Informações da aula: O primeiro passo para realizar um laudo é determinar

qual o lado e elementos presentes na radiografia.

Aula 03: Laudo radiográfico.
1. Detectar picote: Sempre para oclusal.
Data: 08/09/2023. a) Lado direito: Podemos ver os elementos 44,45 e
46 e supra numerário. Quando vemos apenas de
forma parcial algum dente, ele não entra no laudo.
Na aula de hoje será debatido dois pontos:
Radiografias intrabucais e lesões intra ósseas.

Interpretação de imagens radiográficas, no qual

devemos reconhecer as estruturas e reparos Radiografia dos elementos 44 ,45 e 46. Apresenta
anatômicos, bem como diferencia-los de estados supra numerário.
patológicos.
b) Incisivos inferiores com fusão dos elementos 31
Quando solicitamos um exame de imagem é
e 32.
necessário colocar na solicitação o nome do exame
e a sua finalidade, por exemplo:
1. Panorâmica para crianças:
 Solicito radiografia panorâmica para avaliação da
cronologia de erupção.

2. Panorâmica para adultos: Pré operatório.

Radiografia de elementos 31, 32, 41 e 42.
 Solicito radiografia panorâmica para avaliação pré
Apresenta fusão dos elementos 31 e 32. Quadro
cirúrgica do elemento 38 e 48.
radiográfico compatível com fusão.

c) Lado direito, vemos a presença dos elementos

Quando realizo um laudo radiográfico não posso 43, 44, 85 e 46.
bater o martelo e determinar a presença ou não de
algo. Os exames radiográficos são sugestivos, por
exemplo:
1. Interproximal – Verifica presença e extensão de
cárie, então:
 Região interproximal entre os elementos X e Y Nessa radiografia ainda podemos ver anomalias –
apresenta radiolucidez na coroa, sugestivo de lesão Agenesia do elemento 45 em função da
de cárie. hipodontia. Como não consigo ver ligamento
No laudo eu preciso verificar: periodontal é anquilose.

∙ Ausência e presença de quais elementos. Radiografia da região de pré molares e molares

∙ Quais elementos são hígidos. inferiores, apresenta persistência de molar
∙ Quais elementos são cariados. decíduo anquilosado caracterizando ausência do
∙ Quais possuem tratamento endodôntico. elemento 45. Quadro radiográfico compatível
∙ Quais elementos possuem radiotransparência. com agenesia, hipodontia e anquilose.
∙ Como está a cortical óssea.
∙ Se possui lesão apical, possíveis fraturas em maxila
ou mandíbula, articulação e anomalias de
desenvolvimento.

