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6.1 - Introdução
O "Plant Layout" é um item de transcendental importância no projeto de fábrica.
Enquanto que a teoria da localização dá normas que devem ser seguidas para um bom relacionamento
externo da indústria, sem as técnicas do arranjo físico não poderemos assegurar um perfeito
entrosamento interno e um funcionamento harmônico da empresa.
Segundo o esquema integrativo apresentado quando da introdução ao "projeto de fábrica", o
"plant layout" é uma de suas etapas finais e só pode ser elaborado depois de definida uma série de
outros itens.
Volume de produção, dimensionamento, projeto do produto ou tipo de produto ou produção,
seleção do equipamento produtivo, são alguns desses itens.
O principal campo de ação do "plant layout" é internamente a empresa, definindo e integrando
os elementos produtivos.
Isto posto, percebemos que "plant layout" não é somente uma disposição racional das
máquinas que assegure o funcionamento de uma linha de usinagem sem retrocessos e com mínimas
distancias.
É também o estudo das condições humanas de trabalho (iluminação, ventilação, etc.), de
corredores eficientes, de como evitar controles desnecessários, de armários e bancadas ao lado das
maquinas, de como o meio de transporte vai ser utilizado para movimentação de uma peça.
Depois de olharmos todos os fatores que concorrem para a produção, que podem ser
transformados em aumento de produtividade ou de desempenho técnico, é que podemos nos
assegurar que um bom estudo foi realizado e que não existem operários especializados ou de produção
executando tarefas que não exigem suas aptidões.
O "plant layout" é um estudo sistemático que procura uma "combinação ótima" das instalações
industriais que concorrem para a produção, dentro de um espaço disponível.
O "plant layout" abrange o estudo de instalações existentes, ou em planejamento.
Procura harmonizar e integrar equipamento, mão de obra, material, áreas de movimentação,
estocagem, administração, mão de obra indireta, enfim, todos os itens que possibilitam uma atividade
industrial.
Na definição, grifamos "combinação ótima". Para a conseguirmos, devemos estabelecer uma
forma de medir a eficiência das soluções encontradas.
Sob o ponto de vista do homem de "plant layout", ora será a segurança o fator mais importante,
ora serão as condições ambientes, ora a estética do conjunto, ou a obtenção de um fluxo racional.
Daí se percebe que a ''combinação ótima" irá depender do critério de medida de eficiência
adotado, e que dois "plant layout-men" estudando o mesmo problema, poderão chegar a duas
combinações ótimas diferentes, desde que tenham considerado como importantes aspectos distintos
da mesma questão.
Não obstante; podemos assegurar o seguinte! quando o estudo é necessário, mais
compensador é realizar um bom estudo.
O custo de um "plant layout" bem estudado é superior àquele mal estudado, sem dúvida, mas
este irá continuamente afetar o custo de produção, encarecendo o produto, um bom estudo, na maioria
das vezes, rapidamente se paga.
A modificação de qualquer um deles torna inadequada uma solução existente, pois que fora
construída a partir de dados não mais atualizados.
Dessa forma, e importante que o setor responsável pelo "plant layout" seja servido por um
sistema de informações adequadas, e que forneça com a devida antecedência as alterações a serem
verificadas.
É muito importante que os problemas do "plant layout" sejam bem estudados; essa garantia só
será possível se dispusermos do tempo necessário a esse estudo.
A falta de informações antecipadas provocara soluções de ultima hora, normalmente não
eficientes.
A seguir citamos alguns acontecimentos normais dentro da dinâmica de uma empresa, que, por
alterar em os membros da equação de produção, provocam a necessidade do reestudo dos "plant
layout" existentes.
-mudança no projeto do produto;
-novo produto;
-melhoria das condições de trabalho e redução de acidentes;
-variações na demanda do produto;
-substituição de equipamento;
-mudança no processo produtivo;
-mudança do mercado de consumo;
-introdução de novos métodos de organização e controle;
-redução de custos.
Toda fábrica é essencialmente dinâmica e também o projeto do produto sofre alterações por
novas exigências do consumidor, aperfeiçoamento do produto, descoberta de novos e melhores
métodos, novos modelos, etc.
Dessa forma, uma disposição de máquinas perfeitamente adequada a um certo projeto
industrial, pode não mais servir ao projeto do produto modificado, seja pelas tolerâncias mais estreitas,
seja pelo novo processo de manufatura.
O "plant layout" anterior deve ser modificado para adquirir a mesma funcionalidade que
possuía anteriormente.
Novo produto
Um novo produto, ao ser introduzido numa indústria, forçosamente abriga um reestudo do "plant
layout" atual.
As novas peças que deverão ser produzidas significam novos processos, novas seqüências,
novos métodos, novos controles.
