossa! — No mundo do motociclista, isso é um grande negócio.

Ele desliga a água envolvendo-me em uma toalha, sai da sala para o nosso
quarto e volta com uma caixa.

— Tristan, — eu digo baixinho, sentindo-me emocional.

Ele beija o lado da minha cabeça e eu abro a caixa, tocando o patch que diz
“Propriedade de Tristan”.

— Eu amo você. — Beijo seu peito e envolvo meus braços em torno dele,
suas mãos esfregando nas minhas costas. — Eu te amo anjo, um dia em
breve vou colocar esse anel no seu dedo e vou colocar meus bebês na sua
barriga.

Eu me inclino para trás, chocada por ele ter dito isso. — Você quer mais
bebês? — Eu pergunto, tentando não ficar animada.

Ele me mostra aquelas covinhas lindas. — Foda-se, sim. Quero ver você
descalça e grávida na minha cozinha, mulher.

— Ele bate na minha bunda nua e eu o afasto rindo.

— Bem, acho que vou jogar fora meu controle de natalidade, — brinco,
passando um pouco de loção facial e acabando de me arrumar para dormir.

Ele está me olhando no espelho. — Foda-se, eu fiz isso ontem, — ele me


diz sério.

Eu olho para ele em estado de choque. — Espere, é por isso que não
consegui encontrá-lo antes? — Eu pergunto.
Ele balança a cabeça parecendo muito orgulhoso de si mesmo. — Você é
louco.

Ele ri, encolhendo os ombros assim não o incomoda em nada. — Bem, eu


sou louco por você, querida. — Ele esfrega minha bochecha nua e eu
balanço minha cabeça com sua loucura.

Eu posso dizer repetidamente o quão louco ele é, mas no final, eu amo cada
segundo disso.

Pego a camisa que ele trouxe para o banheiro para mim, deslizando-a pela
cabeça e colocando uma calcinha.

— Ok, — eu concordo.

Ele me vira, levantando-me no balcão para que eu fique alta o suficiente


para ficar cara a cara com ele. — Você não sabe o quão feliz você acabou
de me fazer; eu quero uma casa cheia de anjinhos.

Deixo cair minha cabeça em seu peito, aconchegando-me nele. — Eu quero


um pequeno Tristan que seja igual ao pai. — Sinto seu sorriso onde seus
lábios estão no topo da minha cabeça. Ele me coloca no chão e eu bocejo,
cansada.

— Estou cansada, provavelmente precisamos dormir antes que o pequeno


acorde. — Saio do banheiro e espio em seu berço, onde Zane está dormindo
pacificamente. Esfrego sua pequena bochecha, meu coração quente.

— Prometo te dar uma vida boa, querido, cuidar de você, e acima de tudo,
vou te amar, — prometo a ele.

Sei que minha mãe está morta e não tenho nem um pingo de culpa por isso,
ela era uma pessoa horrível. Uma coisa é viver o quão horrivelmente ela foi
tratada quando eu era mais jovem, mas estou mais velha agora. Eu sou uma
mãe e a maneira como ela tratou Zane vai me dar pesadelos.
Eu deslizo para a cama e Tristan liga o ventilador que usamos para fazer
barulho. — Boa noite, baby, — ele sussurra, beijando minha bochecha.

— Boa noite, te amo, — murmuro, aconchegando-me mais nele.

Um grito agudo me tira do meu sonho e me sento ofegante, segurando meu


peito enquanto o alarme dispara ao mesmo tempo.

Tristan levanta Zane do berço que está ao lado dele. — Shh, está tudo bem,
— Tristan sussurra para ele, segurando a parte de trás de sua cabeça
balançando-o ligeiramente.

Eu chego na mesa de cabeceira e faço uma mamadeira para ele, desligando


o alarme e reiniciando-o.

Entrego a mamadeira para Tristan, ele o vira na curva de seu braço e a


pressiona em sua boca. — Pronto, assim está melhor. — Ele esfrega o topo
de sua cabecinha.

Meu pobre coração, não tenho certeza se vou aguentar. Eu me inclino


contra o travesseiro, observando-o alimentar Zane. Quando você pensa que
não pode amar outra pessoa mais do que já ama, você vê o outro lado dela e
se afunda ainda mais.

Pego fraldas, lenços umedecidos e mais creme para o traseiro de Zane;


quero trocá-lo o mais rápido possível para manter sua bunda seca e me
livrar dessa assadura.

Eu sinto falta de Michaela sendo tão pequena, ela era o bebê mais fofinho.
À noite, depois que meu marido terminava comigo e ia para o quarto, rolava
e segurava a mão dela a noite toda.

E pensar que eu tinha treze anos quando me casei e isso é mais ou menos a
idade de Tiffany. Não percebe o quão jovem você era até que você veja
alguém da mesma idade que você tinha quando se casou.
Essa vida era tão horrível, eu sou muito grata por Michaela não ter sido
criada naquela vida. Eu sou tão abençoada por ter sido feliz para sempre.

Tristan o arrota. — Ele estava com fome. — Ele limpa a boquinha com um
pano e me entrega para trocar a fralda.

— Agora está melhor, — digo a ele depois de trocar sua fralda e colocar a
chupeta em sua boca, seus olhos já estão fechados. — Você quer colocá-lo
dentro? — Eu sussurro.

