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Maressa Alencar - Pediatria 1 .

Ped 2 - Aleitamento materno


Recomendações atuais Aleitamento complementado: leite humano +
sólidos ou semissólidos (a partir dos 6 meses)
Aleitamento materno exclusivo por 6 meses: ele
Manter leite materno até 2 anos (no mínimo),
é suficiente até essa idade
após isso fica a critério da mãe parar ou não
Aos 6 meses: alimentação complementar (de
forma gradual), mas continua com o aleitamento Composição do leite

Benefícios do aleitamento materno DIFERENÇAS NUTRICIONAIS ENTRE LEITE


HUMANO E LEITE DE VACA:
Protege contra infecções no TGI e no trato
Leite humano tem:
respiratório na criança, diminui o risco de
alergias
Menos proteínas (3x menos proteína):
Favorece a perda de peso materna e aumenta o
● É vantajoso, pois o excesso de proteína
tônus da mama
do leite de vaca leva a sobrecarga renal
do bebê (rim ainda imaturo)
Tem efeito contraceptivo com 98% de
● Composição proteica: menos caseína e tem
segurança, mas pode usar contraceptivos de
como proteína principal do soro a
progesterona junto (estrógeno não -> pode
alfa-lactoalbumina: o leite de vaca tem
afetar produção de leite e causar feminilização
beta-lactoglobulina como proteína do soro
de meninos que mamam)
que é bastante alergênica

Definições OBS.: o leite tem duas frações de proteínas:


