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Capítulo 6

Material para uso exclusivo de aluno matriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o compartilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo.

Instrumentos de
avaliação

Neste capítulo, serão abordados os instrumentos de avaliação e


suas características, pois, além das estratégias avaliativas e dos objeti-
vos de aprendizagem bem definidos, é preciso selecionar o instrumento
de avaliação adequado para determinada situação de aprendizagem.

Luckesi (2011) constata um fenômeno comum nas escolas: exigir


que os alunos estudem uma vasta gama de conteúdos que, depois, não
serão considerados nas práticas avaliativas em razão da seleção arbi-
trária que os professores realizam dos conteúdos que compõem os ins-
trumentos de coleta de dados para avaliação.

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Os estudantes são obrigados a estudar tudo o que os educadores

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indicam, mas os conteúdos não serão necessariamente cobrados nas
avaliações. Isso acaba por desmotivar e desencantar os alunos, que per-
cebem que suas aprendizagens não foram levadas em consideração.

Frente ao desempenho insatisfatório dos alunos e suas reações, é


comum dizer que eles não aprenderam ou não estudaram o suficiente.
No entanto, Luckesi (2011) aponta que o instrumento pode não ter per-
mitido que eles revelassem a qualidade de sua aprendizagem, embora
tenham estudado e aprendido.

Ambrósio (2015) destaca que as escolas precisam adequar seus


processos avaliativos à realidade contemporânea e possibilitar a inte-
restruturação do conhecimento de forma dinâmica e inclusiva.

Nas próximas seções, serão apresentados diversos instrumentos


de avaliação que podem ser utilizados pelos professores e servir de
inspiração para a criação de seus próprios instrumentos. A ideia é que
as aprendizagens sejam valorizadas e traduzidas nos instrumentos, de
modo que os alunos participem dessa produção de conhecimento e
acompanhem os processos avaliativos de forma consciente e eficaz.

1 Instrumentos de avaliação e suas


características
A literatura educacional indica que é necessário utilizar diferentes ins-
trumentos para avaliar a aprendizagem dos alunos, pois, quanto maior
a diversificação, maiores as possibilidades de os estudantes apresenta-
rem/demonstrarem o que foi aprendido.

Ambrósio (2015) defende que as propostas avaliativas elaboradas


no nível da avaliação emancipatória se traduzirão na valorização da
consciência dos alunos sobre seu processo de aprendizagem e na pro-
moção de práticas educativas não seletivas e não discriminatórias.

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Partindo do pressuposto de que as turmas são heterogêneas, plu-
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rais e diversas, ampliar o uso de bons instrumentos torna o processo


avaliativo mais inclusivo ao garantir que todos os alunos demonstrem
os saberes, habilidades e competências desenvolvidos ao longo de um
período ou projeto escolar.

Os estudantes não terão apenas um momento ou um instrumen-


to padrão de avaliação. Os instrumentos de avaliação são ferramen-
tas pedagógicas que devem considerar a realidade dos alunos e suas
particularidades.

IMPORTANTE

É preciso que os instrumentos avaliativos sejam compatíveis com os


conteúdos ensinados e apresentem clareza, precisão, linguagem clara e
mesmo nível de complexidade (LUCKESI, 2011, p. 247).

Cabe aos professores produzir bons e adequados instrumentos de


avaliação da aprendizagem dos alunos, sem subterfúgios, enganos,
complicações desnecessárias ou armadilhas. Esse pode ser um exce-
lente exemplo para exercitar a ética pessoal e ensinar ética aos alunos
na própria dinâmica da vida cotidiana. Luckesi (2011, p. 250) afirma que

[...] respeitar as regras de elaboração e uso de instrumentos de co-


leta de dados é uma prática eticamente positiva que redunda em
proveito efetivo do sucesso em nossas escolas. Afinal, através de-
les, nós educadores tomaremos conhecimento sobre a eficiência
de nossa prática de ensino e nossos educandos tomarão consci-
ência dos resultados positivos decorrentes dos investimentos que
fizeram em seus estudos. A ética necessita estar presente nas con-
dutas avaliativas, como sua guia.