Ele o levanta e o coloca suavemente no berço e eu caio de volta na cama


fechando os olhos. Quase morri quando tive Michaela. Eu era tão jovem
que não era saudável. Eu estive em trabalho de parto por muito tempo. Eles
não acreditavam em cesáreas no culto, então me esforcei para tê-la.

Se você estiver em seu período no culto, eles a trancariam dentro de seu


quarto porque não seríamos vistas dessa forma; estávamos fracassando
como mulheres porque isso significava que não tínhamos filhos.

Os deveres de uma mulher na vida eram ter filhos e criá-los. Se você não
podia ter filhos, isso significa que sua vida era um inferno.

É por isso que a vida de Etta foi um inferno; ela nunca foi capaz de
conceber um filho. — O que você está pensando tanto?

— Tristan pergunta na escuridão do quarto.

Eu me viro e descanso minha cabeça em seu ombro. — Só estou pensando


na vida que costumávamos levar no culto. Ver Zane trouxe de volta algumas
memórias antigas.

Ele me abraça para ele. — Desculpe, eu gostaria que você nunca tivesse que
experimentar nada disso.

— Estou tão feliz que Michaela nunca teve que experimentar nada disso, —
digo a ele, meu coração doendo apenas com o pensamento.
— Eu contratei alguém para rastrear Lee, — ele me diz na escuridão da
sala.

— Você fez? — Eu pergunto.

Posso sentir minha pele arrepiando apenas com o nome dele.

— Sim, é hora de acabar com ele de uma vez por todas.

Deus, com certeza espero que sim.


14

LYNN
UM MÊS DEPOIS
— Tristan, ele apenas sorriu para mim! — michaela grita da sala de estar,
estamos na cozinha fazendo o jantar antes de irmos para o jogo de vôlei.

Nós dois sorrimos um para o outro. Eu estava com muito medo de que ela
tivesse ciúmes dele, mas ela se apaixona mais por ele a cada dia.

Além disso, não acho que ela tenha tempo para ficar com ciúmes,
considerando o fato de que todos a adoram, especialmente Walker; ela é a
filha do papai, como ela diz. Eu amo isso por ela, ela passa pelo menos uma
noite por semana com eles.

Zane é um pedaço absoluto agora; ele está prosperando e estou muito


satisfeita com isso. — Que horas é o jogo dela mesmo?

— Tristan pergunta, segurando seu celular.

— Sete. — Coloco algumas cenouras no prato de Michaela.

— Papai está vindo e quer saber se pode ficar com as duas crianças esta
noite. — Tristan meneia as sobrancelhas.

Eu rio. — Sim, tudo bem.

Tristan caminha até mim, colocando a mão na minha bunda. — Boa. É hora
de fazermos um bebê.

Ele ainda está, com todo o seu esforço, tentando me engravidar. — Mamãe,
como você faz um bebê? — Michaela pergunta do nada.

Eu entro em pânico e derrubo a panela da mão de Tristan no balcão. Ele


grita e enfia a mão debaixo da água para parar a queimação. Gotas de suor
na parte de trás do meu pescoço, Tristan parece que vai desmaiar. — Bem,
querida. Quando um homem ama uma mulher...
Seus olhos se arregalam e ela grita a plenos pulmões, segurando o
estômago: — Mãe, um menino da escola disse que me amava no recreio,
estou grávida. Eu simplesmente sei disso. — Ela cai no chão chorando
dramaticamente.

Tristan está parecendo que vai morrer. — Mas que merda...

Quem é o pai desse cara! — Tristan se corrige, pegando-a do chão. Ela cai
em seu ombro chorando.

— Querida, você não está grávida. Lembra como eu disse que é quando um
HOMEM e uma MULHER se amam, não um menino e uma menina? —
Tento encontrar uma solução.

Ela levanta a cabeça farejando, enxugando os olhos. — Tem certeza? — ela


me pergunta.

Parece que Tristan vai matar todos que estão à vista, vou ter um ataque
cardíaco porque não estava preparada para isso ainda. Nenhum pai quer que
seu filho lhes pergunte essas coisas.

— Absoluta, — eu a tranquilizo.

Ela limpa a mão na parte de trás da testa. — Ufa, meu Deus, fiquei com
medo por um segundo. Eu amo Zane, mas uma garota precisa dormir, — ela
diz de uma forma que é muito velha para sua idade.

Tristan a coloca no chão rindo. — Você é minha garotinha, sem bebês para
você até os sessenta anos.

— Ah, pare com isso, papai. — Ela ri e sai correndo.

Porra.

Tristan se inclina contra o balcão, agora acho que é ele que está tendo um
ataque cardíaco.

— Ela acabou de falar isso? — ele pergunta.


Eu aceno, pressionando minhas mãos na minha boca, não querendo que ela
me ouvisse, porque agora eu quero chorar.

Ele aperta a mão no coração. — Foda-se, baby. — Ele sorri, este é o mais
feliz que eu já o vi. Ele a ama muito. Eu só sei que ele nunca vai esquecer
esse momento em sua vida.

Ele pode não ter ajudado a criá-la, mas ela é sua em todos os outros
aspectos. Ele a levanta de manhã, leva-a para a escola enquanto eu fico em
casa com Zane. Praticamente treina seu time de vôlei desde o segundo em
que disse que queria jogar.

