Identificação de Peças

Colocações Iniciais
• Em que fase se encontra a persecução criminal?
• O que diz o enunciado? Qual o crime? Admite quais benefícios? Qual o rito que o crime obedece?
• Quem é o seu cliente? É a vítima ou réu? Se é o acusado, ele está preso? O que, a princípio,
almeja? Responder ao processo em liberdade ou ser absolvido da acusação de um ilícito penal?
• A peça é de defesa da liberdade ou referente ao mérito da persecução criminal?
• Treinar, treinar, treinar...
• O manuseio do Vade-Mecum de forma útil e inteligente;
• A importância dos simulados (o mais real e concreto possível);
Requerimento de Instauração de Inquérito Policial
Requerimento de relaxamento de prisão em flagrante
Requerimento de Revogação da Prisão Preventiva
Queixa-crime
Art. 5º, inciso II do CPP
Art. 5º, inciso LXV da CF
c/c art. 310, inciso I do
CPP
Art. 316 do CPP (este é o
artigo principal) c/c Arts.
311 e 312 (dispositivos
que podem ser utilizados
também para subsidiar a
peça).
Art. 30, 41 e 44 CPP c/c
art. 100, § 2º, CP
O caso se encontrará na fase de investigação. Não há processo. Normalmente, a
vítima ou a sua família procura o advogado para tratar do ilícito que padeceu. Dica:
estudar inquérito policial.
Verificar se existe algum tipo de vício na prisão. No caso da prisão em flagrante,
avaliar se houve vício no procedimento da lavratura do auto, se os direitos do preso
foram respeitados. No caso de prisão preventiva, avaliar se a decisão foi
fundamentada de modo concreto, se o crime admite prisão preventiva, se há ofensa
ao princípio da proporcionalidade, em razão de ter sido imposta uma medida
cautelar inadequada. No caso de prisão temporária, verificar se os requisitos legais
estão presentes (art. 1º e incisos da Lei nº 7.960/89). Trata-se de uma peça de
defesa da liberdade. Dica de estudo: sendo o caso de prisão ilegal, a prisão deve
ser relaxada!
Não se trata de ilegalidade, mas sim de adequação da medida. A prisão foi
inicialmente decretada de maneira legal, adequada e justificada, porém,
posteriormente, o motivo que ensejou a decretação da prisão deixou de existir,
razão pela qual a prisão deve ser revogada, pois não tem mais razão de ser. A
argumentação desta peça deve se fundamentar na cláusula rebus sic stantibus, ou
seja, deve ser mantida enquanto as circunstâncias que a determinaram persistirem.
Trata-se de uma peça da liberdade. Dica de estudo: o fato que ensejou a prisão
preventiva desapareceu. Essa peça pode acontecer, tanto na fase de investigação,
quanto
Trata-senadaetapa
peçaprocessual.
que inaugura o processo penal. Logo, no caso, ainda não haverá
processo em curso. Além disso, é preciso verificar se o crime se procede mediante
ação penal privada. Cuida-se, ainda, de peça especialíssima, pois é a vítima ou o
seu familiar que procura o advogado com o intuito de salvaguardar os interesses do
ofendido. Necessária a juntada de procuração com poderes especiais, descrição do
fato criminoso e apontamento das partes. Estudar ação penal.
Resposta à Acusação Art. 5º, inciso LV, da Esta peça materializa o direito de defesa. Salvo nos procedimentos que preveem defesa prévia, a resposta à acusação
CF (contraditório e representa a primeira manifestação do réu no processo. Existem teses e pleitos específicos para o momento em que o
ampla defesa) c/c arts. processo se encontra na etapa postulatória. Atentar para os motivos que podem acarretar a rejeição da denúncia (art.
396 e 396-A do CPP 395 CPP), bem como para a presença de questões preliminares, que precisarão ser abordadas antes do mérito. A
exordial acusatória foi recebida e o réu foi citado para apresentar resposta à acusação. O prazo é de 10 dias e deve
observar o art. 798 e ss. do CPP em comunhão com as súmulas 310 e 710 do STF.

