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1 Perdendo O Controle (Estilhacos) - L Jupiter
1 Perdendo O Controle (Estilhacos) - L Jupiter
TRILOGIA ESTILHAÇOS UM
Diagramação: Júpiter
Leitura Beta: Ana Laura, Duda Mota, Julia Barcelos, Ket Viana,
Larissa Lago, Lívia Flores, Larissa Miranda e Madu Moreira
Perdendo O Controle
um pedaço meu e sinto em te dizer, que não são os bons. Eles têm
as minhas inseguranças, os meus medos e até meus trejeitos.
Meu medo.
Minha incerteza.
Minha insegurança.
Boa leitura,
com amor,
Júpiter.
Neste livro contém: tentativa gráfica de suicídio, menção ao
Ele é calmaria.
Eu sou furacão.
Eu sou tempestade.
Proibido. Inalcançável.
o outro.
e, simplesmente, acelera.
L. Júpiter.
Para aqueles que tiveram o coração partido
Se liberte.
Como os meus.
Realmente deveria.
É agonizante.
Uma despedida.
Há algo nela e na forma com que se move, que faz com que
um sentimento melancólico tome conta do meu peito.
Eu, que nunca fui o melhor exemplo de filho, não tinha boas
notas e nem um bom desempenho escolar. Sequer me esforçava
para ser minimamente bom. Eu não era o garotinho dos sonhos de
nenhuma mãe… mas por Elisa… por Elisa, eu seria capaz de tudo.
Ela merecia a paz que meu pai não conseguia nos dar, a paz que o
álcool não nos deixava ter.
Hipócrita do caralho.
Eu já estou machucada
Se ele é tão ruim quanto dizem, então acho que estou amaldiçoada
Olhando nos olhos dele, acho que ele já está machucado
Ele já está machucado
Happiness Is A Butterfly – Lana Del Rey
— Atrasada, boneca?
Reviro os olhos.
Custa colaborar?
E Asher sabe.
— Transando?
Idiota.
Porque você tem que fingir desse jeito, Asher? Por que fingir
que não sente o que há entre nós?
Não vai ser qualquer garoto que vai tirar isso de mim. Asher
pode ser lindo, sim. O dono dos meus desejos, principalmente. Mas
não sou boba. Da mesma forma que me permito sentir essas coisas
esquisitas por ele, posso deixar de sentir em questão de segundos.
Mas algo dentro de mim, está sempre sussurrando de que ele vale a
pena. E só por isso, continuo tentando.
Sou o único que você não pode ter, minha mente relembra o
que estava acontecendo e respondo aquilo que sei que toca no seu
ponto fraco:
Eu não me importo
Onde está minha mente?
Onde está minha mente?
Bellyache — Billie Eilish
Sempre passa.
mais me dou conta disso, mais elas caem. Quero expulsar esse
sentimento de culpa, tristeza de mim, mas não consigo. Não consigo
sequer ter forças para levantar dessa cadeira desconfortável.
Moro numa casa com mais cinco caras. Éramos seis, mas
Kyle se mudou há três meses, quando Kim começou a estudar na
mesma faculdade e acabou deixando seu quarto para mim. Isso
gerou um pouco de briga no começo, já que é a única suíte e todos
queriam ocupar o lugar e eu até quis continuar onde eu estava,
dividindo o quarto com Brandon e Mia — que passa mais tempo
aqui, do que na própria casa — mas Ky é insistente.
Meus olhos se fixam no topo do prédio do outro lado da rua
e é impossível não me lembrar dela.
Sempre estaria.
Filha da puta.
Meu melhor amigo sabe que tenho andado focado nos meus
estudos e que não gosto de sair quando tem aula no dia seguinte e
aprecio que ele nunca tente me forçar ou persuadir a sair com ele e
Brandon.
Mas hoje é diferente. Me sinto um fracasso e sinto que
apenas o cigarro não será o suficiente para me fazer esquecer.
Preciso de uma boa garrafa de tequila para, ao menos, conseguir
dormir.
Desde que o conheço, sei que ele tem duas paixões: Kim e o
basquete. Exatamente nessa ordem.