Ele é incrível.

— Ela ama você.

Seus olhos parecem enevoados e ele olha para o chão. — Porra, ela está no
meu coração de uma forma que eu não pensei que fosse possível. Eu amo
tudo em vocês. Vocês são tudo de mim.

Eu o beijo suavemente, minhas lágrimas se misturando com o beijo. Eu


literalmente choro na queda de um chapéu nos dias de hoje. Ele me beija
suavemente mais uma vez e nós pegamos nossa comida trazendo-a para a
mesa da sala de jantar.

Verifico Zane em seu pequeno bebê-conforto na sala de estar para ter


certeza de que ele está bem. — Vamos, querido, hora do seu jantar. — Eu o
pego.

— Eu farei a mamadeira. — Michaela é uma profissional neste momento,


ela sempre quer alimentá-lo.

Tristan esfrega o topo da cabeça de Zane e Michaela coloca a mamadeira na


mesa na minha frente e se senta cavando o frango.

— Papai urso quer que você fique a noite toda com ele esta noite, — digo a
ela.
Ela bate as mãos juntas. — Ohh, mal posso esperar, Darren prometeu que
eu poderia vesti-lo da próxima vez que viesse para ficar.

Tristan ri e me entrega um pedaço de frango antes de dar uma mordida. —


Acho que seu papai urso e Darren fizeram de você uma garotinha mimada e
podre. — Ela me dá um olhar tímido.

Eu não posso dizer nada sobre isso porque eu a estraguei também e não me
fale sobre Tristan. Seu pequeno dia de encontro se tornou uma coisa mensal
em que ele a leva para sair.

— Eles estão vindo para o meu jogo? — ela pergunta.

— Sim, e você irá para casa com eles de lá se quiser.

Ela acena com entusiasmo. — Eu adoraria isso, Summer é minha amiga. —


Meu coração aquece com isso. Summer foi apenas sua terapeuta por um
tempo, estritamente profissional, mas agora elas estão tão próximas.

— Estou tão pronta para chutar algumas presas esta noite.

— Michaela bate a mão na mesa suavemente antes de fazer um pequeno


punho acenando no ar.

Tristan cobre sua boca para que ela não vê seu sorriso. — Uau, eu aposto
que será hoje à noite aterrorizada, eles podem sair antes do jogo começar,
mesmo.

Ela acena com a cabeça em concordância. — Isso seria um privilégio,


coitadinhos. — Ela suspira dramaticamente como se sentisse pena deles.

Ela é tão fofa.

O jogo está embalado quando saímos dos vestiários para nos juntar à
multidão. Ficamos na entrada do tribunal para ver se vemos Walker, Darren
e Summer.
Tristan está segurando o bebê Zane contra o peito em uma pequena
cadeirinha que é absolutamente adorável. A transportadora é tão pequena e
Tristan é tão grande. Ele tem uma mão embaixo da bunda de Zane e a
sacola de fraldas na outra. Tentei ajudá-lo, mas ele não deixou.

Eu vejo alguém acenando. — Lá estão eles! — Eu digo a Tristan e nós


vamos até eles.

Tristan coloca a mão na parte inferior das minhas costas, enquanto segura a
sacola de fraldas, guiando-me pelos gemidos de muitos pais.

— Finalmente. — Eu suspiro assim que minha bunda toca os assentos.

— Ah, posso segurá-lo? — Summer pergunta, espiando por cima do ombro


de Tristan para ver o interior da transportadora.

— Claro que pode. — Eu o pego e o envolvo em um cobertor, já que está


frio aqui com a porta abrindo e fechando conforme as pessoas entram e
saem.

Ela o pega, aconchegando-o em seu peito. Viro a cabeça quando vejo o


olhar que Walker e Darren dão a ela.

— Qual desses é o pai do garotinho que disse à Michaela que a amava? —


Tristan murmura baixinho, olhando cada um deles para ver se eles mostram
algum sinal de que eles são o pai.

Eu dou um tapinha em sua perna por ser ridículo. — O que eu ouvi sobre
alguém dizer à Michaela que a amava? — Darren pergunta e Tristan se vira
alegremente para explicar a situação, ambos ficando entusiasmados com
isso.

— Bem, precisamos encontrar aquele maldito pai para que possamos


corrigi-lo, — Darren rosna.

Eu balanço minha cabeça nem mesmo olhando para eles porque são
ridículos. Mas não posso deixar de achar hilário que eles estejam tão
envolvidos nisso.

As portas do vestiário se abrem e eu começo a bater palmas quando vejo


Michaela saindo pela porta esticando os braços para frente e para trás.

— Olhe para aquele bebê, — Walker diz e eu ouço o som de sua câmera
desligando.

— Uau! Vai, Michaela, — uma voz jovem diz e eu vejo em sincronia


enquanto Tristan, Darren e Walker olham para ele e então para o pai ao lado
dele.

Bem, isso não é bom.

Michaela olha para ele e se afasta, seu rosto vermelho de atenção. — Eu


não te amo Ronald, você quase me engravidou! — ela grita com ele no
meio da multidão e se vira, dispensando-o.

