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Admiro Rachide Adremane


Atija Abu
Filomena João Makwinda
Gerson Domingos Aurélio
José Anselmo Alberto
Vanessa Carlitos

Teorias tradicionais do Currículo


Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Gestão Laboratorial

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente
2024
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Admiro Rachide Adremane


Atija Abu
Filomena João Mawinda
Gerson Domingos Aurélio
José Anselmo Alberto
Vanessa Carlitos

Teorias tradicionais do Currículo

Trabalho de carácter avaliativo a ser


entregue na cadeira de didáctica de
química IV, no curso de licenciatura em
ensino de Química, 4o ano I semestre,

Docente: MA. Jorge Ernesto

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente
2024
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Índice
Introdução .................................................................................................................................. 4

Objetivo geral............................................................................................................................. 4

Objetivos específicos ................................................................................................................. 4

Metodologia ............................................................................................................................... 4

1. Teorias tradicionais do Currículo ....................................................................................... 5

1.1. Origem do termo currículo.............................................................................................. 5

1.2. O modelo progressista e Bobbitt e Ralph Tyler .................................................................. 5

1.2. O Taylorismo, para a educação. ...................................................................................... 6

1.3. O foco da teoria tradicional............................................................................................. 7

1.4. Principais autores da teoria tradicional ............................................................................... 8

Conclusão................................................................................................................................... 9

Referencia bibliográfica ........................................................................................................... 10


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Introdução

As teorias tradicionais de currículo são baseadas em modelos tradicionais cuja discussão não
visam problematizar as instituições de ensino, tampouco os processos de configuração da vida
social na sua relação com a construção do currículo e do processo de ensino-aprendizagem.
Essa perspectiva produz um apagamento acerca das questões econômicas, políticas e culturais
que culminam na elaboração de um currículo apenas como conjunto de conteúdos que devem
ser ministrados, apagando as discussões sobre a estrutura social que determina aquilo que deve
ou não ser ensinado e os porquês dessa seleção. De modo geral, esse modelo de currículo está
centrado em questões técnicas e é baseado numa perspectiva fabril, de monitoramento e
controle dos envolvidos no processo educacional. Assim, pode-se dizer que as teorias
tradicionais colocam o currículo nos moldes do sistema capitalista.

Objetivo geral
 Analisar as teorias tradicionais de currículo;

Objetivos específicos
 Explicar as teorias tradicionais;
 Distinguir teoria tradicional das teorias criticas e pós-criticas;
 Caracterizar as teorias Tradicionais de currículo.

Metodologia

Para a elaboração deste trabalho recorreu – se algumas fontes de consulta, nomeadamente:


manuais e artigos científicos. Quanto a organização deste trabalho obedece a seguinte
sequencia: Introdução, desenvolvimento, Conclusão e referencia bibliográfica.
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1. Teorias tradicionais do Currículo


1.1.Origem do termo currículo

O termo currículo deriva do latim, curere, e significa caminho, carreira, trajeto, percurso, pista
e jornadas. Pode também referir-se à “ordem como sequência” e à “ordem como estrutura”
(GOODSON, 1995, p. 7). No ano de 1625, o pastor protestante Comenius foi pioneiro na
organização dos níveis de ensino e seriação de estudos. O autor foi responsável pela elaboração
de proposta educacional da Reforma Protestante, onde postulava o livre acesso às Escrituras
Sagradas para todos os seres humanos, inclusive aos trabalhadores camponeses (COMENIUS,
1976)

1.2. O modelo progressista e Bobbitt e Ralph Tyler

O mais antigo grupo de teorias do currículo é o das teorias tradicionais. Os que têm maior
representatividade deste agrupamento teórico são John Dewey – por intermédio do modelo
progressista e Bobbitt e Ralph Tyler – mediante o modelo tecnocrático. Contudo, é essencial
evidenciar que as concepções destes autores, ainda que se integrem ao mesmo grupo de teorias,
não compartilha totalmente das mesmas opiniões e princípios (SILVA 2011).