Por quê?
Por que aceitei sair? Por que não continuei na minha fossa?
Tenho certeza que quem quer que seja, veio para nos tirar
daqui. Meu celular estava nas últimas e mesmo que não estivesse,
meu contato de emergência é a minha irmã e ela está muito longe
nesse momento, o que me resta duas opções. Prefiro fingir que seja
outra pessoa, porque se for Kimberly ou Mia, não sei do que serei
capaz quando abrirem o maldito cadeado.
Mia também não está com uma cara nada boa e Brandon
logo trata de ir em direção a ela, mas a garota o ignora, mandando-o
entrar no carro de uma vez. Consigo ouvir daqui quando ela se
acomoda no banco de motorista depois de acenar para Kim e
começa a tagarelar no ouvido dele.
— Por que está vestindo essa roupa? Já viu que horas são?
É perigoso...
Não menti quando disse que meu irmão sempre foi bastante
— Desculpa.
Se tem algo que odeio mais que a bebida, é ver meu irmão
vulnerável por conta dela. Sei lidar com todas as versões dele,
menos com essa. Ele não bebe com frequência, geralmente
acontece só nas festas da universidade e eu estou sempre
presente. Ele nunca passa dos limites. Kyle sempre sabe quando
parar. Isso não aconteceu hoje e eu temo que tenha algo mais que o
jogo perdido. Algo muito maior que isso.
— Às vezes.
— Sim.
— KIMBERLY!
— O que é isso?
— Café, não é meio obvio? — revira os olhos. — Cala a
boca e bebe essa porra antes que eu me arrependa de ter feito a
gentileza.
Um doce.
Não.
Me recuso.
Não sei o que deu nele e nem o porquê de estar agindo de
forma tão diferente desde ontem, mas sei que preciso ignorar e
logo.
— A culpa é sua.
Três minutos.
Uma parte de mim, aquela que tem uma quedinha por ele e
faria de tudo pela sua atenção, adora ouvir isso dele. A outra, que
se esforça para tentar ser boa em algo, se sente estranhamente
chateada e decepcionada.
Porra.
— Tanto faz.
Ele já percebeu.
Me sinto livre.
Um tiro.
meu quarto.
nada.
— Asher...
— Estou saindo.
Nenhuma novidade.
— Isso está horrível.
A minha, não.
Principalmente ela.
Também não estava nos meus planos trazê-la para meu colo
ou entender que ela não sairia dali. Só sei que eu gostei muito de tê-
la tão próxima e fiquei satisfeito que ela não tentou mais sair dali até
o horário em que a biblioteca fechou, e então fomos obrigados a
deixar o local.
As suas vontades?
Eu: Ky.
Eu: ???
Mas o que eu disse é uma mentira. Não vou ficar bem tão
cedo. Estou com muita dor por causa do ciclo desregulado. Quero
tomar o remédio, deitar na cama e ser embalada até dormir, mas
não digo isso ao meu irmão. Não é justo com ele.
O que ele...
— Cadê o Ky?
— Ocupado.
Fodendo.
Asher nega.
— Ouvi seu irmão dizendo uma vez que não gosta de ficar
sozinha quando está menstruada — começa, muito paciente. — Ele
não está aqui e sei que não temos o melhor relacionamento do
mundo, mas posso te fazer companhia até dormir, estava mesmo
pensando em dormir por aqui, já que os caras vão chegar da
fraternidade bêbados. Tudo bem por você?
Reviro os olhos.
— Tão previsível.
Essa foi uma das melhores noites que tive desde que
cheguei a New Haven.
Por isso, quando Kyle foi para o quarto com uma das líderes e
Brandon sumiu com Mia, apenas me sentei no sofá mais afastado
da movimentação, com o cigarro em mãos e busquei qualquer coisa
que pudesse me distrair.
o mundo lá fora não existia e que nós dois somos apenas amigos
curtindo a presença um do outro sem se importar que, do lado de
fora, depois, vamos agir de forma completamente diferente.
Muitos e eu sabia.
— Hoje?
Kim dá passagem para que a mãe entre, que por sua vez,
observa todo o ambiente como se estivesse procurando por falhas.
