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Nome da Disciplina: Atendimento Educacional Especializado: educação precoce

Apresentação do professor: Janaína Costa Binda cursou Mestrado acadêmico pela


FUCAPE Business School; MBA em Gerência de Projetos PMI pela Universidade de
Vila Velha; especialização em Marketing e Tecnologia da Informação pela
Universidade Federal do Espírito Santo; graduação em Administração pela União de
Escolas de Ensino Superior Capixaba e em Pedagogia pela Escola Superior Aberta
do Brasil. Atuo nos cursos de Administração e Pedagogia nas modalidades
presencial e a distância – tutora, docente e docente conteudista.

Link para o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/54060250362382771

SUMÁRIO

1 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: EDUCAÇÃO PRECOCE


2 CONSIDERAÇÕES FINAIS
3 REFERÊNCIAS
1 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO: EDUCAÇÃO PRECOCE
A educação precoce é uma ação fundamental para o desenvolvimento das
crianças que necessitam de algum tipo de atendimento especial. O estímulo precoce
é importante para essas crianças e constitui a base do seu desenvolvimento futuro.
A ausência ou privação de estímulos na primeira infância poderá comprometer o
desenvolvimento e aprendizagem, causando significativas perdas para a criança
(NASCIMENTO; SILVA; JORDÃO, 2016).

Figura 1 - Educação precoce para crianças

Disponível em: < https://live.staticflickr.com/1784/42907075341_4f1a22cde6_b.jpg>

Assim, em 1995, o ministério da educação (MEC) lançou as Diretrizes Educacionais


sobre Estimulação Precoce. Conforme a diretriz, estimulação precoce significa um
"conjunto dinâmico de atividades e de recursos humanos e ambientais
incentivadores que são destinados a proporcionar à criança, nos seus primeiros
anos de vida, experiências significativas para alcançar pleno desenvolvimento no
seu processo evolutivo" (BRASIL,1995, p. 11).

Que tal entender melhor esse conceito? Siga comigo!


 Conjunto dinâmico de atividades e de recursos humanos e ambientais -
refere-se a uma sequenciação de contatos humanos adequados, como
diálogos e brincadeiras, juntamente com a exploração de objetos e espaços,
com o fim de estimular a criança e enriquecer seu desenvolvimento global;
 Criança nos seus primeiros anos de vida – referem-se ao período
compreendido entre o nascimento e os três anos de idade;
 Experiências significativas - consistem em vivências resultantes da interação
ativa da criança com os estímulos que o meio oferece para facilitar-lhe
processos evolutivos no próprio desenvolvimento infantil;
 Pleno desenvolvimento - o desenvolvimento integral das potencialidades da
criança, levando-se em conta suas diferenças em relação aos padrões
regularmente previstos.

Como você pode perceber, o objetivo da educação precoce é evitar ou


minimizar os distúrbios no processo de desenvolvimento global da criança
(NASCIMENTO; SILVA; JORDÃO, 2016). Esse desenvolvimento deve ser realizado
meio de práticas que permitam a obtenção dos conhecimentos culturalmente
acumulados utilizando para isso o uso de recursos humanos e ambientais
(TARTUCI; FLORES, 2020).
Para que esse desenvolvimento aconteça de forma satisfatória, a proposta
metodológica do trabalho se organiza de forma a integrar a família no atendimento,
para que esta, possa contribuir e dar continuidade ao processo no contexto familiar
(NASCIMENTO; SILVA; JORDÃO, 2016). As autoras destacam que:
somente a intervenção precoce permite, juntamente com a política de
intervenção precoce, seja de grande potencial para a inclusão da criança no
ambiente social que ela convive que seria a escola, família, ou seja, o
ambiente social, para que amenize as consequências das dificuldades
ocasionadas pela sua deficiência, com isso contribuindo evolução para o
seu desenvolvimento psicomotor (NASCIMENTO; SILVA; JORDÃO, 2016,
p. 2415).

