23/08/2019

• Unidade de Ensino: 04

• Competência da Unidade: Conhecer os mecanismos fisiopatológicos das doenças intestinais para

Assistência Nutricional avaliar, diagnosticar e acompanhar a evolução do estado nutricional dos indivíduos acometidos.

nas Patologias do • Resumo: Conhecer e entender sobre as doenças intestinais e as formas propostas de terapia
nutricional
Sistema Digestório e
Palavras-chave: Intestino, fibras, microbiota, prebiótico, probiótico, Doença de Crohn; Retocolite
Órgãos Anexos •
Ulcerativa; Diverticulite; Síndrome do intestino curto; Má absorção; Diarreia, constipação intestinal,
lactose, doença celíaca, câncer.
Aula prática 4 (U4S3) • Título da Teleaula: Aspectos fisiopatológicos e nutricionais das

doenças intestinais.
Nutrição
• Teleaula nº: 04
Profa.Dra. Naiara Lourenço Mari

Objetivos:

Reforçar o conhecimento acerca da doença celíaca e intolerância à lactose,

com base nos rótulos com informações nutricionais e composição do
produto e na elaboração de uma preparação sem glúten e sem lactose

Intolerância à lactose Os sintomas são decorrentes:

Lactose ingerida que não é absorvida no

Conjunto de sintomas decorrentes da má absorção da lactose.
intestino.

LACTOSE: glicose + galactose (dissacarídeo) absorvidos nos enterócitos.

Exerce força osmótica e aumenta o fluxo
de fluídos para o interior do intestino.
• Deficiência primária de lactase. https://bit.ly/2MpD5Pa

• Deficiência secundária de lactase: Distensão, dor ou cólica abdominal, náusea, aumento

Lesão intestinal diminuição da quantidade de do borborigmo, aumento da produção de flatos e
lactase. diarreia.

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Teste de tolerância à lactose - prova de sobrecarga
• Paciente ingere 50g de lactose.
• Faz a curva de glicemia em jejum e após os 30 e 60 minutos.
Espera-se que após 30 min, ocorra um aumento na glicemia > 20mg/dL,
comparada a glicemia basal.
Se isso não ocorrer, faz se o diagnóstico de má-absorção
de lactose.
Terapia nutricional
No diagnóstico:
Exclusão completa da lactose da dieta até a remissão dos sintomas.
Posteriormente, faz-se a reintrodução gradual da lactose na dieta,
considerando-se a dose-limite individual.
Estabelecida a dose máxima de lactose tolerada, o
indivíduo deve assumir mudanças nos hábitos
alimentares.
Intolerância à lactose X Alergia à proteína do leite de vaca
ALERGIA
Reação imunológica do organismo, provocada pelas proteínas presentes no
leite, que são identificadas pelo sistema imunológico como um agente agressor
que precisa ser combatido.
• Prevalente em crianças nos primeiros anos de vida - sintomas tornam mais
suaves com o passar dos anos.
Sintomas : problemas gastrointestinais, cutâneos,
como lesão de pele, coceira, sintomas respiratórios e
inflamação da mucosa intestinal.
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Terapia nutricional
Dose de lactose tolerada é individual !
Alguns não necessitam excluir totalmente o leite da alimentação o
consumo de lactose deve ser reduzido evitar os sintomas.
Consumo de ~ 12g sem apresentar sintomas,
especialmente se consumido com outros alimentos.
Estratégias nutricional
• Consumir o leite juntamente com outros alimentos.
• Consumir produtos lácteos fermentados.
• Suplementação de probióticos.
• Fracionar a ingestão de leite em pequenas quantidades ao longo do dia.
Terapias farmacológicas:
Cápsulas de lactase.
Cápsulas ou tabletes de β-galactosidase.
Intolerância à lactose X Alergia à proteína do leite de vaca
INTOLERÂNCIA
Ocorre quando o organismo não produz ou passa a produzir pouca enzima
lactase, que é responsável pela digestão da lactose.
Na contrário da reação alérgica que os sintomas são sistêmicos , na
intolerância a lactose os sintomas estão localizados no trato gastrintestinal.
• Prevalente em adultos, sendo que 70% dos adultos
possuem algum nível de intolerância à lactose.
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Novas regras para informação de lactose nos rótulos dos alimentos Ingredientes derivados do leite presente nos alimentos :
Três tipos de rótulos para lactose: • Lactoalbumina, lactoglobulina, fosfato de lactoalbumina;
• Zero lactose.
• Baixo teor de lactose. • Lactoferrina, lactulose;
• Contém lactose. • Caseína, caseína hidrolisada, caseinato de cálcio, caseinato de potássio,
Abaixo de 100 mg/100 g ou Zero Lactose, Isento de caseinato de amônia, caseinato de magnésio, caseinato de sódio;
ml Lactose, 0% Lactose, Sem
Lactose ou Não Contém • Leitelho, coalhada;
Lactose.
• Proteína de leite hidrolisada;
De 100 mg até 1 g/100 g ou Baixo Teor de Lactose ou
ml Baixo em Lactose. • Lactose, creme de leite;
Igual ou acima de 100 Contém Lactose.
• Gordura de leite;
mg/100g ou ml
• Nata e manteiga.

