REQUERENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
PROCURADOR : ANGÉLICA VELLA FERNANDES DUBRA E OUTRO(S) REQUERIDO : OSNIR REINIACK ADVOGADO : JOÃO NORBERTO COELHO NETO E OUTRO(S)
DECISÃO
O Instituto Nacional do Seguro Social, com fundamento no art. 14, § 4º, da
Lei 10.259/2001, suscita o presente incidente de uniformização jurisprudencial contra acórdão da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais - TNU assim ementado:
TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO.
FATOR DE CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS EM TEMPO COMUM. LEGISLAÇÃO VIGENTE AO TEMPO DE CONCESSÃO DA APOSENTADORIA. PRECEDENTE DA TNU. 1. Em uniformização que resultou na revisão da jurisprudência então existente neste colegiado, firmou-se o entendimento no sentido da aplicação do fator de conversão previsto à época da concessão da aposentadoria. Precedente da TNU (Processo nº 20065151003901-7). 2. É devida a conversão do tempo de serviço prestado sob condições especiais em tempo comum, mesmo quanto ao período anterior à Constituição Federal, pelo fator multiplicador 1,4. Incidência do art. 70 do Decreto nº 3.048/99, com redação dada pelo Decreto nº 4.827/2003. 3. Pedido de Uniformização parcialmente provido, determinando-se o retorno dos autos à Turma Recursal de origem para fins de adaptação do julgado (fls. 150-154).
A Autarquia insurge-se contra o entendimento adotado pela TNU, o qual,
segundo faz ver, contraria a jurisprudência dominante desta Corte. Sustenta que a TNU acolheu a compreensão de que o fator, multiplicador ou coeficiente de conversão de tempo de serviço especial em comum, aplica-se a legislação vigente à época da concessão da aposentadoria (fl. 159). Por outro lado, aduz, a orientação adotada pelo STJ inclina-se para determinar a conversão do tempo de serviço especial em comum com observância do regramento em vigor por ocasião do efetivo serviço desempenhado, de modo que deve ser utilizado como fator de conversão o coeficiente previsto na respectiva legislação (fl. 160). Requer o conhecimento e o provimento do incidente para o fim de harmonizar a jurisprudência e reformar a decisão da TNU, estabelecendo a observância do fator de conversão vigente à época da prestação do serviço do autor, no caso, o fator de 1,2, previsto no Decreto n. 83.080/1979, em decorrência do princípio tempus regit actum.
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Superior Tribunal de Justiça Cita em defesa de sua tese, os julgados proferidos no REsp n. 601.489/RS, da relatoria do Ministro Arnaldo Esteves Lima e no AgRg no REsp n. 600.096/RS, da relatoria do Ministro Felix Fischer e REsp n. 599.997/SC, cuja relatoria coube à Ministra Laurita Vaz. Postula, ainda, a concessão de medida liminar a fim de determinar a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida. Os autos foram encaminhados a esta Corte após a admissão do incidente pelo Presidente da TNU (fls. 166/167). É o relatório. Inicialmente, observa-se estar presente a alegada divergência jurisprudencial, razão pela qual admite-se o presente incidente de uniformização. Nesse contexto, a fim de evitar decisões conflitantes durante o processamento deste incidente, defere-se a medida liminar requerida e determina-se a suspensão dos processos nos quais tenha sido estabelecida a mesma controvérsia, a teor do disposto nos §§ 5º e 6º do artigo 14 da Lei 10.259/2001 e artigo 2º da Resolução n. 10/2007 do Superior Tribunal de Justiça. Nos termos do artigo 14, § 7º, da Lei n. 10.259/2001 e artigo 2º, II, da Resolução n. 10/2007 desta Corte, oficie-se ao Presidente da TNU e aos demais Presidentes das Turmas Recursais para comunicar o processamento deste incidente. Proceda-se, ainda, à publicação de edital no Diário de Justiça, com destaque no noticiário do Superior Tribunal de Justiça na internet, dando-se ciência aos interessados acerca da instauração do incidente para, querendo, se manifestarem no prazo de 30 dias. Após, abra-se vista ao representante do Ministério Público Federal, pelo prazo de cinco dias. Por fim, enviem-se cópias desta decisão aos Senhores Ministros integrantes das Turmas que compõem a Terceira Seção, para dar-lhes conhecimento. Intimem-se. Brasília (DF), 28 de setembro de 2009.
MINISTRO JORGE MUSSI
Relator
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