Ela não demora até nos ver e parece bastante simpática ao sorrir,
antes de nos cumprimentar:
— Fala.
Ele suspira.
Eu sei.
Ele dizia.
Seus olhos são idênticos aos do seu pai, meu avô disse certa
vez.
Eu: Estou.
Quero.
Preciso.
Asher: Ok.
É meu aniversário.
Contudo, por algum motivo que não sei explicar, sinto que a
presença de Loren não é o único motivo para o seu comportamento
estranho. Algo está acontecendo e eu não faço ideia de como posso
descobrir. Queria poder ajudá-la de alguma forma.
Kim: Tá acordado?
Que porra?
Maldita.
Odeio que seja tão fácil rir quando estou com ela.
— Veste logo.
Não sei porque isso a choca tanto. É uma bobeira que o meu
irmão me ensinou uma vez. Eu só deveria levar uma mulher para a
minha cama, se ela fosse o amor da minha vida. Não que a Kim
seja, é claro. Só estou abrindo uma exceção porque não posso
simplesmente expulsá-la daqui.
E então, o silêncio.
Apenas nossa respiração é ouvida no ambiente.
Eu sou.
Por ela.
Ela ri.
— Três…
— Para de ser idiota.
— Dois…
— Asher…
— Um…
— Por Deus!
Ela suspira.
Eu já o decifrei.
— Bom dia.
Ele sorri.
— Preciso ir.
— Obrigada, Ash.
Saio do quarto o mais rápido possível, mas não consigo evitar
me encostar na madeira da porta quando a fecho, pensando no
quão rápido o clima mudou. Estávamos bem e confortáveis e de
uma hora para outra, parecia que não nos conhecíamos mais.
Paraliso.
Engulo em seco.
L. Ballard”
Abro a caixinha.
Ótimo.
Não funcionou.
Nunca funciona.
Reviro os olhos.
— É…
— Não valeu.
Erro.
— Asher…
Não preciso fingir ser alguém diferente, porque sei que ela
aprova a mim. A minha versão quebrada e fechada, que usa apenas
uma cor de roupa e vive com um cigarro entre os dedos.
Minha testa se cola a dela e tudo que meus olhos captam são
os seus, nublados do mais puro e latente desejo, como sei que os
meus também estão. Escorrego minhas mãos pela sua cintura,
Ela não precisa de mais que isso para se inclinar para frente,
reivindicando minha boca.
ela arranha minha nuca com força suficiente para me fazer sentir a
ardência. E, apenas isso, é suficiente para enviar sensações ao meu
pau. Sensações quentes e pecaminosas, que sei que estou a um
passo de ceder, de me perder.
Kimberly geme quando puxo os fios com força até que nossos
rostos fiquem na mesma altura e ela sorri safada ao encarar-me.
— Isso é ruim?
— Deveria ser.
Porra.
— Quantas vezes vou ter que pedir para você não aparecer
Culpa.
Ele suspira.
— E o time?
sei que, o que quer que me diga, será pensando no meu bem.
— Muito.
— Eu sei.
Assinto.
Não faço ideia de qual foi o motivo idiota que me meti em uma
briga, mas estava estressado e acredito que algum babaca tenha
derrubado bebida em mim. Começamos a discutir e no flash de
memória seguinte, estou sendo tirado de cima de um cara com o
rosto ensanguentado e visivelmente inconsciente.
Alessandro.
Não funcionou.
Idiota.
Nojento.
Kim.
Eu: Prometo.
Eu: Se arrependeu?
Kim: Não.
Kim: Mas não sei explicar. Toda vez que olho para
Eu: Não. Receio pela reação dele, talvez. Mas Kyle é adulto,
vai saber lidar com isso.
Kim: Sim.
Tive a impressão de que, seja qual for o lugar que Asher quer
me mostrar onde desconta sua raiva, qualquer um dos meus pares
de saltos altos não seriam adequados, então, desenterrei um dos
únicos calçados que não me deixam, pelo menos, dez centímetros
— Oi — sussurro.
Ele sorri.
— Oi.
repentina de lado.
— Um dia.