Bem, se eu acho que poderia morrer no local, seria neste exato momento.
Tristan está escondendo o rosto em descrença e tudo o que posso fazer é
olhar para o mesmo lugar rezando para que ninguém mais tenha ouvido
isso.

— Tristan, como vou me recuperar disso? — Eu gemo, esfregando meus


olhos antes de começar a rir com o que ela disse, meu pobre coração não
sobreviverá até que ela seja uma adolescente.

Tristan se junta a rir comigo. Eu olho para o garotinho abaixo de nós e ele
está fazendo beicinho, meu palpite é que ela partiu seu coração.

Sim, eu não estou pronta para esta vida, eu não acho que Tristan possa
sobreviver ao namoro dela.

— O que diabos ela acabou de dizer? — Walker diz e começamos a rir


novamente.
Seu jogo acabou rápido, Michaela é muito talentosa no softball e no vôlei.
Ela tem praticado muito e está valendo a pena.

— Você fez tão bem, minha menina! — Eu a abraço quando ela corre até
nós segurando sua bolsa. Ela sorri e me balança de um lado para o outro,
abraçando-me animadamente.

Tristan a levanta do chão apertando-a. — Estou tão orgulhoso de você. —


Ele beija a bochecha dela. — Obrigada. — Ela acaricia suas bochechas.

Ele a coloca no chão e pega sua mão, não a deixando ir longe. — Você está
pronta para vir para a nossa casa? — Walker puxa o cabelo dela, chamando
sua atenção.

Ela bate palmas. — Estou tão animada, podemos assistir Halloween Town?

Darren esfrega o topo de sua cabeça. — Podemos fazer o que você quiser,
querida. — Summer está apenas observando os dois, desmaiando sobre eles
como eu. É uma visão incrível ver homens de aparência tão assustadora
ficarem tão fascinados com Michaela.

Estendo a mão e pego Zane de Summer, querendo me aconchegar antes que


o levem embora.

— Sentirei sua falta, menino. — Eu respiro seu doce perfume de bebê antes
de entregá-lo de volta para Tristan para dizer adeus, então puxo Michaela
querendo amá-la. — Eu te amo, baby; divirta-se e vejo você amanhã. — Eu
a aperto com força antes de entregá-la a Tristan para que ele possa dizer
adeus.

— Oh sim Lynn, o cliente que me ligou sobre você enviou sua pasta para
mim. Está na minha mesa, se você quiser parar e pegar? — ela me pergunta.
Às vezes trabalhamos juntas em casos e este me solicitou especialmente
para o que me especializo.

— É uma boa ideia, posso dar uma olhada no caminho para casa. — Pego a
chave que Summer me entrega.
— Seja boa para o seu papai urso, — digo à Michaela e ela não se intimida
quando pega a mão dele. — Nós vamos nos divertir muito. — Ela puxa o
braço dele querendo sair daqui.

— Adeus pessoal! — Eu os chamo enquanto passam pelas portas, magoada


um pouco por não querer que eles vão, Zane não sai com muita frequência e
é difícil para ele fazer isso.

— Vamos para casa e fazer alguns bebês agora, — sussurra Tristan em meu
ouvido.

Eu rio e me afasto, meu rosto vermelho dele dizendo isso na frente de um


monte de gente.

Quase esqueço de parar no escritório de Summer no caminho de volta para


casa. Tristan está com pressa para colocar um bebê em mim.

— Eu volto já. — Ando até a porta da frente e entro acendendo a luz.

Eu sempre odeio ir para novos lugares no escuro, fantasmas me aterrorizam.


Vejo a pasta em cima da mesa exatamente onde ela me disse.

Abro a pasta para dar uma olhada e quase a deixo cair quando vejo o rosto
da pessoa olhando para mim.

A foto da minha mãe, que está morta.

— Bem, demorou o suficiente para você ficar sozinha. — Eu me viro e fico


cara a cara com Lee.
15

LYNN
Dou um passo para trás até que minhas costas batem na mesa. Tento não
entrar em pânico ao olhar para o rosto do homem que causou o inferno na
minha vida e na de minha filha.

— O que você está fazendo aqui? — Eu pergunto a ele, fingindo que não é
grande coisa.

Ele sorri. — Você sabe exatamente por que estou aqui. Estou aqui para
buscar minha noiva e você vai trazê-la para mim. Você é uma mulher difícil
de ficar sozinha. Eu criei esse truque falso e esperei você aparecer.
Inteligente, hein?

Meu estômago queima com a raiva que estou sentindo, como ele ousa fazer
isso? Ela é um bebê.

— Ela não é sua noiva, seu fodido doente. Ela é um bebê! — Digo a ele
com tanta ferocidade que só uma mãe pode reunir, fico enojada com sua
presença. Eu quero sacudi-lo, matá-lo, qualquer coisa para resolver essa
agressão que ele causa por estar vivo.

Ele zomba de mim, balançando o dedo encostado na parede. — Ela é


minha, Deus falou comigo sobre isso. Ela é jovem, mas será maior de idade
em alguns anos. Mas não estamos aqui para discutir isso. Estou aqui para
levar minha noiva para casa e encontrei um novo marido adequado para
você, para que possamos consertar isso... — Ele me olha de cima a baixo
com desgosto. — Esses seus problemas de obediência.

