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Objectivos de Aprendizagem
Até ao fim da aula os alunos devem ser capazes de:
Sobre o conteúdo de “Atitudes e Técnicas de Comunicação”
1. Descrever os fundamentos da relação clínico-paciente.
2. Explicar como gerir a participação da família e/ou acompanhante no exame clínico.
3. Enumerar as situações em que a história poderá ser colhida através de um
acompanhante ou responsável (paciente critico, criança, paciente psiquiátrico).
4. Explicar as técnicas de comunicação frequentemente utilizadas na entrevista médica.
Estrutura da Aula
1 Introdução à aula
4 Recolha da Anamnese em
Circunstâncias Particulares
5 Técnicas de Comunicação
5 Pontos-chave
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Projector, papel gigante e marcador, e trechos de filmes envolvendo relação clínico-
paciente e técnicas de comunicação, para serem analisados.
Trabalhos para casa (TPC), Exercícios e textos para leitura – incluir data a ser
entregue:
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BLOCO 1: INTRODUÇÃO A AULA
1. Apresentação do tópico (incluindo sua relevância para a função/pratica clínica do
Técnico de Medicina), conteúdos e objectivos de aprendizagem.
2. Apresentação da estrutura da aula.
3. Apresentação da bibliografia que o aluno deverá manejar para ampliar conhecimentos.
No momento que o paciente encontra o clínico, inicia uma relação: o ponto comum
dessa relação é que o paciente e o clínico têm o mesmo objectivo, ou seja, conseguir
encontrar uma solução para o problema do paciente. Nessa comunicação o paciente
será influenciado pela atitude e perguntas que o clínico lhe faz e o clínico será
influenciado pelas respostas e atitude do paciente.
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A dinâmica psicologica que se desenvolve na relação médico-paciente depende das
seguintes condições:
Características do clínico e do paciente (que dependem de temperamento,
condições culturais, modo de viver).
A característica da doença e como a doença influe a vida do paciente.
As condições de tratamento: hospitalização, regime ambulatório, consultório
particular
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fazer seu trabalho; desenvolve mecanismos que podem inibir o paciente,
impedindo um adequado relacionamento.
Padrão pessimista: costuma a ver doenças com mais gravidade, e expressa
desânimo e desesperança.
Padrão otimista: nao vê dificuldade em nada; tudo é simples e sem gravidade.
Padrão autoritário: impõe suas decisões, e não quer ser questionado.
2. A relação clínico-familiar/acompanhante/cuidador
Em caso de um paciente ser acompanahdo por outra pessoa, o clínico tem a
responsabilidade de esclarecer logo qual é a relação entre o paciente e o
acompanhante. O acompanhante pode ter várias tipologias e várias funções:
Ser a pessoa legalmente responsável: por exemplo os pais em caso de um
menor.
Apoiar ao paciente que não tem coragem de ir sozinho à consulta, que não sabe
explicar as suas queixas: um amigo
Acompanhar familiares: a nora em caso da sogra, a mulher/marido em caso de
um casal para saber qual é o problema.
Acompanhar um desconhecido que precisa de ajuda em caso de acidente.
Diferentes acompanhantes para o mesmo paciente, na mesma consulta ou em
consultas diferentes: criança órfã que vive com tios, primos, ou em orfanato.
Um trabalhador de saúde da comunidade, ou voluntários de cuidados
domiciliários.
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Tipo de relacionamento entre o paciente e o acompanhante: mulher e marido em
caso de casal, sogra, familiar, vizinho, cuidador legal, etc.
Consentimento do paciente para o acompanhante ficar presente durante a
anamnese.
Todas essas situações requerem uma avaliação específica por parte do clínico para
perceber:
Até que ponto o paciente é capaz de dar as informações completas, e se a
contribuição do acompanhante é ou não é essencial.
Até que ponto o paciente quer que o acompanhante seja envolvido e conhece os
seus problemas.
Até que ponto o clínico pode confiar no acompanhante como pessoa de apoio
para cuidar dos problemas agudos e no seguimento do paciente.
Quando o clínico avaliar todas essas possibilidades, o clínico deverá decidir que tipo de
relacionamento deve ter com o acompanhante e até que ponto essa pessoa deve ser
informada sobre as questões do paciente. Podemos ter 3 situações:
O paciente é um menor ou tem um cuidador legal: deve ser informado sobre
tudo.
O paciente quer que o acompanhante seja informado sobre tudo.
O paciente nao quer que o acompanhante seja informado completamente sobre
a sua situação.
