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Licenciatura em Psicologia
1o Ano
Universidade Rovuma
Nampula
2024
Evilisa António Augusto
IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII
Universidade Rovuma
Nampula
2024
Índice
1. Introdução.........................................................................................................................................4
2. Objectivos.........................................................................................................................................4
2.1. Objectivo Geral.............................................................................................................................4
2.2. Objectivos específicos..................................................................................................................4
3. Movimentos Sociais.........................................................................................................................5
3.1. Conceito........................................................................................................................................5
3.2. Tipologia dos Movimentos Sociais..............................................................................................5
3.2.1. Migratórios...............................................................................................................................6
3.2.2. Progressistas.............................................................................................................................6
3.2.3. Conservacionistas ou de resistência.........................................................................................6
3.2.4. Regressivos...............................................................................................................................7
3.2.5. Expressivos...............................................................................................................................7
3.2.6. Utópicos....................................................................................................................................7
3.2.7. Reformistas...............................................................................................................................8
3.2.8. Revolucionário..........................................................................................................................8
3.3. Fases dos Movimentos sociais......................................................................................................9
3.3.1. Agitação (Inquietação ou Intranquilidade)...............................................................................9
3.3.2. Excitação (Excitamento ou desenvolvimento do Sprint de Corps)..........................................9
3.3.3. Formalização (Desenvolvimento da moral e da ideologia ou planeamento)............................9
3.3.4. Institucionalização..................................................................................................................10
3.4. Pré-condições Estruturais...........................................................................................................10
3.5. Factores Propensores Individuais...............................................................................................11
3.5.1. Mobilidade..............................................................................................................................11
3.5.2. Marginalidade.........................................................................................................................12
3.5.3. Isolamento e alienação............................................................................................................12
3.5.4. Mudança de Status Social.......................................................................................................12
3.5.5. Ausência de laços Familiares.................................................................................................13
3.5.6. Desajustamento Pessoal..........................................................................................................13
3.6. Situações Sociais Propiciadoras.................................................................................................13
3.7. Características de Apoio.............................................................................................................15
4. Grupos de Pressão (Conceito, Trajectória e Formas de Actuação)................................................15
5. Conclusão.......................................................................................................................................19
6. Referência Bibliográfica.................................................................................................................20
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1. Introdução
Neste presente trabalho irei falar sobre os movimentos sociais e Grupos de Pressão.
Conceitualizando e descrevendo elementos que compõem o tema em estudo e neste contexto,
os movimentos sociais sempre estiveram relacionados à representação de interesses da
população menos favorecida, duplamente explorada tanto pelo Estado quanto por essas
grandes corporações. Os movimentos sociais são organizações mais ou menos estruturadas e
têm como objectivo congregar pessoas que possuam interesses comuns, com o intuito de
defender direitos ou promover bens colectivos.
2. Objectivos
2.1. Objectivo Geral
Falar sobre os Movimentos Sociais e Grupos de Pressão
2.2. Objectivos específicos
Descrever as Tipologias e Fases dos Movimentos Sociais;
Explicar as Pré-condições Estruturais;
Identificar os Factores Propensores Individuais, Situações Sociais Propiciadoras e as
Características de Apoio
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3. Movimentos Sociais
3.1. Conceito
Vários sociólogos intentaram conceituar movimentos urbanos. “Um movimento social existe
quando um grupo de indivíduos está envolvido num esforço organizado, seja para mudar, seja
para manter alguns elementos da sociedade mais ampla” (Cohen, 1980:167).
“Movimento social eh uma colectividade agindo com certa continuidade, a fim de promover
ou resistir à mudança na sociedade ou grupo de que é parte” (Turner e Kilian Apud Horton e
Hunt, 1980:403).
“Os movimentos sociais podem ser considerados como empreendimentos colectivos para
estabelecer nova ordem de vida. Têm eles inicio numa condição de inquietação e derivam seu
poder de motivação na insatisfação diante de forma corrente de vida, de um lado, e dos
desejos e esperanças de um novo esquema ou sistema de viver, do outro lado” (Lee,
1962:245).
“A acção conflitante de agentes das classes sociais, lutando pelo controle do sistema de acção
histórica” (Touraine In: Foracchi e Martins, 1977:335).