— Asher, o que….
— E se a polícia…
Seu semblante sério me mostra que não irei vencer essa briga
nem se eu quisesse.
— Quem é Ramona?
Asher bufa, insatisfeito, mas logo depois pisca para mim, que
nem consigo retribuir por que sou puxada pela mulher em direção a
uma área menos movimentada do clube. Nos sentamos onde não
há nenhum dos homens engravatados e sim outros dois, vestidos de
forma parecida ao segurança que nos cumprimentou na entrada.
— Essas lutas…
Ele revida com tanta força que a luta chega ao fim segundos
depois, com seu joelho em cima da traqueia do oponente, que está
roxo, buscando por ar.
— Asher Dempsey!
Ela assente.
Quando sua voz falha, sei que não está falando sobre ir
embora desse lugar.
— Não.
Eu quero testemunhar
algumas coisas.
— Boneca...
Quero ser o cara. O cara número dez. Aquele que ela corre
quando quer contar algo legal que aconteceu no seu dia. Ou aquele
que a consola quando a situação sai do dos trilhos.
Porra.
Sei que Kim jamais julgará meu irmão pelo que fez e nem
pelos meus motivos para continuar no Templo.
Me sinto uma merda por lembrar que o único motivo para ele
estar lá, sou eu.
Nunca mudaria.
As mãos unidas.
O silêncio confortável.
Seu olhar desce pelo meu pescoço e ela estende a outra mão,
seu indicador seguindo o contorno das minhas tatuagens e fazendo
meu corpo se arrepiar.
— A morte.
A serpente.
— O lugar que me tornou forte.
— E ela?
— Caiu?
— Sim.
— Benjamin…
garotinha.
Sonhei com Ben essa noite. Ele não estava sendo levado
para longe de mim dessa vez. Estávamos juntos. Eu, ele e uma
família que era só nossa. Uma família sem álcool, gritos e violência.
— Como é?
— Nunca mais ouse falar dela dessa forma — ele não reage,
então me vejo na obrigação de aumentara força do meu golpe em
sua cara. — Entendeu?
Puxo o ar.
toque, mas ele não se afasta. Asher continua parado à minha frente,
uma das mãos espalmada na parede ao lado da minha cabeça, me
encurralando.
— Surpresa!
Porque, garota, você é perfeita
Soa como algo tentador. E talvez, seja por isso que quando
retiro minha mão do meio de suas pernas e volto a devorá-la com
mais um beijo, sei que acabei de pular de um precipício.
Então, eu a beijo.
já coloquei os olhos.
Da minha garota.
Minha.
Porra.
E eu perco.
Do irmão dela.
Quebramos.
A.
Cama.
Quebramos a cama.
A Kyle vai ficar… não.
O Kyle não vai ficar nada, porque ele não vai saber de nada.
Deus, acho que essa cena não vai sair tão cedo da minha
cabeça.
Minha barriga dói tanto que chego a rolar pelo colchão, mas a
cama torta quase me faz ir ao chão. Ainda assim, continuo rindo e
ele corre para me segurar.
— Minhas roupas.
Reviro os olhos.
Ele sorri.
— É?
— Uhum.
Ele ri, beijando o vale entre meus seios cobertos pela parte de
cima do seu moletom que acabei roubando. Asher se levanta para
desligar a luz do banheiro e vem em direção a cama, afundando o
joelho no colchão antes de se deitar, puxando meu corpo para deitar
em seu peito.
— Oi, boneca.
— Toi et moi pour toujours[9] — cito, correndo a ponta do dedo
pela frase, pronunciando da forma que me lembro. — O que ela
representa?
— Meu irmão.
— Preso.
QUINZE ANOS
— E o que mais?
— Asher, grite!
Um anjo.
— Responda, Asher.
Elisa não lutou pela vida dela. Mas lutou por mim.
Por mim.
Eu, que fui um dos motivos para que ela não conseguisse
seguir o sonho.
Elisa foi para cima dele. E ele sabia que aquilo aconteceria.
A cena se desenrolou na minha frente em câmera lenta; A
coronha da arma atingiu sua testa e mamãe caiu.