Os programas de intervenção precoce contam com os seguintes princípios


básicos: intervenção e avaliação. Os dois processos devem ser desenvolvidos em
conjunto, assim que os dados iniciais da avaliação forem coletados e analisados. Na
sequência formulam-se e aplicam-se, quando necessárias, as estratégias de
intervenção (atendimento), cujos resultados são submetidos, por sua vez, à
avaliação, desenvolvendo dessa forma as relações necessárias entre os dois
processos (BRASIL, 1995).
Na avaliação inicial, devem ser destacadas as habilidades e as
potencialidades, ou seja, os aspectos positivos, mais que os negativos devem ser
buscados nessa tarefa de análise. O objetivo dos processos de avaliação é
conhecer o desenvolvimento da criança em suas diferentes áreas, e as condições do
meio ambiente em que ela se desenvolve. Dessa forma, tais processos envolvem
ações de compilar e analisar dados significativos sobre a evolução da criança e seu
estado atual, seu potencial e seus déficits, interrelacionando-os com os fatores de
proteção e de alto risco, complementados com a verificação das características do
ambiente em que vive (BRASIL, 1995).
Nos processos de intervenção, o atendimento visa proporcionar ao aluno as
condições para alcançar seu pleno desenvolvimento, mediante experiências
significativas resultantes de seu contato com as pessoas, objetos e espaços. Em
conjunto com esse objetivo, incluem-se aqueles relacionados com as mudanças de
atitudes das pessoas de seu convívio: os pais, familiares, educadores, atendentes e
outros (BRASIL, 1995).

Dica: O atendimento em estimulação precoce deve acontecer em


espaços físicos adequados ou adaptados às necessidades da
criança, com mobiliário, material pedagógico e equipamentos
adequados ao trabalho a ser desenvolvido, de acordo com a
necessidade da criança.

Os processos de intervenção podem ser concretizados por meio do Planos


Educacionais Individuais (PEIs), que visam garantir o direito à educação com
qualidades dos estudantes com deficiência. O PEI é um documento elaborado com o
intuito de planejar a promoção da acessibilidade e nortear as ações em sala de aula
desde o início até o fim da vida escolar dos alunos com necessidades educacionais
especiais (DIAZ, 2020).
Mas, atenção! Individualizar o ensino não significa particularizar a ação
pedagógica a ponto de segregar o aluno do grupo, mas sim, incluí-lo na situação de
aprendizagem que os outros estão vivenciando com as devidas adaptações para
que a sua participação seja efetiva. É atender as diferenças individuais que o aluno
possa apresentar em decorrência das especificidades do seu desenvolvimento
(MARIN; BRAUM, 2013 apud DIAZ, 2020).
Veja, a seguir, algumas questões importantes sobre o PEI citadas por
Barbosa (2019):
 Em diversas situações o PEI costuma ser elaborado somente pelos
docentes do aluno com necessidades educacionais especiais, mas não
cabe apenas a eles a responsabilidade pelo documento. O documento
deve ser elabora em equipe, em um trabalho colaborativo por meio dos
diferentes sujeitos da escola, além da família e do aluno, quando for
possível sua participação (MASCARO; REDIG, 2016 apud BARBOSA,
2019);
 O PEI deve ser elaborado e implementado sempre que as condições do
estudante o requererem;
 No momento em que é elaborado, deve-se estabelecer uma data para a
sua avaliação, sendo ele revisado a cada bimestre, trimestre ou semestre,
ou conforme definição da equipe que o elaborou. No entanto, caso os
objetivos propostos não sejam alcançados, ou se o forem antes do prazo,
há a necessidade de atualizá-los;
 É importante que qualquer alteração no PEI no momento da avaliação seja
registrada e levada ao conhecimento de todos os envolvidos no trabalho.
O PEI é composto por alguns elementos. Observe, no quadro 2, a proposta
elaborada por Barbosa (2019):
Dados que identificam o aluno, além dos nomes e assinaturas dos
Identificação do estudante pais e/ou responsáveis, data de ingresso na escola, data da
elaboração do plano, disciplinas cursadas etc.
Deve ser preenchido a partir da observação do professor e da
busca de informações na pasta do estudante, com os vários
Relatório circunstanciado profissionais envolvidos e com a família. Retrata a história de vida
do estudante e seu percurso escolar, devendo ser revistos sempre
que necessário.
É necessário o registro dos conhecimentos que o estudante já
adquiriu, do que gosta, suas afinidades, seus interesses etc.
Habilidades, afinidades, Também é necessário o registro das dificuldades apresentadas,
interesses e dificuldades como por exemplo, raciocínio lógico-matemático, realização de
cálculos, fazer perguntas, apresentar trabalhos individuais devido à
timidez etc.,
O objetivo é aquilo que o aluno deverá alcançar e a meta refere-se
à quando e quanto daquele objetivo deverá ser alcançado. Os
Objetivos e metas
objetivos para o estudante devem ser elaborados a partir dos
objetivos propostos no componente curricular.
Metodologias e materiais Precisam ser registradas as metodologias e as estratégias a serem
de apoio (Tecnologias utilizadas e os recursos necessários para que o estudante alcance
assistivas etc.) o objetivo proposto. Ver a Lei nº 9.394/96 em seu artigo 59 inciso I.
É importante utilizar os instrumentos e as formas de aplicação que
Critérios e métodos de
mais se adequem às necessidades e características do estudante.
avaliação
o foco da avaliação estará no que foi proposto para o estudante.
A fim de verificar se o estudante ou está ou não alcançando os
objetivos propostos o documento deve ser revisado, e caso
Revisão e reformulação
necessário, reescrito. Quem faz esse trabalho é a mesma equipe
que o elaborou e com uma frequência que julgar necessário
Quadro2 – Componentes do Plano Educacional Individualizado.
Fonte: Adaptado de Barbosa (2019).