Pode ser suficiente um arranjo na s máquinas atuais, pode ser que seja necessária a aquisição de
novos equipamentos, ou então, deverão ser feitas novas linhas ou nova fabrica - tudo isso estudo de
"plant layout".
Melhoria das condições de trabalho e redução de acidente
Um bom "plant layout" é sempre seguro, e com simples recursos de posicionamento de máquinas pode
se evitar ferimentos provocados por cavacos; isolando-se um processo perigoso pode-se evitar
acidentes, acidentes com meios de transportes podem ser eliminados com mais eficientes corredores e
passagens, má ventilação, iluminação, podem ser causadas por deficientes localizações das secções ou
das máquinas; redução de ruídos podem aumentar a produção são todos esses problemas que devem
ser resolvi dos pelo homem de "plant layout".
Substituição do equipamento
Pode ser:
- econômica;
- técnica.
Em alguns casos, o "plant layout" nada mais é do que a reprodução do processo total de
manufatura, repetindo o diagrama de fluxo da peça.
Uma alteração do processo produtivo, por razões econômicas ou técnicas, abriga um reestudo
do "plant layout", na busca de outra combinação ótima dos meios que concorrem para a produção.
A administração e um dos meios que concorrem para a produção, e é um dos itens a serem
observados num estudo de "plant layout".
Dois estudos do mesmo problema, possuindo sistemas de controle diferentes, terão duas
soluções, cada qual mais adequada a administração existente.
A introdução de almoxarifados de controle, oposicionamente de marcadores de produção, ou
mais modernamente, de perfuradoras de cartão diretamente ligadas a uma central de processamento
de dados;
Os locais de controle de qualidade e do seu método de trabalho (inspeção, global ou por
gráficos);
A mudança de mentalidade organizativa de um departamento que a partir de um determinado
instante, pretende centralizar a distribuição de ferramentas e material em processo, são problemas de
intima ligação entre o homem de "plant layout".
Como auxiliar o particular sistema de programação e produção (se é por lote padrão, estoque
mínimo, período padrão), são algumas das relações entre a administração e o arranjo físico, que devem
ser perfeitamente conhecidas par a uma perfeita adequação do produto com sua administração.
Redução de Custo
Um estudo de redução de custo, é o estudo dos meios que concorrem para a produção:
material, mão de obra direta, administração, mão de obra indireta, serviço, etc.
Havendo uma alteração qualquer de um deles, novo estudo "plant layout" é necessário,pois a
alteração destruíra a combinação ótima que anteriormente se havia obtido: cumpre encontrar outra
com os novos elementos de produção.
A lista seria praticamente inesgotável. Uma questão primeira a ser respondida pelo homem do
"plant layout":
Compensa a modificação ou um novo plano? Ha melhor resposta será obtida e quase tornando-
se o problema, como uma análise de alternativa, levantando-se o investimento e considerando os
"lucros"como parcelas mensais que deverão compensar os investimento inicial. Esta é melhor resposta
ao problema. E essa deverá ser sempre que possível a forma pela qual o "plant layout" pede sua
aprovação.
As condições que forçam um rearranjo no "plant layout" são um pouco mais severas que as
anteriores.
Um produto novo, mudança no projeto do produto, alteração no processo produtivo, reduções
drásticas do transporte do material, problemas de iluminação e ventilação em maior escala, sugerem
que se faça um rearranjo de "plant layout" existente.
É um problema bastante freqüente.
A tabela a seguir resume as causas como surge o problema do "plant layout" e os efeitos
(diferente s problemas de "plant layout").
Melhoria
das Variação Mudança Introdução de
Mudança
Projeto condições da Substituição no vários
Novo no Redução
CAUSAS do de demanda de mercado métodos de
Produto processo de custo
produto trabalho e do equipamento de organização e
produtivo
redução de produto consumo controle
acidentes
EFEITOS
Pequenas
alterações em
"plant layout"; O R MF O F F O MF MF
existente.
Rearranjo em
"plant layout" MF F F F F F O MF F
existente
Transferência
para edifícios
existentes e O F R F R F F R O
ampliações
Construção de
uma fábrica nova. R F R F R O F R R
Par a conseguir os seus objetivos, o "plant layout" se utiliza dos seguintes princípios gerais, que
devem ser obedecidos por todos os estudos.
Principio da integração
Diz que os diversos elementos devem estar harmonicamente integrados, pois a falha em
qualquer um deles resultara numa ineficiência global.
Devem estar dotados de absoluta unidade de propósitos.
Pode-se fazer aqui a semelhança do "plant layout" com uma corrente: a resistência da corrente
e aquela do seu elo mais fraco.
Rompido este, a corrente deixa de funcionar como unidade.