O uso de instrumentos avaliativos exige ética, reflexão e metodolo-


gia. Dewey (1959 apud AMBRÓSIO, 2015, p. 30) entende a reflexão como
“um tipo de pensamento que incorpora o método científico”. Perrenoud

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(2002 apud AMBRÓSIO, 2015, p. 30) apresenta a prática reflexiva como

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aquela que é “instigada por um problema e requer método — é preciso
ler, escrever, observar, construir as hipóteses, enfim adotar uma postura
investigativa”.

Santos e Guimarães (2017) enfatizam a importância de realizar ati-


vidades avaliativas e registrá-las. As autoras apresentam vários instru-
mentos de avaliação que podem ajudar o professor no trabalho docen-
te, desde que utilizados de acordo com o perfil dos alunos e com os
objetivos de aprendizagem.

Quadro 1 – Exemplos de instrumentos de avaliação e suas características.

INSTRUMENTOS CARACTERÍSTICAS

Requer sistematização e registro, que deve ser feito ao longo do processo. Deve ser
Observação permeada por objetivos claros, com a identificação dos diferentes momentos da
observação (sala de aula, pátio da escola, atividade dirigida).

São utilizadas para mensurar o conhecimento adquirido pelo aluno. Podem ser
Provas objetivas ou dissertativas. Uma mesma prova pode conter questões dos dois tipos.
Também devem levar em conta os objetivos de aprendizagem.

A turma é dividida em grupos, que ficam responsáveis por desenvolver e apresentar


um tema para a sala. É importante definir os critérios de apresentação, como
Apresentação de a postura dos alunos, o domínio da temática apresentada, o envolvimento dos
trabalho participantes, o uso de recursos e o envolvimento da turma com a apresentação dos
colegas. A turma pode realizar registros sobre a apresentação dos grupos, sendo
todos corresponsáveis pela avaliação da atividade de seus colegas.

Possibilita que o estudante reflita sobre sua aprendizagem e participação ao longo


do processo. Poderá reorientar sua aprendizagem, desde que seja uma atividade
Autoavaliação sistematizada e realizada com o acompanhamento do professor. Assim, juntos, aluno
e professor poderão rever a melhor forma de promover o crescimento a partir da
trajetória já trilhada.

É utilizado para o acompanhamento da aprendizagem dos alunos ao longo do


Portfólio
processo e na avaliação final.

É uma opção para avaliar a produção escrita. Envolve a capacidade de relacionar a


Redação leitura com a crítica para a criação de textos. Considera questões gramaticais e de
argumentação.

Fonte: adaptado de Santos e Guimarães (2017, p. 106-107).

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Para Soffner (2010), a prova dissertativa é formada por questões que
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exigem do aluno uma redação sobre determinado tema. As vantagens


desse instrumento são a fácil elaboração, a possibilidade de verificar
diferentes habilidades e a quase nula chance de acerto fortuito. De todo
modo, é preciso definir os critérios de correção com os alunos antes
de aplicar a prova e se certificar de que as questões estejam claras. É
importante que as questões façam referência a um autor ou uma teoria
e que se evite o uso da expressão “em sua opinião”.

Já a prova objetiva é voltada para a verificação do grau de apren-


dizagem por meio de questões predefinidas que admitem uma única
resposta correta (RODRIGUES JÚNIOR, 2009). As vantagens desse
instrumento são o julgamento fácil e imparcial, que diminui ou quase
anula a incidência de erros na correção, e a possibilidade de alcançar
maior abrangência de conteúdos. Aqui, é preciso ter alguns cuidados,
como: possuir objetivos bem definidos; usar linguagem acessível ao
aluno; mencionar no cabeçalho todas as informações necessárias para
a resolução da prova; compatibilizar a disponibilidade de tempo com a
quantidade de questões; explicitar os critérios de correção; e organizar
questões em ordem crescente de dificuldade.

