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PARTOGRAMA

Bárbara Ferreira da Silva


Interna - Medicina - UFRR
2023
O que é?
O partograma é uma representação gráfica que demonstra a progressão
do trabalho de parto e as condições maternas e fetais. Mostra, entre
outros dados, a evolução da dilatação do colo e a altura da apresentação.

Qual a utilidade?
Documentar/diagnosticar alterações (distocias) e indicar a necessidade
de condutas apropriadas para a correção de desvios da normalidade,
ajudando ainda a evitar intervenções desnecessárias.

Quando utilizar?
Fase ativa do trabalho de parto.
CONCEITOS
Trabalho de Parto;
Estática Fetal;
Trabalho de Parto
Fase latente: contrações uterinas tornam-se progressivamente mais intensas,
na ausência de dilatação progressiva e rápida do colo.
Fase ativa: contrações uterinas regulares, associadas a dilatação de colo.
1º estágio - diltação - 6-8h/10-12h
2º estágio - expulsivo - 1h/2h

Ministério da Saúde (2017): dilatação cervical ≥ 4 cm + contrações regulares;


OMS (2018): dilatação cervical ≥ 5 cm;
FEBRASGO (2018): 5cm de dilatação + 2 a 3 contrações a cada 10min de
intensidade forte e duração de 50-60seg;
HMI: internação - 5cm; partograma - 7cm + contrações regulares (sala de
parto);
CONCEITOS
Trabalho de Parto;
Estática Fetal;
Estática Fetal
1. Atitude: flexão generalizada - ovoide fetal;
2. Situação: relação entre os maiores eixos fetal e uterino;
3. Posição: relação entre o dorso fetal e o abdome materno
Lontigudinal: direita ou esquerda;
Transversal: anterior ou posterior;
Estática Fetal
4. Apresentação: relação entre o polo fetal e a pelve materna
Estática Fetal
Variedade da Apresentação:
Apresentação cefálica: grau de deflexão

A: fletida - fontanela posterior


(Occipital, lâmbda e sutura
sagital);
B: deflexão 1º grau - fontanela
anterior (Bregma e sutura
coronal);
C: deflexão 2º grau - glabela/Nariz;
D: deflexão 3º grau - Mento;
Estática Fetal
Variedade da Apresentação:
Apresentação cefálica: grau de deflexão

A: fletida - fontanela posterior


(lâmbda e sutura sagital);
B: deflexão 1º grau - fontanela
anterior (bregma e sutura
coronal);
C: deflexão 2º grau - glabela/nariz;
D: deflexão 3º grau - mento;
Estática Fetal
Variedade da Posição:
Relaciona o ponto de referência da apresentação fetal a um ponto de
referência ósseo da bacia materna

1. Púbis
2. Eminência iliopectínea (Anterior)
3. Extremidades do diâmetro
Transverso máximo
4. Articulação sacroilíaca (Posterior)
5. Sacro
Estática Fetal
Altura da Apresentação - Plano de DeLee
É a relação do plano fetal mais baixo com os planos da bacia materna.
As espinhas esquiáticas são o ponto 0 do plano.
CONCEITOS
Trabalho de Parto;
Estática Fetal;
PREENCHENDO O
PARTOGRAMA
19h00
TA O
ER Ã
AL AÇ
DE DE
A A
H H
IN IN
L L
19h00
TA O
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L L
19h00
TA O
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DE DE
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IN IN
L L
19h00
DA
B
BI: bolsa íntegra
BRE: bolsa rota espontânea
BRA: bolsa rota artificialmente
LC: líquido claro
19h00 MEC: líquido com aspecto meconial

I R
LC ME
C
C
CL ME
PARTO DISFUNCIONAL
DISTOCIAS

Primeiro período - fase ativa (dilatação):


Parto taquitócico;
Motor - dinâmica uterina
Fase ativa prolongada;
Trajeto mole e duro - canal
Parada secundária da dilatação;
de parto
Segundo período - expulsivo (descida):
Objeto - feto
Período pélvico prolongado;
Parada secundária da descida;
ATENÇÃO:
1º dilatação
2º apresentação (descida)

Por que? A descida só será considerada como


possível causa da distocia após dilatação cervical
completa (10 centímetros).
1. Parto precipitado ou taquitócito
Dilatação cervical, descida e expulsão do feto ocorrem num período
de 4 horas ou menos;
Mecanismo: Taquissistolia e hiperssistolia;
Pode causar atonia uterina, sofrimento fetal e lacerações;
Possível causa: Iatrogenia - administração excessiva de ocitocina;
Conduta: evitar amniotomia, revisão do canal de parto,
1. Parto precipitado ou taquitócito
2. Fase ativa prolongada
Dilatação <1cm/hora;
Causa: contrações uterinas ineficientes;
Conduta: deambulação, ocitócitos, rotura da bolsa das águas;
2. Fase ativa prolongada
3. Parada secundária da dilatação
Dilatação permanece a mesma por, pelo menos, 2horas;
Diagnosticada por dois toques sucessivos com intervalo mínimo de 2h;
Pode causar sofrimento fetal;
Causa: desproporção céfalo-pélvica;
Conduta: cesárea ou fórcipe;
3. Parada secundária da dilatação
4. Período pélvico prolongado
Descida progressiva da apresentação, mas excessivamente lento,
mesmo com dilatação completa;
Hipoatividade uterina, desproporção, apresentação;
Ocitocina, rotura artificial da bolsa das águas, posição verticalizada;
Conduta: fórcipe (se condições de aplicabilidade: +2DL, 10cm, BR)
4. Período pélvico prolongado
5. Parada secundária da descida
Cessação da descida por pelo menos 1 hora após seu início;
Dois toque sucessivos com intervalo mínimo de 1h;
Desproporção cefalo-pélvica;
5. Parada secundária da descida
PRATICANDO
Iniciado na fase latente: 3cm
G5P3A1, com 40 semanas de gestação, no pré-parto. HMA: queixa-se de contrações
dolorosas há 6 horas e perda de tampão mucoso. Altura uterina: 37cm; feto
longitudinal, cefálico, dorso à esquerda. A evolução espontânea do trabalho de
parto está descrita no partograma abaixo. Qual o diagnóstico e a melhor conduta
na assistência dessa parturiente?
G5P3A1, com 40 semanas de gestação, no pré-parto. HMA: queixa-se de contrações
dolorosas há 6 horas e perda de tampão mucoso. Altura uterina: 37cm; feto
longitudinal, cefálico, dorso à esquerda. A evolução espontânea do trabalho de
parto está descrita no partograma abaixo. Qual o diagnóstico e a melhor conduta
na assistência dessa parturiente?

Fase ativa prolongada:


dilatação <1cm/hora,
contrações inefetivas;
Ocitocina;
Parada secundária da
descida: dilatação total
+ dois toques
sucessivos com
intervalo de 1h e altura
mantida.
DL -3: cesárea
Se apresentação
estivesse mais baixa,
poderia utilizar fórceps.
REFERÊNCIAS
Obrigada!

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