Por este principio, deve-se estudar os pequenos pormenores da fábrica, pois esta é considerada
como uma unidade composta de uma série de elementos que devem estar devidamente entrosados
visando a eficiência de produção.
O transporte nada acrescenta ao produto. Nunca se ouviu dizer que um produto industrial vale
mais que outro, idêntico ao primeiro, simplesmente porque este se movimentou mais.
O que podemos dizer é que muito provavelmente o primeiro produto custou mais caro.
Desse modo as distancias devem ser reduzidas ao mínimo para evitar esforços inúteis,
confusões e custos maiores.
As três dimensões podem ser utilizadas, o que se traduzirá numa menor utilização total do
espaço.
Deve-se ter sempre em mente que os itens a serem arranjados, na realidade ocupam um certo
volume, e não uma determinada área.
A restrição de se pensar em área somente se traduzirá numa maior utilização do espaço.
Deve-se pensar na utilização de porões, sub-solos, transportes por mono vias, etc.
Principio da satisfação e segurança
Quanto mais satisfação e segurança um layout proporcionar aos seus usuários, tanto melhor ele será.
Existem especialistas que consideram este como o principio principal no "plant layout", pois se
satisfação e segurança são atendidos, o estudo é aceito e, se aceito, o "plant layout" é triunfante.
Deve proporcionar boas condições de trabalho e máxima redução de risco.
Não se deve esquecer a influencia que fatores psicológicos como cores, impressão de ordem, impressão
de limpeza, possuem para melhorar a moral do trabalho.
Principio da flexibilidade
Este é um principio que, notadamente na atual condição de avanço tecnológico, deve ser
atentamente considerado pelo homem de "plant layout".
São freqüentes e rápidas as necessidades de mudança do projeto do produto, mudança de
métodos e sistema de trabalho.
A falta de atenção a essas alterações pode levar uma fabrica ao obsoletismo.
Neste principio, deve-se considerar que as condições vão mudar e que arranjo físico deve servir as
condições atuais e futuras.
As recomendações que apresentamos a seguir servem ao estudo do layout bem como a outros
planos industriais.
Por este item, aconselha-se o estudo global antes de entrarmos nos pormenores.
Estuda-se a fábrica como um todo, pensando em seus aspectos mais amplos: localização no
terreno, comunicação com o exterior, a localização dos grandes departamentos produtivos.
Não devemos nos esquecer do principio da integração, e também que se não tivermos uma
idéia ampla desenvolvida de inicio, dificilmente teremos o "edifício como um conjunto ordenado e
lógico de elementos, dotado de absoluta unidade de propósitos”.
Inexistindo o plano geral, o perigo é perder-se em detalhes que não assegurarão o principio da
integrarão.
O "plant layout" possui relações com todos os departamentos da fabrica e todos devem propor
idéias que aperfeiçoem as soluções encontradas.
Também não é privilégio do homem de "plant layout" ter boas idéias: cabe a ele recolher as
sugestões, analisá-las, colocando-as em concordância com o plano geral.
Outro aspecto importante é que a coleta dessas sugestões, e a discussão da idéia de todos cria
partidários do plano que serão úteis à hora de venda e introdução da solução.
Utilizar gráficos, tabelas, fluxogramas, plantas, modelos bi e tri dimensionais, enfim, todos os
recursos para facilitar a compreensão do plano e que ajudem a sua venda.
6.9.1 - Movimentação
São três:
- Arranjo posicional ou por posição fixa;
- Arranjo funcional, por processo, ou departamental;
- Arranjo linear ou por produto.
Peças
COMPONENTE
Equipamento
PRINCIPAL
Ferramental
Operário
Neste caso, as operações do mesmo tipo são agrupadas em mesmo departamento ou local.
Teremos então área de prensas, área de tornos, etc.
Este tipo de arranjo é bastante encontrado, especialmente em fermentarias, e é
particularmente interessante onde a tecnologia de execução tem caráter preponderante em relação aos
demais itens da produção. Este tipo de layout é de grande flexibilidade. Ex: Arranjo de setores de
manutenção, de construção de ferramental, de construção de máquinas ferramentas, volume de
produção médio.
Como exemplo de um "plant layout" funcional e por posição fixa, temos um setor de montagem
de maquinas ferramentas, onde o mesmo tipo de operação (montagem) é executado em torno do
componente principal do produto em posição fixada.
Se adicionarmos o setor de rebarbação a pintura ao exemplo anterior, teremos os três tipos de
"plant layout":
Funcional, posição fixa e linear:
Automatização e automação: De acordo com as definições vistas, esses dois tipos de arranjo se
enquadram como "plant layout" linear, pois o produto se movimenta, de estação em estação de
trabalho, e a disposição das estações coincide com a seqüência normal de processamento.
