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O termo “agricultura contemporânea” é largamente utilizado como sinônimo de agricultura

convencional, que em outras palavras se trata do manejo agrícola voltado para a produção em
larga escala, com baixa preocupação socioambiental e com elevado investimento tecnológico
(maquinário, transgênicos, pesticidas, entre outros).

Pode também ser usado de forma ampla e histórica, mas pouco usada, para falar dos sistemas
agrícolas mais difundidos atualmente, não só a chamada agricultura convencional, mas
também as agriculturas sustentáveis que também se utilizem de alto investimento tecnológico
e dependam de um elevado grau de conhecimento científico e precisão.

Nesse caso, seria tomado como oposto das agriculturas tradicionais (aquelas praticadas pelos
povos indígenas, populações ribeirinhas, quilombolas e outros povos com menor acesso ao
capital necessário para as inovações tecnológicas).

Apesar de garantir uma alta produtividade, alta lucratividade e redução no preço final do
produto, com as populações mais pobres em geral só tendo acesso a esses produtos e não a
outras formas mais sustentáveis de produção (como os orgânicos), ela enfrenta grandes
críticas nos campos ambiental, político, econômico e social.

Por estar diretamente ligada com a mecanização, alto investimento financeiro e tecnológico,
voltada para a agroindústria e para as demandas do agronegócio, acaba sendo também uma
agricultura dominada pelos grandes produtores que possuem os recursos necessários para tal,
tornando mais desigual a competição com pequenos produtores.

O largo uso da tecnologia vai transformando o trabalho no campo e portanto reduzindo o


número de empregos rurais não especializados, substituindo uma grande massa de
trabalhadores rurais sem especialização ou capacitação formal que realizavam o trabalho
braçal, por uma minoria de trabalhadores especialistas com um maior nível de formação e
voltados para serviços específicos com essa tecnologia.
A competição desigual e a escassez de vagas de trabalho e de acesso a formação para ocupar
as existentes, tem levado desde os anos de 1950 e 1960 ao fenômeno chamado de Êxodo
Rural, com trabalhadores sem condições de possuírem ou manterem sua própria terra e sem
emprego sendo obrigados a migrar para as grandes cidades (saindo do ambiente rural para o
ambiente urbano) em busca de oportunidades de conseguir se manter, gerando por sua vez
outros problemas socioeconômicos nas cidades maiores.

O uso excessivo de agrotóxicos (defensivos agrícolas) tem causado grandes problemas


ambientais e para a saúde humana de trabalhadores e consumidores, incluindo aí a
contaminação do solo, dos rios, a destruição da biodiversidade (pois as plantações em geral
são monocultoras e de uma espécie bem definida de interesse comercial, não sobrando espaço
para espécies de pouco valor comercial) da flora e até da fauna (seja por não terem mais
acesso as suas plantas que servem de alimento e refúgio, ou seja pela intoxicação por
produtos químicos agrícolas, sendo a redução da população de abelhas o caso mais
preocupante a nível mundial).

Além disso, há polêmicas fortes sobre o uso de transgênicos, incluindo não só as questões
sobre saúde dos consumidores (ainda há muitos debates no meio científico sobre eventuais
males dos transgênicos), mas também de risco para a biodiversidade (as espécies transgênicas
são mais resistentes e tendem a vencer as naturais na competição por espaço), mas também na
soberania alimentar e econômica dos países, pois os transgênicos são patenteados e algumas
sementes chamadas terminator ou suicidas são elaboradas para não se reproduzirem e
obrigarem os produtores a sempre comprarem novas sementes.

Referências:

http://www.consultaesic.cgu.gov.br/busca/dados/Lists/Pedido/Attachments/414553/
RESPOSTA_PEDIDO_Projeto%20Agroecol%20verso%20final%20-ABNT.pdf

https://www.youtube.com/watch?v=sWxTrKlCMnk&t=11s

Bibliografia
https://www.infoescola.com/economia/agricultura-contemporanea/

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