Instrumentos de coleta de dados para a avaliação compatíveis


com o ensino são recursos fundamentais para nossa prática de
educadores e para a prática de nossos estudantes. Eles expressa-
rão o respeito que temos pelo nosso trabalho, assim como revela-
rão o respeito que temos pelo investimento de nossos estudantes
ao estudo, assim como pela validade e verdade da investigação
que realizamos sobre seu o desempenho, além de revelar o quanto
eticamente estamos comprometidos com esse processo. (LUCKE-
SI, 2011, p. 250)

NA PRÁTICA

Um estudo realizado por Goulart (1992 apud AMBRÓSIO, 2015) em uma


escola pública com crianças em situação de vulnerabilidade social é um

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exemplo de ação pedagógica em que a professora e os alunos vence-
ram desafios e romperam com a cultura da reprodução e do excesso
de conhecimentos veiculados, para dar espaço a registros avaliativos
mais amplos, investigativos e dinâmicos. As formas de registro foram
as seguintes:

• caderno de registro do desenvolvimento dos alunos na escola:


anotações semanais da professora;

• relatórios de assembleias: realizados pelos alunos;

• diário dos alunos: relato espontâneo do cotidiano;

• caderno de bilhetes: manifestação de sentimentos, necessidades e


reivindicações dos alunos por eles mesmos;

• pasta de arquivo de trabalhos: recolhimento dos trabalhos dos


alunos para avaliação processual;

• boletim: síntese do progresso dos alunos com espaço para obser-


vações dos professores e dos colegas estudantes.

Como pode ser observado, existem diversos instrumentos de ava-


liação, e outros têm surgido com o apoio das tecnologias digitais (fó-
runs de discussão, quizzes, etc.). A escolha dos instrumentos deve
considerar o conteúdo que se pretende avaliar e a concepção de ensi-
no que embasa a prática educativa.

Não há certo ou errado quando tratamos da seleção desses instru-


mentos avaliativos, e sim a ideia de maior ou menor adequação a cada
contexto.

Uma prova objetiva, por exemplo, pode ser bastante adequada ao


contexto dos vestibulares e concursos públicos, que lidam com grande
número de candidatos e precisam aferir conhecimentos mais gerais. Já
um processo cotidiano de sala de aula, em que se tem tempo e inten-
ção de construir as aprendizagens com os alunos, pode requerer outros
instrumentos de avaliação.

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No próximo tópico, trataremos do portfólio como exemplo de instru-
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mento de avaliação.

2 Portfólio como registro e instrumento


avaliativo
Um dos instrumentos de avaliação que merecem destaque é o por-
tfólio. Santos e Guimarães (2017, p. 147-148) o definem como

[...] um conjunto de trabalhos agrupados em um único arquivo ou


coleção. Em Educação, ele pode ser utilizado para manter a me-
mória das atividades realizadas ao longo de um período letivo. Em
geral, é utilizado para o acompanhamento das aprendizagens dos
alunos ao longo do processo, sendo que também pode ser utiliza-
do para avaliação final. Para além de um conjunto de trabalhos, o
portfólio pode ser utilizado na construção e na reflexão por parte
de professores e educadores.

O trabalho com o portfólio pode colaborar para a articulação da te-


oria com a prática e favorecer o desenvolvimento da autonomia e da
criatividade dos alunos.

Ele pode ser digital, impresso, vinculado a livros, músicas, podcasts,


áudios, textos e recursos auditivos, visuais ou sinestésicos. Desse
modo, valoriza as experiências culturais dos alunos e cria formas de re-
gistrar o processo de aprendizagem sem o risco de perder informações
valiosas.

IMPORTANTE

O portfólio consiste em um procedimento de

[...] registros frequentes a respeito de um processo viven-


ciado ao longo de um período, determinado ou não. Nesse
procedimento, os registros devem enfatizar, além dos
conhecimentos construídos, o caminho percorrido para

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essa construção, as dúvidas, as reflexões próprias a respei-
to da(s) temática(s) em questão, bem como sugestões e
críticas. Uma das principais características do portfólio é o
respeito às peculiaridades de cada indivíduo na construção
da própria aprendizagem, pois se trata de um procedimento
personalizado. (RODRIGUES JÚNIOR, 2009, p. 187)

O portfólio pode servir para a regulação do processo de ensino-


-aprendizagem. O professor conhece as fragilidades dos alunos e pode
planejar as próximas ações para suprir as carências identificadas e re-
forçar as competências e habilidades adquiridas.