Os movimentos sociais apresentam-se sob várias formas, sendo que o conteúdo especifico do
que se pretende permite diferenciá-los.
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3.2.1. Migratórios
Independente do fato de esse movimento ser composto por grupos organizados, por familiares
ou por indivíduos, sua característica principal é o acentuado descontentamento com a situação
na sociedade de origem, o que determina a tomada de decisão de se transferir para outro local.
Diferencia-se das constantes movimentações de pessoas ou grupos entre países pelo seu
volume e concentração em um breve período de tempo. Os factores objectivos consistem
sempre na organização da sociedade de origem e os subjectivos, no desejo e esperança de que
tais condições não apareçam ou sejam minimizados no país de destino.
3.2.2. Progressistas
Exemplo: movimentos sindicais, que passaram por várias fases: sindicalismo de oficio
(caracterizado por forte exclusivismo profissional – trabalhadores profissionalmente
qualificados); sindicalismo de indústria (distinguido por pertencer a um sector da produção,
enquadrando trabalhadores não qualificados, semiqualificados e qualificados); sindicalismo
de oposição (reação e situações criadas aos operários pelo meio de produção fabril);
sindicalismo de minorias militantes (quando apenas uma parcela era sindicalizada);
sindicalismo de massas (onde as acções fundamentais no local de trabalho passaram para o
aspecto económico geral, derivado de uma economia capitalista) e, finalmente, sindicalismo
de controle (formação dos grandes partidos políticos de massa, na Europa Ocidental)
(Rodrigues, 1974:16-7); Comunidades Eclesiais de Base (CEBs).
3.2.4. Regressivos
Exemplos: Tradição, Família e Propriedade, que propõe o retorno aos denominados “antigos e
puros princípios da família cristã” (Trujillo Ferrari, 1983:514). Ku Klux Klan, nos Estados
Unidos, cujo objectivo principal é negar as liberdades e os direitos civis conquistados pelos
negros, desejando faze-los retornar à situação anterior.
3.2.5. Expressivos
3.2.6. Utópicos
3.2.7. Reformistas
3.2.8. Revolucionário
Apesar dos diferentes movimentos não serem iguais em seus objectivos e finalidades,
geralmente apresentam o mesmo conjunto de estágios, que podem ser assim descritos:
Opera em duas situações. Na primeira, mais difícil, a população encontra-se resignada diante
de uma situação de graves distorções e injustiças. Do conformismo nasce a apatia e é este
sentimento que deve ser revertido, fazendo-a questionar seus próprios modos de vida; em tal
situação deve-se criar inquietação e intranquilidade quando ainda nada disso existe. Na
segunda, o povo já se encontra descontente, inquieto e alertado em relação à situação, porém é
ainda demasiado tímido para agir ou talvez não saiba em que direcção actuar. Nesse caso, em
vez de implantar a semente da inquietação, faz-se necessário intensifica-la, libertar e dirigir as
tensões que já se encontram presentes. Em qualquer um dos dois casos, o importante é que o
povo se afaste de sua maneira usual de pensar para que esteja preparado para aceitar novos
impulsos e desejos. Esse estágio, geralmente, é bastante prolongado.
Alguns movimentos sociais podem actuar e inclusive alcançar seus objectivos (exemplo:
migratórios) sem uma organização formal, porém, a maioria dos outros sentem a necessidade
de organizar-se, desenvolver uma moral e ideologias próprias e traçar planos de acção. A
palavra moral tem, aqui, significado de “algo” que confere “persistência e determinação ao
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movimento”. A prova pela qual deve passar o movimento é que a solidariedade pode ser
mantida contra a acção organizada de outros grupos e inclusive durante uma situação de
adversidade. Por outro lado, sem ideologia, o movimento caminharia incertamente, através de
tentativas e dificilmente poderia defender-se contra uma oposição. A ideologia fornece ao
movimento: “
Direcção;
Justificação;
Instrumento de ataque;
Instrumento de defesa;
Inspiração e esperança” (Lee, 1962: 258)
Durante este estágio surge uma organização formal com degraus e hierarquia: sua função é
converter uma massa excitada em grupo disciplinado, transformando uma causa fraca em
empreendimento viável. Caso o movimento sobreviva às discordâncias ideológicas e à
rivalidade de seus organizadores, rapidamente passa à fase seguinte.