caseína (absorção e digestão mais difícil) e
Aleitamento materno exclusivo: só recebe leite proteínas do soro (mais fácil de digerir) -> leite
materno (LM) ou leite humano de outras fontes e de vaca tem mais caseína; leite humano tem mais
nada mais -> leite humano de outra fonte = proteínas do soro
proveniente de banco de leite
Assim o LH leva a menor sobrecarga renal,
● Pode receber ainda: medicações, maior digestibilidade e é menos alergênico
suplemento vitamínico e minerais (fora
isso, deixa de ser AME); se ficar OBS.: se a criança iniciou a fórmula e apresentou
desidratada pode tomar SRO também alergia -> é APLV, não é intolerância a lactose,
● Não pode oferecer água, chás e sucos até porque o leite humano tem mais lactose que o
de vaca
Aleitamento materno predominante: leite
materno + outros líquidos (chás, sucos…) ● Sinal de APLV: sangue nas fezes,
urticária, anafilaxia (essas duas últimas
● Não recebe outros tipos de leite: se quando é IgE mediada)
receber é aleitamento misto ou parcial
● O aleitamento materno predominante OBS.: não há necessidade de fazer restrições na
nunca é recomendado! -> só recomenda dieta materna, exceto em caso de APLV que pede
AME até 6 meses para retirar leite e derivados
● Oferecer outros líquidos = maior risco de
contaminação; compostos de chás podem
diminuir absorção de nutriente do LM
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OBS.: o leite de prematuros possui mais OBS.: as fórmulas infantis pegam o leite de vaca
proteínas e modificam para retirar as desvantagens, mas
nunca se igualam ao leite humano devido a
Menos eletrólitos: presença de fatores de proteção específicos
para a criança
● LH tem menos sódio que leite de vaca:
impõe menor sobrecarga renal -> criança FATORES PROTETORES:
que recebe leite de vaca -> tem que
excretar muito sódio -> excreta muita Imunoglobulina: tem de todas as classes, mas a
água -> tem mais desidratação principal é a IgA secretória -> são anticorpos
específicos para os agentes que a mãe tem
Mais lactose (carboidrato do leite -> glicose + contato pelas mucosas (que são os mesmos que o
galactose): é uma quantidade excessiva que não é bebê tem -> por isso é um fator de proteção
totalmente absorvida e fica intacta no intestino importante)
-> aumenta a osmolaridade intestinal -> fica mais
água no intestino -> fezes mais amolecidas Lisozima: provoca lise -> destrói paredes
bacterianas
● Isso é uma vantagem porque nos
primeiros meses de vida a criança evacua Lactoperoxidase: enzima oxidativa que destrói
deitada e ter fezes amolecidas facilita a algumas bactérias
eliminação
● Criança que recebia LH e passou a Lactoferrina: quelantes de ferro (fica ligado a
receber LV pode ficar com constipação ferro) -> tem ação bacteriostática -> fica ligado
● A lactose no intestino também deixa o pH ao ferro e impede que as bactérias o consumam e
do intestino mais ácido, o que favorece a cresçam (ex. de bactéria que inibe: E. coli)
absorção de cálcio (apesar do de vaca ter
mais cálcio, o do LH é mais aproveitado Fator bífido: glicoproteína (carboidrato +
por causa do pH do intestino) e protege proteína) -> ajudam no crescimento das bactérias
contra enteropatógenos que compõem a nossa flora saprófita (grande
fator de proteção)
Mais gordura: a quantidade é muito parecida
com do leite de vaca, mas a qualidade é melhor Por isso a criança em AME tem menor risco de
infecções respiratórias e gastrointestinais
● Mais colesterol: se relaciona com
diminuição do risco de dislipidemia no OBS.: o leite que passa por pasteurização não
futuro tem a mesma qualidade em relação aos fatores
● Maior quantidade de LC-PUFA (ácido de proteção (porque a temperatura inativa
graxo de cadeia muito longa), em especial alguns) -> leite de banco de leite
ARA (aracdônico) e DHA
(docosahexaenóico): importantes na MODIFICAÇÕES DO LEITE: o leite passa por
mielinização, formação da retina -> mas se mudanças naturalmente
não receber, o corpo pode formar
Durante a lactação:
Semelhança entre os dois leites: quantidade de
ferro (é baixa nos dois), mas o ferro do leite ● 1° colostro: secretado do 3° ao 5° dia
humano tem maior biodisponibilidade (é mais após o nascimento
absorvido) por conta da lactoferrina (proteína do ● 2° leite intermediário (de transição)
soro que fica ligada ao ferro -> não perde, não é ● 3° leite maduro: final da 2° semana de
utilizado por bactérias, é mais absorvido) vida (é o leite que será produzido durante
toda lactação) -> aquela composição dita
anteriormente é dele
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Diferenças entre colostro e leite maduro: Na próxima mamada começa pela mama que foi
oferecida menos na mamada anterior: esvaziou
OBS.: Produção de leite: os elementos podem ser uma e foi para outra e só mamou um pouco,
produzido pela própria glândula mamária ou começa por essa outra
apenas vir do plasma para o leite
Durante o dia: ao anoitecer o leite tem mais
Colostro: mais proteína (albumina, gordura -> mais saciedade -> dorme melhor
imunoglobulina), eletrólitos e vitamina A
(vitamina lipossolúvel) -> a glândula mamária Para facilitar: a gordura sempre aumenta! -> do
ainda é imatura, então o colostro tem mais colostro para o maduro, durante a mamada e
elementos do plasma durante o dia

● Alimentos ricos em vitamina A são mais E na ausência materna?


amarelados -> colostro é mais amarelado
Quando a mãe volta a trabalhar, o que pode
Leite maduro: maior quantidade de elementos
ser feito para manter o AME?
produzidos pela glândula mamária -> lactose e
gordura
Nos períodos que a mulher estiver em casa,
continua amamentando, quando não estiver o
bebê recebe LHO (leite humano ordenhado)

Esse leite pode ficar armazenado por 12h na


geladeira e 15 dias no freezer ou congelador
(metade do dia na geladeira, metade do mês no
congelador)

Colostro X Leite maduro OBS.: na caderneta de saúde da criança tem


todas essas orientações
Para facilitar: as diferenças entre colostro e
leite maduro são as mesmas entre o leite de vaca Aquecer o leite em banho maria com a água fora
e leite humano, sendo o colostro comparado com do fogo (esquenta a água e depois descongela o
o de vaca e o maduro com o humano leite nela, se não desnatura as proteínas)

Durante a mamada: na mesma mamada, a O ideal é deixar congelado quando iniciar o


composição do leite modifica: trabalho e oferecer em copinho depois de
aquecer em banho maria
● Leite anterior: no início -> mais ralo
● Leite posterior: no final -> tem mais OBS.: em temperatura ambiente, pode deixar o
gordura, mais consistente leite até 2h

