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28/02/2024, 15:22 Dinâmicas de grupo: diversos contextos e objetivos

Dinâmicas de grupo: diversos contextos e objetivos


Prof.ª Patricia Rossi Carraro

Descrição

A compreensão das dinâmicas de grupo em diversos contextos e dos


seus objetivos como assuntos fundamentais para a psicologia da saúde,
a organizacional e a educacional.

Propósito

O conhecimento das dinâmicas de grupo em diversos contextos e dos


seus objetivos é essencial para a formação e a atuação do psicólogo em
diferentes contextos profissionais, como organizações e instituições.

Objetivos

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Módulo 1

Grupos em organizações e instituições


Identificar os grupos em organizações e instituições.

Módulo 2

O papel do coordenador do grupo


Descrever o papel do coordenador do grupo.

Módulo 3

Especificidades em grupos de crianças e


adolescentes
Reconhecer as especificidades em grupos de crianças e adolescentes.

Módulo 4

Ética no trabalho em grupo


Reconhecer a ética no trabalho em grupo.

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meeting_room
Introdução
Ao longo dos tempos, a palavra “grupo” tornou-se parte do dia a
dia das pessoas. Ela é utilizada para denominar diversas reuniões
de pessoas, por exemplo, grupo de amigos, de trabalho, de lazer
ou de idosos.

Dessa forma, reconhecer a importância do grupo é fundamental


para refletir a prática do psicólogo frente aos diversos contextos.
Por isso, neste conteúdo, vamos entender o funcionamento dos
grupos em organizações e instituições.

Verificaremos também o papel do coordenador de grupo e


apresentaremos as especificidades em grupos de crianças e
adolescentes. Por fim, identificaremos a ética no trabalho em
grupo.

Acreditamos que você esteja interessado em compreender os


aspectos do processo grupal. Eles, afinal, são primordiais para a
sua prática e formação profissional.

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1 - Grupos em organizações e instituições


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os grupos em organizações e
instituições.

O grupo, as organizações e as
instituições
O grupo

Para iniciarmos nossos estudos, vamos definir o que seria um grupo?

Diversos autores tentaram definir o termo “grupo”. Destacaremos a


seguir as definições de alguns deles:

Robbins (2002) expand_more

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É a reunião de duas ou mais pessoas interdependentes e


interativas, as quais, uma vez unidas, procuram alcançar
determinado objetivo.

Aguiar (2005) expand_more

É a quantidade de indivíduos que, além de compartilhar de um


conjunto de normas, crenças e valores, mantém, implícita ou
explicitamente, relações definidas de tal forma que o
comportamento de cada um traz consequências para os demais.

Bock, Furtado e Teixeira (2008) expand_more

Nossa história é marcada pela vida em grupo. A todo momento,


afinal, estamos nos relacionando com outras pessoas.

Exemplo: quando estamos sozinhos, pensamos em nossos


amigos, nas atividades que precisamos realizar com outras
pessoas e em nossa família.

Bergamini (2009) expand_more

É muito raro encontrar uma pessoa que esteja completamente


sozinha. Até mesmo alguém que escolhe viver isolado (em geral,
por motivo de penitência ou religiosidade) levará suas
lembranças sobre a convivência em grupo, assim como seu
conhecimento e sua cultura.

Mesmo que as pessoas saibam como fazer as coisas sozinhas,


há momentos nos quais elas precisam umas das outras. É muito

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difícil alguém viver totalmente isolado. Em torno de nós,


realmente há muitas coisas, mas existem principalmente pessoas
de quem se depende mais do que se consegue avaliar.

Busnello (1989) expand_more

É fundamental não esquecer que faz parte dos seres humanos o


hábito de se reunir em grupos, já que nascemos, nos
desenvolvemos e morremos dentro de grupos sociais. Em grupo,
também trabalhamos, nos divertimos e passamos por diversas
experiências de alegria, tristeza e crescimento. As pessoas têm
suas vidas ligadas ao funcionamento dos grupos.

As organizações e as instituições

Você já pensou na relação entre organizações, instituições e grupos?


Vamos refletir sobre ela?

Bock, Furtado e Teixeira (2008) afirmam que a instituição não seria


somente o local em que se presta determinado serviço, tendo ela uma
distribuição hierárquica, como a de uma empresa, escola ou hospital. A
instituição, na verdade, é um espaço abstrato que se constitui no campo
dos valores e das regras.

Agora, se fossemos pensar no que seria a organização, verificaremos


que ela seria uma forma de efetivar essas regras institucionais – só que
por meio da produção social. Robbins (2002) tem uma importante
contribuição para esse assunto.

Segundo o autor, a organização é sistema social formado por:

Pessoas
Sentimentos

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Interesses
Motivações
Bergamini (2009) considera que o aspecto grupal é fundamental para
que as pessoas consigam que um trabalho seja feito. Nesse caso, elas
precisam interagir da maneira mais produtiva possível para que os
objetivos almejados possam ser atingidos.

Quando essa interação positiva é alcançada, ocorre a sinergia, momento


no qual o todo é mais que a simples soma das partes. Ampliando o
potencial das forças individuais, atinge-se, dessa forma, a maior eficácia
do grupo como um todo.

O grupo, por sua vez, faz as regras e proporciona os valores. Ele, na


realidade, é composto por indivíduos que apresentam e, em outros
momentos, refazem tais regras.

É interessante observar que, ao mesmo tempo que têm a


responsabilidade de produzir dentro das organizações, esses indivíduos
são responsáveis pela construção de suas singularidades, as quais, na
maioria das vezes, são controladas, sendo submetidas de forma acrítica
a tais regras e valores. No entanto, eles também podem ser os indivíduos
da transformação, da oposição e da produção do novo (BOCK; FURTADO;
TEIXEIRA, 2008).

O grupo é um instrumento que complementa a dinâmica de construção


social da realidade. Trata-se do espaço em que a instituição acontece.

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Dinâmica de grupo em organizações


e instituições
Os grupos em diferentes organizações e suas dinâmicas

É importante destacar que a organização é composta por pessoas


organizadas para atingir metas comuns (LACOMBE, 2005). Já Aguiar
(2005) destaca que, em uma organização, verifica-se a existência de
diferentes grupos com:

Objetivos específicos (valores);


Normas e padrões de comportamento estabelecidos;
Uma forma própria de interação entre seus membros.

A importância e a influência dos grupos na organização e no


comportamento de seus membros têm sido um interessante constante
de psicólogos. Esses profissionais têm realizado muitos estudos sobre
os fenômenos grupais.