3.3.4. Institucionalização
Stockdale (apud Horton e Hunt, 1980: 406) indica cinco pré – condições para que surja uma
acção colectiva:
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As pessoas que se deslocam habitualmente de uma região geográfica para outra via de regra
perdem suas raízes, não se inserindo nos grupos locais, muitas vezes em decorrência do
“choque cultural” (como ocorre com os nordestinos da área rural que se fixam na região
urbana de São Paulo). A mobilidade geográfica dos indivíduos propicia o enfraquecimento do
controle da comunidade sobre suas acções. O surgimento de “não pertencer a lugar algum”
gera o descontentamento e a não assimilação dos principais valores do local de fixação. O
grau de insatisfação do migrante brasileiro foi levantado em numerosos estudos, que
correlacionam duas variáveis: a migração por etapas e a não-inserção na cultura das grandes
cidades. Por outro lado, quando as circunstâncias no local de origem se alterar e, em
decorrência, a mobilidade é praticamente imposta às pessoas, elas se tornam mais suscetíveis
a procurar seu sentido de vida nos movimentos sociais.
3.5.2. Marginalidade
Dessa forma, não sendo integradas nem adaptadas nos grupos socias preponderantes, as
pessoas marginais sentem-se e anseiam por aceitação; quando esta lhes é negada, ficam
ressentidas e frustradas. Em alguns casos, casos, tais indivíduos são levados aquilo que se
condicionou chamar “superconformidade”, como é o caso dos cidadãos recém-naturalizados e
dos recém-convertidos a uma fé religiosa. Porém, na maioria dos casos, a marginalidade é um
factor incentivador para a participação em movimentos sociais.
Ocorre, geralmente, com grupos cuja actividade os afasta do convívio da sociedade mais
ampla. Este é o caso dos marinheiros, estivadores, mineiros, trabalhadores volantes,
garimpeiros etc. Como exemplo, podemos citar: os recentes movimentos dos “boias-frias” dos
canaviais da VI Região paulista e os garimpeiros de Serra Pelada. Estes elementos são
especialmente suscetíveis à participação em movimentos sociais, principalmente dos mais
violentos: seus vínculos com a ordem estabelecida são muito fracos e assim encontram-se
sempre dispostos a derruba-la.
Se a mobilidade ascendente torna uma pessoa até certo ponto insegurança em sua posição nos
novos grupos, a perda ou a ameaça de perda de status actual é mais desconcertante ainda,
podem impedir a sua derrocada. Um exemplo ilustrativo encontra-se na história recente dos
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Estados Unidos: a maior resistência às manifestações lideradas por Martim Luther King
encontrava-se entre os elementos das classes trabalhadoras que tinham podido fugir de bairros
mistos para se estabelecer em casas de bairros “impermeáveis” aos residentes negros – seu
receio era de que a igualdade reivindicada rebaixasse seu status habitacional. No Brasil, a
perda do poder aquisitivo da classe trabalhadora levou, em algumas grandes cidades, seus
componentes à necessidade de morarem em favelas, e isto fez recrudescer as lutas pela
melhoria desses locais de moradia.
Pessoas que não precisam preocupar-se com a manutenção dos membros de uma família ou
cujos laços familiares se enfraquecem, como ocorre com os adolescentes, na busca de
afirmação pessoal, estão mais propensas, por serem até certo ponto imaturas e instáveis, a
preencher o vazio de suas vidas e a sanar seus conflitos emocionais através de movimentos
sociais. Como exemplo, podemos refletir-nos às eclosões de movimentos religiosos orientais
entre os jovens, no Brasil. No passado, o movimento dos hippies era um exemplo típico (o
movimento punk ainda não se estruturou suficientemente para ser representativo).