Explicando melhor: uma pequena parte do leite E na impossibilidade do LM?


da mamada está armazenado, a maior parte vai
sendo produzido enquanto o bebê mama e Pode não ser possível por várias causas ou a
conforme vai produzindo mais, vai tendo mais mulher pode não querer, nesse caso,
gordura e chega a um ponto que já produziu recomenda-se as fórmulas infantis (nan,
tanto que aquela mama fica exaurida (esvaziou) nestogeno, aptamil, milupa) -> usa até o 6° mês e
a partir disso introduz a alimentação
● É importante esvaziar a mama, porque é o complementar
leite posterior que dá saciedade e ganho
ponderal (porque tem mais gordura)
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Preparação da fórmula infantil: padrão = O leite é produzido no interior dos alvéolos


diluição de uma medida (do medidor que vem) mamários, os quais são revestidos por epitélio
para 30 mL de água (oferece múltiplos de 30 altamente especializado, o leite produzido se
para as crianças: 30, 90, 120 mL…), mas é acumula no alvéolo e depois vai ser ejetado pelos
interessante sempre ver a orientação do ductos
fabricante da fórmula
As células mioepiteliais irão contrair e expulsar
● Em geral, oferta 150 a 200 mL por kg do o leite de dentro do alvéolo -> ductos -> seios
bebê em 24h (dividido em mais ou menos lactíferos
6 refeições diárias), mas isso depende da
aceitação do bebê ou 30 mL/kg em cada PRODUÇÃO DO LEITE - LACTOGÊNESE:
refeição
Fase 1: acontece ainda durante a gestação:
Quando não pode dar fórmula infantil (porque é preparo das mamas pelos altos níveis de
caro) e nem leite materno: dar leite de vaca estrogênio e progesterona -> aumento do volume
(leite ninho) das mamas devido a proliferação de estruturas
(progesterona prolifera o que produz -> alvéolos;
● Não pode oferecer leite de vaca puro estrogênio -> prolifera o que escoa -> ductos)
para < 4 meses: tem que diluir em água (2
partes de leite para 1 parte de água): ● Prolactina (hormônio que produz o leite):
para diminuir a quantidade de proteína e está em altos níveis na gestação, mas sua
eletrólitos, mas também diminui ação está inibida (progesterona e
quantidade de gordura e caloria (por isso hormônios liberados pela placenta inibem
recomenda acrescentar óleo de cozinha) ela)
● > 4 meses: pode receber o leite de vaca
não diluído (não acrescentar nada: não Fase 2: acontece após o nascimento: quando a
colocar mucilon) placenta sai, a mulher tem uma queda dos níveis
de hormônios produzidos pela placenta -> fim da
Se a criança está recebendo leite de vaca, o MS inibição da prolactina que ainda está alta, com
autoriza iniciar alimentação complementar a isso tem a apojadura no 2° a 3° dia de vida
partir de 4 meses (se já tiver um (momento da descida do leite: mamas aumentam
desenvolvimento adequado para isso: sustentar a muito de volume porque ocorre a produção
cabeça, conseguir ficar sentado com apoio) intensa de leite), mas antes disso tem produção
de pequena quantidade de colostro
Fisiologia da lactação
● A apojadura independe de qualquer
estímulo (não depende da sucção)
Anatomia da mama:

Fase 3: durante a lactação, para que a produção


láctea se mantenha é necessário que ocorra
sucção da mama e esvaziamento

Sucção:

● Estimula a hipófise anterior -> produz


prolactina -> produção de leite
● É um dos estímulos da hipófise posterior
-> produz ocitocina -> age nas células
mioepiteliais para ejeção do leite
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A ejeção do leite é necessária para a ação da ● Aréola mais visível acima da boca (tem
prolactina, porque se a mama estiver cheia de que abocanhar boa parte da aréola e não
leite (não esvaziar), a prolactina não irá agir (se só o bico)
não esvaziar, para de produzir) ● Queixo toca na mama

Outros estímulos para a ocitocina: choro do OBS.: além disso não pode estar com a bochecha
bebê, neurossensoriais encovada, não pode ter sons de estalo de língua

Inibidor da ocitocina: estímulo adrenérgico: Queixas comuns - técnica incorreta


ansiedade, nervosismo, dor ao amamentar
Fissuras mamilares: a criança está abocanhando
Técnica da amamentação apenas o bico e está mordendo ele