Ao elaborar o Plano Educacional Individualizado, pode-se considerar outros


itens, como por exemplo, o aspecto ambiental. Afinal, a forma como o aluno irá
interagir com os colegas reflete no aprendizado e na interação social. Assim, o
educador deve estar atento aos objetivos do PEI e sugerir atividades que sejam
passíveis de adequação ou adaptação, principalmente para incluir o aluno
contemplado no plano.

Figura 2 - Exemplo de PEI

Disponível em:
<https://i.pinimg.com/736x/ef/8c/0e/ef8c0e1a410e431181a5622c269a3fc4.jpg>
Enfim, a preparação de PEIs exige a colaboração de muitas pessoas. Em
primeiro lugar, a colaboração dos professores e dos pais. A participação ativa do
próprio aluno também é recomendada. Além disso, vários especialistas de dentro e
de fora da escola participam – fonoaudiólogos, psicólogos, fisioterapeutas,
terapeutas ocupacionais etc. Essas pessoas reúnem seu conhecimento e
experiência para criar um plano que permita aos alunos participar e utilizar o
currículo de aula.

2 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A educação precoce é um serviço importante para a garantia do sucesso do


processo de inclusão dos alunos necessidades educacionais especiais, pois as
crianças com deficiência e aquelas que possuem atraso ou dificuldades no
desenvolvimento global, necessitam de serviços e apoios especializados que
possam contribuir para estimular suas habilidades e potencializar o seu
desenvolvimento e aprendizagem. Logo, o emprego de programas de estimulação
precoce pode prevenir ou atenuar os possíveis atrasos ou defasagens no processo
evolutivo infantil.

3 REFERENCIAS

BARBOSA, Vânia Benvenut. Conhecimentos necessários para elaborar o Plano


Educacional Individualizado – PEI. 2019. Dissertação (Mestrado Profissional em
Educação Profissional e Tecnológica) - Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais. Rio Pomba, MG, 2019. Disponível em:
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/570204/2/Produto%20Educacional.pd
f

BRASIL, MEC/SEESP. Diretrizes educacionais sobre estimulação precoce: o


portador de necessidades educativas especiais. Brasília, 1995. Disponível em:
http://dominiopublico.mec.gov.br/download/texto/me002557.pdf

DIAZ, Joice Martins. Educação especial e inclusiva na perspectiva histórico-


social brasileira. Curitiba: Contentus, 2020.
NASCIMENTO; Byanca Neves; SILVA, Daiani Maria da; JORDÂO, Giselda.
Importância da educação precoce para o ingresso do aluno com deficiência na
educação infantil. In: Simpósio de TCC e Seminário De IC, 2016. Disponível em:
http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/
artigos/4d6cc658893949d7afed44d1fe86924f.pdf

TARTUCI, Dulcéria; FLORES, Maria Marta Lopes (Org.). Educação especial,


praticas educativas e inclusão. Jundiaí, SP: Paco Editorial: 2020.

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