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OS EFEITOS JURÍDICOS DO
TRABALHO DOMÉSTICO A LUZ DO
DIREITO ANGOLANO
INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa fazer uma abordagem clara no que toca aos
efitos jurídico do trabalho doméstico à luz do direito Angolano. Assim
sendo, o Direito do Trabalho implica fazer referência ao poder da relação
laboral entre duas partes, uma mais fragilizada que a outra, visto que o
trabalho é uma actividade determinante na vida de um indivíduo.
O tema em análise tem especial relevância no mundo empresarial, fruto
da violação dos deveres laborais por parte dos contraentes impondo a
necessidade de regular a relação laboral, tendo como objectivo,
demonstrar as medidas protectivas do trabalho doméstico, nos termos do
Decreto Presidencial nº 155/16, de 9 de Agosto.
Importa-nos realçar que a constituição de 1975, cria umgrande marco no
direito do trabalho moderno, reconhecendo-o nos termos do artigo 26.º
ESTRUTURA DA MONOGRAFIA
OBJECTIVO GERAL
1. Protectivas dos trabalhadores domésticos à luz no
direito positivo angolano.
OBJECTIVO ESPECIFICO
1. Carecterizar o regime jurídico do trabalho doméstico, bem
como as medidas protectivas dos trabaladores que
exercem a referida actividade profissional.
2. Interpretar os efeitos do trabalho doméstico a luz do
direito positivo angolano.
JUSTIFICATIVA
É nosso interesse neste trabalho, apresentar o
assunto na comunidade académca de forma
racional e científica, mostrando esclarecimentos
que possam envolver debates e confrontos de
ideias sobre os procedimentos legais das
instituições responsaveis nos casos em concretos.
Cap. II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA TERMOS E CONCEITOS
De acordo com a definiçãode de trabalho, como a aplicação das forças e faculdades
humanas para alcançar determinado fim, autores defendem que esta significação
ganha algumas particularidades de acordo com o meio.
Segundo Hirata & Zarafian, esse trabalho recobrou seu antigo sentido, pois sob jugo de
assalariamento logo se tornaria sinônimo de constrangimento e sofrimento para quem
o exercesse.
Com relação aos direitos laborais, no período de 1848 até a 1ª guerra Mundial, houve
significativos avanços por parte dos empregados e recuos da parte dos empregadores,
através das maniestações de operários, movimentos sindicais, movimentos socialistas
precionando de baixo e o interesse estatal precionando de cima, dando origem a
oficialização do Direito do trabalho.
Em Angola, por volta de 1975, atarvés da Lei 11/75, lei que disciplinava o proesso
produtivo, foram criadas medidas disciplinares tipificando como crime certos
comportamentos que lesem gravemente o processo produtivo. Depois de quase 7 anos
de vigência foi aprovada a Lei 6/81 de 24 de Agosto, como instrumento Juslaboral
produzido na República Popular de Angola, que viria a ser revogada pela Lei nº 2/00 de
11 de Fevereiro, também revogada pela actual Lei nº 7/15 de 15 de Junho.
O DIREITO DO TRABALHO - NOÇÃO
O direito do trabalho consiste no ramo da enciclopédia jurídica
que tem por objecto o trabalho subordinado, o qual constitui a
prestação característica do contrato, definido no artigo 1152.º do
C.C.
O direito do trabalho preocupa-se com o empoderamento do
trabalhador, caracterizando-o como parte hiposufisiente da
relação Juríco-laboral.
Através das suas normas, surge para dissipar a
desproporcionalidade e dar protecção a parte mais fragilizada de
modos a equilibrara a desigualdade.
Em sentido lato, pode ser conceituado como um ramo da ciência
jurídica dotado de princípios, regras e institutos jurídicos que
regulam as relações laborais.
FUNNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO
O direito do trabalho como qualquer outro ramo do direito, desempenha
e detém funções muito específicas, sendo as seguintes:
a) Melhorias das condições de actuação da força de trabalho na ordem
socioeconómica,
b) Compensar a debilidade contratual originária do trabalhador no plano
individual;
c) Caracter moderno e progressista do ponto de vista económico e social;
d) Estrutura um complexo sistema de tutela dos direitos dos
trabalhadores;
e) Tem uma política conservadora;
f) Tem uma política Civilizatória e democrática;
g) É promotora e provedora dos direitos, valores e interesses
fundamentais.
Por isso é que o direito ao trabalho é antes de tudo, um direito
fundamental de todos os cidadãos.
Breve percurso histórico do direito do trabalho
Com a transição económica do trabalho de escravos ou trabalho forçado para o
trabalho assalariado livre, é uma ocorrência recente em Angola que resultou da
revogação do estatuto do indigenato em 1962. A legislação que abolia o trabalho
forçado foi na maior parte ignorada.
A legislação em vigor na altura, existia uma cláusula que considerava vagabundo
todos os angolanos que não exerciam nenhuma actividade produtiva.
Um novo código do trabalho promulgado nos derradeiros dias do século XIX,
estabelecia que todos os angolanos que fossem encontrados a avaliar a Lei, teriam
um trabalho esforçado para o Estado ou para indivíduos particulares. Estes,
raramente eram pagos. este clima durou em Angola aproximadamente até a
Independência, e consequentemente a aprovação da primeira constituição de Angola
de 11 de Novembro de 1975.
A constituição de 1975, cria um grande marco no direito do trabalho moderno,
reconhecendo-o constitucionalmente os termos do artigo 26.º ao estabelecer que o
trabalho é um direito e um dever para todos os cidadãos, devendo cada um produzir
segundo a sua capacidade e ser remunerado de acordo com o seu trabalho.
PRINCÍPOIS APLICAVEIS AO DIREITO DO TRABALHO
Conforme o dicionário António Houaiss da Língua Portuguesa,
Princípio é o que serve de base para alguma coisa, causa primária,
raiz, razão.
É por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro
alicerce ou ainda, disposição fundamental que se irradia sobre
diferentes normas, compondo-lhe o espirito servindo de critério para
a sua exata compreensão e inteligência.
Poucos autores tratam dos princípios do Direito do trabalho. Segundo
Martins, o autor que melhor estudou o assunto, foi o Uruguaio
Américo Rodriguez, que faz menção a seis princípios.
São estes os Princípios que norteiam o direito do trabalho:
O Princípio da protecção, da irrenunciabilidade de direitos, da
continuidade da relação do emprego, da primazia da realidade, da
razoabilidade e o princípio da boa-fé.
A LIMITAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO DOS TRABALHADORES DOMÉSTICOS NO DIREITO
COMPARADO
A Lei Geral do Trabalho de cada Estado aplica-se, normalmente, à generalidade das
relações jurídico-laborais estabelecidas. Os seus princípios fundamentais aplicam-se
a qualquer relação laboral. No entanto, é frequente encontrar referência ao “carácter
especial” que o trabalho doméstico apresenta dadas as suas particularidades,
distinguindo-se, em alguns aspectos, do regime jurídico estabelecido pela Lei Geral
do Trabalho. Nestes casos, é esperado que o trabalho doméstico seja regulamentado
em regime próprio. Porém, estas leis generalistas revelam-se muitas vezes pouco
adequadas à estrutura do trabalho doméstico, limitando a protecção e dos seus
trabalhadores, sobretudo em contextos em que a desvalorização desta actividade
laboral é real.
A jornada de trabalho dos empregados domésticos não é tratada da mesma forma no
Direito Comparado, salvo raras excepções. Em países da Europa, nos Estados Unidos e
no Canadá, a mão-de-obra doméstica é escassa e, portanto, apresenta um custo
relativamente alto.
A regra geral, quando inexistente disposição em instrumento coletivo, é a de duração
de 8 horas diárias, sete dias por semana, no total de 48 horas.
