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Curso de Avaliação Nutricional

Avaliação do Risco Nutricional – Parte I

Nutricionista Raquel Stocker Pérsico


Especialista em Paciente Adulto Crítico – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas:
Endocrinologia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Tópicos
• Risco nutricional
• Escores de Risco Nutricional
– Nutritional Risk Screening (2002)
– Nutrition Risk in the Critically Ill (NUTRIC)
– Malnutrition Universal Screening Tool (MUST)
– Mini-Avaliação Nutricional (MNA)
Avaliação do Risco
Nutricional Risco nutricional é uma
possibilidade de
ocorrência de
complicações relacionadas
com o estado nutricional
que seriam evitadas com
uma terapia nutricional
adequada.

ASPEN, 2016.
Por que realizar a avaliação do
risco nutricional?

Kondrup J et al, 2003.


Parâmetros que podem influenciar o risco
nutricional...
Antropometria (IMC) Composição Gravidade da
Peso Atual e Usual Corporal Doença

Ingestão Alimentar Exames Bioquímicos Idade


• Estudo multicêntrico, n = 447 paciente submetidos à cirurgia
abdominal de grande porte
• Objetivo: Analisar fatores de risco para complicações e
mortalidade a longo prazo (5 anos)

Perda de peso >5% Albumina <3,5 mg/dL


(HR 1.38, IC 1.04-1.83) (HR 1.52, IC 1.09-2.14)

Aahlin EK et al, 2015.


Ingestão Alimentar

A redução da ingestão alimentar na semana prévia à


internação pode ser considerada um preditor de risco
para complicações pós-operatórias.
ESPEN, 2017.
Componentes do Screening de Risco Nutricional

Qual a condição nutricional do paciente?

A condição nutricional é estável?

A condição nutricional pode piorar?

A doença acelera a deterioração do estado


nutricional?
Admissão Hospitalar Screening do Risco
NRS-2002
ou Consultório Nutricional

ASPEN, 2016; ESPEN, 2017.


Nutritional Risk Screening (NRS-2002)

Antropometria
Perda de peso Adultos e
idosos
Ingestão alimentar
Gravidade da doença

Sem Risco: <3 pontos Com Risco: ≥3 pontos

Kondrup J et al, 2003.


Nutritional Risk Screening (NRS-2002)

Kondrup J et al, 2003.


Nutritional Risk Screening (NRS-2002)

Kondrup J et al, 2003.


Nutritional Risk Screening (NRS-2002)

Kondrup J et al, 2003.


Nutritional Risk Screening (NRS-2002)

Classificação NRS-2002:
Sem risco: <3 pontos
Com Risco: ≥3 pontos

Classificação NRS-2002 na UTI:


Com Risco: 3-4 pontos
Com Alto Risco: ≥5 pontos

Kondrup J et al, 2003; Marchetti J et al, 2019.


Coorte prospectivo Um maior risco nutricional avaliado pela
Pacientes em UTI (n=200) NRS-2002 esteve associado ao maior uso de
Risco Nutricional (NRS-2002) ventilação mecânica, presença de infecção e
mortalidade em pacientes em UTI.

Marchetti J et al, 2019.


Nutrition Risk in The Critically Ill (NUTRIC Score)
Variáveis Clínicas (Idade, Comorbidades)
Variáveis Bioquímicas (Interleucina-6)
Gravidade (APACHE, SOFA)
Tempo de internação hospitalar prévio

Não avalia parâmetros


Inflamação Aguda e
Específico para UTI antropométricos ou
Crônica
alimentares

Heyland DK et al, 2011.


NUTRIC Score Modificado

COM IL-6
Alto risco
(6-10 pontos)

Baixo Risco
(0-5 pontos)

SEM IL-6
Alto risco
(5-9 pontos)

Baixo risco
(0-4 pontos)

Heyland DK et al, 2011.


Malnutrition Universal Screening Tool (MUST)
Adultos e idosos
Não leva em consideração a gravidade da doença
Pacientes com alterações clínicas agudas à Alto Risco Nutricional

Não é bom preditor de


desfechos clínicos
quando comparado a
NRS-2002

Kondrup J et al, 2003.


Kondrup J et al, 2003.
Mini-Avaliação Nutricional (MNA)
Prevalência de
Idosos desnutrição elevada
Detectar desnutrição e risco de desnutrição
Programas de assistência domiciliar e hospitais Identifica desnutrição
em estágios iniciais

Aspectos físicos
Mobilidade Aspectos mentais
Aspectos alimentares
Perda de peso Estresse
↓ Ingestão alimentar
IMC Depressão, Demência
Circ. da panturrilha

Huhmann MB, 2013.


Huhmann MB, 2013.
IMC (kg/m²)
• IMC <19 = 0
• IMC 19 a 21 = 1
• IMC 21 a 22 = 2
• IMC ≥23 = 3

Huhmann MB, 2013.