Alegações finais em Art. 403, § 3º, do Aqui, a fase de instrução foi concluída e as partes intimadas para apresentar suas últimas manifestações antes de o
forma de memoriais Código de Processo Juiz proferir a sua sentença. Chegada esta fase, o processo está maduro, de modo que a alegação das partes devem
Penal c/c Art. 404, cingir-se aos pontos controvertidos do caso. Atentar para a ordem das teses a ser abordadas: preliminares, pleitos de
parágrafo único, do absolvição, dosimetria da pena (atenuantes, causas de diminuição de pena), benefícios de cumprimento de pena, como
Código de Processo substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito, concessão de suspensão condicional da pena, etc.
Penal Existem pleitos principais e outros subsidiários.

Apelação Art. 593 do Código de A palavra recurso significa retomar o curso. Imagine a seguinte situação: o processo teve curso no primeiro grau e,
Processo Penal agora, terá um novo curso na segunda instância. Então, fique atento: nada de repetir tudo mais uma vez. É preciso ter
foco para tratar especificamente do que necessita ser revisto. A apelação, normalmente, é interposta em face de
sentenças, sejam elas condenatórias ou absolutórias, porém, a rigor, ela é cabível para decisões definitivas, como
também sentenças. Aqui, existe processo e, via de regra, houve prolação decisão passível de ser recorrida mediante
apelação. Via de regra, o prazo é de 05 dias. No Juizado especial, o prazo é de 10 dias. Caso o assistente de acusação
se insurja nos autos, na forma do art. 598, parágrafo único do CPP, o prazo será de 15 dias.

Recurso em sentido Art. 581 CPP Trata-se de um recurso que tem hipóteses de cabimento taxativamente previstas em lei. Importante uma leitura
estrito minuciosa do art. 581 CPP para gravar as possibilidades de manejo deste recurso. Via de regra, são atacadas decisões
interlocutórias. Porém, também cabe RESE de sentenças. Veja-se: sentença de absolvição sumária por conta de
extinção de punibilidade do agente (art. 397, inciso IV, c/c art. 581, inciso X, CPP), sentença concessiva ou denegatória
de Habeas Corpus no primeiro grau (art. 581, IX, CPP) e sentença de rejeição da petição inicial (art. 581, inciso I, CPP).
O recurso tem um prazo de 05 (cinco) dias e admite juízo de retratação (art. 589 CPP).
Agravo em Art. 197 LEP e Súmula 700 STF Recurso que não ostenta hipóteses normativas, taxativamente, previstas em lei. Corresponde a um remédio voluntário
Execução cabível para impugnar qualquer decisão proferida pelo Juiz das Execuções Penais. Competência prevista no art. 66 da
Lei nº 7.210/84. É destinado para impugnar decisões proferidas pelo Juiz das Execuções Penais. A grande dica, aqui,
é verificar se a persecução criminal se encontra na fase executória ou se o pleito atine à execução da pena. Atenção:
haverá uma decisão judicial que deverá ser combatida. Cuidado, pois, se a matéria está sendo apreciada pela primeira
vez na instância singela, pode se tratar de um requerimento simples apenas.

Embargos de Art. 382 e 619 CPP Recurso que visa dissipar dúvida, incerteza ou imprecisão constante em decisão judicial. Caso seja esta a peça da
Declaração Art. 83, § 1º, Lei nº 9.099/95 prova, terá sido proferida uma decisão (interlocutória, sentença ou acordão) e será necessário interpor os embargos de
declaração para aclarar o decisum. Não visa modificar o mérito da decisão. No entanto, excepcionalmente, é
possível manejar este recurso com o intuito de obter efeito infringente. Exemplo: omissão referente à análise de
questão de ordem pública, passível de ser conhecida a qualquer tempo.

Correição Não há previsão no CPP, Recurso que tem por objetivo impugnar decisões judiciais que possam importar em inversão tumultuária do processo,
Parcial verificar Regimento Interno, quando não houver remédio recursal específico contido na legislação. Trata-se, portanto, de um recurso subsidiário,
Constituição Estadual, Código utilizado somente se não houver remédio voluntário taxativamente previsto em lei. Cabe em todas as etapas da
de Organização Judiciária Local persecução criminal. Visa retificar error in procedendo cometido pelo Magistrado.