Tais estudos se concentram especificamente da seguinte forma:

Como são constituídos os grupos;


Aspectos de suas forças sociais e psicológicas;
Influência das diferentes estruturas grupais e dos canais de
comunicação;
Poder de influência e de mudança nos pequenos grupos;
Caracterização de um líder;
Funções de liderança;
Papel da liderança no desempenho e no comportamento dos
membros dos grupos.

Para Morin e Aubé (2009), em uma organização, o grupo representa um


recurso tanto para as pessoas que dele fazem parte quanto para ela.
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Em especial, o grupo pode:

Dar apoio ao indivíduo admitido em uma empresa;


Oferecer, ao longo de sua trajetória na organização, suporte para
que ele possa adquirir habilidades úteis para a execução de tarefas
e seu aperfeiçoamento;
Prestar ajuda ao indivíduo em suas atividades cotidianas.

Já para a empresa, o grupo possibilita a realização de tarefas complexas


ou difíceis à medida que se beneficia dos talentos de várias pessoas. Ele
também permite a melhoria da qualidade das decisões, facilita a
mudança e garante a estabilidade organizacional por meio do
fortalecimento do sentimento de se pertencer ao grupo de trabalho.

No ambiente de trabalho, alguns grupos se formam espontaneamente a


fim de atender a diferentes necessidades individuais. Podemos defini-los
como grupos informais.

Exemplo: grupos de amigos, de viagens e do futebol.

Por outro lado, outros grupos surgem por questões de trabalho ou por
decisão organizacional. Trata-se dos chamados grupos formais: a
entrada neles, em geral, é obrigatória; além disso, as pessoas geralmente
não escolhem quem entra ou com quem vão ficar.

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Vamos lembrar de que todos nós já passamos por experiências nas


quais fomos obrigados a trabalhar com pessoas com quem tínhamos
pouca ou nenhuma afinidade (pelo menos no início). Tais experiências
de vida nos fazem ter consciência das dificuldades que o trabalho em
grupo pode trazer, especialmente no que diz respeito ao aparecimento de
conflitos e problemas de gestão.

Mas não vamos esquecer de que várias pessoas viveram e vivem


experiências, mostrando quão importante e vantajoso é trabalhar em
grupo. Sabemos o quanto é difícil realizar individualmente determinadas
atividades (ou até impossível), porém, em grupo, elas se tornam muito
mais fáceis.

Bergamini (2009) afirma que, em grupo, o trabalho produtivo e eficaz é


um diferencial que oferece destaque à organização. O grupo eficaz
possibilita um espaço de aprendizagem colaborativa, oferecendo aos
seus membros a chance de melhorar suas competências nas funções.

Dessa forma, considera-se que os grupos podem ter um importante


impacto sobre a maneira como seus membros se comportam.

Os grupos em diferentes instituições e suas dinâmicas

De acordo com Bock, Furtado e Teixeira (2008), as pessoas estão


inseridas em espaços institucionalizados. A instituição é um campo
amplo no qual estão incluídas até as organizações.

Como exemplo de instituições, podemos considerar:


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Famílias
Instituições religiosas
Instituições de ensino (escolas e
universidades)
Instituições jurídicas, políticas e econômicas
São consideradas grupos primários as instituições cujos membros têm
relações próximas, havendo um grande envolvimento emocional que
costuma existir respeito, cooperação e lealdade. Exemplo: amigos e
familiares.

Já nas instituições com grupos secundários, os relacionamentos


imparciais e racionais predominam entre as pessoas. Nesses grupos,
também é comum haver indivíduos que nunca tiveram contato com seus
colegas. Exemplo: no ingresso em uma faculdade ou em um emprego
novo.

Nas instituições, há dois tipos de solidariedade. Confira a seguir:

Solidariedade orgânica expand_more

Considerada uma forma de convívio na qual as pessoas fazem


parte de um grupo porque escolhem estar com seus membros. É
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o caso do grupo de amigos que se reúne nos finais de semana,


no feriado ou nas férias para fazer um churrasco, ouvir uma
música, se divertir ou simplesmente bater papo.

Solidariedade mecânica expand_more

Ocorre quando fazemos parte de um grupo que independe da


nossa escolha. Entretanto, subgrupos (grupos de sala de aula ou
de amigos do escritório) podem surgir nele.

Observamos que a quantidade de pessoas em um grupo pode mudar


muito. Todos os membros dele terão um ou vários objetivos específicos
em comum, podendo desempenhar diferentes papéis para a execução
desse objetivo.

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Motivação nos grupos


Os motivos

Para Robbins (2002), as pessoas se reúnem em grupo por vários


motivos. Confira a seguir alguns deles:

Segurança expand_more

Reduzir a insegurança de “se sentir só”, criando forças para


enfrentar as ameaças.

Status expand_more

Ser incluído em um grupo pode ser visto como algo importante


para o indivíduo, já que ele proporciona reconhecimento para
seus membros.

Autoestima expand_more

Os grupos podem dar a seus membros uma sensação de valor


próprio à medida que a filiação faz com que seus membros
valorizem os outros do próprio grupo.

Associação expand_more

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Satisfações das necessidades sociais.

Poder expand_more

Os objetivos só podem ser alcançados por meio da ação grupal.

Alcance de metas expand_more

Ocasiões em que mais de uma pessoa é necessária para realizar


determinada tarefa em função da necessidade de diferentes
talentos, conhecimentos ou poderes para que uma meta seja
atingida.

A coesão

Outro aspecto importante em um grupo é a coesão. Trata-se de um


elemento usado pelos grupos para que seus membros alcancem as
regras estabelecidas.

Segundo Ribeiro (2003), quando as relações interpessoais entre os


membros de um grupo são fortes, a comunicação se torna mais
eficiente, reduzindo o nível de falhas e atritos; além disso, os conflitos e
as lutas pelo poder não são tão importantes.

Quanto mais coeso é um grupo, mais se cria um senso de identidade


entre seus membros, pois eles compartilham ideias e valores comuns à
convivência. Com isso, ela torna-se muito mais fácil, elevando o
comprometimento de todos para alcançar metas comuns.

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Bock, Furtado e Teixeira (2008) ressaltam que, quando alguém ingressa


em um novo grupo, seu comportamento será avaliado e sua adesão,
verificada. As pessoas que estão há mais tempo nele já não passam por
isso: caso não cumpram alguma regra, elas não serão responsabilizados
por isso.

