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estrutura e
Funcionamento do
ensino Fundamental e
Médio
2ª EDIÇÃO
2015
Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei.
EDITORA UNIMONTES
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Jorge Almeida Guimarães diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH/Unimontes
Antônio Wagner Veloso Rocha
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Paulo Cesar Mendes Barbosa
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Vicente Gamarano Chefe do departamento de educação/Unimontes
Maria Cristina Freire Barbosa
Reitor da Universidade estadual de Montes Claros - Unimontes
João dos Reis Canela Chefe do departamento de educação Física/Unimontes
Rogério Othon Teixeira Alves
Vice-Reitor da Universidade estadual de Montes Claros -
Unimontes Chefe do departamento de Filosofia/Unimontes
Antônio Alvimar Souza Alex Fabiano Correia Jardim
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Unidade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Currículo do Ensino Básico na Legislação brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Unidade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Organização e estrutura da educação brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Unidade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Gestão das instituições de ensino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Referências básicas e complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Atividades de Aprendizagem - AA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Apresentação
Caro (a) acadêmico (a),
As autoras
9
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Unidade 1
Organização do Sistema de
Ensino Brasileiro
A educação do homem começa no momento do seu nascimento; antes de falar,
antes de entender, já se instrui.
Jean Jacques Rousseau
◄ Figura 1: Educação
Fonte: Disponível
em <http://espacoa-
bertoweb.blogspot.
com/2011/05/qualidade-
-da-educacao-no-brasil.
html>. Acesso em 11 set.
2011.
1.1 Introdução
Nesta unidade, vamos analisar a organização dos sistemas de ensino brasileiro: sentido,
áreas de prioridades, regime de colaboração e modalidades de ensino.
No decorrer do estudo sobre as modalidades de ensino, você poderá observar o caráter fle-
xível da legislação educacional vigente, considerando-se a autonomia atribuída aos sistemas de
ensino e às suas respectivas redes.
Pretendemos, ao final desta unidade, que você seja capaz de:
• Reconhecer o sentido da expressão sistema de ensino.
• Identificar as áreas prioritárias de atuação no sistema de ensino.
• Definir o papel da União, do Estado e do Município na rede colaborativa.
• Caracterizar as modalidades de ensino.
• Compreender a flexibilidade da legislação vigente, considerando a autonomia das redes co-
laborativas.
11
UAB/Unimontes - 4º Período
por preceptores privados para o ensino coletivo ministrado em espaços públicos denominados
escolas”. Dessa forma, a educação sistematizada exige que o funcionamento dessas instituições
seja também sistematizado, originando os sistemas educacionais organizados pelo poder públi-
co, emergindo e consolidando, a partir da segunda metade do século XIX, os Estados nacionais
acompanhados pela implantação dos sistemas nacionais de ensino nos diferentes países.
Para Saviani (2008), o alicerce do uso prolixo do conceito de sistema na educação está na
noção de que o termo sistema significa conjunto de elementos, ou seja, a reunião de diferen-
tes unidades formando um todo, ocasionando a assimilação do sentido de sistema educacional
como conjunto de unidades escolares ou de rede de instituições de ensino.
O termo sistema significa um conjunto de atividades que se cumprem tendo em vista deter-
minada finalidade. Na visão de Saviani (2008, p. 3), “sistema implica organização sob normas pró-
prias (o que lhe confere um elevado grau de autonomia) e comuns, isto é, que obrigam a todos
os seus integrantes”. O autor afirma que:
12
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394/96), em seu artigo 21, divide a
educação escolar em dois grandes níveis:
I. Educação básica - formada pela educação infantil, ensino fundamental e ensino médio;
II. Educação superior.
A educação básica se divide em três etapas, as finalidades de cada uma estão expressas nos
artigos 22 a 26 da referida lei. O art. 22 proclama que a educação básica “tem por finalidade de-
senvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cida-
dania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores”.
A educação infantil, etapa inicial da educação básica, tem por finalidade “o desenvolvimento
integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e so-
cial, complementando a ação da família e da comunidade” (art. 29). A educação infantil é ofereci-
da em creches, para crianças de zero a três anos de idade, e pré-escolas, para crianças de quatro
a seis anos.
13
UAB/Unimontes - 4º Período
Com isso, espera-se desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive. A edu-
Dica
cação superior abrange cursos sequenciais nos diversos campos do saber, cursos de graduação,
de pós-graduação e de extensão. O acesso a esse nível de educação acontece a partir dos 18
Leia na íntegra as
Diretrizes Curriculares anos, variando o número de anos de estudo de acordo com os cursos e sua complexidade.
