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OBS.: o leite de prematuros possui mais OBS.: as fórmulas infantis pegam o leite de vaca
proteínas e modificam para retirar as desvantagens, mas
nunca se igualam ao leite humano devido a
Menos eletrólitos: presença de fatores de proteção específicos
para a criança
● LH tem menos sódio que leite de vaca:
impõe menor sobrecarga renal -> criança FATORES PROTETORES:
que recebe leite de vaca -> tem que
excretar muito sódio -> excreta muita Imunoglobulina: tem de todas as classes, mas a
água -> tem mais desidratação principal é a IgA secretória -> são anticorpos
específicos para os agentes que a mãe tem
Mais lactose (carboidrato do leite -> glicose + contato pelas mucosas (que são os mesmos que o
galactose): é uma quantidade excessiva que não é bebê tem -> por isso é um fator de proteção
totalmente absorvida e fica intacta no intestino importante)
-> aumenta a osmolaridade intestinal -> fica mais
água no intestino -> fezes mais amolecidas Lisozima: provoca lise -> destrói paredes
bacterianas
● Isso é uma vantagem porque nos
primeiros meses de vida a criança evacua Lactoperoxidase: enzima oxidativa que destrói
deitada e ter fezes amolecidas facilita a algumas bactérias
eliminação
● Criança que recebia LH e passou a Lactoferrina: quelantes de ferro (fica ligado a
receber LV pode ficar com constipação ferro) -> tem ação bacteriostática -> fica ligado
● A lactose no intestino também deixa o pH ao ferro e impede que as bactérias o consumam e
do intestino mais ácido, o que favorece a cresçam (ex. de bactéria que inibe: E. coli)
absorção de cálcio (apesar do de vaca ter
mais cálcio, o do LH é mais aproveitado Fator bífido: glicoproteína (carboidrato +
por causa do pH do intestino) e protege proteína) -> ajudam no crescimento das bactérias
contra enteropatógenos que compõem a nossa flora saprófita (grande
fator de proteção)
Mais gordura: a quantidade é muito parecida
com do leite de vaca, mas a qualidade é melhor Por isso a criança em AME tem menor risco de
infecções respiratórias e gastrointestinais
● Mais colesterol: se relaciona com
diminuição do risco de dislipidemia no OBS.: o leite que passa por pasteurização não
futuro tem a mesma qualidade em relação aos fatores
● Maior quantidade de LC-PUFA (ácido de proteção (porque a temperatura inativa
graxo de cadeia muito longa), em especial alguns) -> leite de banco de leite
ARA (aracdônico) e DHA
(docosahexaenóico): importantes na MODIFICAÇÕES DO LEITE: o leite passa por
mielinização, formação da retina -> mas se mudanças naturalmente
não receber, o corpo pode formar
Durante a lactação:
Semelhança entre os dois leites: quantidade de
ferro (é baixa nos dois), mas o ferro do leite ● 1° colostro: secretado do 3° ao 5° dia
humano tem maior biodisponibilidade (é mais após o nascimento
absorvido) por conta da lactoferrina (proteína do ● 2° leite intermediário (de transição)
soro que fica ligada ao ferro -> não perde, não é ● 3° leite maduro: final da 2° semana de
utilizado por bactérias, é mais absorvido) vida (é o leite que será produzido durante
toda lactação) -> aquela composição dita
anteriormente é dele
Maressa Alencar - Pediatria 3 .
Diferenças entre colostro e leite maduro: Na próxima mamada começa pela mama que foi
oferecida menos na mamada anterior: esvaziou
OBS.: Produção de leite: os elementos podem ser uma e foi para outra e só mamou um pouco,
produzido pela própria glândula mamária ou começa por essa outra
apenas vir do plasma para o leite
Durante o dia: ao anoitecer o leite tem mais
Colostro: mais proteína (albumina, gordura -> mais saciedade -> dorme melhor
imunoglobulina), eletrólitos e vitamina A
(vitamina lipossolúvel) -> a glândula mamária Para facilitar: a gordura sempre aumenta! -> do
ainda é imatura, então o colostro tem mais colostro para o maduro, durante a mamada e
elementos do plasma durante o dia
Sucção:
A ejeção do leite é necessária para a ação da ● Aréola mais visível acima da boca (tem
prolactina, porque se a mama estiver cheia de que abocanhar boa parte da aréola e não
leite (não esvaziar), a prolactina não irá agir (se só o bico)
não esvaziar, para de produzir) ● Queixo toca na mama
Outros estímulos para a ocitocina: choro do OBS.: além disso não pode estar com a bochecha
bebê, neurossensoriais encovada, não pode ter sons de estalo de língua
Posicionamento da criança:
*Posição do cavaleiro; Posição invertida (pode ser ● Tratamento: esvaziamento da mama (pode
usada para gêmeos, um em cada mama) ser que apenas isso baste)
Outras recomendações: ● Mas pode evoluir com quadro infeccioso,
suspeita quando: não melhora com o
● Ordenha antes da mamada: desencadeia o esvaziamento, manifestações sistêmicas
reflexo para liberação de ocitocina (no (comprometimento do estado geral, febre
início da amamentação não tem ocitocina, mais elevada)
ainda vai estimular a partir da sucção, não ● Diferente do ingurgitamento: a hiperemia
sai leite e com isso suga com mais não é disseminada, é localizada
intensidade, dói mais, então se estimula ● Se suspeitar de infecção: antibiótico
antes, já sai leite desde o início e dói compatível com a amamentação que dê
menos) cobertura para S. aureus (ex.: amoxicilina
● Aplicação do leite na mama (é + clavulanato) -> mesmo com quadro
questionado): não pode aplicar pomadas infeccioso, mantém a amamentação
● Se a mama não for esvaziada, os alvéolos A mastite pode evoluir com abscesso, nesse caso
cheios comprimem os vasos linfáticos, precisa drenar -> alguns autores falam que
impedem a drenagem e gera edema, mesmo com o abscesso, a amamentação pode ser
hiperemia e dor, podendo até ter mantida, exceto se o abscesso estiver drenando
febrícula para a aréola e alguns falam que não pode
● O que fazer? mantém a amamentação, amamentar (pode até ordenhar para esvaziar,
confere a técnica, reforçar que o mas não amamenta)
aleitamento deve ser em livre demanda
(para favorecer o controle autócrino) Em caso de mastite e abscesso pode aplicar
● Ordenhar antes da mamada para facilitar compressas quentes para ajudar a drenar o
a pega (porque a mama muito distendida, abscesso
dificulta que a criança abocanhe toda a
aréola)
● Esvaziar as mamas: enquanto a criança
não conseguir esvaziar toda a mama, a
mulher pode esvaziar para evitar o edema
Maressa Alencar - Pediatria 7 .
