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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI – UAM

CURSO DE PSICOLOGIA

FELLIPE FERREIRA ARNIZAUT- 21578548

VALMIR DE OLIVEIRA JUNIOR- 21597290

BASES DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

SÃO PAULO
2021
FELLIPE FERREIRA DE ARNIZAUT OLIVEIRA

VALMIR DE OLIVEIRA JUNIOR

ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA:

ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Trabalho do curso de
Psicologia apresentado à
Universidade Anhembi Morumbi,
como parte dos requisitos para
nota na disciplina de Bases da
avaliação psicológica, ministrada
pela professora doutora Patrícia
Yumi Nakagawa.

SÃO PAULO

2021
INTRODUÇÃO

O presente trabalho consiste em uma análise comportamental, através de


técnicas de base de avaliação psicológica dos personagens do conto “O
Homem que confundiu sua mulher com um chapéu”. As perguntas que
norteiam a avaliação foram sugeridas pela professora Patrícia sendo assim a
base norteadora para tal pesquisa que segue.

PRIMEIRA CONSULTA DO PACIENTE AO DR. SACKS

Demanda:

1) Quem encaminha o paciente para o Dr. Sacks?

Após ter se consultado com um Oftalmologista, o médico concluiu que o


paciente não tinha nenhum problema nos olhos, então o encaminhou para um
Neurologista, suspeitando que era algo relacionado ao seu cérebro.

2) Qual alteração se observava no Dr. P.?

Dr. P apresentou alteração na forma como enxergava o mundo. Ele não


só enxergava rostos onde não havia, geralmente em objetos, como também
não reconhecia rostos de pessoas conhecidas.

3) Existe a demanda do Dr. P. de ser avaliado? Qual é a demanda?

Sim, avaliar os processos psicológicos básicos como a visão, percepção e


memória para investigar as queixas na distorção da visão e reconhecimento.

Observações: Por hora não há observações nem asseverações a ser


relatada

4) O que Dr. Sacks observou para, logo de início, descartar o


diagnóstico de demência?

Foi descartado diagnóstico de demência, uma vez que que o paciente


encarava separadamente as partes do rosto do médico e dessa forma, tinha
dificuldade de juntá-las a fim de formar a percepção do rosto como um todo e
também, após os exames neurológicos como os de reflexos, coordenação,
tono e força muscular.
5) O que Dr. Sacks observa a respeito da percepção do Dr. P.,
detectando “algo estranho”?

Dr. Sacks observou que Dr. P tinha também alteração na percepção de


outras coisas e não só um déficit de juntar partes para reconhecimento de um
todo. O fato de que o paciente após uma avaliação sensitiva-motora em seus
pés, pensou que já estava calçando seus sapatos, fez o médico estranhar
ainda mais o quadro.

6) Quais auto-observações do Dr. Sacks, a partir de seus


estados emocionais, propiciaram sua percepção do Dr. P.?

Foi observado que apesar de situações embaraçosas que poderiam ser


engraçadas devido aos seus erros estranhos, o paciente parecia ser muito
simpático e estar despreocupado e indiferente com suas complicações, afinal
não atrapalhavam o seu desempenho na música, com exceção na leitura de
partituras.

Testes:

7) O que Dr. Sacks buscava investigar quando pediu que Dr. P.


descrevesse fotografias de uma revista?

Ele buscava investigar se era somente a capacidade de perceber rostos


que estava sendo afetada ou qualquer percepção de paisagem ou cena, logo,
concluiu que a condição também se expandia e só o permitia a reconhecer os
detalhes, ou seja, as características individuais e minúsculas, nunca o todo.
Além disso, Dr. P enxergava nas imagens coisas que ali não havia.

Conclusão:

8) Quais forças e dificuldades do paciente foram avaliadas pelo Dr.


Sacks, quais dúvidas permaneceram e como ele se propôs a continuar a
investigação?

Apesar de ter avaliado as funções sensório-motoras e de percepção, Dr.