Os primeiros trabalhos publicados sobre currículo foram apresentados por John Dewey em
1900 e 1902, intitulados: The absolute curriculum e The child and the curriculum,
representando uma continuação do pragmatismo filosófico, iniciado por William James (1842
– 1910) e Charles Sanders Peirce (1839 – 1914). O autor defendia os pressupostos da Escola
Progressista ou Democrática, fundamentados na educação pela ação – aprender fazendo (learn
by doing) e o aprender sentindo, enriquecido pela troca de experiências dos alunos.

Os cinco passos da aprendizagem para Dewey (1979) são:

 Atividade ligada ao interesse do educando;


 Situação-problema;
 Coleta de dados para superação da situação problema;
 Formulação de hipóteses explicativas da situação-problema;
 Experimentação: teste da hipótese.

Os cinco passos não podem ser considerados como um método pedagógico específico e, sim,
como uma forma de conceber a aprendizagem. Nas palavras de Dewey (1971, p. 6-7), “[...]
aprender significa adquirir o que já está incorporado aos livros e à mente dos mais velhos. [...]
nas práticas da educação mais nova, [...] aprender por experiência [...]” e, em contato com o
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mundo em mudança. Os pressupostos da escola progressista foram sufocados pela


modernidade e pelo industrialismo, face as novas habilidades requeridas pelo mundo do
trabalho. Surgiu, desta forma, a teoria curricular tradicional para valorizar o tecnicismo (o fazer
pelo fazer) em detrimento do “pensar” e do “agir” articulado.

1.2. O Taylorismo, para a educação.

De acordo com Silva (2007, p.25): Ralph Tyler consolidou a teoria de Bobbit quando propõe
que o desenvolvimento do currículo deve responder a quatro principais questões:

 Que objetivos educacionais deve a escola procurar atingir;


 que experiências educacionais podem ser oferecidas que tenham probabilidade de
alcançar esses propósitos;
 como organizar eficientemente essas experiências educacionais;
 como podemos ter certeza de que esses objetivos estão sendo alcançados

O currículo deve explicar os objetivos que a escola deve alcançar as experiências que
contribuem para alcança-los e a maneira eficaz de organizá-las.

De acordo com Silva (2011), Tyler pregava que esses objetivos da educação devem ser uma
busca nos alunos, na vida contemporânea além da escola e nas recomendações de especialistas.
O autor atribui colocação imprescindível aos objetivos por compreender que sem estes é
inviável definir que experiências a escola deve oferecer e como organizá-las.

O currículo tinha como pressuposto a neutralidade científica, fundamentado nos princípios da


racionalidade e eficiência refletidos na mecanização e na racionalização das atividades do
processo educativo (KLIEBARD, 2011).

A teoria curricular técnica ou tradicional é uma teoria linear e prescritiva de instrução,


conhecida por Rationale Tyler, fundamentada na definição clara de objetivos, no
comportamento observável e na avaliação objetiva dos resultados. A construção curricular,
centrada em objetivos, mantém o professor distante da responsabilidade na formulação dos
objetivos (SOUZA, 2002).

Em 1962, Hilda Taba com a publicação do livro Curriculum development: theory and practice,
também buscava a complementar as teses de Tyler. Para a autora, o currículo é um plano para
a aprendizagem e, por conseguinte, todos os aspectos ligados ao processo de aprendizagem e
do desenvolvimento do indivíduo são subsídios relevantes quando da elaboração do currículo.
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Os modelos mais tradicionais de currículo, tantos os técnicos quanto os progressistas de base


psicológica só foram contestados, nos Estados Unidos, a partir dos anos 1970, com o chamado
Movimento de Reconceitualização do Currículo.

1.3. O foco da teoria tradicional

A teoria tradicional busca ser neutra, tendo como foco principal apontar os objetivos da
educação escolarizada, formar o trabalhador especializado ou propiciar à população uma
educação geral, acadêmica.

Segundo SILVA, T. T. da (2007) as teorias tradicionais do currículo caracterizam-se pelo


rompimento com o modelo padrão clássico humanista de educação e, logo, de currículo, centra-
se na essência do intelecto, no conhecimento; homem constituído por uma essência imutável,
ensino de caráter verbalista, autoritário e inibidor da participação do aluno, conteúdos
enciclopédicos, descontextualizados, valorização do conteúdo, do aspecto intelectual, da
disciplina, educação centrada no professor, que deve dominar os conteúdos, ensinar é repassar
conhecimentos, aprendizagem é a modificação de desempenho, ensino é processo de
condicionamento / reforço da resposta, através da mecanização do processo.