Ocorre que, no caso das pessoas mais antigas, o grau de aderência ao


grupo é conhecido e entende-se que eles não agem contra a manutenção
dele. Ser fiel ao grupo constitui a chamada coesão grupal.

A partir de suas características, os grupos apresentam maior ou menor


coesão grupal.

Exemplo

Em um grupo de jovens que participam de reuniões religiosas, é


necessária alguma coesão para manter o grupo, mas não em alto grau.
Grupos com baixo grau de coesão acabam se desfazendo, como
geralmente acontece com grupos de pais em escolas.

Os objetivos do grupo sempre predominarão sobre os motivos


individuais, embora as diferenças individuais possam ser reconhecidas.
Se precisar manter sua coesão, ele dificultará colocações e expressões
individuais capazes de, de alguma forma, se opor às suas finalidades.

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Processos grupais em organizações e


instituições
Neste vídeo, a especialista reflete sobre os processos grupais em
organizações e instituições, destacando os respectivos desafios do
psicólogo.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Nas instituições, há dois tipos de convivência em grupos: a


solidariedade orgânica e a mecânica. Podemos dizer que a orgânica
está presente em:

grupo de professores do curso de Psicologia para


A
subsidiar as decisões do coordenador do curso.

grupo de psicólogos que se reúne a fim de implantar


B um treinamento para gestores em diversas
organizações.

C
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grupo de voluntários para servir comida para


moradores de rua.

D grupo de amigos que se reúne para jogar vôlei.

grupo de trabalho para subsidiar as decisões do


E
gestor de uma multinacional.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A solidariedade orgânica é um tipo de convívio no qual os indivíduos


pertencem a um grupo porque escolhem e desejam estar com outras
pessoas. Não há, assim, nenhuma obrigatoriedade. As pessoas se
reúnem por motivos diversos, como, por exemplo, gostar do mesmo
esporte (nadar, andar de bicicleta ou jogar futebol), ir a um barzinho
para conversar, ouvir música ou frequentar algum restaurante.

Questão 2

Nas organizações, certos grupos se formam por decisão


organizacional; outros, de maneira espontânea. Aqueles formados
por decisão organizacional (também denominados formais) seriam
a:

formação de um grupo para andar de bicicleta à


A
noite.

B formação de um grupo para estudar os astros.

C
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formação de um grupo para disputar o campeonato


de basquete do bairro.

formação de um grupo de discussão sobre política


D
brasileira.

formação de um grupo composto por psicólogos


E para atuar na implantação do programa de
qualidade de vida em diversas empresas.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Grupos formais são organizados pela estrutura de uma empresa. A


entrada no grupo é realizada por decisões organizacionais. Na
grande maioria das vezes, as pessoas não escolhem seus colegas.
Esses grupos são formados para executar determinada tarefa ou se
reportar diretamente a um executivo. Neles, o comportamento das
pessoas é determinado em função de metas e objetivos
organizacionais.

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2 - O papel do coordenador do grupo


Ao final deste módulo, você será capaz de descrever o papel do coordenador do grupo.

Competências do coordenador de
grupo
Formação

Para Zimerman (1993), a formação de um coordenador de grupo, da


mesma forma que a de qualquer outro profissional, está baseada em
três aspectos, confira:

Conhecimentos expand_more

Consistem na necessidade de uma consistente base teórica e


técnica relacionada a um programa de ensino-aprendizagem

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sistematizado e continuado por uma constante curiosidade e


leitura diversificada.

Habilidades expand_more

Resultam de uma atividade supervisionada, sendo que o


aprendizado é obtido tanto pelos acertos como – e
principalmente – pelos erros, só sendo possível a partir da
experiência própria de cada um.

Atitudes expand_more

As atitudes do terapeuta refletem como ele é como gente. Elas


resultam da união de uma série de fatores: conhecimentos e
habilidades que possuem; sua estrutura da personalidade; o
investimento em sua análise pessoal; seus valores; e,
principalmente, a presença de algumas características nem
sempre manifestadas.

Analisando as características da pessoa de um grupoterapeuta de forma


específica, podemos afirmar que nem todos os terapeutas têm indicação
para serem coordenadores de grupo.

Postura profissional

A partir dos estudos de Mota e Munari (2006), as principais posturas


esperadas para um coordenador de grupos seriam:

Competência técnica expand_more

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Dominar os conceitos científicos e os instrumentos, além de ter


habilidade para realizar intervenções e coordenar os aspectos
grupais.

Competência interpessoal expand_more

Conduzir o grupo com espontaneidade, proporcionando um


ambiente favorável à integração grupal.

Responsabilidade ética com o grupo expand_more

Atitude humanística e sem imposição de valores, crenças e


comportamentos.

Evitar enquadramentos teóricos expand_more

As teorias aprendidas durante a formação não podem ser


utilizadas para limitar o potencial e as dificuldades das pessoas,
excluindo-as.

Não emitir diagnósticos expand_more

Não é possível elaborar diagnósticos e análises que generalizem


os comportamentos do grupo, pois cada ser é único e tem sua
subjetividade.

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Utilizar o conhecimento científico expand_more

Deve-se fazer isso em vez de usar crenças populares e mitos no


processo grupal.

Não permitir ideias preconcebidas expand_more

Tais ideias são provenientes do contexto social que influencia a


percepção do grupo.Exemplo: Questões relacionadas a idade,
gênero, cor, etnia, cultura, religião, traços físicos e trejeitos
pessoais.

Compreender que cada participante do grupo tem um


ritmo e tempo específico expand_more

É imprescindível adquirir confiança, o coordenador deve ter


respeito e paciência com o funcionamento do grupo.

Não ter receio expand_more

É permitido errar, expressar suas percepções sobre o grupo, sem


medo de receber críticas dos participantes ou de ter uma
avaliação desfavorável do trabalho realizado.

É importante, portanto, que o coordenador não tenha receio de perder os


afetos que surgem na relação com o grupo e que acredite no trabalho
que realiza. Para Mota e Munari (2006), os aspectos apontados

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constituem atitudes e cuidados necessários e esperados para não


atrapalhar a dinâmica do grupo.

O coordenador deve incentivar o crescimento individual e grupal, com a


visão de que ambos precisam:

Expandir e aperfeiçoar os conhecimentos;


Desenvolver as potencialidades;
Promover a integração;
Quebrar paradigmas;
Possibilitar mudanças.