Nacionais Gerais para a As modalidades de ensino que permeiam os níveis descritos anteriormente são:
Educação Básica, aces- • Educação especial: oferecida, preferencialmente, na rede regular de ensino, para educandos
sando o site do MEC no portadores de necessidades especiais.
link abaixo: • Educação de jovens e adultos: destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade
<http://portal.mec.gov.
br/index.php?option=- de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
com_content&view=ar- • Educação profissional e tecnológica: que, integrada às diferentes formas de educação, ao
ticle&id=12992:diretri- trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões
zes-para-a-educacao- para a vida produtiva. É destinada ao aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental,
-basica&catid=323:or- médio e superior, bem como ao trabalhador em geral, jovem ou adulto (art. 39).
gaos-vinculados>
Cabe ressaltar que as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Res.
4/2010), em seu art. 27, consideram também como modalidades de ensino a Educação do Cam-
po, a Educação Escolar Indígena e a Educação a distância.
Ressalta-se ainda que, a partir das discussões na Conferência Nacional de Educação (CO-
NAE), em 2010, ocorrida em Brasília, foi feita a inclusão da educação escolar quilombola como
modalidade da educação básica, através do Parecer CNE/CEB 07/2010 e da Resolução CNE/CEB
04/2010.
No Brasil, devido à existência de comunidades indígenas em algumas regiões, existe a ofer-
ta de educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas, visando à valorização ple-
na das culturas dos povos indígenas e à afirmação e manutenção de sua diversidade étnica. De
acordo com o art. 78, essa educação objetiva:
I. proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias histó-
ricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências;
II. garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos téc-
nicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias.
14
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
As secretarias e conselhos têm o desafio de promover a integração das creches aos sistemas
municipais de ensino, a fim de realizar um atendimento de qualidade às crianças brasileiras de
zero a seis anos de idade.
Historicamente as instituições de educação infantil eram vistas como de amparo e assistên-
cia, assim integrá-las aos sistemas municipais de ensino, conferindo-lhes um caráter educacio-
nal, não tem sido uma tarefa fácil para as Prefeituras. Assumir essa integração envolve aspectos
burocráticos e questões ligadas à qualidade do atendimento com diferentes implicações para o
município, entre os quais se destacam:
• Criação do Sistema Municipal de Ensino.
• Definição de normas para o funcionamento da educação infantil.
• Formação inicial e continuada dos professores e sua profissionalização.
• Elaboração de Propostas Pedagógicas das instituições.
• Criação de espaços físicos e a aquisição de recursos materiais para o atendimento às crian-
ças de 0 a 6 anos, entre outros (BRASIL, 2002).
15
UAB/Unimontes - 4º Período
Dessa forma, faz-se necessário que, ao definir as políticas municipais, as Secretarias de Edu-
cação se organizem com relação aos seguintes aspectos: à estrutura, ao orçamento, relativo às
demandas por ampliação do atendimento e melhoria da qualidade dos serviços proporcionados,
articulando a construção de uma política municipal de educação infantil.
Referências
ABREU, M. Organização da Educação Nacional na Constituição e na LDB. Ijuí: Ed. UNIJUI,
1998.
BRASIL. Lei nº 9.394 de 21/12/1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário
Oficial da União. Brasília-DF, 23 de dez. de 1996. v. 134, nº 248, p. 27883 – 27841.
BRASIL. Ministério da Educação. Integração das instituições de educação infantil aos sistemas de
ensino: um estudo de caso de cinco municípios que assumiram desafios e realizaram conquistas.
Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 2002.
RAPOSO, Gustavo de Resende. A educação na Constituição Federal de 1988. Jus Navigandi, Te-
resina, a. 10, n. 641, 10 abr. 2005. Disponível em <http://jus.com.br/revista/texto/6574>. Acesso
em 6 out. 2011.
SAVIANI, Dermeval. Sistemas de ensino e planos de educação: o âmbito dos municípios. Educ.
Soc. [online], v.20, n.69, 1999. p. 119-136. ISSN 0101-7330.
SAVIANI, Dermeval. Sistema Nacional de Educação: conceito, papel histórico e obstáculos para
sua construção no Brasil. In: 31ª Reunião Anual da ANPEd. Caxambu, out. 2008.
16
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Unidade 2
Currículo do Ensino Básico na
Legislação Brasileira
◄ Figura 5: Educação
Básica
Fonte: Disponível
em <http://cursos-
pecialway.blogspot.
com/2011/04/28-musica-
-e-um-dos-sete-novos-
-conteudos.html>. Acesso
em 11 nov. 2011.
2.1 Introdução
Nesta unidade, vamos discutir o currículo no ensino básico expresso na LDB 9394/1996 e nas
Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Resolução 04 do CEB/CNE/2010),
para analisarmos e compreendermos a sua trajetória no contexto da legalidade brasileira.