Queixa que o "leite é fraco" OBS.: processos não infecciosos -> psicose
puerperal (transtorno depressivo grave no
puerpério) -> a mulher pode cometer infanticídio:
Algumas mulheres podem produzir menos leite
alguns autores consideram como contraindicação
por problemas na técnica, mas a maioria acredita
absoluta da amamentação, mas outros
que o leite é fraco mesmo com o aleitamento
recomendam manter a amamentação que até
normal por insegurança, por achar que a criança
pode ajudar, mas sob supervisão
está sempre com fome por chorar muito
Contraindicações relativas:
Diante da queixa de leite fraco é importante não
menosprezar e realmente investigar se tem
● Herpes simples: não é transmitido através
problemas
do leite, então só contraindica se a lesão
ativa pelo herpes for na mama (e se a
Avaliação objetiva: peso (se a criança está
outra mama não tiver lesão, pode
sendo bem alimentada, vai ganhar peso
amamentar nela)
adequadamente)
● CMV: pode ser transmitido através do
● Detalhe: o bebê perde até 10% do peso
leite, mas na maioria das vezes tem
de nascimento nos primeiros dias de vida
infecção subclínica, exceto em < 30 a 32
e recuperam até 10°-14° dia (fisiológico) -
semanas que pode ter maiores
prematuros podem perder até 15% e
complicações (contraindicado nesses
recuperar com mais tempo
casos de < 32 semanas)
● Mesmo se a criança estiver perdendo
● Varicela: pode contraindicar
mais peso que o normal: mantém o AME e
temporariamente até a fase de crosta nas
verifica a técnica (não indicar fórmula de
lesões se a mãe pegar até 5 dias antes e 2
imediato)
dias após o parto (pegando antes ou
depois disso, não precisa contraindicar
Pode perguntar também se a diurese está
porque passa anticorpo para a criança) e
adequada, pois se está só mamando e o volume
tem outros cuidados (dar imunoglobulina
está adequado, a diurese estará frequente
para o bebê)
Basicamente são 3 razões para contraindicar: ● Tuberculose: não transmite pelo leite e
bebê com alguma doença; mãe com alguma sim por vias aéreas, então se estiver
doença; mãe tomando algum remédio bacilífera (no início do tratamento)
amamenta os cuidados (usa máscara, em
DOENÇAS MATERNAS: geralmente são lugar arejado e RN recebe
doenças infecciosas, as outras doenças quimioprofilaxia primária com isoniazida e
geralmente contraindicam por conta do adia a vacina BCG) -> se tiver TB pulmonar
tratamento multirresistente e mastite tuberculosa,
contraindica (mas é raro)
Contraindicações absolutas: ● Hepatite B - infecção crônica: até pode
ser transmitido pelo leite, mas faz a
● HIV: o aleitamento não é a principal vacina (como faz para todos) e a
forma de transmissão vertical, mas pode imunoglobulina para o RN
transmitir; o governo até fornece fórmula ● Hepatite C e A não contraindicam: na C
infantil nos primeiros meses existe o risco teórico, tem que orientar a
● HTLV: aleitamento é a principal forma de mulher, mas reforça que é só teórico e
transmissão vertical que pode ser mantido
Maressa Alencar - Pediatria 8 .
Muita gente faz 1 gota por kg, mas 1 gota tem OBS.: a profilaxia até 24 meses é questionável,
mais de 1mg, então é preciso calcular certinho, alguns falam até 18 meses e outros falam que
porque faz diferença, principalmente para bebês precisa acompanhar a dosagem da vitamina D
com baixo peso
OBS.: para crianças com fatores de risco, essa
ATENÇÃO! TEVE ATUALIZAÇÃO DA SBP EM suplementação é diferente
AGOSTO DE 2021: o que mudou foi nas
crianças > 37 semanas e > 2,5kg -> só dá ferro a CUIDADO! -> tem banca que coloca sulfato
partir de 3 meses se tiver fatores de risco ferroso como sinônimo de ferro elementar, mas
independente da AME, se não tiver e tiver AME, se estiver tudo certo marca mesmo assim (não
só dá a partir de 6 meses brigue com a questão)
Ministérios da saúde: a diferença é que 7. Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês
recomenda início da suplementação a partir dos 6 permaneçam juntos – 24 horas por dia.
meses (e não 3) para todos > 37 semanas e >
8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda;
2,5kg
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças
amamentadas ao seio;
Suplementação de vitamina D
10. Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao
MS não fala sobre isso, mas a SBP recomenda de aleitamento, para onde as mães deverão ser encaminhadas
por ocasião da alta, no hospital ou ambulatório.
forma universal (para todas as crianças) desde a
primeira semana de vida
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