CAP. III – METODOLOGIA DA
PESQUISA
METODOLOGIA DA PESQUISA TIPO DE PESQUISA
A metodologia espelha, segundo GIL (1994), o conjunto de procedimentos
intelectuais e técnicos adoptados para se atingir o conhecimento, Ela orienta
também, o desenvolvimento da investigação através do emprego de métodos mais
adequados com a problemática da pesquisa tratada.
MÉTODOS FUNDAMENTADOS
Neste sentido utilizamos como métodos de recolha dos seguintes
elementos:
1. Pesquisa descrita.
2. Método dedutivo.
3. Método de entrevistas.
CAPÍTULO - IV – EFEITO JURÍDICO DO
TRABALHO DOMÉSTICO À LUZ DO DIREITO
ANGOLANO
DEFINIÇÃO DE TRABALHO DOMÉSTICO, CONCEITO
A definição formal de “trabalho doméstico” não só identifica a profissão, como a
valoriza e dignifica.
Com o objectivo de impulsionar medidas para alcançar um trabalho doméstico
digno, a Convenção n.º 189 da OIT define “trabalho doméstico” como o “trabalho
realizado em ou para um ou vários domicílios” (Art.º 1.° (a).
Define-se Trabalhador doméstico, segundo Maurício Godinho Delgado (2014,
p.383), “pessoa física que presta, com pessoalidade, onerosidade e
subordinadamente, serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à
pessoa ou à família, em função do âmbito residencial destas”.
Uma vez que o trabalhador tem direito à protecção social, tanto este
como o empregador encontram-se, ainda, obrigados a realizar a sua
inscrição junto da entidade gestora de Protecção Social Obrigatória,
devendo ambos efectuar o pagamento de contribuições mensais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudando os direitos do trabalhador doméstico, ressalta-se a importância de
reconhecer a vulnerabilidade dessa classe, sendo parte do caminho que conduz ao
desrespeito do cumprimento de seus direitos.
Ao analisar-mos a essência do direito do trabalho chega-se a conclusão que o escopo é
a busca de um patamar mínimo civilizatório ao trabalhador, impedindo que a busca
desenfreada pelo lucro e a concorrência acabem impedindo níveis aceitáveis de
exploração do trabalho humano.
Verificou-se que, apesar de a categoria ter conquistado alguns direitos, as conquistas
não conseguem se efectivar na plenitude para os trabalhadores, pois, vem ocorrendo um
constante desrespeito da Lei, e a categoria que deveria ser beneficiada pela legislação
tem se submetido a constantes explorações por parte do patronato.
Os direitos do trabalhador doméstico vêm sendo implementados pelo decreto-lei nº
155/16, de 9 de Agosto mas não é muito eficaz na actualidade, e há impossibilidade de o
Estado fiscalizar o trabalho no interior dos domicílios e impor sanções, como também há
dificuldade de o trabalhador doméstico produzir provas na Justiça do Trabalho.
Em suma é dever do Estado agir em defesa dos trabalhadores, dentro dos limites
estabelecidos pela constituição angolana e pela legislação vigente.
SUGESTÕES
Sugerimos mais estudos em torno desta área do saber e
divulgação de trabalhos científicos para o bem da população.
Sugere-se ainda o auxílio do Governo na formação de mais
profissionais para trabalharem na área, a fim de darem
respostas as questões que forem surgindo.
Sugere-se também que se criem mecanismos para se fazer
chegar as famílias, a mensagem de que a criança tem direitos
protegido pelo estado e os mesmos devem ser respeitados.
Sugerimos todos aos órgãos de protecção e direitos da
criança, a expansão na divulgação de mais informações
ligadas aos benefícios da criança; com auxílio de palestras,
redes sociais, ajudarem no esclarecimento da matéria em
questão, actuando nas zonas mais desfavorecidas,
principalmente onde é difícil o acesso da informação.
cumprimento depende de um facto de terceiro, que ele
expressa ou tacitamente se compromete a procurar obter.
Todo negócio na vida. Está rodeado a um contrato (Ernesto
Wanga, 2019)