Juntos desvelaremos as mudanças legais ocorridas no campo do currículo escolar para atuar
como um professor mais reflexivo, analítico, criativo e pró-ativo, com habilidade para resolver os
problemas postos pelas transformações dos tempos atuais.
Pretendemos, ao final desta unidade, que você seja capaz de:
• Compreender o currículo nos seus aspectos legais.
• Compreender a importância da legislação na definição do currículo escolar.
• Determinar a sua ação educativa fundamentada na legislação vigente.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, norteia-se para um currículo de base
nacional comum para o ensino fundamental e médio. Na LDB, três artigos tratam sobre o currí-
culo: o artigo 8º, mais geral, rege a organização da Educação Nacional, o artigo 9º, IV, define a
competência da União para
17
UAB/Unimontes - 4º Período
No capítulo da Educação Básica, estão outras referências mais específicas. O art. 23 orien
que esta se organize
Dica em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de
Acesse o link e leia na estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros
íntegra, a LDB 9394/96 e critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do proces-
suas alterações. so de aprendizagem assim o recomendar.
<http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/leis/ O artigo 24 define as regras comuns de organização da educação básica. Já o artigo 26 ex-
L9394.htm>. pressa que
18
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
O parágrafo 1º deste artigo explicita que o currículo deve “difundir os valores fundamentais
do interesse social, dos direitos e deveres dos cidadãos, do respeito ao bem comum e à ordem
democrática”, levando em consideração as condições de escolaridade dos estudantes no estabe-
lecimento, “a orientação para o trabalho, a promoção de práticas educativas formais e não-for-
mais”.
O 2º parágrafo diz que, na organização da proposta curricular, é preciso assegurar o entendi-
mento do currículo como experiências escolares desdobradas em torno do conhecimento, “per-
meadas pelas relações sociais, articulando vivências e saberes dos estudantes com os conheci-
mentos historicamente acumulados, contribuindo para construir as identidades dos educandos”.
O 3º parágrafo trata da organização do percurso formativo, que deve ser aberto e contex-
tualizado. Para isso, “deve ser construída em função das peculiaridades do meio e das caracterís-
ticas, interesses e necessidades dos estudantes, incluindo não só os componentes curriculares
centrais obrigatórios, previstos na legislação e nas normas educacionais”, como também outros,
de modo flexível e variável, de acordo com o projeto escolar, desde que assegure alguns aspec-
tos que podem ser consultados e analisados a seguir:
BOX 1
Incisos do § 3º da Resolução 04 do CEB/CNE/2010
19
UAB/Unimontes - 4º Período
Referências
BRASIL. Lei nº 9.394, de 21 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. diário Oficial da União. Brasília-DF, 23 de dez. de 1996. v. 134, nº 248, p. 27883 –
27841.
20
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
BRASIL. Lei n° 11.684/08, de 02 de junho de 2008. Alterou o art. 36 da Lei no 9.394, de 20 de de-
zembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir a Filoso-
fia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias nos currículos do ensino médio. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11684.htm>. Acesso em 10 out.
2011.
BRASIL. Lei n° 11769, de agosto de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei
de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na
educação básica. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/
L11769.htm>. Acesso em 10 out. 2011.
21
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Unidade 3
Organização e Estrutura da
Educação Brasileira
◄ Figura 7: Estudando a
Educação
Fonte: Disponível em
<http://estudando-
educacao.blogspot.
com/2011/04/o-numeros-
-da-educacao-basica-no-
-brasil.html>. Acesso em
10 nov. 2011.
3.1 Introdução
Nesta unidade vamos discutir a Organização e Estrutura da Educação Brasileira, focalizando
a formação e os diversos fatores políticos, econômicos e sociais e a legislação como instrumento
de intervenção na realidade educacional, além de abordarmos a questão do financiamento da
educação no Brasil.
Rediscutiremos as esferas do sistema educacional, a União, os estados e municípios, focali-
zando também a escola onde você concretizará a educação na aula, na relação com os alunos e
seus pais e nos debates com o conjunto de profissionais da unidade escolar.
Esperamos, ao final desta unidade, que você seja capaz de:
• Compreender a organização e o funcionamento de sistemas e instituições escolares no Bra-
sil como elemento de reflexão sobre/na realidade sócio-histórica.
• Refletir sobre a estrutura da educação básica e sua organização, enfocando a formação e
os fatores de ordem política, econômica e social, onde o estudo da legislação possa servir
como instrumento de intervenção na realidade educacional.
• Contextualizar historicamente o desenvolvimento e a organização da educação no Brasil.
• Identificar as leis que propuseram reformas para a educação brasileira.
