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Superior Tribunal de Justiça

PETIÇÃO nº 7519 - SC (2009/0183633-0)


RELATOR : MIN. JORGE MUSSI

REQUERENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS


PROCURADOR : ANGÉLICA VELLA FERNANDES DUBRA E OUTRO(S)
REQUERIDO : OSNIR REINIACK
ADVOGADO : JOÃO NORBERTO COELHO NETO E OUTRO(S)

DECISÃO

O Instituto Nacional do Seguro Social, com fundamento no art. 14, § 4º, da


Lei 10.259/2001, suscita o presente incidente de uniformização jurisprudencial contra
acórdão da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados
Especiais Federais - TNU assim ementado:

TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO. PREVIDENCIÁRIO.


FATOR DE CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO
SOB CONDIÇÕES ESPECIAIS EM TEMPO COMUM. LEGISLAÇÃO
VIGENTE AO TEMPO DE CONCESSÃO DA APOSENTADORIA.
PRECEDENTE DA TNU.
1. Em uniformização que resultou na revisão da jurisprudência
então existente neste colegiado, firmou-se o entendimento no
sentido da aplicação do fator de conversão previsto à época da
concessão da
aposentadoria. Precedente da TNU (Processo nº
20065151003901-7).
2. É devida a conversão do tempo de serviço prestado sob
condições especiais em tempo comum, mesmo quanto ao período
anterior à Constituição Federal, pelo fator multiplicador 1,4.
Incidência do art. 70 do Decreto nº 3.048/99, com redação dada
pelo Decreto nº 4.827/2003.
3. Pedido de Uniformização parcialmente provido, determinando-se
o retorno dos autos à Turma Recursal de origem para fins de
adaptação do julgado (fls. 150-154).

A Autarquia insurge-se contra o entendimento adotado pela TNU, o qual,


segundo faz ver, contraria a jurisprudência dominante desta Corte.
Sustenta que a TNU acolheu a compreensão de que o fator, multiplicador
ou coeficiente de conversão de tempo de serviço especial em comum, aplica-se a
legislação vigente à época da concessão da aposentadoria (fl. 159).
Por outro lado, aduz, a orientação adotada pelo STJ inclina-se para
determinar a conversão do tempo de serviço especial em comum com observância do
regramento em vigor por ocasião do efetivo serviço desempenhado, de modo que deve
ser utilizado como fator de conversão o coeficiente previsto na respectiva legislação (fl.
160).
Requer o conhecimento e o provimento do incidente para o fim de
harmonizar a jurisprudência e reformar a decisão da TNU, estabelecendo a observância
do fator de conversão vigente à época da prestação do serviço do autor, no caso, o fator
de 1,2, previsto no Decreto n. 83.080/1979, em decorrência do princípio tempus regit
actum.

Documento: 6408946 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 06/10/2009 Página 1 de 2


Superior Tribunal de Justiça
Cita em defesa de sua tese, os julgados proferidos no REsp n.
601.489/RS, da relatoria do Ministro Arnaldo Esteves Lima e no AgRg no REsp n.
600.096/RS, da relatoria do Ministro Felix Fischer e REsp n. 599.997/SC, cuja relatoria
coube à Ministra Laurita Vaz.
Postula, ainda, a concessão de medida liminar a fim de determinar a
suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.
Os autos foram encaminhados a esta Corte após a admissão do
incidente pelo Presidente da TNU (fls. 166/167).
É o relatório.
Inicialmente, observa-se estar presente a alegada divergência
jurisprudencial, razão pela qual admite-se o presente incidente de uniformização.
Nesse contexto, a fim de evitar decisões conflitantes durante o
processamento deste incidente, defere-se a medida liminar requerida e determina-se a
suspensão dos processos nos quais tenha sido estabelecida a mesma controvérsia, a
teor do disposto nos §§ 5º e 6º do artigo 14 da Lei 10.259/2001 e artigo 2º da Resolução
n. 10/2007 do Superior Tribunal de Justiça.
Nos termos do artigo 14, § 7º, da Lei n. 10.259/2001 e artigo 2º, II, da
Resolução n. 10/2007 desta Corte, oficie-se ao Presidente da TNU e aos demais
Presidentes das Turmas Recursais para comunicar o processamento deste incidente.
Proceda-se, ainda, à publicação de edital no Diário de Justiça, com
destaque no noticiário do Superior Tribunal de Justiça na internet, dando-se ciência aos
interessados acerca da instauração do incidente para, querendo, se manifestarem no
prazo de 30 dias. Após, abra-se vista ao representante do Ministério Público Federal,
pelo prazo de cinco dias.
Por fim, enviem-se cópias desta decisão aos Senhores Ministros
integrantes das Turmas que compõem a Terceira Seção, para dar-lhes conhecimento.
Intimem-se.
Brasília (DF), 28 de setembro de 2009.

MINISTRO JORGE MUSSI


Relator

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