Meu cérebro está indo a cem milhas por hora, tentando envolver minha
cabeça em torno do fato de que ele está aqui na minha frente e as besteiras
que ele está vomitando.
Tento pensar em um plano para chamar a atenção de Tristan. Tive pesadelos
com isso, vendo-o novamente.

— Lee, você não entende como isso é insano? O que você está sugerindo?
Ela é uma menina de oito anos. Isso não é racional, — eu tento explicar a
ele, esperando que ele entenda a insanidade disso.

Ele balança a cabeça de um lado para o outro como uma criança fazendo
birra e joga os punhos no rosto como se estivesse lutando contra si mesmo.
Ele joga o braço apontando para mim. — Você é a única que está lutando
contra Deus, você é a única que não é racional, — ele grita e eu quero dizer
em voz alta.

Acho que ele está perdendo a cabeça. Suas mãos voltam ao rosto batendo
em si mesmo antes que ele pare, suas mãos caindo ao lado dele. Ele olha
para um conjunto de portas que leva mais fundo ao escritório. Sigo seu
olhar e vejo um velho vestido de branco.

— Este é meu pai. Ele decidiu que deve assumir a missão de fazer você
voltar à vontade de Deus. Ele está aqui para te levar para casa e eu pego
minha Michaela, — Lee diz em uma voz suave

e feliz enquanto olha para seu pai como se o mundo se voltasse para ele.

Seu pai olha para mim, seus olhos se movendo dos meus dedos dos pés até
o topo da minha cabeça. — Ela definitivamente servirá; vejo o demônio
nela, mas tudo pode ser resolvido. Não se preocupe, filho. — Ele dá um
tapa no ombro dele de maneira reconfortante.

Eu quero vomitar, eu só quero sair correndo daqui e ir embora. Ambos estão


olhando para mim como se eu fosse a última refeição na terra.

— Podemos ver de onde Michaela conseguiu sua boa aparência. Esperamos


que o diabo não esteja nela. — Ele suspira como se isso fosse uma
dificuldade para ele.

— As únicas pessoas que têm o diabo são vocês dois, vocês dois estão
doentes da cabeça. Ela tem oito anos. Como vocês podem imaginar as
coisas que estão dizendo?

O pai de Lee se vira para mim com nojo. — Ela está pior do que eu
pensava, devemos salvá-la imediatamente antes que contamine Michaela.
— Ele me ignora, falando com Lee.

Lee acena com a cabeça em concordância. — Devemos salvá-la, ela é


importante demais para permitir que esse satanista de baixo nascimento
destrua sua vida.

Que porra eles estão dizendo? Eles não estão fazendo nenhum sentido. Eles
se consideram realeza?

O pai de Lee vem até mim, parando a alguns metros de distância. Dou um
passo para trás até que a parte de trás das

minhas pernas toque a mesa. — Onde ela está? Você deve nos dizer onde
Michaela está neste instante, — ele exige de mim.

Ele estende a mão antes que eu possa me mover, segurando meus braços
com força e me sacudindo. — Conte-nos agora! — ele grita na minha cara,
perdendo toda a sua falsa compostura.

Balanço a cabeça negativamente, encarando-o nos olhos; não tenho medo


de olhar para o diabo em carne e osso. Não tenho mais treze anos. Eu
sorrio. Prefiro morrer a dizer-lhes onde ela está. — Eu nunca vou te dizer.

Ele me encara, olhando de volta para Lee. — Bem, acho que isso significa
que temos que forçá-la.

Lee sorri para mim. — Eu adoraria ter o primeiro gosto. — Então ele me
cobra.
TRISTAN
Eu olho para as portas do escritório de Summer me perguntando onde Lynn
está, não deveria demorar tanto para ela pegar uma pasta. Preocupado, saio
da caminhonete e ando até a porta da frente. Do lado de fora, posso ouvir
vozes altas de dentro.

Que porra é essa?

Empurro a porta assim que Lynn grita meu nome.

Sigo a direção que ela está olhando enquanto um homem corre em sua
direção, enquanto outro homem vestido de branco

está segurando seus braços mantendo-a imóvel enquanto ela luta para fugir.

Que porra é essa?

Eu tenho uma coisa em mente, rasgá-los em pedaços.

Estou do outro lado da sala em segundos e pego o cara antes mesmo que ele
possa tocá-la, jogando-o para longe dela.

Eu me viro para o cara que a está segurando, o vestido de branco, e tiro os


dedos de seu braço.

— Grande erro, porra, — eu rosno para ele, meus dedos agarrando os dele.
Eu os viro de volta lentamente, observando com alegria do caralho
enquanto ele grita, chora e implora para eu deixá-lo ir.

Mas não quero, não quero até ouvir o som de seus ossos quebrando, então
eu paro.

Eu me viro e agarro Lee antes que ele possa me bater com a porra da
cadeira. Puxo seu pulso ao redor até que ele o solta.
— Que porra é essa? — Lee grita comigo, eu aperto minha mão em sua
garganta. — Por que você está interferindo! Esta é a vontade de Deus! —
ele grita tão alto, cuspe está voando de sua boca.

Posso sentir Lynn atrás de mim, observando-me, mas não posso olhar para
ela porque se eu fizer isso, vou matar todos aqui, mas não há graça nisso. —
Por que você está aqui, Demônio? Você é um pecador e não tem o direito de
estar na minha presença! — ele grita mais uma vez, seu rosto ficando mais
vermelho a cada segundo.