Papai riu.
— Asher!
— Corra.
Sua voz, ainda naquele momento, parecia um canto suave,
me convidando para perto. Entretanto, não fiz. Por que enquanto
observava a vida se esvair do rosto da minha bailarina, um tapa
forte foi desferido em meu rosto e o gosto de sangue se alastrou
pela minha boca.
Aquela noite.
Foi naquela noite que eu senti o monstro que ele tanto falava
em mim.
Aquilo o enfureceu.
As sirenes.
O tiro.
E então, o peso do meu pai caiu sobre mim.
E fechou os olhos.
Reviro os olhos.
que eu falo?
Kyle bufa.
Asher levanta a cabeça para mim, mas não diz ou faz nada.
Irritada, clico no ícone de ligar, fazendo o barulho ecoar por toda a
cozinha, chamando a atenção para o celular a sua frente, com a tela
virada para baixo.
— Não vai atender? — pergunto, com a cara mais cínica que
consigo forçar.
Ky?
— Não fala assim com ela, idiota — Kyle olha feio para ele.
Além disso, ele também não parece estar feliz com a decisão
de Kyle em seguir com o basquete. Não foi apenas uma vez que o vi
brigar com o pai ao telefone por causa dos jogos. A diferença é que
entre Kimberly e Kyle, ele parece ser muito mais compreensível com
o filho.
— Um sonho.
Ela gargalha.
— Talvez um pouco.
— Oi, querida.
— Oi, mamãe.
Dá para notar que ele usa desse momento para lhe sussurrar
algo. Os olhos de Loren parecem atordoados observando o
rompante do marido e seu sorriso há essa altura, inexistente.
Eu suspiro.
Um porto seguro.
***
— Vem — ela diz, com um sorriso largo no rosto e me levando
até um corredor vazio.
Kim ri.
— Bagunçado?
— Feliz. — Me beija.
Odeio ver ela beber. Mas hoje, não sei como impedi-la.
Eu volto no tempo.
Volto para três meses atrás.
Ela.
Ela é a princesa.
Não.
Minha vista está turva, mas não é por conta da nicotina. Meus
lábios tremem quando ela abre os braços e ri, na beira do parapeito.
Me causam medo.
Minha princesa.
OUTUBRO | PASSADO
Não fazia ideia de como havia ido parar ali. Acredito que
algum funcionário deixou a porta de emergência aberta e eu só…
entrei.
Sei que não deveria estar fazendo aquilo. Eu não gostaria de
estar fazendo aquilo. Mas eu precisava de algo.
Estava nervosa, mas não com medo. Não tinha mais medo de
altura. Da queda, muito menos.
Foi por isso que gritei o mais alto que pude enquanto olhava
para os céus e me perguntava porque o criador dele me abandonou.
Eu gritei tão alto que senti minha garganta doer. Gritei tão alto
que imaginei que a cidade inteira pudesse me ouvir.
— Moça?
Paralisei.
— Eu sei — ela disse, sua voz soou triste e isso me fez virar
em sua direção.
— Achei que podia encontrar meu papai por aqui, mas acabei
me perdendo da minha mãe.
Deus, eu realmente…
Patético.
— A festa acabou de ficar boa — resmungo, um pouco
bêbada. — Tem certeza de que quer ir?
— As chaves, senhorita.
Engulo em seco.
minha dor.
Asher nega.
Eu sei que você está cansado, sim, você está se sentindo pra baixo
Toda a sua vida você andou na ponta dos pés
Em uma casa onde a dor é tudo o que você conhece
E você sente que o mundo se move muito devagar
Mas ainda há muito espaço para crescer
Você realmente quer deixar ir?
Não, eu não acho que você queira deixar ir
Find Our Way — Being As An Ocean
Demora alguns minutos até que o choque de Kimberly passe.
Seus olhos nublados em lágrimas se viram para os meus e seus
lábios tremem quando choraminga:
— Eu fiz tudo por ele, por que ele não pode renunciar algo por
mim também?
Sei que isso está abalando mais do que qualquer outra coisa.
