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Andreia Ferreira
Nelma Elias
Mestrado: Fiscalidade
Unidade Curricular: Procedimento e Processo Tributário
Docente da Unidade Curricular: Prof.ª Jesuíno Alcântara Martins
IV
Lista de Siglas e Abreviaturas
AT – Autoridade Tributária
CC – Código Civil
CPPT – Código do Procedimento e do Processo Tributário
LGT – Lei Geral Tributária
SP – Sujeito Passivo
STA – Supremo Tribunal Administrativo
V
1. Introdução
Cada vez mais as relações que existem estabelecem-se das mais diversas formas, quer a
nível pessoal, social ou até mesmo jurídico. A relação jurídica acaba por ser a atribuição
de direitos e deveres às partes que fazem parte dessa mesma relação.
De uma forma genérica, a relação jurídica compreende todos os sujeitos, o objeto, o facto
jurídico e a garantia. É com base no conceito de garantia, que se compreendem também
os direitos e deveres da AT, mas também dos contribuintes – artigo 1º, nº2 da LGT.
Os sujeitos na relação jurídica tributária podem ser ativos ou passivos. Como Sujeito
Ativo consideramos a AT, a quem é dado o direito de exigir o cumprimento das
obrigações tributárias, embora este direito possa também ser alargado a outros sujeitos
não estatais que sejam mencionados pela AT. Quanto aos SP, são consideradas todas as
pessoas singulares e coletivas, o património, ou a organização de facto ou de direito que,
nos termos da lei, está vinculado ao cumprimento da prestação tributária, seja como
contribuinte direto, substituto ou responsáveis solidários e subsidiários, de acordo com o
nº 3 do artigo 18º da LGT, cuja determinação destes baseia-se nas normas de incidência
subjetiva dos impostos.
Como em qualquer relação, a responsabilidade pelo cumprimento das obrigações dos
intervenientes está sempre presente, e na relação jurídica tributária para além da
responsabilidade dos SP Originários, a responsabilidade tributária pode abranger outras
pessoas, a título de responsabilidade solidária ou subsidiária, gozando dos mesmos
direitos e das garantias de segurança e proteção jurídica que o devedor original.
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2. O que é um Sujeito Passivo?
O SP, segundo o artigo 18º, nº3 da LGT, é aquele que nos termos da lei, está obrigado ao
cumprimento da prestação tributária, sendo que todos os sujeitos passivos têm
personalidade tributária, ou seja, são suscetíveis de serem titulares de direitos e
obrigações – artigo 15º da LGT.
No entanto nem todos os SP tem capacidade tributária, uma vez que, nem todos podem
exercer a título pessoal e de forma livre tanto os seus direitos como os seus deveres. Assim
sendo podemos concluir que, não têm capacidade tributária os não residentes, os menores,
os incapazes, necessitando assim de um representante legal ou de um representante
voluntário (depende da vontade de cada um) – artigo 5º, nº1 e 2 do CPPT.
Todos os SP possuem domicílio fiscal, segundo o artigo 19º, nº1 e 2 da LGT, no caso das
pessoas singulares é o local da sua residência habitual, já as pessoas coletivas é o local da
sua sede. Sendo que, também há a possibilidade de Domicílio Fiscal Eletrónico, que é
obrigatória para todos os SP de IVA e de IRC – artigo 19º, nº10 da LGT.
Por outro lado, todos os contribuintes têm o dever de comunicar qualquer alteração do
seu domicílio fiscal, caso não comunique a alteração é então considerada ineficaz, pois
este envio, faz com que fique considerado notificado.
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3. Responsabilidade Tributária
O objeto de estudo, é a Responsabilidade Tributária, e como se viu anteriormente, pode-
se dividir em Responsabilidade Solidária e Responsabilidade Subsidiária – artigo 22º, nº
2 da LGT.
Os responsáveis solidários e subsidiários gozam dos mesmos direitos de reclamação e
impugnação da dívida tributária, bem como das necessidades de garantia, da segurança e
da proteção jurídica, segundo o artigo 22º, nº 4 da LGT.
A responsabilidade tributária abrange, para além da totalidade da dívida tributária, os
juros e demais encargos legais, tanto ao devedor como ao responsável ou responsáveis.
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devendo este ser sempre procedido de audição prévia e a decisão deve ser sempre
fundamentada.
O devedor subsidiário goza do benefício de poder recusar o cumprimento da dívida
tributária enquanto a AT não tiver penhorado todos os bens dos devedores sem obter a
satisfação do seu crédito, ou então se o devedor subsidiário provar que o crédito não foi
satisfeito por culpa da AT.
Os SP não Originários são responsáveis pela totalidade de dívida incluindo juros e custos
processuais, contudo caso efetue o pagamento dentro do prazo da oposição, que são 30
dias, ficam isentos dos custos acessórios, segundo o artigo 23º, nº5 da LGT. Estes sujeitos
podem reclamar ou impugnar a dívida nos mesmos termos do devedor originário.
Como já referimos anteriormente, deve-se proceder ao Princípio da Audição Prévia,
mesmo quando há a presunção de culpa, de seguida deve ser devidamente fundamentada
nos seus pressupostos na citação do responsável subsidiário.
O STA, diz que os herdeiros do responsável subsidiário, falecido sem que tenha sido
citado para a reversão, contra quem revertera a execução fiscal originariamente instaurada
contra o devedor principal, respondem pela dívida exequenda até ao limite das forças da
herança.
3.2.1 Exemplo
No caso da Sociedade X que seja notificada para pagar uma dívida e não o faz porque não
tem meios financeiros, nem património que responda pela mesma, então a AT pode
realizar o procedimento de reversão da execução fiscal contra o responsável subsidiário.
Segundo o artigo 23º, nº 2 da LGT, tem de haver uma fundada insuficiência de bens
penhoráveis, isto é, de bens suscetíveis de penhora para satisfazer a dívida.
Para que seja possível o processo de reversão, é necessário que se consiga provar que a
empresa não tem qualquer bem suscetível de penhora e sem prejuízo do beneficio da
execução, o que quer dizer que a AT só pode realmente executar o património do
responsável subsidiário desde que tenha esgotado completamente o património do
devedor originário.
Se o devedor originário tiver uma dívida de um determinado valor, mas se esse património
que detêm é inferior ao valor em dívida, a AT terá de executar primeiro o património da
empresa (devedor originário) e só depois poderá exigir ao responsável subsidiário a parte
restante, através do mencionado no processo de reversão.
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4. Contra quem pode reverter a execução
Há outras pessoas que poderão ter responsabilidade e que não exerçam funções de
administração da sociedade, como o caso dos ROC`s. Desde que se demonstre que a
violação dos deveres tributários das sociedades resultou do incumprimento das suas
funções de fiscalização, pois se as tivesse exercido de forma correta, poderia não resultar
o incumprimento das obrigações fiscais.
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5. Conclusão
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Referências Bibliográficas
Machado, J., & Costa, P. (2016). Manual de Direito Fiscal - perspetiva multinível.
Coimbra: Almedina