Tópicos
• Risco nutricional
• Escores de Risco Nutricional
– Nutritional Risk Screening (2002)
– Nutrition Risk in the Critically Ill (NUTRIC)
– Malnutrition Universal Screening Tool (MUST)
– Mini-Avaliação Nutricional (MNA)
Obrigada
raquelpersico8@gmail.com
Curso de Avaliação Nutricional

Avaliação do Risco Nutricional – Parte II

Nutricionista Raquel Stocker Pérsico


Especialista em Paciente Adulto Crítico – Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas:
Endocrinologia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Tópicos
• Escores de Risco Nutricional
– Avaliação Subjetiva Global (ASG)

• Escores de Gravidade e Prognóstico


– Acute Physiologic Assessment and Chronic Health Evaluation II (APACHE II)

– Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3)

– The Sequential Organ Failure Assessment Score (SOFA)


Avaliação Subjetiva Global (ASG)
Começou a ser utilizada nos anos 80
Baixo custo, simples e de fácil aplicação
Nutricionistas ou equipe multiprofissional
Detectar risco nutricional de maneira precoce Hospital Domicílio

Boa reprodutibilidade e confiabilidade


Pacientes cirúrgicos à Pode ser aplicada em outras condições clínicas
Utilizada em grandes estudos epidemiológicos à IBRANUTRI, ELAN

↑ mortalidade
Desnutrição ↑ complicações
↑ custos hospitalares
Barbosa-Silva MCG, Barros AJD, 2002.
Avaliação Subjetiva Global (ASG)
Desvantagens
Método qualitativo à Não detecta pequenas alterações do estado nutricional
Necessita de treinamento
Depende da experiência do observador

Barbosa-Silva MCG, Barros AJD, 2002.


Avaliação Subjetiva Global (ASG)
Avaliação Subjetiva Global (ASG)
Avaliação Subjetiva Global (ASG)
Avaliação Subjetiva Global (ASG)
Avaliação Subjetiva Global (ASG)
Avaliação Subjetiva Global (ASG)
Avaliação Subjetiva Global (ASG)
ASG adaptada para pacientes
nefropatas

Pacientes desnutridos à ↑ mortalidade


Qualitativa à 7 itens
à Pontuação: 1 a 5 pontos

Kalantar-Zadeh K et al, 1999.


ASG-PPP adaptada para
pacientes oncológicos

Dividido em 2 partes:
(a) Auto-aplicada
(b) Aplicada pelo profissional de saúde

Ottery FD, 1996.


ASG-PPP adaptada para
pacientes hepatopatas

Avalia a presença de condições


clínicas específicas para pacientes
hepatopatas como:
• Encefalopatia
• Infecções recorrentes
• Varizes
• Disfunção renal

Barbosa-Silva MCG, Barros AJD, 2002.


Escores de Gravidade e Prognóstico
Escores Prognósticos na UTI

Gravidade e Risco de Mortalidade


Não são capazes de
controlar todas as
Decisões sobre tratamento e prognóstico variáveis
Avaliação do custo-benefício
Parâmetro para avaliar a qualidade
assistencial Não devem ser
utilizados de maneira
isolada para a tomada
de decisões

Norteadores
Moraes RB et al, 2014.
Escores Prognósticos na UTI
Acute Physiologic Assessment and Chronic Health Evaluation II (Apache II - 1985)
12 variáveis clínicas e bioquímicas (pontuação 0 – 71)
Pior valor nas últimas 24 horas de internação na UTI

APACHE II: Escore + Idade + Estado de Saúde Prévio + Tipo de Internação

Quanto maior a pontuação, maior o risco de mortalidade.

Knaus WA et al, 1985; Moraes RB et al, 2014.


Escores Prognósticos na UTI
Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3 - 2005)
Variáveis Clínicas, Fisiológicas e Laboratoriais

Pior valor na 1ª hora após Probabilidade de óbito em


admissão na UTI 28, 60 e 90 dias

Cálculo da probabilidade de óbito com maior antecedência

Metnitz PGH et al, 2005; Moreno RP et al, 2005; Moraes RB et al, 2014.
Escores Prognósticos na UTI
The Sequential Organ Failure Assessment Score (SOFA - 1994)

Presença e grau de disfunção multiorgânica

Neurológico Respiratório Gastrointestinal Cardiovascular Coagulatório Renal

Acompanhamento e grau e comprometimento do


estado de saúde do paciente ao longo da internação

Singer M et al, 2016; Moraes RB et al, 2014.


Tópicos
• Escores de Risco Nutricional
– Avaliação Subjetiva Global (ASG)

• Escores de Gravidade e Prognóstico


– Acute Physiologic Assessment and Chronic Health Evaluation II (APACHE II)

– Simplified Acute Physiology Score 3 (SAPS 3)

– The Sequential Organ Failure Assessment Score (SOFA)


Obrigada
raquelpersico8@gmail.com

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