Sei como ela deve estar se sentindo, porque viver longe de
Benjamin é ruim pra caralho, ficar distante de alguém que você
convive e mora debaixo do mesmo teto que você deve ser
devastador.
— Quer conversar?
Suspiro.
Interrompo-a.
Assinto.
Perdemos o controle.
Eu chamo de conformismo.
— Sente-se, Kimberly.
Nunca foi.
Embora tenha crescido na mesma casa que meu pai, não sei
se posso considerá-lo presente. Emocionalmente, ele sempre foi
distante. Tudo se resumia ao dinheiro, quando, na verdade, apenas
elogiar o desenho mal feito que fiz da nossa família, seria o
suficiente.
— Não vai me impedir de ficar com ele. Não vai interferir mais
na minha vida. Não desse jeito.
Maxon ri.
— Está mentindo.
— Porque eu posso.
Vê-lo sofrer ainda mais por causa do irmão seria uma escolha
que ultrapassa o egoísmo.
Foda-se.
Rápido demais.
Dilacerante.
Cruel.
Amargo.
Tenho a sensação de que estou afundando
Nunca tive esse problema antes, nem quando Kim vem aqui,
ainda que eu saiba que tenho que dosar na brutalidade, eu consigo
fazer o que sei de melhor.
O barulho cessa.
Não reajo.
Não consigo.
Não quero.
Eu só quero ela.
É insuportável.
— Sinto muito.
— Já sei de tudo.
— Ele te contou?
— Sim.
A única coisa que Loren nunca fez por mim, foi enfrentá-lo. E
eu entendo agora o porquê.
— O quê?
mais.
ficar lá, parado quando me batia, foi algo que faço normalmente?
Levo caras com o dobro do seu tamanho ao chão toda semana e
não levantei a mão para você, porque te entendo.
“Porra, Kyle, sua irmã daria a vida por você se fosse preciso
sem nem mesmo pensar. E como você retribui? Aliás, onde você
estava quando ela precisou de você? Porque eu sei. Quando ela
estava com dor, ligando para que você a socorresse, você desligou
o celular para poder foder em paz. Mas eu estava lá, Kyle. Quando
você fingiu que não sabia que era o aniversário dela? Eu estava lá.
Onde você estava quando o desgraçado do seu pai a fez sofrer um
acidente? Você saberia dizer ou estava ocupado demais olhando o
seu próprio umbigo para isso?”
— Estavam brigando?
— Está dormindo?
— Sim.
Eu rio.
— Eu te amo.
— Eu amo você.
— O que foi?
— Um sonho.
Se eu estivesse morrendo de joelhos
— Não me importo.
— Oi, princesa.
— Bom dia, amor — respondo, esfregando meu nariz em sua
bochecha. — Porque não foi para a cama?
— Porquê?
— Mentirosa.
— Kyle.
— Finalmente deixou de ser um de babaca?
— E o seu pé?
E isso basta.
Apenas isso
E como uma bola de borracha
Só tem um problema…
— Amor, é só por alguns dias — Asher tenta me confortar
quando me flagra olhando para o tênis que estou usando.
— Ok.
— Como não?
— Estou normal.
— Oi, maninho.
— Preso.
Kyle e eu nos espantamos.
Uma lágrima escorre dos olhos dela e posso afirmar com toda
a certeza, que em vinte e um anos, nunca a vi chorar. Emocionada
demais com o momento, jogo-me em cima dela, a derrubando na
cama e a abraçando com força antes que outro par de braços se
junte a nós.
Loren têm se tornado uma figura cada vez mais presente aqui.
Ela parece estar se dando bem no plano de tentar recuperar o
tempo perdido.
Eu me sinto feliz.
FIM.
QUATRO ANOS DEPOIS
Pai de alguém que irei amar e cuidar, como deveriam ter feito
comigo.
Sorrio.
POC foi desafiador. Passei noites sem dormir, achei que não
daria conta de entregá-lo e também fiquei insegura. Sem dúvidas,
foi um dos livros que eu mais chorei, mas sempre que algo ruim
acontecia, sempre tinha alguém para me acolher, e é a elas que vou
agradecer agora.
Até a próxima.