O papel do coordenador é interferir. Ao trabalhar com a dialética do


processo grupal, ele favorece uma perspectiva e uma comunicação clara,
de modo que todos tenham conhecimento sobre as situações ocorridas
no contexto grupal.

Prática do coordenador de grupo


As características do coordenador de grupo

Para Zimerman e Osório (1997), a coordenação de grupos é vista não só


como uma ciência, mas também como uma arte. Afinal, é necessário ter
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algumas características. Confira a seguir:

flag Conhecimento teórico

flag Domínio da técnica

flag Responsabilidade com o ser humano

flag Criatividade

flag Emoção

flag Sensibilidade

Vamos conhecer agora os principais atributos, isto é, as características


consideradas indispensáveis, na visão desses autores, para a formação
e a prática de um coordenador de grupo:

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Gostar de grupos expand_more

O coordenador precisa gostar de grupos, pois seus membros


percebem e captam com mais facilidade o que é passado por ele.
Não se espera, porém, que o coordenador seja perfeito.

Dica: É importante que o coordenador de grupo tenha passado


pela experiência de ter sido membro de um grupo na condição de
paciente ou de observador.

Capacidade de ser “continente” expand_more

O coordenador precisa conter os inevitáveis momentos de sua


ignorância em relação ao que está se passando no campo grupal,
bem como angústias e necessidades tanto dos outros quanto de
si mesmo.

Capacidade de empatia expand_more

O coordenador tem de se colocar no papel de cada membro e


fazer um aproveitamento útil de todos os sentimentos
contratransferenciais. Para tanto, é indispensável que ele tenha
condições de diferenciar os sentimentos que surgem dos
pacientes daqueles que são unicamente dele.

Capacidade de discriminação expand_more

No campo grupal, há muitas identificações (as projetivas,


principalmente) que precisam ser diferenciadas pelo

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coordenador. Caso contrário, corre-se o risco de se instalar uma


confusão de papéis e de responsabilidades.

Modelo de identificação expand_more

Os membros do grupo podem se identificar com características e


capacidades do coordenador do grupo. O modelo de identificação
também contribui para a função de desidentificação e
dessignificação de experiências passadas, abrindo espaço para
novas identificações e significações no grupo.

Respeito expand_more

Trata-se da capacidade de o coordenador de grupo olhar para as


pessoas com as quais está próximo e em interação. É a
capacidade de observar sem o olhar de rótulos e de papéis da
sociedade. Essa postura acaba sendo desenvolvida em cada um
dos pacientes do grupo.

A tolerância por falhas e limitações presentes em algumas


pessoas do grupo, assim como a compreensão e a paciência pelo
ritmo de cada um, tem de estar presentes.

Comunicação expand_more

É necessário que o coordenador de grupo saiba se comunicar


adequadamente devido à responsabilidade que o conteúdo
interpretativo e o seu estilo de comunicar representam. Também é
importante que ele esteja em sintonia com os membros do grupo.

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Atenção: O coordenador deve ficar atento, pois a comunicação


não é unicamente verbal. A não verbal, porém, tem suas sutilezas.

Senso de humor expand_more

Sem nunca perder a seriedade da situação, o coordenador é


capaz de atingir uma profundidade na comunicação, mantendo
seu papel e a manutenção dos necessários limites. Isso pode
ocorrer por meio de:

Exclamações;
Comentários bem-humorados;
Brincadeiras;
Uso de eventuais metáforas;
Sorriso e riso.

Capacidade de síntese e integração expand_more

É essencial que o coordenador, quando se aproxima o término da


sessão, faça uma síntese dos principais movimentos que nela
ocorreram a fim de integrar os aspectos que foram aparecendo
dissociados e projetados. Ele também deve construir uma
uniformidade de comunicação e uma continuidade de coesão
grupal.

Missão dos coordenadores de grupo


A importância dos grupos e dos coordenadores

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Ao longo dos tempos, notamos que o trabalho de grupos vem se


destacando cada vez mais, principalmente nas áreas da saúde,
educacional e organizacional. Os coordenadores, por isso, são
essenciais no desenvolvimento dessas práticas.

Andaló (2001) afirma que a valorização torna o conhecimento sobre os


grupos um elemento fundamental e até mesmo indispensável, seja em
termos de eficácia para alcançar metas ou realizar tarefas, seja para
identificar lideranças, conseguir coesão e solucionar conflitos e tensões,
entre outros aspectos.

Mesmo tratando-se de grupos operativos ou terapêuticos, é preciso (e


imprescindível) ampliar o conhecimento sobre essa temática,
considerada significativa no campo da psicologia social.

Um aspecto preocupante que Andaló (2001) aponta é o fato de as


pessoas considerarem que a coordenação de um grupo seja um trabalho
técnico ou que se trate de uma função simples, não sendo necessário,
portanto, reunir conhecimentos teóricos, e sim apenas dominar jogos,
técnicas, brincadeiras ou dinâmicas, os quais, de certa forma, são
usados sem comprometimento e de maneira superficial em algum grupo.
Esse pensamento é mais comum do que você imagina.

Exemplo
Desqualificar a seriedade de um trabalho com grupos ao pedir uma
"tecnicazinha" com o objetivo de ser utilizada em um grupo cujas

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relações e comportamentos o próprio coordenador desconhece por


completo.

Entre as várias perspectivas teóricas que estudam e trabalham com esse


assunto, a reflexão sobre o papel do coordenador de grupo é uma
motivação contínua. Por mais que as pessoas questionem a
necessidade de haver um coordenador de grupo, a própria história dos
grupos justifica tal necessidade, pois mesmo aqueles que se unem de
forma espontânea atribuem (ainda que provisoriamente) o papel de líder
a determinados participantes.

Para Mota e Munari (2006), o coordenador de grupo tem de descobrir


uma maneira satisfatória para realizar as intervenções sobre os
assuntos que surgem no processo grupal, reunindo e dando ênfase não
só aos aspectos científicos, mas também às emoções que florescem na
interação com o grupo.

É primordial iniciar um trabalho com grupos de maneira acolhedora e


clara. Entretanto, é entre a prática e a teoria, entre o profissional e o
pessoal, que o equilíbrio vai ocorrer.

video_library
O trabalho do coordenador de grupo

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Neste vídeo, a partir da prática do profissional de psicologia, a


especialista reflete sobre o trabalho do coordenador de grupo.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Ao considerarmos as contribuições de Zimerman (1993) ao


processo grupal, podemos afirmar que a formação de um
coordenador de grupo deve estar baseada em:

A linguagem, raciocínio e percepção.