Mas existe um aperfeiçoamento nessas linhas: o movimento do material é feito automaticamente.
Automatização: Neste caso, o material é movimentado automaticamente ao longo da linha, e em seu
percurso vai sofrendo as operações de usinagem. A linha, neste caso, e composta de dispositivos tais
que uma estação repete sempre a mesma usinagem, em ciclos sucessivos. Como exemplos, possuimos,
as linhas "transfer" de usinagem de blocos de motor.
Automação: Aqui também não existe mão de obra para a movimentação. O que diferencia uma
linha autômata de uma linha automatizada é que a primeira possui autocontrole das operações que
executa, e através de um processo de volta de informações, corrige o seu desempenho para obedecer a
um projeto. Pode aproximar mais uma ferramenta, substituí-la, por outra, modificar as características
da usinagem, etc.
Como exemplo, apontamos as linhas de montagem e de usinagem na indústria automobilística.
Pode-se pensar que com linhas autômatas a perda de flexibilidade é total, pois uma pequena
alteração no projeto provocará a substituição ou reforma da linha. Não é isso que acontece
se utilizarmos na linha autômata o conceito das máquinas de "controle numérico" (NC), nas quais um
sistema eletrônico - pequeno computador - permite a programação das usinagens.
A modificação do programa permite modificação da usinagem a ser feita, o que dota uma linha
autômata de uma espantos a flexibilidade.
A análise econômica deve acompanhar todas as decisões sobre o tipo de arranjo a ser adotado.
Um "plant layout” linear custa mais, mas pode produzir um produto a menor custo, devido à
racionalização das possíveis soluções posteriores para o transporte e o controle.
Essa redução de custo pode significar um menor prazo de depreciação do arranjo. Nesse estudo,
devem ser levantados todos os custos que serão alterados pela modificação do tipo de solução.
Custo de instalação, custo do transporte, custo da supervisão, do controle de qualidade, do
controle de produção, do material em processamento, dos atrasos de produção, da maior e menor
eficiência do processo de manufatura, etc. A ponderação dos custos de funcionamento unitários pela
quantidade a ser produzida num certo período de tempo serão parcelas que deverão depreciar as
instalações.
De um estudo desse tipo, obtém-se um gráfico como o que se vê a seguir:
Do gráfico verifica-se que, para os custos fixos a solução posicional é de menor custo, o
funcional é maior do que o primeiro e o linear e o maior de todos.
A partir de um certo volume de produção, os custos fixos mais os de funcionamento dão
vantagem ao funcional, e se aumentarmos ainda a produção, teremos um ponto a partir do qual o linear
e o mais econômico.
Analise semelhante pode ser feita com a introdução de faturamento nesse gráfico.
Os lucros irão aumentando com o aumento da quantidade e com a modificação do tipo de arranjo.
Exemplos ilustrativo.
Um exemplo pode ilustrar o procedimento a ser adotado quando da comparação econômica de
dois tipos de arranjo.
Seja um setor de fabricação, conforme esquema apresentado a seguir, que processa dois produtos “A” e
“B”.
Produto Peso (g) Custo matéria Custo de produto Demanda anual
prima acabado
A 200 300 600 480.000
B 500 500 300 960.000
A análise desses itens de custo apontará aqueles que sofrerão alterações numa ou noutra
alternativa.
O custo dos refugos por exemplo, muito provavelmente não ira sofrer alterações.
Custo do Transporte
O custo do transporte é diferente, pois as distâncias são diferentes nas duas alternativas.
Sejam, adicionalmente, os dados;
- transporte em carrinhos;
- carga de um carrinho; 10 Kg
- tempo de transporte do carrinho: 0,25 min./15 metros.
Para o produto A, transporte entre 1ª e 2ª operações, "plant layout" departamental são
necessários:
Nº de carrinhos utilizados
= por dia.
= Minutos disponíveis de um
operário por dia.
Logo, o numero de operários entre a 1ª e a 2ª operação para o produto A, arranjo departamental, será:
Fazendo-se a analise de todos os equipamentos, teremos os Qmj que, somados, nos darão a quantidade
do material em processamento para o produto A.
Custo da supervisão
Nº de peças Tempo de
controladas controle de
por dia 1 peça
Tempo
Tempo necessário total por dia disponível
para a inspeção das peças A entre do operário
a 1ª e a 2ª operação.
O investimento no arranjo funcional será nulo, pois existe e não necessita de modificações.
No arranjo linear, teremos, por hipótese:
- custo da mudança
- custo das instalações novas
- reforma de máquinas e dispositivos
Seja, então Cl o custo desses investimentos.
DECISÃO
Montamos a expressão:
C l = (S1 – S2 ) PWF