Ele está doido pra caralho.

Eu rio dessa desculpa patética de homem. — Eu sou um pecador, sim, mas


eu sou a porra do Ceifador. — Coloquei meu rosto na frente dele, querendo
que ele me olhasse nos olhos. Eu posso ver o medo nele, sua esperança de
escapar voando pela janela. — É hora de eu colher, porra.

Bato seu rosto na parede o mais forte que posso, querendo que ele sinta toda
a dor. Empurro seu rosto na parede, arrastando-o para fora, quero que ele
sofra.

Eu o trago de volta para mim, a raiva me queimando de dentro para fora. —


Mas, eu não vou te matar hoje. — Aperto seu rosto com todas as minhas
forças, seus olhos procurando freneticamente ao redor da sala, esperando
que alguém vá ajudá-lo. Ninguém vai, especialmente não o filho da puta
deitado no chão gemendo sobre a porra dos dedos quebrados.

— Eu não vou amanhã, talvez nem daqui a dez anos. Não, você vai sofrer,
você tentou sequestrar minha filha. Você ia machucar minha mulher. Para
isso, você vai viver, mas vai viver como eu digo e não vai ser fácil. Você
sentirá dor todos os seus dias e não importa o que eu faça com você? Nunca
será suficiente. Nunca será suficiente, mas vou me certificar de que você
sentirá o inferno na terra. Que eu mal posso esperar.

Eu esmago seu rosto mais uma vez na parede, seu corpo batendo no chão,
nocauteado.
Fico olhando para seu corpo sem vida, nauseado por ele. Como alguém
pode ser assim, eu não consigo nem imaginar. Mas ele não existe mais, sua
vida acabou e ele nunca poderá machucar ninguém.

Eu me viro para encarar o homem que está segurando sua mão ferida. — Eu
sou um profeta, você será punido por isso. Ela é minha esposa e você não
vai interferir, — ele fala para mim.

Olho para Lynn que está pálida como um fantasma olhando para o homem
no chão. — Não, ela é minha. — Eu olho para ela. — Vire a cabeça,
querida. — Ela desvia o olhar e eu tiro minha arma apontando para o pau
dele puxando o gatilho.

Ele vai se juntar a Lee no inferno.

Ela olha para mim depois que a arma dispara, ignorando os gritos do
homem no chão e corre para mim.

Eu envolvo meus braços ao redor dela, segurando-a no meu peito. —


Acabou-se tudo, minha garota, eu prometo, — digo a ela.
LYNN
HORAS MAIS TARDE
Estamos deitados na cama, a tv ligada ao fundo, ambos sem assistir. Estou
tentando chegar a um acordo com o que aconteceu esta noite.

Obviamente, não havia paciente e eles usaram minha mãe como um


estratagema.

Fecho meus olhos com força, deitando minha cabeça no peito de Tristan,
meu coração doendo. Eu estava com tanto medo, mas

não tanto por mim quanto por Michaela. Estou tão agradecida que ela não
estava comigo esta noite.

Tudo aconteceu em um turbilhão depois que Tristan ligou para seu MC;
minutos depois, o MC entrou e os levou embora.

Jamais esquecerei a maneira como eles me olharam ao serem carregados na


van, estavam me culpando por tudo. Eu ouvi as palavras de Tristan, eu sei
que a morte deles não vai acontecer em breve, mas vai acontecer e eu tenho
essa paz em meu coração sabendo que ela estará segura.

Isso é o que mais importa.

Ela nasceu em seu mundo, um mundo de coisas horríveis e corruptas. É


meu trabalho protegê-la disso. Agora, depois de oito anos de vida, será mais
fácil.

Ambas somos livres.

Tristan esfrega minhas costas, arrepios seguindo o rastro de seus dedos. —


Acabou tudo, não é? — Repito meus pensamentos para ele.

Ele solta um suspiro profundo. — Sim, baby, acabou. Você está livre, os
únicos laços que você tinha com o culto acabaram, acabou. Você pode
respirar agora, anjo. — Com suas palavras, eu desmorono.

Eu não poderia parar as lágrimas, mesmo que eu quisesse. Enterro meu


rosto no lado de seu pescoço e deixo sair os anos e anos de dor.

Nada se compara aos meses de dor quando Michaela quase foi sequestrada,
os sons de seus gritos enquanto eu corria para ela

o mais rápido que podia, mas não foi rápido o suficiente para alcançá-la a
tempo. Eu sei que esses pesadelos nunca vão me deixar.

Tristan a salvou e abriu caminho em nossas vidas, nunca nos deixando. Ele
tornou nossa família inteira; ele nos deu uma parte de nossas vidas que não
sabíamos que precisávamos.

Mas, acima de tudo, ele está em nossos corações. Deus, eu o amo tanto que
fisicamente me dói.

Nunca sonhei que teria isso na minha vida, não estava procurando por isso.
Eu nunca esperei por ele e me acostumei com o fato de que ficaria para
sempre sozinha. Tristan me disse que eu nunca terei que dar mais um passo
na minha vida sem ele, a cada momento de cada dia, ele está comigo.