Silva (2007) explica que esta teoria teve como primordial representante Bobbit, que escreveu
sobre o currículo em uma situação nas quais diversas forças econômicas, culturais e políticas
procuravam abranger a educação de massas para assegurar que sua ideologia fosse garantida.
Sua proposta era que a escola funcionasse com o mesmo ritmo de empresas comerciais ou
industriais. Segundo Silva (2007 p.?):

[...] de acordo com Bobbit, o sistema educacional deveria começar por


estabelecer de forma precisa quais são seus objetivos. Esses objetivos, por sua
vez deveriam se basear num exame daquelas habilidades necessárias para
exercer com eficiência as ocupações profissionais da vida adulta.

A indústria demanda de mão de obra qualificada e as escolas devem ser capazes de prepará-la.
Para tal, o trabalho das escolas deve se equiparar ao das empresas. Na busca pelos resultados
esperados e tendo como palavra-chave a eficácia, deve-se guiar pelo modelo empresarial de
Frederick Winslow Taylor.

Portanto O modelo burocrático, juntamente com suas sofisticações behavioristas e


tecnológicas, segundo Kliebard (2011, p. 20) reforçava o caráter da educação como algo
programável: “Estímulo e resposta, insumo-exsumo, produtor-consumidor são conceitos
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idênticos, apenas ditos com termos diferentes [...] as pessoas são manipuladas como merecem,
isto é, como gigantescos ratos de Skinner”. As ideias de Bobbit proporcionaram a derivação de
duas outras perspectivas da teoria curricular técnica, as de Ralph Tyler e as de Hilda Taba.

1.4.Principais autores da teoria tradicional

A publicação da obra The curriculum, em 1918, por John Franklin Bobbitt, representou um
marco expressivo das intenções e concepções da teoria tradicional; Ralph Tyler (1949), com a
publicação do livro Princípios Básicos de Currículo e Ensino; John Dewey em 1900 e 1902,
intitulados: The absolute curriculum e The child and the curriculum; e COMENIUS, J. A na
sua obra Didática magna, 1976.
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Conclusão

Apos muita leitura chegamos a concluir que a teoria tradicional é baseada numa visão técnica
e de conhecimento, na reprodução e no controle do processo de ensino-aprendizagem. Ela
fundamenta as questões em torno da seleção dos conteúdos, das habilidades e competências
que devem ser desenvolvidas, privilegiando saberes hegemônicos, culturas e grupos sociais.
Por outro lado, deu para entender que a construção curricular, centrada em objetivos, mantém
o professor distante da responsabilidade na formulação dos objetivos.
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Referencia bibliográfica

1. COMENIUS, J. A. (1976.) Didática magna. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,


2. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. (1978.) 5ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
3. GOODSON, I. F. (1998.) Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes,
4. HORNBURG, N.; SILVA, R. (2007) Teorias sobre currículo: uma análise para
compreensão e mudança. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG, v. 3, n. 10,
p. 61-66, jan./jun.
5. KLIEBARD, H. M. Os princípios de Tyler. Currículo sem Fronteiras. V.11, n.2, p.23-
35, jul/dez, 2011.
6. SALIH, S. Judith Butler (2012) e a teoria queer. Belo Horizonte: Autêntica,
7. SILVA, T. T. da (2007). Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do
currículo. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica.
8. SILVA, Tomaz Tadeu da (1996). Identidades terminais: as transformações na política
da pedagogia e na pedagogia da política. Petrópolis: Vozes,.
9. SILVA, Tomaz Tadeu da (2010). Documentos de identidade: uma introdução às teorias
do currículo. 3.ed. -1. reimp – Belo Horizonte: Autêntica,
10. SOUZA, M. F. G. Fundamentos da educação básica para crianças. In: Módulo 2. Curso
PIE – Pedagogia para Professores em Exercício no Início de Escolarização. Brasília,
UnB, 2002.

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