Com amor,
Júpiter.
CONTO:
FIO VERMELHO
COMPRE AQUI
Quando nossos olhares se cruzaram, pareceu ser a primeira vez, mesmo que isso
acontecesse todos os dias.
Ainda éramos crianças e eu não entendia nada sobre o amor além dos filmes de
princesa que você me obrigava a assistir.
Você sorriu para mim, Estrelinha. E aquele simples gesto fez meu coração disparar
como nunca.
Nossos corações foram partidos de maneiras dolorosas e isso foi escada para que
você sucumbisse na própria dor. Você estava acostumada a silenciá-la, mas eu odiava te
ver triste. Eu queria poder te abraçar e arrancar de você tudo que te afligia, amor, mas você
não deixava.
Um dia, em uma situação incomum, precisamos fingir o que não éramos, mas eu
desejava arduamente. Aquela foi a melhor experiência da minha vida, até que eu estraguei
tudo.
Você iluminou meu coração com todas as estrelas do seu corpo. Agora, eu não
consigo mais dormir porque você não está aqui, e acho que tenho medo do escuro.
COMPRE AQUI
Enrico D'Ávilla está cansado de estar sozinho.
Mesmo rodeado de sua família e com o sucesso de sua empresa, nunca deixou de se
sentir solitário.
No fundo, em um lugar bem escondido e que não mostra para ninguém, está ela; a mulher
que sempre dominou seu corpo, alma e coração.
Helena Lobos é quem carrega o peso de jamais ter sido esquecida. Com a vida totalmente
planejada e feliz, tudo que ela menos precisava e queria era que as coisas seguissem um
rumo diferente do que havia pensado.
Porém, como a vida adora brincar de Deus, seus planos vão por água abaixo quando o
caminho de ambos se cruza novamente e os dois descobrem que os sentimentos que
juraram ter esquecido, nunca os deixaram.
Então, se ainda houver motivos para lutar por esse amor, eles estarão dispostos a
recuperar um ao outro.
Se Ainda Houver Motivos é um conto sobre amor, perdão e recomeços. Mas, acima disso,
é um conto sobre segundas chances.
COMPRE AQUI
Quando você se foi, chorei. Senti falta de tudo o que fomos, mas principalmente de
tudo que ainda podíamos ter sido.
Você disse que seria melhor para nós dois. Mas como poderia se, tudo que eu
sempre quis, era ficar ao seu lado?
Todas as promessas que fizemos um para o outro pareceram não valer de nada
quando nosso curto relacionamento foi posto à prova.
Sem olhar para trás, deixei com que se retirasse da minha vida e acabasse com o
futuro que tínhamos juntos e não lutei o suficiente por nós.
Agora, seis anos se passaram, mas ainda te amo como no começo. Ainda te olho
como da primeira vez. E ainda te sinto como se nunca tivesse ido embora.
Você cuida da ferida de todo mundo, mas e a sua? Quem cuida do seu coração
apertado quando você deita? Com quem você divide as tristezas e alegrias de um dia
cansativo?
COMPRE AQUI
O que se torna uma ironia, já que sempre foi especialista em causar o caos onde quer que
estivesse.
A caçula dos D’Ávilla procura sossego antes de assumir a empresa e levar mundo a fora o
nome da família.
Por onde passa, ela chama atenção. Seja por sua beleza estonteante ou o poder que
exala.
Contudo, seus planos de paz, deitada em uma rede à beira-mar e bebendo água de coco
são frustrados por… rosas.
Rosas vermelhas.
“Mil Rosas Roubadas” é sobre cuidar do próprio coração antes de fazer sarar a dor do
próximo. É sobre recomeços, paixão e, acima de tudo, rosas roubadas.
TODAS AS NOSSAS ESCOLHAS
COMPRE AQUI
Eu sei que errei. Se pudesse voltar no tempo, jamais te deixaria. Jamais te machucaria
daquela forma novamente. Quebrar seu coração seria como me partir.
Você diz que eu deveria esquecer que um dia fomos algo. Mas como faria isso se nunca
consegui te tirar da cabeça?
Não sei ser paciente mas, por você, eu espero. Espero até que esteja pronta para mim.