B emoção, inteligência e atenção.

C conhecimentos, habilidades e atitudes.

D raciocínio, vocabulário e sensação.

E informações, terapia e reflexões.

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Parabéns! A alternativa C está correta.

De acordo com Zimerman (1993), a formação de um coordenador


de grupo está alicerçada no seguinte tripé: conhecimentos,
habilidades e atitudes. O conhecimento relaciona-se com a parte
teórica e a técnica. As habilidades são desenvolvidas na experiência
tanto pelos acertos quanto pelos erros. As atitudes, por fim, dizem
respeito a quem é a pessoa do terapeuta, à sua personalidade e à
realização de sua análise pessoal e de seus valores, assim como a
algumas características nem sempre expressas.

Questão 2

O modelo de identificação é uma das característica desejáveis para


um coordenador de grupo. Nesse sentido, Zimerman e Osório (1997)
afirmam que esse atributo:

possibilita aos membros do grupo introjetar a figura


A do coordenador e se identificar com muitas
características e capacidades dele.

analisa a capacidade de pensar, agir e sentir dos


B
participantes.

considera se a pessoa tem problemas de


C
comunicação e de personalidade.

define-se pela imposição do coordenador quanto aos


D
seus valores e às suas expectativas ao grupo.

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compreende se o coordenador de grupo gosta de


E
trabalhar com grupos e pessoas.

Parabéns! A alternativa A está correta.

O modelo de identificação favorece a identificação de


características e capacidades do coordenador do grupo, além de
contribuir para a função de desidentificação e dessignificação de
experiências passadas, abrindo espaço para novas identificações e
significações.

3 - Especificidades em grupos de crianças e adolescentes


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as especificidades em grupos de
crianças e adolescentes.

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O psicoterapeuta e as aprendizagens
em grupo
Formação do psicoterapeuta infantil

De acordo com Levisky (1997), para trabalhar com crianças, é


fundamental gostar e se interessar por elas. O trabalho com elas,
contudo, é mais complexo do que com adultos – e ser psicoterapeuta de
grupo de crianças é ainda mais delicado.

A formação de um psicoterapeuta infantil é demorada. O profissional da


área deve estar em análise pessoal e possuir uma formação
aprofundada e conhecimento sobre o desenvolvimento infantil. Além
disso, ele precisa ter um curso de especialização a respeito da dinâmica
do funcionamento grupal e participar de supervisões clínicas com
profissionais mais experientes na área.

O psicoterapeuta de crianças deve desenvolver a capacidade de:

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flag Tolerar frustrações;

flag Receber ataques do grupo;

flag Comunicar-se de forma simples e acessível;

flag Conduzir atividades lúdicas;

flag Suportar jogos muitas vezes cansativos;

flag Ser criativo e autônomo.

O terapeuta infantil precisa gostar de brincar e de se comunicar com


crianças. Para isso, ele deve trabalhar, em sua análise pessoal, a sua
criança interna. Isso significa ter um lado infantil e brincalhão, tornando-
o, assim, uma pessoa empática com as crianças.

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Ao mesmo tempo que participa, esse terapeuta também observa, tendo,


com isso, uma participação ativa e discreta.

Espaços de comunicação e aprendizagem

O coordenador de grupo de crianças deve ser um indivíduo sensível e


intuitivo, apresentando as condições necessárias para brincar, sonhar e
levar o grupo ao desenvolvimento de uma capacidade do pensar.

Para Zimerman (1993), a psicoterapia analítica de grupo é a melhor


modalidade para os adolescentes, pois o grupo é a matriz dinâmica
adequada para o jovem adquirir um insight da condição e das mudanças
próprias dos conflitos da idade, podendo elaborar os lutos pelas perdas
que acompanham o necessário abandono da identidade infantil e
preparar-se para aproveitar as novas aquisições da emergente identidade
adulta.

De acordo com Coutinho e Rocha (2007), os grupos de reflexão


proporcionam formas de escuta psicanalítica focadas nos adolescentes
em ambientes institucionais ou sociais frequentados por eles.

Exemplo: escolas, instituições de acolhimento e projetos sociais.

O período da adolescência é marcado por um momento que impõe ao


jovem um trabalho mais subjetivo, indo ao encontro de sua identidade
com o objetivo de reconhecer seu espaço e suas possibilidades de agir
em um mundo social no qual ele está inserido. A formação de grupos vai
favorecer a busca dos adolescentes por uma nova fase social, abrindo
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espaços de comunicação e apoios necessários à elaboração de perdas


infantis e à construção de um lugar no mundo adulto.

Atenção!

O grupo constitui um importante local no qual é possível realizar ações


que correspondem a um trabalho psíquico da adolescência, dando
ênfase a novas oportunidades de descobertas de si mesmo.

Grupos de crianças
Contrato terapêutico

Segundo Levisky (1997), é mais comum formar grupos com crianças


cuja idade varia de 6 a 9 anos e entre 9 e 12. Para quem trabalha com
esse público, o contrato terapêutico deve ser feito em dois níveis. Confira
a seguir:

Trabalho com os pais expand_more

Devem ser tratadas questões de ordem prática, como honorários,


duração das sessões, sistema de faltas e férias, é preciso
trabalhar outros pontos relativos à resistência que surge durante
o processo terapêutico. A dinâmica de funcionamento grupal
também é conversada com as crianças.

Trabalho com o grupo expand_more

O trabalho é em sistema de grupos abertos (possibilidade de


entrada de novos membros durante o processo terapêutico), as

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questões contratuais são abordadas na fase de encaminhamento


da criança, logo após o período diagnóstico. Por outro lado, nos
fechados, o contrato, com tempo e objetivos delimitados, é
discutido em grupo.

Para trabalhar com um grupo de crianças, é preciso ter um espaço


apropriado. A sala não deve ser grande para não dispersar a atenção
delas. Já o piso precisa ser de fácil limpeza.

Outros itens também são necessários, como os seguintes:

Uma pia;
Uma ou mais mesas de trabalho (dependendo do tamanho do
grupo);
Uma estante para guardar materiais e jogos coletivos cuja altura
proporcione às crianças um fácil acesso;
Um espaço suficiente para o grupo se reunir em círculo.

