Os fármacos com ação específica compreendem o mecanismo mais comum, abrangendo a
maioria dos fármacos empregados. Também conhecidos como estruturalmente específicos, apresentam a ação ao se ligarem a moléculas alvo específicas. Desta forma, apresentam alto grau de seletividade, e a atividade dependerá da interação da estrutura química do fármaco com o sítio de ação específico. Tal característica faz com que fármacos de estrutura similar geralmente apresentem o mesmo efeito, além de possibilitar o uso de concentrações inferiores àquelas observadas ao uso de fármacos inespecíficos. De acordo com o sítio de ligação desses fármacos, podemos ter:
• Atuação sobre enzimas, Interação com proteínas carregadoras - Essas proteínas
facilitam o transporte de substâncias através da membrana celular, sendo o alvo de diversos fármacos, que atuam competindo com essas substâncias pelo sítio de ligação. Os antidepressivos tricíclicos, por exemplo, atuam bloqueando a recaptação do neurotransmissor noradrenalina, promovendo o aumento de sua concentração da fenda sináptica e a consequente resposta terapêutica. • Interferência com os ácidos nucleicos: fármacos que afetam a função gênica, podendo atuar como inibidores da biossíntese dos ácidos nucleicos e inibidores da síntese proteica. Por não possuírem seletividade, atuando em células de parasitas e nas nossas células, apresentando alto grau de toxicidade. Atuam principalmente sobre as enzimas envolvidas na formação de nucleotídeos ou na formação de acido nucleicos. Alguns antibióticos como as tetraciclinas e o cloranfenicol atuam inibindo a síntese proteica nos ribossomos, ao dificultar a tradução da informação genética. Os agentes quimioterápicos, tidos como antineoplásicos, também atuam na síntese proteica, porém de uma forma mais abrangente. • Interação com receptores: podem atuar ativando ou bloqueando os receptores, que são macromoléculas funcionais onde o fármaco se liga. Fármacos que ativam os receptores são conhecidos por agonistas, e aqueles que atuam bloqueando o receptor, de forma a reduzir ou até anular a atividade do outro fármaco administrado simultaneamente, são conhecidos como antagonistas. A adrenalina é um exemplo, tendo sua ação antagonizada pela prazosina, que ao se ligar em receptores do tipo alfa-1, bloqueia a ação vasoconstritora da adrenalina, tendo seu efeito reduzido.
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