Eu penso no jeito que Michaela acidentalmente o chamou de papai e eu sei


que naquele momento, sua vida mudou. Eu nunca vou esquecer o jeito que
quase o derrubou de bunda. Como desde aquele momento, ele era
verdadeiramente dela.

Nunca esquecerei como recebemos Zane em nossa casa e em nossos


corações; a forma como Tristan o embalava a noite toda quando ele não
estava se sentindo bem, como ele se levantava a noite toda comigo para
cuidar dele.

Naquela primeira noite em que Tristan entrou em nossas vidas, ele dormiu
no chão ao lado da cama, então nos sentimos seguras, ele cuidou de nós,
nos protegeu para garantir que Michaela soubesse que ele estava lá para ela
e para mim.
A maneira como ele a levou em seu primeiro encontro, estragou-a e
mostrou-lhe como uma mulher deve ser tratada. Como ele lê para ela todas
as noites, nunca perde um jogo.

A maneira como ele me trata, o quanto ele me ama, eu sinto isso no fundo
do meu coração. Com cada mundo, toque, ele me mostra o quão profundo
seu amor pode ir.

Eu me inclino e sorrio para ele, descanso minha mão em sua bochecha. —


Estou grávida.
EPÍLOGO

MESES DEPOIS…

Estou deitada na cama sorrindo para o teto enquanto tristan e michaela


estão tendo conversas intensas com minha barriga.

— Agora escute, baby, você tem que brincar de boneca comigo quando
ficarmos mais velhas, — Michaela ordena ao bebê, ele ou ela continua
chutando-os de volta.

Ela dá suas risadinhas doces, pressionando no local onde o bebê chutou. —


Papai te ama, meu doce bebê.

Zane decide se fazer conhecido na conversa balbuciando na língua de bebê.


Tristan estende a mão e o tira do berço, levantando-o sobre a cabeça,
fingindo que ele é um avião.

— Esse é o avião mais fedorento que já vi. — Michaela fecha o nariz,


acenando com a mão.

Eu rio dela, tentando agarrar Zane de Tristan, que o puxa para fora do
caminho. — Ele é muito pesado para você, — Tristan me informa pela
décima vez.

Eu reviro os olhos, Tristan age como se eu fosse frágil e com qualquer peso
que eu vou quebrar a qualquer segundo.

— Tristan estou bem; ele não é tão pesado. — Eu tento levá-lo de novo e
ele apenas o tira ainda mais do meu controle.

Sento segurando minha barriga. — Tristan Blane, me dê nosso filho, — eu


digo na voz mais malvada que posso reunir.
Michaela começa a rir, segurando a mão sobre a boca. — Mãe, você soa
como Darth Vader.

Eu agarro seu pé, levantando-a. — Oh sim, me chame assim de novo! — Eu


digo na voz de Darth Vader, fazendo cócegas em seu pé. Ela grita e chuta a
perna tentando se soltar, mas eu a seguro fazendo cócegas até ela gritar tio.

Tristan está nos observando segurando o bebê Zane; felicidade fica tão bem
nele. Em todos nós.

Já se passaram meses desde o que aconteceu no escritório de Summer, mas


desde então tivemos paz em nossas vidas. É foda, suas mãos vão direto para
o meu estômago mais uma vez, ambos obcecados. — Eu amo vocês, —
digo a eles.

Michaela abraça minha barriga, Tristan beija meus lábios. — Eu também te


amo, mamãe.
LYNN
MICHAELA COM DEZOITO ANOS DE IDADE

— Chute a bunda deles, baby! — Tristan grita da cerca abaixo de nós,


Zane, que agora tem dez anos, está de pé ao lado dele torcendo por sua
irmã.

Michaela está jogando softball e este é o último jogo dela antes de se


formar e, deixe-me dizer, essa merda é de partir o coração.

Ela dá a seu pai um sorriso de merda, deixando-o saber que é exatamente o


que ela planeja fazer.

Nossa preciosa menininha, Trinity está sentada ao meu lado com o nariz em
um livro com o mundo inteiro acontecendo ao seu redor, alheia a tudo.

Eu me levanto para que eu possa ver Michaela. Ela balança o bastão e se


prepara para acertar a bola.

Prendo minha respiração esperando seu aceno para que o lançador saiba que
ela está pronta. Este jogo é para o campeonato dos EUA.

No ano que vem ela vai competir nas Olimpíadas e estamos muito
orgulhosos dela. Esse é um objetivo dela desde que era mais jovem e
aprendeu o que eram as Olimpíadas.

Tristan meio cobre os olhos e deixa espaço suficiente para que ele possa
espiar por entre os dedos para ela. Tudo acontece em câmera lenta enquanto
a bola segue em sua direção, é um silêncio mortal, ninguém está respirando.

STRAKE!

Ela acerta a bola com força e eu grito a plenos pulmões correndo pelas
arquibancadas para que eu possa dar uma olhada mais de perto enquanto a
bola sobe em direção ao fundo do campo.
Ela foge, seus amigos correndo ao longo das bases com ela. Ela chega à
segunda base e está contornando a terceira base quando agarra a bola. Eles
jogam em direção a ela e eu prendo minha respiração enquanto corro para
casa.

Eles a perseguem com a bola, ela desliza de cara na base inicial mal
conseguindo antes que eles a toquem com a bola.