Alguns materiais são radiolúcidos e podem ser
confundidos com cárie. Por isso no laudo
radiográfico é necessário colocar área radiolúcida
sugestiva de cárie.
Alguns materiais são solúveis em dentina, como o
verniz e hidróxido de cálcio, e esses matérias
acabam formando uma área radiolúcida abaixo da
restauração. Porém na radiografia aparenta ser
uma cárie secundária.
1. Radiografia da região de pré molares
superiores, apresenta persistência de molares
decíduos e incisivo lateral permanente. Quadro
radiográfico compatível com anadontia parcial
(Oligodontia).
2. Radiografia de pré-molares inferiores na qual
evidenciamos o 2° pré molar e canino com
tratamento endodôntico e pequenas rarefações em
torno do ápice caracterizando um aumento do
ligamento periodontal sugestivo de processo
crônico tipo abscesso.
Porção apical do pré molar apresenta áreas de
radiolucidez no cemento que caracterizam
reabsorção externa do cemento. Para avaliar a
regressão de lesão periapical devemos examinar
radiografias anteriores do caso, ou fazer
observação por três meses.
Quando o elemento dentário é afetado
continuamente por cárie ou trauma, duas coisas
podem ocorrer: Inflamação ou infecção.
Essas duas situações podem ocasionar a formação
de cistos, abscessos, granulomas e tumores.:
Cistos odontogênicos: inflamatórios e
desenvolvimento.
 Dependendo de como o cisto evolua pode ocorrer o
surgimento de abscessos e granuloma.
Tumores odontogênicos: Epitélio odontogênico,
odontogênicos mistos, ectomesênquima e
malignos.
Os cistos odontogênicos podem ser classificados
do seguinte modo: desenvolvimento e
inflamatórios.
Desenvolvimento – Cisto dentígero, ceratocisto
odontogênico.
Inflamatórios – Cisto radicular e cisto inflamatório
colateral.
1. Cistos inflamatórios:
 Formação: Quando falamos de um cisto
inflamatório precisamos de um processo que
envolva inflamação para que seu desenvolvimento
ocorra.
A formação do cisto envolve três passos:
Quando o dente erupciona sua raiz ainda não está
totalmente formada, elas se formam
completamente ao longo do tempo.
Ao se formarem os restos epiteliais de Malassez
ficam no meio. Porém, quando tenho uma
inflamação, o corpo irá gerar enzimas que irão
induzir o aumento celular.
Assim, essas enzimas irão invadir o canal
secundário e os restos epiteliais de Malassez irão
aumentar. À medida que vão se multiplicando o
interior vai necrosando e formando um líquido.
Esse líquido começa a reabsorver osso e às vezes
raiz. Como o tecido epitelial está ao redor, essa
lesão recebe o nome de cisto.
Em quadros de infecção podemos ter a formação
de abcesso ou granuloma.
O granuloma nada mais é do que um abscesso que
reabsorveu e se tornou intra ósseo.
Atenção:
Se tenho uma fístula ou granuloma em abscesso
agudo com sintomatologia – Fénix.
Granuloma sem sintomatologia – Crônico.
Se não tem nada, apenas uma leve rarefação –
Agudo
Importante!
Cisto – Reabsorve raiz – 3 a 4 meses para
diminuir.
Granuloma – Afasta a raiz – Melhora na próxima
sessão.
a) Cisto radicular: Ocorre em dentes necrosados
ficando aderido ao ápice da raiz.
Características clínicas: Comum na maxila, atinge
uma ampla faixa etária, assintomático,
crescimento lento, ocorre em decíduos e
permanentes.
Características radiográficas: Lesão radiolúcida no
ápice do dente, unilocular, margens bem definidas
e reabsorção radicular.
Tratamento:
∙ Tratamento endodôntico.
∙ Apicectomia – Abre uma loja cirúrgica e retira a lesão
(Quando o tratamento endodôntico não funciona).
∙ Marsupialização ou descomprimo – Lesão extensão.
∙ Ressecção em blocos.
∙ Enucleação – Exo + retirada do cisto.
b) Cistos odontogênicos colaterais:
Cisto paradentário: Aderido a junção
amelocementária de um dente vital erupção
parcial ou pericoronarite.
Cisto da bifurcação vestibular: Se desenvolve na
vestibular do 1° molar permanente inferior,
comum entre 5 e 13 anos, bilateral.
Características radiográficas:
Paradentário – Lesão radiolúcida bem definida na
lateral do dente.
Bifurcação vestibular – Radiografia apenas por
oclusal.
Tratamento: Enucleação, em caso de 3° molar
realiza exodontia.
2. Cistos de desenvolvimento:
a) Cisto dentígero:
Se forma em dentes inclusos.
Características clínicas: Comum em 3° molar
inferior, canino superior, pré-molares inferiores e
3° molar superior.
Normalmente a raiz do dente adjacente é
reabsorvida, e ao redor do cisto pode ter a
formação de ameloblastoma ou ceratocisto.
Características radiográficas: Radiolúcido,
unilocular associado à coroa do dentes incluso,
bem definido.
Tratamento: Enucleação + remoção do dente não
erupcionado.
Remoção parcial e recidiva rara.
b) Cisto de erupção:
Comum em crianças com menos de 10 anos, se
caracteriza como um aumento de volume na
mucosa gengival se sobrepondo a coroa do dente
não erupcionado.
Comum em: ICS e ICS decíduos e 1° PM
permanente.
c) Ceratocisto odontogênico:
Extremamente agressivo e de natureza neoplásica.
Origem: Epitelial (esmalte), mistos (epitélio e
papilas dentais) e apenas ectomesênquima.
Características clínicas: Homens de ampla faixa
etária (2° e 3° década), preferência por
mandíbula, assintomático e crescimento
anteroposterior. Líquido ceroso alaranjado.
Características radiográficas: Radiolúcido,
unilocular ou multilocular, pode ou não está
associado as coroas de dentes inclusos. Reabsorção
radicular é rara, deslocamento de dentes
adjacentes.
Tratamento: Marsupialização, enucleação ou
marsupialização + enucleação ou ressecção.
Extremamente destrutivo e recidiva alta.
Existe uma gama de tumores odontogênicos que
podem ser classificados como tumores de:
∙ Epitélio odontogênico: Ameloblastomas
∙ Odontogênicos mistos.
∙ Ectomesênquima.
∙ Malignos.
1. Ameloblastomas:
Iremos nos deter ao mais comuns: sólido ou
multicístico e unicístico.
O ameloblastoma sólido ou multicístico é mais
frequente e não possui preferência por sexo.
O unicístico ocorre com menos frequência e tem
preferência por pessoas na segunda década de
vida.
Característica clínicas: Tumor benigno com
crescimento lento, porém é agressivo e invasivo.
Sendo comum em mandíbula, assintomático,
expansão óssea e assimetria facial.
Características radiográficas: Lesão radiolúcida
uni ou multilocular, expansão da cortical óssea,
reabsorção de raiz, associado a dentes não
erupcionados. Aspecto de bolha de sabão ou favo
de mel.
A diferença entre eles estará nas características
histopatológicas.
Tratamento e prognóstico:
∙ Enucleação – taxa de recidiva de 50-90%.
∙ Ressecção cirúrgica.
∙ Acompanhamento por longos períodos.
∙ Unicístico intraluminal ou luminal – Enucleação.
∙ Sólido, multicístico ou mural – Ressecção cirúrgica.
2. Odontoma:
Se configura como um tumor epitelial de
crescimento lento e benigno. As células normais
produzem tecidos anormais, eles podem ser
classificados do seguinte modo:
a) Odontoma composto: Elementos semelhante a
dentes, sendo comum em região anterior de
mandíbula.
Características radiográficas: Semelhante ao
dente, cercado por uma fina zona radiolúcida,
sendo localizada entre raízes ou sobre a coroa de
dente impactado.
b) Odontoma complexo: Massa amorfa de esmalte
e dentina sem qualquer semelhança com o dente.
Características radiográficas: Lesão radiopaca
circunscrita por zona radiolúcida. Localizada
entre ou sobre as coroas.
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