qualificada nos autos em epígrafe, por seu advogado subscritor (instrumento procuratório em anexo), vem, respeitosamente diante de Vossa Excelência, se manifestar ao teor do bloqueio judicial nos autos, nos seguintes termos: O juízo deferiu o bloqueio judicial em favor do exequente, o que foi devidamente efetivado. Ocorre que, a peticionante possui uma única fonte de renda que é o Benefício de Prestação Continuada a Pessoa Idosa junto ao INSS, e necessita de cuidados constantes com medicação pois sofre de várias doenças, uma vez ser pessoa idosa. Ressalta-se que os valores recebidos do INSS em sua conta corrente do Bradesco foram bloqueados por força da Ordem Judicial emanada nos autos, o que deve ser desconstituído por força da dignidade da pessoa humana, nos termos outrora mencionados, sendo sua única fonte de renda, conforme documentos juntados a esta petição. Desta feita, considerando que a Executada é pensionista e possui esta única fonte de renda em que as verbas são exclusivamente alimentares e, considerando ainda a origem da dívida Exequenda, não há que se falar em penhora online de valores, o que, no caso concreto, o bloqueio de valores oriundos de sua pensão afrontaria os princípios basilares da Constituição Federal, principalmente o da dignidade da pessoa humana – art. 1ª, III, CF/88, devendo, portanto, o pedido do Exequente ser indeferido de plano, com arrimo legal no inc. IV, do art. 833, do CPC/2015. Neste sentido, colaciono os seguintes arestos dos Tribunais pátrios. TJDF. “1. Em que pesa a tendência de mitigação do art. 833, inciso IV, §2º do CPC, orientando-se no sentido de ampliar a eficácia das normas fundamentais do processo civil, sobretudo para possibilitar o cumprimento das obrigações, com a penhora de conta salário e também do próprio salário, os pedidos devem ser analisados caso a caso, ponderando-se com os demais princípios sensíveis. 2. No caso concreto, a penhora requerida possui a potencialidade de afrontar direitos fundamentais do devedor, como a dignidade da pessoa humana, uma vez que o valor recebido pelo devedor não é de grande monta, refletindo inclusive no valor efetivamente penhorado em sua conta, que se revela insignificante diante da dívida cobrada. (...). Caso fosse deferido o bloqueio, é possível que a quantia seja até mesmo inferior aos encargos da dívida, de modo que não haveria amortização, mas um bloqueio no salário do devedor de forma indefinida. 4. O CPC estabelece em seu artigo 836 que não será efetivada a penhora se o custo da execução for superior aos bens arrecadados. De tal forma, uma interpretação sistemática da norma processual leva à conclusão de que a penhora só será realizada caso exista efetividade na sua consolidação e não coloque em risco a dignidade do devedor, não sendo o caso dos autos.” (Acórdão 1149903, 07218775620188070000, Relator: ALFEU MACHADO, 6ª Turma Cível, data de julgamento: 07/02/2019, publicado no DJe: 13/02/2019.)
Assim, considerando o princípio da dignidade da
pessoa humana, viga mestra da “Constituição cidadã”, bem como esteio legal no Código de Processo Civil, conforme alhures mencionado, requer-se o desbloqueio urgente de sua conta do Banco Bradesco, Ag. 523, conta 93883-1, onde encontra-se bloqueado o valor de seu Benefício de Prestação Continuada a Pessoa. Nestes termos, Pede e aguarda deferimento. Macapá, 03 de abril de 2024.
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