Além disso, por meio do portfólio, o professor pode (e deve) avaliar o


seu próprio trabalho. É importante que ele entenda o erro como tentati-
va de acerto — sinal da construção de um conhecimento — e reconheça
cada momento do aluno como significativo.

Esse instrumento também poderá abrir caminho para uma avalia-


ção democrática, justa e equitativa, já que considera todas as apren-
dizagens dos alunos ao longo do processo educativo, e não apenas o
resultado de um exame.

No portfólio, é possível registrar as pesquisas, os projetos, as hipóte-


ses, os achados e as investigações. Para isso, os recursos tecnológicos
atuais se tornam grandes aliados: o aluno e o professor podem inserir
tabelas, gráficos, documentos de texto, gravações de entrevistas ou de-
bates, reflexões à luz de teorias, etc.

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Figura 1 – Diversos elementos podem compor o portfólio.
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Na figura 1, vemos os diferentes registros que podem integrar um


portfólio: leituras, pesquisas, investigações, diálogos, discussões, des-
cobertas, criações, etc.

Não basta juntar vários papéis para compor um portfólio, pois a


construção desse instrumento deve ser pensada e planejada de forma
colaborativa. Pode-se sempre analisar o portfólio a fim de apontar ajus-
tes na rota, como quais registros merecem mais destaque e quais de-
vem ser aprofundados com mais dedicação.

Para Rodrigues Júnior (2009, p. 187), o portfólio é uma prática ava-


liativa inovadora “que tem como base os princípios éticos de respeito à
diversidade em seus diferentes aspectos: cognitivo, emocional, social,
psicológico, entre outros”. Entretanto, “a utilização do portfólio em si
não garante o desenvolvimento de um processo reflexivo, autônomo,
criativo e crítico” (RODRIGUES JÚNIOR, 2009, p. 188). Para o autor, o
sucesso de um instrumento de avaliação depende da maneira como o
trabalho é realizado e dos valores que o projeto educativo prioriza, o que
envolve:

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• Coleção: reunir todo o conteúdo pesquisado e/ou aprendido a res-

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peito da temática.

• Seleção: selecionar os materiais mais relevantes.

• Reflexão: refletir a respeito dos materiais selecionados e das ex-


periências vividas durante o processo, ressaltando as dúvidas, as
dificuldades e os desafios, bem como os avanços e as expectati-
vas de continuidade.

• Avaliação: perceber o “caminho percorrido” e planejar as próximas


ações de acordo com os objetivos definidos.

PARA SABER MAIS

No Porvir, plataforma de conteúdos e mobilização sobre inovações edu-


cacionais no Brasil, foi publicado um artigo com dicas de ferramentas
digitais para a elaboração de um portfólio (HERTZ, 2020).

Nesse contexto, o propósito do uso de tal instrumento deve ficar claro


para os alunos. É preciso definir com eles os objetivos de aprendizagem;
coletar as amostras iniciais (coleção); reorganizar a ação pedagógica
de acordo com as amostras iniciais (reflexão); recolher periodicamente
as amostras das melhores produções dos alunos selecionadas por eles
mesmos (coleção e seleção); reorganizar periodicamente a ação peda-
gógica com a turma, mais especificamente seus objetivos e critérios,
deixando-os sempre claros (reflexão); e proceder à avaliação periódi-
ca das produções dos educandos (reflexão e avaliação) (RODRIGUES
JÚNIOR, 2009).

No âmbito da avaliação do próprio portfólio, é possível considerar


critérios como: pontualidade na entrega; aparência/apresentação; con-
sistência, clareza, coerência e objetividade; originalidade e criatividade;

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aspectos ortográficos e gramaticais; capacidade para trabalhar em gru-
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po; e autoavaliação.