Nas primeiras duas situações, o clínico irá estabelecer um relacionamento de confiança
com o acompanhante sempre considerando o paciente como o centro da consulta e
nunca falando com o acompanhante como se o paciente não estivesse na sala de
consulta. No terceiro caso o clínico deve ter habilidade de filtrar e escolher as
informações que pode partilhar com o acompanhante, segundo as orientações do
paciente.
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5. Em caso de um paciente ser acompanhado, o clínico tem a responsabilidade de
esclarecer logo quem é o acompanhante e porque uma outra pessoa está a falar em vez
do paciente.
6. Os passos para recolher uma história clínica de outra pessoa são os mesmos.
Dependendo do relacionamento e do conhecimento entre o paciente e o acompanhante
a abrangência e qualidade da anamnese vai variar e nem sempre é possível obter uma
anamnese completa.
7. Existem situações nas quais o paciente vem com acompanhantes diferentes, cada um
com uma versão de informações diferente ou com informações complementares.
Nessas situações é preciso tentar recolher as informações essenciais e necessárias, e
actualizar uma anamnese recolhida anteriormente se for necessário.
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1.3 Condições nas quais o paciente não é capaz de comunicar-se eficazmente e está
acompanhado por uma pessoa que não sabe todas as informacões que o clínico precisa
ou o acompanhante é um desconhecido.
Nos casos listados acima, assim que possível o clínico deverá procurar todas as
informações para ter uma história o mais abrangente e completa possível, ao conversar
com familaires, acompanhantes ou pessoas que podem conhecer o paciente.
2. Caso não for possível obter uma anamnese completa e seguir o esquema padrão, as
informações essenciais para o clínico poder agir são:
Dados de identificação: nome (pode já existir no processo clínico do paciente),
idade (a gestão de casos é diferente em pacientes com idades diferentes) e o
sexo (as patologias podem ser diferentes)
Queixa atual
História pregressa relacionada ao evento atual
Doenças crónicas
Eventuais tratamentos em curso
Eventuais alergias à medicamentos
3. Outras consultas aonde nao é comum recolher uma anamnese abrangente são as
consultas com especialistas. Exemplo: consulta oftalmologica, ortopédica, etc.
4. Uso do guiao da anamnese: é’ bom ter o hábito de ter sempre consigo um guião de
anamnese, para consultar caso, durante a entrevista, não lembrar os passos e as
perguntas a fazer. Caso usar o guião, não o leia em voz alta na frente do paciente,
ams consulte para garantir que todas as perguntas foram feitas.
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1.8 Utilizar palavras que o paciente possa entender; evitar termos médicos.
1.9 Demonstrar respeito ao paciente e os familiares/acompanhante.
1.10 Assegurar o paciente que tudo que será falado é confidencial.
1.11 Assegurar o conforto do paciente durante a recolha da anamnese.
1.12 Ter consciência da diferença de sexo e de idade entre o clínico e o paciente.
2. As técnicas não verbais para obter informações: As pessoas comunicam com e sem
palavras. Essa última forma de comunicação é útil para recolher informações e enviar
mensagens. As técnicas não verbais a serem adoptadas pelo clínico são:
2.1 Escuta activa: o clínico deve escutar o que o paciente diz, mas tambem como ele
fala.
2.2 Facilitação e encorajamento narrativo: o clínico deixa o paciente falar e com seu
corpo, olhar, e movimentos da cabeça, encoraja o paciente a continuar. Exemplo:
sentar-se ao mesmo nível dos olhos do paciente e olhar para ele é reconfortante e
demonstra que a atenção do clínico está direccionada ao problema do paciente;
anuir com a cabeça indica que o clínico percebe o que o paciente está a dizer.
2.3 Observar o comportamento do paciente: como ele reage às perguntas do clínico,
como reage quando o acompanhante fala e tentar interpretar como o paciente se
sente em respeito ao problema/queixa apresentado.
2.4 Ser consciente do seu próprio comportamento: o paciente tambem estará
observando como o clínico reage e responde. Por exemplo, se o clínico está calmo,
o doente estará calmo; se o clínico se mostra ansioso o paciente vai captar essa
ansiedade.
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potencial do momento da recolha da anmnese. Apoiar o paciente significa mostrar que
voce está a entender o que ele está falando, como ele se sente e que está interessado
em ajudar, apoiar e resolver a situação. Pode apoiar o paciente em duas maneiras, com
as palavras que você diz e com a sua atitude.
Palavras de apoio podem ser: “Deve ter sido difícil para você suportar isso tudo,” ou
“Compreendo o que você está a dizer,” ou “Deve ter ficado preocupado quando a dor no
peito iniciou.”
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