● É sinal de técnica incorreta: precisa


verificar o posicionamento e a técnica e
corrigir
● Não suspender o aleitamento
Ao mamar, a criança ordenha os seios lactíferos ● Mudança de posição: para modificar o
e para isso tem que comprimir esses seios com a ponto que a criança apoia a boca na mama
língua e o palato (os seios lactíferos precisam (para facilitar a cicatrização)
estar posicionados no local correto) -> confere
isso, avaliando a técnica

Posicionamento da criança:

● Criança bem apoiada


● Cabeça e tronco no mesmo eixo (não pode
estar com pescoço torcido)
● Corpo próximo ao da mãe (barriga com
*Posição tradicional
barriga)
● Rosto de frente para a mama
Posições alternativas:
Pega correta: forma que a criança abocanha os
seios lactíferos

● Boca bem aberta


● Lábio inferior evertido (pode ser os dois
lábios, mas principalmente o inferior:
garante que a língua está em baixo
ordenhando)
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● Fazer compressas frias no intervalo das


mamadas: vasoconstrição temporária com
discreta diminuição da produção de leite
(só enquanto tiver a dificuldade)

Mastite (leite empedrado): nem sempre é


infecciosa, é inflamação de uma região da mama
(em geral acomete apenas um quadrante), é
resultado do acúmulo de leite naquela região

*Posição do cavaleiro; Posição invertida (pode ser ● Tratamento: esvaziamento da mama (pode
usada para gêmeos, um em cada mama) ser que apenas isso baste)
Outras recomendações: ● Mas pode evoluir com quadro infeccioso,
suspeita quando: não melhora com o
● Ordenha antes da mamada: desencadeia o esvaziamento, manifestações sistêmicas
reflexo para liberação de ocitocina (no (comprometimento do estado geral, febre
início da amamentação não tem ocitocina, mais elevada)
ainda vai estimular a partir da sucção, não ● Diferente do ingurgitamento: a hiperemia
sai leite e com isso suga com mais não é disseminada, é localizada
intensidade, dói mais, então se estimula ● Se suspeitar de infecção: antibiótico
antes, já sai leite desde o início e dói compatível com a amamentação que dê
menos) cobertura para S. aureus (ex.: amoxicilina
● Aplicação do leite na mama (é + clavulanato) -> mesmo com quadro
questionado): não pode aplicar pomadas infeccioso, mantém a amamentação

OBS.: para prevenir fissuras pode recomendar


que a mulher exponha a mama ao sol, mas para
tratamento, sol não é recomendado, pode
retardar a cicatrização

Ingurgitamento: pode ser fisiológico (na


apojadura) -> mamas distendidas e dolorosas,
mas posteriormente pode acontecer se não for
esvaziado

● Se a mama não for esvaziada, os alvéolos A mastite pode evoluir com abscesso, nesse caso
cheios comprimem os vasos linfáticos, precisa drenar -> alguns autores falam que
impedem a drenagem e gera edema, mesmo com o abscesso, a amamentação pode ser
hiperemia e dor, podendo até ter mantida, exceto se o abscesso estiver drenando
febrícula para a aréola e alguns falam que não pode
● O que fazer? mantém a amamentação, amamentar (pode até ordenhar para esvaziar,
confere a técnica, reforçar que o mas não amamenta)
aleitamento deve ser em livre demanda
(para favorecer o controle autócrino) Em caso de mastite e abscesso pode aplicar
● Ordenhar antes da mamada para facilitar compressas quentes para ajudar a drenar o
a pega (porque a mama muito distendida, abscesso
dificulta que a criança abocanhe toda a
aréola)
● Esvaziar as mamas: enquanto a criança
não conseguir esvaziar toda a mama, a
mulher pode esvaziar para evitar o edema
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Queixa que o "leite é fraco" OBS.: processos não infecciosos -> psicose
puerperal (transtorno depressivo grave no
puerpério) -> a mulher pode cometer infanticídio:
Algumas mulheres podem produzir menos leite
alguns autores consideram como contraindicação
por problemas na técnica, mas a maioria acredita
absoluta da amamentação, mas outros
que o leite é fraco mesmo com o aleitamento
recomendam manter a amamentação que até
normal por insegurança, por achar que a criança
pode ajudar, mas sob supervisão
está sempre com fome por chorar muito