O autor menciona ainda os seis princípios fundamentais do por-


tfólio: construção pelo aluno; reflexão; criatividade; autoavaliação; par-
ceria; autonomia (RODRIGUES JÚNIOR, 2009). Esses princípios são
requisitos para uma boa regulação do processo de ensino-aprendiza-
gem inserido em um projeto educativo libertário que visa a formação
de um cidadão crítico e participativo.

IMPORTANTE

O portfólio é um procedimento de avaliação que está a serviço da apren-


dizagem e, portanto, insere-se no contexto da avaliação formativa (RO-
DRIGUES JÚNIOR, 2009, p. 195).

O uso do portfólio como instrumento de avaliação tem aspectos


positivos que merecem destaque: favorece o diálogo, permitindo que
o aluno acompanhe seu próprio processo; estimula a pesquisa (o estu-
dante, motivado a enriquecer seu portfólio, busca novas informações);
torna o aluno corresponsável por sua avaliação e apto a refletir sobre
suas produções; auxilia o professor a conhecer as peculiaridades dos
alunos; contribui para o desenvolvimento da autonomia e da criativi-
dade dos estudantes.

Já os contrapontos são os seguintes: demanda maior tempo de


acompanhamento e avaliação por parte do professor; exige um acom-
panhamento constante do professor para não virar uma avaliação tra-
dicional (em momento pontual); pode levar o aluno, nas atividades de
maior reflexão, a apenas reproduzir uma fala para “agradar” ao profes-
sor; pode induzir os estudantes a enfatizar algumas atividades em detri-
mento de outras, em razão de suas preferências.

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Considerações finais

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Neste capítulo, foi possível conhecer diversos instrumentos de
avaliação.

A ideia foi apresentar as principais características dos instrumen-


tos mais utilizados e seus aspectos positivos e negativos, de modo a
colaborar com a abrangência reflexiva e o rigor científico necessários
no momento de definir o uso de tais instrumentos ao longo do período
letivo.

Foi abordada, ainda, a importância da ética, de modo que os alunos


sejam respeitados e participem ativamente do processo avaliativo.
Para isso, eles precisam conhecer cada instrumento, seus critérios de
avaliação e sua relação com a própria aprendizagem.

Entre os instrumentos citados, estavam as provas dissertativas, as


provas objetivas, a autoavaliação, a observação, a apresentação de tra-
balho, a redação e o portfólio.

O portfólio ganhou destaque por ser considerado uma forma de


avaliação mais justa, diversificada e equitativa, reunindo uma série de
possibilidades para registrar as investigações, hipóteses, reflexões, pes-
quisas e descobertas dos alunos.

Referências
AMBRÓSIO, Márcia. Avaliação, os registros e o portfólio: ressignificando os
espaços educativos no ciclo das juventudes. Petrópolis: Vozes, 2015.

BACICH, Lilian; MORAN, José (org.). Metodologias ativas para uma educação
inovadora: uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2017.

HERTZ, Mary Beth. Dicas de ferramentas para criar um portfólio digital.


Porvir, São Paulo, 10 jan. 2020. Disponível em: https://porvir.org/

76 Avaliação na educação básica


dicas-de-ferramentas-para-criar-um-portfolio-digital/. Acesso em: 13 maio
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2022.

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e


proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

RODRIGUES JÚNIOR, José Florêncio. Prova objetiva. In: RODRIGUES JÚNIOR,


José Florêncio et al. Avaliação do estudante universitário: fundamentos e
recursos. Brasília, DF: Editora Senac Distrito Federal, 2009. cap. 8.

SANTOS, Pricila Kohls dos; GUIMARÃES, Joelma. Avaliação da aprendizagem.


Porto Alegre: Sagah, 2017.

SOFFNER, R. Avaliação da aprendizagem em curso a distância. 2010. Tese


(Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São
Paulo (Feusp), São Paulo, 2010.

Instrumentos de avaliação 77

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