Sacks, ficou fascinado em alguns aspectos em que o paciente era
completamente compreendido, enquanto em outros, não. Então, o Neurologista
se propôs a avaliar Dr. P na sua vida cotidiana, indo até sua casa.

VISITA À CASA DO DR. P.


Avaliação:

1) Quais funções psicológicas foram investigadas pelo Dr.


Sacks e através de que meios (que testes)?

Foi investigado a percepção tátil por meio de uma rosa e uma luva, a
visual utilizando objetos tridimensionais, imagens e partituras, auditiva com a
proposta de tocar e cantar. A atenção foi investigada a todo momento durante a
apresentação de estímulos visuais, apesar da dificuldade formar um todo,
porém, para memória foi solicitado ao paciente a imaginar uma praça
conhecida do bairro, assim como descrevê-la e também um jogo de xadrez
mental. Por fim, a linguagem também foi analisada conforme o paciente falava,
explicava coisas e tentava ler partituras.

2) Como vocês avaliam as seguintes funções do Dr. P.:

a) Percepção: visual, auditiva e tátil?

Apesar da capacidade visual afetar a forma como o paciente enxerga o


mundo, as funções auditiva e tátil o permitia enxergar o mundo escutando e
sentindo.

b) Atenção geral e, em particular, atenção a estímulos visuais?

Dr. P era incapaz de captar todos os estímulos visuais ao mesmo tempo a


fim de formar uma percepção de todo, conseguia somente perceber
características separadas.

c) Memória geral e memória específica: visual e verbal?

Ele foi capaz de usar a memória para imaginar e descrever uma situação
proposta pelo entrevistador.

d) Linguagem (compreensão e expressão, leitura de partitura


musical)?

Embora não conseguisse ler mais partituras, ele conseguia cantar,


conversar, escutar e descrever sem dificuldades.

e) Inteligência?

Era notório que sua inteligência musical ainda bem desenvolvida o


permitia cantar e reconhecer sons e ritmos, a linguística que na forma de
transmitir ideais mesmo que somente de forma verbal era bem clara e a
intrapessoal, que apesar de seu quadro de agnosia ele conseguia lidar com as
próprias emoções não deixando o déficit visual impactar na forma como vivia
sua vida.

f) Adaptação ao ambiente doméstico, de trabalho e social?

Srª P colaborava da forma que podia organizando a casa de uma maneira


em que Dr. P fazer as coisas sem dificuldades. Entretanto, em seu ambiente de
trabalho ele necessitava escutar seus alunos para reconhece-los.

g) Aspectos afetivos emocionais (com a esposa)?

Srª P estava acostumada com a condição de seu marido e tentou


proporcionar mais acesso no ambiente doméstico para a autonomia dele,
organizando a casa de forma que ele pudesse fazer suas atividades cotidianas.

ENCAMINHAMENTO:

O caso poderia ser assumido por um Neuropsicólogo com a finalidade de


um processo adaptativo para a esposa e o paciente com seu distúrbio cognitivo
e um acompanhamento terapêutico em seu trabalho, já que ele não tem um
suporte no ambiente como tem em sua casa.

CONCLUSÃO

Em algum momento, as lembranças e memória do Dr. P., sofreram uma


ruptura com a realidade visual. O que aconteceu? Sabe-se que esse tipo de
agnosia está presente em pacientes de Parkinson e Alzheimer, mas não
sabemos se essas duas patologias estão presentes na vida do paciente, algo
que seja pouco provável. Mas é considerada de extrema importância que
lembranças sejam sempre evocadas. Com seu vasto conhecimento musical e
já que essa habilidade continua intacta, bem como o conhecimento de diversas
vozes, a introdução de vozes por ele conhecidas são parte de um repertório
para que seu conhecimento do familiar seja preservado pelo máximo tempo
possível.

Alguns autores afirmam que o desconhecimento da vida pregressa é


angustiante, porém, a perda das lembranças familiares, são igualmente
dilacerantes. O ser humano é um ser relacional e não se vive sozinho e, o
familiar é o que mantém indivíduos conscientes de suas ligações com o mundo.

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