Critérios de homogeneidade

Zimerman (1993) destaca a necessidade de haver clareza quanto aos


critérios de homogeneidade, às idades e ao tipo de patologia a ser
atendida (psicóticas ou não psicóticas, por exemplo), já que, em alguns
casos, o auxílio de outro psicoterapeuta é necessário.

As crianças se comunicam em um grupo por meio de uma linguagem


motora e lúdica. Por essa razão, o local deve contar com um material
que propicie o uso de jogos, brinquedos e brincadeiras.

Dica

Em jogos e brincadeiras, é natural haver contato físico entre as crianças.

Levisky (1997) frisa que nem sempre as crianças têm consciência dos
aspectos elaborados. Por isso, cabe ao coordenador de grupo ajudá-las a
dar nome às emoções de natureza inconsciente surgidas na dinâmica
grupal. No entanto, o terapeuta, para transmitir o que pretende

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comunicar, precisa ter o cuidado de usar um vocabulário simples e


acessível à compreensão da criança.

Ser terapeuta de crianças não significa falar como uma


criança, e sim para ela. Trata-se de desenvolver uma
capacidade para entrar na brincadeira, sem, no entanto,
perder a função analítica.

Isso significa poder ter acesso ao mundo interno dos pacientes por meio
do qual se vive na relação analítica. É aprender a:

Escutar;
Observar os conteúdos não verbais e simbólicos do lúdico;
Conter angústias juntamente com o grupo.

É, em suma, continuar brincando de "esconde-esconde" com a função de


tentar achar o escondido na mente das crianças e do grupo.

Grupos de adolescentes
Recomendações teóricas

Para Zimerman (1993), os teóricos que se dedicam ao cuidado de


adolescentes recomendam o grupo como a terapia pelos seguintes
motivos:

Os adolescentes gostam de estar em grupo. É próprio e natural


neles;
Eles aceitam mais o processo grupal (os sentimentos estão mais
dispersos) do que em uma situação individual (os sentimentos

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transferenciais são mais intensos), que é sentida como mais


ameaçadora;
Existe um favorecimento na estruturação do sentimento de
identidade (individual e grupal);
Em conjunto, ocorre melhor elaboração de perdas e ganhos, bem
como mudança de valores que fazem parte de todos.

Registra-se uma mudança técnica em relação à faixa etária dos


adolescentes em grupoterapia. No caso daqueles entre 15 e 17 anos, a
delimitação e a condução técnica se aproximam muito mais da utilizada
com o grupo de pré-adolescentes.

Quanto aos adolescentes, cuja idade seria entre os 18 e 21 anos, a


técnica é praticamente igual a empregada em grupos com adultos.
Constatamos nesse momento, uma valorização da comunicação verbal,
mas ainda encontramos a linguagem corporal e encontramos os
segredos entre os integrantes.

Exemplo
Um namoro oculto entre membros do mesmo grupo.

Psicoterapia de grupo com adolescentes

O psicólogo que trabalha com grupo de adolescentes deve desenvolver:

Uma natural empatia com eles;

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Uma boa tolerância às contestações, que, às vezes, assumem uma


aparência muito agressiva;
Conhecimento da comunicação não verbal.

Também é recomendável que esse profissional saiba eventualmente


utilizar o recurso da psicodramatização.

O trabalho com o grupo de adolescentes estabelece três possibilidades:

Amenizar a ansiedade que existe nas fantasias inconscientes por


meio da interpretação das situações trazidas;
Proporcionar a manifestação de sentimentos e ações dos
adolescentes;
Promover a socialização entre os membros.

video_library
O cuidado com adolescentes no
trabalho em grupo
Neste vídeo, a partir da perspectiva da psicoterapia enquanto cuidado da
saúde mental, a especialista reflete sobre o trabalho em grupo com
adolescentes.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Leia o fragmento do texto a seguir:

“A psicoterapia de grupo facilita o contato das crianças entre si e


com o grupo. Auxilia no desenvolvimento do insight, e contribuiu
para o bem-estar das crianças do grupo de atividades. O terapeuta
funciona como facilitador de um setting que favorece o jogo, o
brincar, a capacidade de criar, de imaginar e de expressar os
conteúdos inconscientes e conscientes que surgiram das realidades
interna e externa de cada criança” (TERZIS, 2005, p. 291-299).

O texto apresentado aborda:

as habilidades e as capacidades de um terapeuta


A
para trabalhar com crianças.

o contato com a própria infância do terapeuta para


B
entender melhor as crianças.

que gostar de trabalhar com crianças é somente o


C
que importa para um terapeuta.

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D a compreensão mais profunda do complexo


maravilhoso universo infantil de um adulto.

o brincar e o jogar, além de ter criatividade e


E imaginação, como algumas ações sem muito
destaque para o trabalho com grupo de crianças.

Parabéns! A alternativa A está correta.

É fundamental inicialmente que o terapeuta infantil goste de


crianças e de estar com elas. Ele, afinal, deve ser empático a essa
fase do desenvolvimento. Esse profissional também precisa
também gostar de brincar e ser sensível e intuitivo, possibilitando a
elas o desenvolvimento da capacidade de pensar a partir dos
processos internos, entendendo sentimentos de angústia e medos.

Questão 2

Analise o trecho a seguir:

“Os grupos de adolescentes se formam a partir de uma necessidade


básica de desvincular-se do grupo familiar de origem e testar, em
novas relações objetais com seus pares, os padrões adaptativos que
possibilitarão a cristalização da identidade adulta” (OSÓRIO, 1986,
p. 328).

Considerando a afirmação acima, podemos concluir que o trabalho


com grupos de adolescentes possibilita:

focar apenas a projeção das angústias e o


A
sentimento de pertencer a um local.

B
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amenizar a ansiedade, a manifestação dos


sentimentos e a socialização entre os adolescentes.

trabalhar a sensação de ser excluído da sociedade


C
marcada por atitudes dos adultos.

conversar sobre o estresse exigido pelas pressões


D acerca da escolha profissional e da busca pela
intimidade.

a socialização e o engajamento político, pontos


E centrais das necessidades básicas dos
adolescentes.

Parabéns! A alternativa B está correta.

O grupo oferece diversos benefícios as pessoas de modo geral. No


caso dos adolescentes, o grupo é o lócus dinâmico em que melhor
se pode acompanhar e entender a expressão de seus conflitos e de
suas ansiedades, possibilitando a resolução deles de dentro e pelo
próprio grupo. Esse é, em suma, um espaço de socialização. É
natural a inclinação dos adolescentes de procurar, em um grupo de
iguais, o apoio para suas dificuldades.