de uma sociedade. Para que se possa identificar uma corrente cultural é necessário que
seja evidente a sua característica de continuidade, apesar de os factores causais serem
múltiplos. Um dos exemplos mais nítidos é a lenta emancipação da mulher na
sociedade, que propiciou o surgimento de movimentos para acelera-la. Outro exemplo
seria a difusão dos conceitos de igualdade que originam vários movimentos de cunho
racional ou étnico: se os Estados Unidos foram pioneiros nos movimentos para o
direito dos negros, no Brasil também tais grupos tomaram impulso nos últimos anos;
b) Desorganização social ou anomia – toda sociedade em mudança apresenta certo grau
de desorganização que, quando acentuada, conduz à anomia, estado de ausência de
normas. Para Macver (apud Merton 1970: 256), a anomia “é um estado de espirito no
qual o senso de coesão social – mola principal da moral – está quebrado ou fatalmente
enfraquecido”. A desorganização social, assim como a anomia, trazendo confusão e
incerteza aos membros da sociedade, pois já não encontram mais nas tradições um
guia para o seu comportamento, e verificam que suas relações sociais estão
deterioradas, conduz ao florescimento dos movimentos sociais. Estes crescem em
número e adeptos à medida que: “
1. A percepção de que os lideres das comunidades são indiferentes às necessidades
dos indivíduos;
2. A percepção de que pouco pode ser realizado numa sociedade, que seja
considerada como basicamente imprevisível e onde falte ordem;
3. A percepção de que as metas da vida se afastam em vez de se realizarem;
4. Um senso de futilidade; e
5. A convicção de que não se pode contar com associados pessoais para apoio social
e psicológico” (Merton, 1970: 239). Exemplo: movimentos sociais que
precipitaram a queda da dinastia Pahlevi. No Irã;
c) Descontentamento social – este estado pode ser conceituado como a disseminação, na
sociedade, de uma insatisfação comum, decorrente, de modo geral, de três factores:
Privação relativa – pode ser considerada como o descompasso entre o que
as pessoas possuem e o que imaginam que deveriam ter. Exemplo: é o que
acontece com os migrantes da área rural em relação aos bens
industrializados, tentativamente apresentados nas televisões das cidades;
Percepção da injustiça – em qualquer nível social, alguns grupos podem
sentir-se vitimas de injustiça social, já que o critério não é objectivo, mas
um juízo de valor subjectivo. O facto de ser injusto nada significa: somente
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a) Dedicação e apoio dos membros – para cuja conquista e manutenção lança-se mão
de discursos, slogans, ideologias, insígnias e propaganda em larga escala;
b) Liderança carismática e administrativa – esses dois papéis devem ser claramente
separados: o líder carismático apresenta em alto grau a capacidade de congregar as
massas, obtendo o seu apoio para as finalidades e objectivos do movimento; por
sua vez, o líder administrativo tem o seu cargo a estratégia, a delegação de deveres
e responsabilidades, a colecta de fundos, a organização e o papel de ralações
públicas;
c) Liderança efectiva - para que o movimento não se esfacele através da luta
ideológica de seus participantes, há necessidade de uma efectiva liderança, tanto
característica quanto administrativa.
4. Grupos de Pressão (Conceito, Trajectória e Formas de Actuação)
A nosso ver, um grupo de pressão é um grupo de interesse que exerce pressão, e é dessa
maneira que o definimos. Um grupo de interesse só se torna grupo de pressão ao empreender
acção para influenciar as decisões dos poderes públicos. Dessa forma, estudar os grupos de
pressão é analisar os grupos de interesse em sua dinâmica externa e, especial mente, em sua
atividade política. Entendemos como grupo de interesse “[…] qualquer unidade ativa, desde o
indivíduo isolado até a mais complexa coalizão de organizações […] que se engaja em
atividade baseada em interesses relativa ao processo de formulação de políticas públicas […]”
(SALISBURY, 1984 apud RAMOS, 2005, p. 36). A pressão é a atividade de um conjunto de
indivíduos que, unidos por motivações comuns, buscam, por meio de sanções ou da ameaça
de usá-las, influenciar sobre decisões que são tomadas pelo poder político, tanto para mudar a
distribuição prevalecente de bens, serviços e oportunidades quanto conservá-la ante as
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O retorno dos grupos de pressão ao Congresso Nacional, no fim da década de 1970, foi um
reflexo da “abertura política” e da real perspectiva de que as oposições poderiam assumir o
poder. As eleições de 1982 foram bastante importantes. Com a vitória do Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) nas eleições para a Câmara dos Deputados e
com as vitórias oposicionistas no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, os grupos de
pressão que possuíam maior visibilidade no Congresso Nacional, principalmente os
empresariais, temendo a ascensão das oposições ao poder, aproximaram-se do Congresso
Nacional e passaram a criar departamentos de assessoria parlamentar e a contratar consultores
externos (ARAGÃO, 1994).