Carta Art. 639 CPP Recurso destinado a provocar o reexame de decisões que denegam ou impedem o seguimento de recurso,
Testemunhável ressalvando-se as hipóteses taxativamente previstas em lei, que admitem o uso de recurso em sentido estrito ou
agravo em recurso especial e recurso extraordinário. Recurso residual ou subsidiário, sendo cabível apenas quando
não houver previsão de outro remédio voluntário específico. Via de regra, caberá para combater decisões judiciais que
deneguem o seguimento de recurso em sentido estrito ou agravo em execução. Atenção para a diferença: da decisão
que denega seguimento de apelação, cabe recurso em sentido estrito.
Habeas Corpus Art. 5º, LXIX, CF, c/c Via de regra, trata-se de uma peça da liberdade, não do mérito do processo penal. O objetivo deste remédio
arts. 647 e ss. Código constitucional é tutelar a liberdade de locomoção. Somente pode ser impetrado em favor de pessoas físicas. Atenção
de Processo Penal para identificar a autoridade coatora e o juízo competente para apreciar o writ. Atualmente, o Habeas Corpus vem sido
utilizado para combater diversos atos ilegais, funcionando como uma arma de defesa sempre disponível para tutelar os
direitos de alguém que tem sua liberdade ameaçada ou constrita. Se a questão pedir a peça exclusiva de advogado,
com certeza, não será o Habeas Corpus, porquanto este pode ser impetrado por qualquer pessoa do povo.
Mandado de Segurança Art. 5º, LXIX, CF, c/c a A finalidade do Mandamus é combater um ato ilegal que ofenda direito líquido e certo não amparado por Habeas
Lei nº 12.016/2009 Corpus ou Habeas Data. Eventual direito, seja da acusação ou defesa, que venha ser violado no andamento da
persecução criminal, uma vez se amoldando à hipótese normativa que admite a impetração do Mandado de Segurança,
pode ser combatido através deste remédio constitucional. É uma excelente via, por exemplo, para tutelar os interesses
de uma pessoa jurídica que está sendo investigada ou processada por um delito. Isso porque, não se pode impetrar
Habeas Corpus em favor de empresa. A dica é verificar se a ofensa a direito da parte foi tão manifesta a ponto de ser
demonstrada mediante prova pré-constituída. Além disso, é necessário avaliar se existe necessidade de uma resposta
rápida, tanto para constatar o cabimento do Mandamus, quanto a viabilidade de elaborar pedido liminar.
Revisão Criminal Art. 621 do Código de A grande dica para acertar essa peça é verificar se houve o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. É
Processo Penal preciso ficar atento para a etapa em que a persecução criminal se encontra. Lembrar que esta ação judicial pode ser
proposta, inclusive, depois de o condenado ter cumprido pena ou até mesmo esteja morto. Todos possuem o direito de
provar sua inocência. Não se trata, ainda, de recurso. Logo, nada pugnar pelo provimento da revisão criminal.
Corresponde a uma ação judicial, assim deve ser pleiteada a sua procedência, seja para desclassificar uma conduta,
absolver o réu, anular um processo ou reformar uma pena. Não existe revisão criminal em favor da sociedade, mas
apenas em favor do réu.

ROC art. 102, inciso II, Recurso que tem por objetivo impugnar decisão denegatória de mandado de segurança, habeas corpus, habeas data e
alíneas a e b, CF; Art. mandado de injunção, decididos em única ou última instância, interpostos no STJ ou STF, a depender da natureza da
105, inciso II, alíneas matéria julgada e o Tribunal que proferiu o decisum. A dica é perceber se existe um remédio constitucional em curso e
a, b e c, CF houve denegação da ordem ou da segurança pleiteada.
 E se aparecer uma peça fora da curva!?
• Estratégias passíveis de utilização no momento da prova;
• A importância do treino, da formulação de esqueletos, do treino do raciocínio jurídico;
• Exemplos de peças “aparentemente diferenciadas”: exceções, contrarrazões de recurso,
requerimento de restituição de coisa apreendida, requerimentos inerentes à execução da pena,
representação para instauração de inquérito, requerimento de habilitação como assistente de
acusação, recurso especial, recurso extraordinário, etc;
A repetição é a mãe do aprendizado.
(Desconhecido)