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4 - Ética no trabalho em grupo


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer a ética no trabalho em grupo.

Regulação dos grupos


A ética

Rasera e Freitas (2010) enfatizam que o conceito de ética assumiu, ao


longo dos tempos, vários sentidos. Inicialmente, havia a base
etimológica da palavra grega ethos, que significa hábitos e costumes.
Posteriormente, a definição de ética estava relacionada ao estudo da
moral, cuja finalidade principal é fazer o bem.

Muitos teóricos postulam que, na atualidade, a ética


relaciona-se a um conjunto de valores e de normas que
orienta as pessoas e representa a consciência e as
atitudes da sociedade. Ela determina normas de
comportamento com valores e dever.
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A ética é diferente, porém, de uma simples regra para se obter


oportunidades. Por mais que determine normas de dever, os seres
humanos têm a liberdade para realizá-las ou não. Considerar que as
pessoas fazem parte de um mesmo contexto social não implica que elas
sejam iguais, que pensem da mesma forma, que acreditem nas mesmas
coisas ou que individualmente busquem o mesmo objetivo.

Sabemos que as pessoas têm as próprias crenças, valores e interesses a


fim de atender às suas necessidades.

É mais fácil pensar que elas tenham, afinal, a sua forma de agir diante
das adversidades do mundo.

Os indivíduos agem de formas diferentes na sociedade. Muitas vezes,


eles se comportam de maneira desigual, o que possibilita o surgimento
de conflitos de interesses – algumas vezes, entre as pessoas; em outras,
entre a pessoa e a sociedade.

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As pessoas atuam conforme suas motivações, agindo a partir de


diferentes situações. Elas, em suma, decidem sobre o que é bom ou ruim
e certo ou errado para si mesmas.

A ética se faz fundamental no(a):

Relação entre pessoas;


Estrutura familiar;
Relacionamento de comunidades.

Comunidades
Esportivas, culturais, religiosas, organizacionais e educacionais.

Ao pensarmos na ética no contexto profissional, podemos relacioná-la


com a definição de deontológica, que trata das ações que as pessoas
precisam ter no exercício profissional, embora seus comportamentos não
estejam baseados em uma regulamentação jurídica. A prática, na
verdade, está fundamentada na liberdade que a pessoa tem para agir e
no caráter moral.

Desse modo, é necessário haver um comportamento ético que, estando a


par do conhecimento técnico, sustente a base do exercício das
profissões. O estudo da ética (de forma geral) e o da sala aplicação ao
exercício de uma profissão (em particular) devem receber a devida
atenção no processo educativo e formativo – e isso também se aplica à
formação do psicólogo.

O grupo e sua dinâmica

De acordo com Bergamini (2009), o indivíduo satisfaz às suas


necessidades sociais no grupo em que está inserido. Por outro lado, é a
partir do grupo que cada membro estabelece seu autoconceito.

Ao se relacionar com outras pessoas, é possível obter informações


importantes sobre cada membro. É dentro do grupo que se torna possível

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obter auxílio e apoio, tendo em vista a conquista não somente dos


objetivos individuais, mas também dos organizacionais e institucionais.

É claro que, se detém o poder de ajustar e de favorecer o


desenvolvimento produtivo da personalidade, o grupo também pode ter
uma ação prejudicial ao indivíduo. As pessoas podem experimentar
grandes sofrimentos quando rejeitadas pelo grupo ao qual pertencem.

O grupo pode trazer danos à autoestima e à autoidentidade dos


indivíduos que dele fazem parte. Sabemos que, embora o desejo inicial
de todos que formam um grupo de interação frente a frente seja a busca
de um convívio saudável, nem sempre é possível cumprir isso – e o
prejuízo acaba por atingir a todos que a ele pertencem.

Seria excelente se os objetivos do próprio indivíduo, do grupo, da


organização e das instituições fossem parecidos. Isso, porém, nem
sempre é possível. A solução é existir determinado grau de conformidade
individual para continuar fazendo parte do grupo.

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Aguiar (2005) ressalta que o grupo – compreendido como uma


identidade psicossociológica sujeita a fenômenos específicos, como
coesão, estrutura, liderança, respeito e comunicação – foi incorporado à
psicologia social e tornou-se o objeto de estudos e pesquisas,
proporcionando uma compreensão científica para uma compreensão
melhor do comportamento humano.

A dinâmica de grupo não pode ser considerada nem confundida ccom


uma simples técnica de trabalho em grupo.

Dinâmica de grupo é ao mesmo tempo um estudo científico e uma


prática que tem por objeto:

Os grupos como entidades psicossociológicas;


A natureza de suas forças;
Os fenômenos e os processos grupais.

Ética e processo grupal


Autenticidade e respeito

De acordo com Zimerman e Osório (1997), o coordenador de um grupo


deve respeitar os integrantes – e não determinar ou impor suas crenças e

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suas expectativas. Ele precisa, portanto, expandir o espaço interior e


exterior deles, possibilitando-lhes o direito de ser livre sem invadir a
liberdade dos outros membros do grupo.

O coordenador não pode se achar perfeito e querer ser


o centro das atenções no grupo. Senão, ele poderá até
estimular a idealização e a dependência de seus
integrantes.

Deve-se ter o cuidado para que o terapeuta não use o seu conhecimento
como um elemento para ter poder, prestígio e dinheiro, já que ele precisa
ter o compromisso ético com a busca da verdade. Não devemos, no
entanto, compreender tal compromisso como uma recomendação para
que o coordenador procure pelas verdades absolutas, pois elas são
relativas e nunca definitivas.

O coordenador tem de ser uma pessoa autêntica e sincera, não só como


um dever ético, mas também por uma questão técnica. Por essa razão,
ele está no papel de um novo modelo de identificação para os membros
do grupo. No trabalho com grupos, o desenvolvimento ético da
coletividade depende do respeito às necessidades do grupo para uma
revitalização do diálogo e da participação.

Código de ética

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O sigilo aparece com frequência em várias pesquisas, sendo


caracterizado como um aspecto primordial para se respeitar e proteger
as informações compartilhadas na terapia de grupo. Em outros estudos,
o papel do coordenador de grupo surge como um líder, destacando que o
comportamento pessoal dele pode impactar as ações éticas
profissionais em diversas situações.