Contraindicações relativas:
Diante da queixa de leite fraco é importante não
menosprezar e realmente investigar se tem
● Herpes simples: não é transmitido através
problemas
do leite, então só contraindica se a lesão
ativa pelo herpes for na mama (e se a
Avaliação objetiva: peso (se a criança está
outra mama não tiver lesão, pode
sendo bem alimentada, vai ganhar peso
amamentar nela)
adequadamente)
● CMV: pode ser transmitido através do
● Detalhe: o bebê perde até 10% do peso
leite, mas na maioria das vezes tem
de nascimento nos primeiros dias de vida
infecção subclínica, exceto em < 30 a 32
e recuperam até 10°-14° dia (fisiológico) -
semanas que pode ter maiores
prematuros podem perder até 15% e
complicações (contraindicado nesses
recuperar com mais tempo
casos de < 32 semanas)
● Mesmo se a criança estiver perdendo
● Varicela: pode contraindicar
mais peso que o normal: mantém o AME e
temporariamente até a fase de crosta nas
verifica a técnica (não indicar fórmula de
lesões se a mãe pegar até 5 dias antes e 2
imediato)
dias após o parto (pegando antes ou
depois disso, não precisa contraindicar
Pode perguntar também se a diurese está
porque passa anticorpo para a criança) e
adequada, pois se está só mamando e o volume
tem outros cuidados (dar imunoglobulina
está adequado, a diurese estará frequente
para o bebê)

Contraindicações do aleitamento materno Não contraindicam a amamentação:

Basicamente são 3 razões para contraindicar: ● Tuberculose: não transmite pelo leite e
bebê com alguma doença; mãe com alguma sim por vias aéreas, então se estiver
doença; mãe tomando algum remédio bacilífera (no início do tratamento)
amamenta os cuidados (usa máscara, em
DOENÇAS MATERNAS: geralmente são lugar arejado e RN recebe
doenças infecciosas, as outras doenças quimioprofilaxia primária com isoniazida e
geralmente contraindicam por conta do adia a vacina BCG) -> se tiver TB pulmonar
tratamento multirresistente e mastite tuberculosa,
contraindica (mas é raro)
Contraindicações absolutas: ● Hepatite B - infecção crônica: até pode
ser transmitido pelo leite, mas faz a
● HIV: o aleitamento não é a principal vacina (como faz para todos) e a
forma de transmissão vertical, mas pode imunoglobulina para o RN
transmitir; o governo até fornece fórmula ● Hepatite C e A não contraindicam: na C
infantil nos primeiros meses existe o risco teórico, tem que orientar a
● HTLV: aleitamento é a principal forma de mulher, mas reforça que é só teórico e
transmissão vertical que pode ser mantido
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DOENÇAS DO LACTENTE: doenças específicas ● Uso de drogas ilícitas de forma crônica


para o leite materno (não para alimentação em (se for uso eventual é possível manter,
geral): esperando um tempo para amamentar -
tempo varia para cada substância)
Absolutas: galactosemia: erro inato no
metabolismo dos carboidratos, não metaboliza Profilaxia de anemia ferropriva
galactose -> se acumula em vários tecidos e pode
ter: catarata, doença hepática, sepse por E. coli
O leite materno é capaz de atender a quase
totalidade de necessidades nutricionais, mas não
● Precisa receber fórmula sem lactose
todas, por isso precisa de profilaxias
(indica fórmula a base de soja)
OBS.: no RN: vitamina K
Relativas: fenilcetonúria: erro inato no
metabolismo dos aminoácidos, tem deficiência
Recomendações ANTERIORES da SBP -
enzimática que não converte fenilalanina em
profilaxia com ferro:
tirosina -> acumula fenilalanina, pode levar a
retardo mental grave

● Mas a criança precisa receber um pouco


de fenilalanina que é um aminoácido
essencial, então recebe leite materno (em
quantidades específicas: pouco) + fórmula
sem fenilalanina (a quantidade tem que
ser titulada pelo nutrólogo)