Para me perdoar, para me amar novamente.
Dessa vez, nosso fim será feliz. Apagaremos tudo o que nos machucou. Iremos nos
reerguer juntos, como sempre fazíamos.
Todas as escolhas que fizemos, nos transformaram no que somos hoje; Lembranças.
Mas não quero ser somente isso. Não quero fazer parte só do seu passado. Quero ser seu
presente também. Quero te dar um futuro comigo. Quero você para mim. Quero o nosso
para sempre.
LIVROS ÚNICOS:
TINHA QUE SER VOCÊ
COMPRE AQUI
Dante quer ficar sozinho. Foi para isso que resolveu morar
numa ilha, no meio do nada, longe de tudo. Mas seus planos são
frustrados, quando sua irmã lhe envia uma nova enfermeira que
atormenta a sua cabeça e acelera seu coração.
PERDENDO O CONTROLE
NOTAS DA AUTORA
AVISOS DE GATILHO
PLAYLIST
SINOPSE
PARTE UM | MARCHA RÉ
A QUEDA DA PRINCESA
01 | A FELICIDADE É UMA BORBOLETA
02 | DOR DE BARRIGA
03 | UM PASSO PARA FRENTE, TRÊS PARA TRÁS
04 | PIEDADE
05 | QUE TAL EU?
PARTE DOIS | PARTIDA
06 | PARAÍSO
07 | SE O MUNDO ESTIVESSE ACABANDO
08 | PEQUENA ABERRAÇÃO
09 | DIGA QUE VOCÊ NÃO VAI EMBORA
10 | INFINITO
PARTE TRÊS | DIREÇÃO
11 | TALVEZ
12 | EU QUERO SER SEU
13 | EM NOME DO AMOR
14 | ILUMINADOS
15 | IMPEDIDO DE ENTRAR NO CÉU
PARTE QUATRO | ACELERANDO
16 | MERECEU
17 | LUA
18 | BEBÊ CHORÃO
19 | ACORDE
20 | AMOR PERVERSO
PARTE CINCO | PERDENDO O CONTROLE
21 | PERDENDO A MINHA RELIGIÃO
22 | PROBLEMAS COM O PAPAI
23 | ENCONTRA O NOSSO CAMINHO
24 | DESASTRE
25 | PONTOS
SOULMATES
PARTE SEIS | REPARAÇÃO DE DANOS
26 | TODAS AS COISAS QUE ELA DISSE
27 | GIRASSOL
28 | IRMÃO
29 | BEIRA DO INCRÍVEL
30 | COISA CERTA
QUER PERDER O CONTROLE COMIGO DE NOVO?
AGRADECIMENTOS
OUTRAS OBRAS
SUMÁRIO
[1]
Posição do basquete em que o jogador tem a função de
arremessar e pontuar mais. Também devem ser capazes de
arremessar a longa distância e de jogarem mais próximos da cesta.
[2]
Expressão em latina que significa: Tomar uma coisa por outra.
[3]
É o jogador que atua mais próximo à cesta, tanto na defesa quanto no ataque. Sua
principal função é brigar pela posição onde possa receber (ataque) ou impedir (defesa) o
passe.
[4]
A função do armador é, como o nome indica, a de armar o jogo: são eles que iniciam as
jogadas ofensivas, quebrando a defesa com seus dribles e sendo bons passadores para
encontrar companheiros livres.
[5]
Alan Clark é dono de uma academia de luta, e um dos personagem de Sublime Deal da
Autora April Jones.
[6]
Personagem de Sublime Deal da autora April Jones
[7]
boneca
[8]
Responsável por organizar as jogadas de ataques e definir quais movimentos devem ser
feitos até o arremesso. Portanto, é como se fosse uma extensão do treinador em quadra.
[9]
Eu e você para sempre, em francês .
[10]
Um bairro situado no sul de Boston, Massachusetts, EUA.
[11]
A bailarina continuará dançando nos corações de vocês, em francês .
[12]
Universidade que pertence ao universo da autora Annie Belmont.
[13]
Boate ilegal que pertence ao universo da autora April Jones