Rasera e Freitas (2010) afirmam que o código de ética do psicólogo


oferece poucas diretrizes para o contexto grupal. Ele é considerado um
instrumento, um conjunto de normas a serem seguidas, já que não
aponta todas as situações que fundamentam a prática profissional nem
estabelece normas ou regras para a natureza técnica do trabalho, ainda
que proporcione alguns direcionamentos.

Em seu dia a dia, os profissionais que trabalham com grupos enfrentam


diversas dúvidas particulares dessa atividade. Transpor as orientações
éticas gerais do código para a prática grupal é, na maioria das vezes,
uma ação realizada de maneira separada e secundária pelo profissional,
dificultando a total prática ética e reflexiva de seu afazer.

video_library
Autorregulação de valores nos grupos
Neste vídeo, a partir do valor ético para o convívio social, a
especialista reflete sobre como o trabalho em grupo pode colaborar para
a autorregulação de valores nos membros do grupo.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

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Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Quanto à importância da ética no processo grupal, o coordenador de


grupo tem o compromisso de:

diagnosticar os membros do grupo e a sua


A
dinâmica.

curar o grupo das influências negativas do ambiente


B
social.

C resolver todos os conflitos e ambiguidades do grupo.

transformar a identidade do grupo e, posteriormente,


D
a identidade individual.

manter uma atitude humana e não impor seus


E
valores e crenças.

Parabéns! A alternativa E está correta.

O coordenador de grupo precisa ter o compromisso e a


responsabilidade de não invadir o espaço dos membros do grupo
nem impor seus valores, crenças, sentimentos, comportamentos e
costumes. Ele não pode ser o centro do grupo ou o protagonista,

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assim como não pode achar que as suas colocações são as


melhores.

Questão 2

Analise o trecho abaixo:

“O coordenador deve ter senso ético, considerando sempre que o


grupo deve preceder suas motivações como pesquisador. É
importante o código ético, mas esse não poderá substituir a conduta
coerente do coordenador para encaminhar as situações nas quais
se inserem os conflitos que decorrem das interações grupais, [o] que
geralmente é explicitado por comportamentos de proximidade ou
rejeição interpessoal” (DOMINGUES, 2004, p. 159-174).

O texto apresentado aborda que:

os aspectos do sigilo, da aparência e da sinceridade


A do coordenador impactam, de forma prejudicial, a
evolução do processo grupal.

a subjetividade do coordenador funciona como uma


B
ferramenta de transformação no grupo.

a postura do coordenador, que também é


considerado um líder, é fundamental no processo
C
grupal, pois seu comportamento pode influenciar as
várias atitudes éticas em um grupo.

as pesquisas podem ser realizadas no grupo com


D
ênfase na ética.

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a participação dos integrantes do grupo podem ser


E
fundamentais no desenvolvimento dele.

Parabéns! A alternativa C está correta.

O coordenador de grupo tem um compromisso com a prática grupal


e o fazer ético. Ser coordenador não envolve só a técnica em si, mas
também a postura perante o grupo. Ele precisa estar próximo do
grupo, só que sem dominar seu espaço. Esse profissional assume o
papel de líder, mas não pode estar no centro do processo. Seu
compromisso ético, por fim, é com a verdade.

Considerações finais
Ao longo do nosso estudo, discutimos os grupos em organizações e
instituições. Além disso, analisamos o papel do coordenador de grupo.

Destacamos as especificidades em grupos de crianças e adolescentes,


verificando os aspectos éticos no trabalho em grupo. Pontuamos
também que o trabalho do psicólogo com grupos em organizações e
instituições exige um conhecimento sobre a forma com que eles se
formam e as relações que estabelecem.

Vimos ainda que o trabalho com grupos de crianças e adolescentes


aponta as particularidades do processo terapêutico. Nesse sentido, o
papel do coordenador é fundamental não só como um mediador do
processo grupal, mas também para auxiliar os membros do grupo a
pensar sobre suas ações, relações e sentimentos.

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Notamos que, no contexto grupal, a ética precisa estar presente, mas


deve ser construída na prática por envolver sigilo e um bom
relacionamento entre o coordenador e os integrantes do grupo. Por fim,
frisamos quão desafiante é compreender o processo grupal. É primordial,
assim, que o psicólogo conheça a dinâmica e o funcionamento dos
grupos nas instituições e organizações.

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Ouça agora os diversos contextos e objetivos das dinâmicas de grupo,
destacando exemplos das práticas do psicólogo em processos grupais
nas diferentes áreas de atuação.

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Confira a indicações que separamos especialmente para você!

Para ampliar seus conhecimentos, leia este artigo de Waldemar José


Fernandes: A importância dos grupos hoje. É preciso, afinal, aprender a
trabalhar com os grupos, pois eles estão cada vez mais presentes em
instituições e organizações. Em um grupo, a comunicação e o vínculo

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são fortes elementos na interação. Você se interessou? Não perca tempo


e acesse a página da Revista da SPAGESP.

Aproveite também a oportunidade de, no site da Scielo, conhecer o


seguinte artigo de Luiz Paulo de C. Bechelli e de Manoel Antônio dos
Santos: Psicoterapia de grupo: como surgiu e evoluiu. Você perceberá
como os aspectos históricos influenciaram a maneira com que a
psicoterapia de grupo se encontra na atualidade.

Vale a pena ler, no site da publicação Vínculo, este artigo de David


Zimerman: A importância dos grupos na saúde, cultura e diversidade.
Além de oferecer conhecimento sobre a importância da aplicação da
dinâmica de grupo, o texto revela, entre outros aspectos, alguns dos
principais fenômenos do campo grupal. Ele, sem dúvida, é muito
interessante.

Referências
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multidisciplinar. São Paulo: Saraiva, 2005.

ANDALÓ, C. S. O papel de coordenador de grupo. Psicologia USP. v. 12.


n. 1. 2001. p. 135-152.

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ed. São Paulo: Atlas, 2009.

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introdução ao estudo de Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2008.

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Grupoterapia hoje. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

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elementos para uma escuta psicanalítica na escola. Psicologia clínica. v.
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(Orgs.). Como trabalhamos com grupos. Porto Alegre: Artmed, 1997.

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V. Trylinski. São Paulo: Atlas, 2009.

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humanização. Estudos de Psicologia. v. 22. n. 3. 2005. p. 291-299.

ZIMERMAN, D. E.; OSÓRIO, L. C. (Orgs.). Como trabalhamos com grupos.


Porto Alegre: Artmed, 1997.

ZIMERMAN, D. E. Fundamentos básicos das grupoterapias. Porto Alegre:


Artes Medicas, 1993.

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