Ela se vira de costas, o punho no ar. — Foda-se, sim! — ela grita e eu olho
para o chão enquanto Tristan olha para ela por xingar.

— Vai ser a porra da minha morte, — ele murmura e eu dou um tapa nas
costas dele sabendo que é uma batalha que ele não pode vencer.

Zane corre para o campo, arrastando-a do chão para que ele possa abraçá-la.
Eles sempre foram tão próximos.

Zane é literalmente um mini Tristan, suas personalidades são as mesmas.


Trinity é mais eu do que Tristan, mas ela adquiriu seu amor pela leitura
aparentemente de Walker, que também é um ávido leitor.

Nós o seguimos para o campo. — Estou tão feliz por você, minha garota,
você fez isso. — Beijo sua bochecha, abraçando-a com força, sentindo-me
emocionada porque minha bebê está crescida e isso é difícil de acreditar.

Ainda penso naquela garotinha que era absolutamente obcecada por


princesas. Tristan toma meu lugar e a levanta do chão, abraçando-a com
força. — Eu nunca estive mais orgulhoso de você, menina, — ele diz a ela.
Ela fecha os olhos e eu sei que as palavras dele a estão afetando.

Ele é o mundo dela; eles estão tão perto até hoje.

Ela se afasta dele. — Obrigada pai, você me empurrou para passar por isso.

Ele olha para o chão, mas eu vi aquelas lágrimas em seus olhos. — Sim,
bem, eu te amo, baby.

Ela o abraça novamente. — Eu também te amo, pai.


MICHAELA
DEZOITO ANOS DE IDADE
Eu entro no teatro que papai urso construiu para mim todos aqueles anos
atrás, nós passamos tantas horas aqui e ele brincava comigo.

Sento-me na cadeirinha e pego uma das bonecas que deixei aqui há muitos
anos. A pequena porta se abre e Walker entra, ele empurra seu corpo
maciço em uma daquelas cadeirinhas.

— O que você está pensando tanto? — ele me pergunta.

Eu rio de como ele parece ridículo. — Por muito tempo pensei que meu
sonho era apenas praticar esportes, mas acho que tenho um novo, — digo a
ele sobre o que venho pensando.

Ele se senta para frente, os cotovelos apoiados nos joelhos. — Sim, o que é?

Eu franzo meus lábios, tentando manter meu rosto reto. — Um


motociclista, é claro.

Seu rosto mostra seu choque com a minha resposta, mas não consigo
segurar, começo a rir. — Desculpe, eu tive que fazer. Eu adoro rodar, mas
estou pensando que quero ser uma cirurgiã.

Seu rosto muda para um sorriso orgulhoso. — Você pode ser uma cirurgiã
se quiser, querida, você pode fazer tudo o que quiser na vida.

Meu peito aquece com seu elogio, puxo minha cadeirinha e dou-lhe um
grande abraço. — Amo você, papai urso.

Ele aperta seus grandes braços em volta de mim. — Eu amo você, Princesa.
TRISTAN

— Toc toc! — Abro a porta do porão e tento não me encolher com o cheiro
de merda que me atinge.

Eu admiro a visão lamentável que é Lee; desisti de torturá-lo anos atrás. Ele
apenas se senta na escuridão e sua mente assume o controle; ele a perdeu há
anos.

Mas não sem ele ver Michaela crescendo e que ele nunca poderia tê-la. Ele
viveu os últimos dez anos de sua vida neste inferno escuro e frio.

Que fodidamente divertido.

Ele se vira para olhar para mim. — Você vai para o inferno pela maneira
como a impediu de... — Suas palavras param quando minha bala o atinge
no meio da testa.

O último pedaço daquela parte da minha vida acabou, a morte não era para
ele facilmente. Eu queria que ele sofresse, eu queria que ele estivesse na
prisão onde queria colocar minhas filhas.

Eu olho para trás uma última vez em seu corpo sem vida. — Que pena, eu
deveria ter deixado você aqui por mais tempo.

Subo as escadas e Trinity esbarra em minhas pernas. Eu a varro no ar


colocando-a no meu quadril, embora ela seja uma menina grande. Minha
esposa está encostada no balcão, eu pressiono meus lábios nos dela por um
breve momento, saboreando-o. — Como está minha Old lady? — Dou um
tapa na sua bunda.
— Feliz. — Ela me dá seu sorriso feliz, eu me viro e olho para todos na
sala, meus irmãos, suas mulheres e filhos.

Bem-aventurança do caralho.

— Sim, eu também.
FIM
Table of Contents
SINOPSE
PRÓLOGO
TREZE ANOS DE IDADE
1
VINTE E UM ANOS
TRISTAN
2
HORAS MAIS TARDE
3
UMA SEMANA DEPOIS
TRISTAN
LYNN
4
TRÊS HORAS DEPOIS
5
TRISTAN
LYNN
TRISTAN
LYNN
6
7
LYNN
LYNN
TRISTAN
LYNN
8
O PRÓXIMO DIA
LYNN
LYNN
9
LYNN
10
UMA SEMANA DEPOIS
LYNN
11
12
DOIS MESES DEPOIS
13
14
UM MÊS DEPOIS
15
TRISTAN
LYNN
EPÍLOGO
LYNN
MICHAELA
TRISTAN
FIM

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