OBS.: doença do xarope de bordo também pode


contraindicar a amamentação

USO DE MEDICAMENTO: o problema não é a


doença e sim o medicamento que pode ser
excretado no leite
Tem 3 categorias principais de medicamentos: ● Só não precisa dar ferro elementar para >
3 meses se a criança ingerir mais de 500
● Compatíveis com a amamentação mL/dia de fórmula infantil, porque já tem
● Uso criterioso a quantidade de ferro necessária
● Contraindicação absoluta: se a mulher ● Para < 2,5 kg OU prematuros: dá ferro a
precisar receber, tem que suspender partir de 30 dias, independente se usar
amamentação ou não fórmula -> a dose no 1° ano varia
conforme o peso de nascimento
Contraindicações absolutas - principais: ● A diferença é só no 1° ano, no 2° ano é 1
mg/kg/dia para todos
● Amiodarona (mais importante)
● Imunossupressores e citotóxicos CUIDADO! -> essas doses são de ferro
(existem alguns que são de uso criterioso, elementar, mas existem vários sais de ferro, o
mas no geral é absoluta) que está disponível na rede pública é o sulfato
● Radiofármaco: suspende temporariamente ferroso, em que 20% dele é ferro elementar
de acordo com a meia-vida
● Linezolida e ganciclovir (esse último pode Apresentações de sulfato ferroso: 125mg/mL e
dar a criança, mas pelo leite não controla nisso tem 20% de ferro elementar = 25mg/mL , 1
a quantidade) mL equivale a 20 gotas (em geral, mas muda,
avaliar a bula) -> então tem 1,25 mg por gota
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Muita gente faz 1 gota por kg, mas 1 gota tem OBS.: a profilaxia até 24 meses é questionável,
mais de 1mg, então é preciso calcular certinho, alguns falam até 18 meses e outros falam que
porque faz diferença, principalmente para bebês precisa acompanhar a dosagem da vitamina D
com baixo peso
OBS.: para crianças com fatores de risco, essa
ATENÇÃO! TEVE ATUALIZAÇÃO DA SBP EM suplementação é diferente
AGOSTO DE 2021: o que mudou foi nas
crianças > 37 semanas e > 2,5kg -> só dá ferro a CUIDADO! -> tem banca que coloca sulfato
partir de 3 meses se tiver fatores de risco ferroso como sinônimo de ferro elementar, mas
independente da AME, se não tiver e tiver AME, se estiver tudo certo marca mesmo assim (não
só dá a partir de 6 meses brigue com a questão)

Fatores de risco: 10 passos para amamentação - OMS


● Baixa reserva materna (gestações
múltiplas, ausência de suplementação na 1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento, que deveria ser
rotineiramente transmitida a toda a equipe de cuidados de
gestação, perda sanguínea)
saúde;
● Aumento da demanda metabólica (baixo
peso ao nascer, prematuridade) 2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a
● Redução do fornecimento de ferro para implementar esta norma;

(clampeamento precoce do cordão 3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo


umbilical, consumo de leite de vaca em < 1 do aleitamento;
ano, alimentação complementar pobre em
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia
ferro) hora após o nascimento;
● Má absorção de ferro (síndromes
disabsortivas) 5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a
lactação, mesmo se vierem a ser separadas de seus filhos;
● Perdas sanguíneas
6. Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou
*Para prematuros ou < 2,5kg continua igual bebida além do leite materno, a não ser que tal procedimento
seja indicado pelo médico;

Ministérios da saúde: a diferença é que 7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês
recomenda início da suplementação a partir dos 6 permaneçam juntos – 24 horas por dia.
meses (e não 3) para todos > 37 semanas e >
8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda;
2,5kg
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças
amamentadas ao seio;
Suplementação de vitamina D
10. Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao
MS não fala sobre isso, mas a SBP recomenda de aleitamento, para onde as mães deverão ser encaminhadas
por ocasião da alta, no hospital ou ambulatório.
forma universal (para todas as crianças) desde a
primeira semana de vida

Iniciar na 1° semana:

● Até 12 meses: 400 U/dia (2 gotas)


● 12 a 24 meses: 600 U/dia (3 gotas)

A apresentação de vitamina D geralmente é


200U/gota

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