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Assim, podemos perceber que foi a partir das eleições de 1982 que o empresariado passou a
se preocupar com a oposição no Congresso. Porém, antes dessa data, algumas entidades já
realizavam serviços regulares de monitoramento legislativo, entre as quais as seguintes:
Confederação Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional do Comércio (CNC),
Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Confederação das Associações Comerciais e
Empresariais do Brasil (Cacb), Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert), Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio) e Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo Aragão (1992), os trabalhadores marcam seu retorno ao
Congresso Nacional em três etapas: a primeira com a presença de representantes credenciados
perante a Câmara dos Deputados, para fins de monitoramento e assessoria. Em 1977, estavam
credenciados a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Comunicação e Publicidade (Contcop) e a
Federação Nacional dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários (Fencavir). A
segunda etapa deu-se com a criação do PT. A decisão de criar o partido originou-se da
constatação de que os trabalhadores não estavam efetivamente representados no Congresso
Nacional. Havia total desarticulação das lideranças de trabalhadores com as lideranças
políticas do Legislativo.
A terceira ocorreu ao largo das intensas polêmicas sobre quem exerceria a hegemonia das
lideranças sindicais, com a criação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar
(Diap)2, em 1983, como resposta à intensificação das ações dos grupos de pressão de natureza
empresarial no Congresso (ARAGÃO, 1994). Em 1983, a atuação do DIAP foi bastante
intensa, embora outros canais de influência tenham sido utiliza dos pelas lideranças de
trabalhadores. Reunindo lideranças sindicais adversárias, obteve apoio que proporcionou
conquistas para os trabalhadores, culminando em resultados significativos no processo
constituinte.
Diversos projetos de lei discutidos e aprovados ao longo dos anos de 1980 tiveram
participação decisiva dos grupos de pressão, como a revenda de veículos automotores (1980),
o aumento da contribuição previdenciária e das taxas sobre supérfluos (1981), a reserva de
mercado na informática (1984), o estatuto da microempresa (1984) e a proibição da demissão
imotivada do trabalhador (1983/1985) (ARAGÃO, 1992). Durante a elaboração da
Constituição de 1988, mais de 383 grupos de interesse atuaram com a intenção de ver suas
reinvindicações atendidas. Essa movimentação incomum até aquele momento, decorrente de
aspectos inerentes ao sistema político brasileiro, fez com que o interesse sobre o papel
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É importante ressaltar, no entanto, que nem todos os grupos de pressão brasileiros têm capa
cidade financeira para manter essa estrutura organizacional, e um dos fatores responsáveis por
isso é a pouca idade de seus componentes. É necessário destacar que os grupos de pressão
afetaram o processo legislativo. Sem maioria no Congresso e sem condições de imporem suas
decisões, o regime militar e as oposições tinham de negociar o andamento de projetos de lei,
abrindo maior espaço para a participação desses grupos no sistema decisório.
5. Conclusão
6. Referência Bibliográfica
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1983.
CASTELLS, Manuel. Movimentos sociales urbanos. 6.ed. México, Siglo Veinteuno, 1980.
FAIRCHILD, Henry Pratt (org.). Dicionário de sociologia. 4. ed. Mexico, Fondo de Cultura
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HORTON, Paul B. & HUNT, Chester L. Sociologia. São Paulo, McGraw-Hill do Brasil,
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1980.
LEE, Alfred McClung (org.). Princípios de sociologia. Sao Paulo, Herder, 1962.
MERTON, Robert K. Sociologia; teoria e estrutura. São Paulo, Mestre Jou, 1970.
PEREIRA, Luiz (org.). Populações "marginais". São Paulo, Duas Cidades, 1978.
SINGER, Paul & BRANT, Vinicius Caldeira (org.). São Paulo; o povo em movimento.
Petr6polis, Vozes/CEBRAP, 1980.