Doença celíaca Doença celíaca

Processo inflamatório, ocorre na parede interna
É um distúrbio sistêmico autoimune desencadeado pela ingestão de
glúten em pessoas geneticamente suscetíveis. do intestino delgado, leva à atrofia das vilosidades
intestinais, gerando diminuição da absorção dos
GLÚTEN, proteína presente:
nutrientes.
• Trigo (glutenina e gliadina); https://bit.ly/2Z668NV
SINTOMAS:
Processo
• Centeio (secalina); Diarreia crônica Deficiência de ferro
inflamatório
• Cevada (hordeína); Redução de peso Baixa estatura
Distensão e dor abdominal Fadiga crônica

Terapia nutricional Diagnóstico da doença celíaca

Tratamento é basicamente dietético EXCLUSÃO DO GLÚTEN Os marcadores utilizados são os anticorpos:
Único tratamento
conhecido • Antigliadina
Sensíveis e específicos para
• Antiendomísio (EMA)
A dieta sem glúten diminui o processo autoimune dentro de 2 a 8 o diagnóstico inicial de DC
semanas após o início da dieta, a maioria dos pacientes relata a redução dos • Antitransglutaminase tecidual (anti-tTG)
sintomas clínicos.
Padrão ouro para o diagnóstico:
Biópsia da segunda ou terceira porção duodenal
Não elimine o consumo de glúten sem a devida
comprovação de necessidade de sua exclusão. utilizando endoscopia digestiva alta.

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Dermatite herpetiforme Cereais, amidos e farinhas com glúten

• Cevada,
Manifestação da doença celíaca. • Farinha de trigo durum (Triticum durum),
• Diferentes variedades de trigo como einkorn, emmer, farro, kamut e farinha de espelta,
Se manifesta como uma erupção cutânea com prurido. • Farinha de glúten,
https://bit.ly/2ZfZ7da • Farinha de Graham,
• Malte e derivados,
Os locais de maior incidência das lesões no corpo são: • Centeio,
• Cotovelos, • Semolina,
• Joelhos, • Triticale (híbrido, mistura de trigo e centeio),
• Germe de trigo,
• Nuca,
• Amido de trigo,
• Couro cabeludo, • Farelo de trigo.
• Parte superior das costas e as nádegas.

Orientações nutricionais Orientações nutricionais

AVEIA
É importante que o paciente celíaco conheça os
Cuidado com o consumo de aveia – contaminação cruzada.
ingredientes que compõem as preparações
Aveia comercial só deve ser introduzida na dieta quando há garantia de sua
alimentares e faça a leitura minuciosa dos
pureza.
ingredientes listados nos rótulos de produtos
industrializados, e se atente aos produtos que
• Caldo de carne e molhos prontos – espessados com farinha de trigo.
contém glúten. https://bit.ly/2Z7NVLT

• Contaminação de facas, colheres, assadeiras,

Lei nº 10.674/03 - Informação obrigatória sobre batedeira, liquidificadores, preparados com
presença de glúten em alimentos industrializados. alimentos com glúten.

Orientações nutricionais

• Evitar consumir frituras em locais onde não se possa garantir que o óleo
tenha sido utilizado somente em frituras sem glúten.

• Suplementação com probióticos.

Atividade 1

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Leite sem lactose

Comparação de composição/ingredientes de rótulos de
produtos comercializados.

https://bit.ly/33IEaqG Fonte: arquivo pessoal

Cereal matinal
Aveia em flocos sem glúten

Fonte: arquivo pessoal Fonte: arquivo pessoal

Biscoito sem glúten

Snack sem glúten

Fonte: arquivo pessoal Fonte: arquivo pessoal

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Requeijão sem lactose

Atividade 2

Fonte: arquivo pessoal

NHOQUE SEM GLÚTEN E LACTOSE

Ingredientes:
• 200g de batata já descascadas e cozidas
• 10 colheres de sopa de óleo de soja
• 1 pitada de sal
• 40g de farinha sem glúten

FARINHA SEM GLÚTEN:

• 30g de farinha de arroz
• 30g de polvilho doce

NOTA: um pouco de farinha sem glúten adicional (mais ou

menos 20g) para polvilhar a mesa.