• Identificar as regras sobre o financiamento da educação brasileira.
23
UAB/Unimontes - 4º Período
mento histórico. Segundo Mendonça e Lellis (1998), tal disciplina inscreve-se na expectativa de
Glossário compreensão da contextura de relações sociais e de lutas que se travam no plano estrutural e
Altercação: discussão conjuntural, ou seja, discute acerca da compreensão da educação no contexto da tessitura social
produtiva, no contexto da organização econômica global e da organização política neoliberal.
A estrutura e a organização da educação nacional não dispensam a legislação como fio con-
dutor, como institucionalização lícita das políticas oficiais. A educação escolar se constitui em
uma prática social que revela e desvela fins e interesses, sendo um elemento social essencial ao
contexto sociopolítico e econômico. Assim, a disciplina Estrutura e Funcionamento da Educação
Básica, desde a sua criação, é mensageira de uma história que se relaciona às formas específicas
de organização da sociedade e dos sujeitos que a significam e ressignificam no tempo e nos es-
paços escolares.
Nos tempos atuais, em pleno século XXI, período histórico cujos paradigmas reportam à ve-
locidade da informação; tempo do fastígio da globalização, era do domínio e celeridade do co-
nhecimento, em que as informações estão on line desde o exato momento de sua ocorrência,
exige-se muito mais de profissionais da educação que buscam suscetibilidade num mercado
eclético e de transformações aceleradas; transformações nas “estruturas econômicas, políticas,
demográficas, geográficas, históricas, culturais e sociais, que se desenvolvem em escala mundial,
adquirem preeminência sobre as relações, processos e estruturas que se desenvolvem em escala
nacional” (IANNI, 1994, p. 147), mercado influenciado principalmente por uma grande demanda
de consumo insano.
É importante realçar aqui o juízo de que a disciplina de Estrutura e Funcionamento do Ensi-
no Fundamental e Médio, ao ser ministrada nos cursos de formação de professores, e dependen-
do do enfoque que lhe é atribuído, poderá provocar entre os sujeitos do processo educacional,
discussões acerca de elementos históricos que, ao serem problematizados, tornam-se elementos
imperiosos ao processo de formação do professor emancipado. Nesse contexto a preocupação
com a educação vem adquirindo grande repercussão, de modo a mobilizar a União, os Estados, o
Distrito Federal, os Municípios e a colaboração da família e da sociedade em geral.
Ratificando essa preocupação, o Artigo 205 da Constituição Federal do Brasil (1988) afirma
que “A Educação é um direito de todos e dever do Estado e da Família [...]”, e de acordo com o ar-
tigo 2º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 9394/96 – “A educação [...] tem
por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho.” Pode-se entender, portanto, que a educação escolar prima
pela promoção da igualdade, da perspectiva social e pela universalização do ensino a partir da
possibilidade de formação do sujeito, de modo a garantir-lhe o acesso ao desenvolvimento e ao
conhecimento.
Conforme Cury, a Constituição Federal do Brasil:
24
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Figura 8: Organograma
e estrutura da
educação brasileira
Fonte: Organizado
pelas autoras a partir da
legislação vigente e do
site <http://www.oei.es/
quipu/brasil/estructura.
Em relação ao quadro acima apresentado, faz-se importante ressaltar que, de acordo com pdf>. Acesso em 10 nov.
o inciso I do artigo 208 da Constituição Federal do Brasil de 1988, através de redação dada pela 2011.
Emenda Constitucional nº 59/2009, a educação básica obrigatória, ou ensino obrigatório, diz res-
peito à faixa etária de 04 a 17 anos, ou seja, educação pré-escolar (04 e 05 anos), ensino funda-
mental (06 a 14 anos) e ensino médio (15 a 17 anos); além da Educação destinada aos jovens e
aos adultos: “educação básica obrigatória e gratuita dos 04 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de
idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na
idade própria”.
25
UAB/Unimontes - 4º Período
Na Unidade I, vocês estudaram que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei nº 9394/96
– em seu artigo 21, determina que a educação escolar seja composta pela educação básica e su-
perior. A educação se compõe na Educação Básica, formada pela educação infantil, ensino funda-
mental e ensino médio; e na Educação superior.
A LDB/96 também determina as suas finalidades:
O conceito de educação básica que nos é dado pela legislação educacional é um conceito
novo e inovador para um país cuja história da educação mostra claramente que, durante muitos
anos, foi negligenciado o acesso de seus cidadãos à educação escolar. A ideia de formação co-
mum pode ser entendida como um todo integral e integrado de conhecimentos em condições
de aprimorar a habilidade de cada um de se colocar no espaço social, no espaço de trabalho, nas
relações produtivas e na construção de sua vida particular e coletiva. A formação comum se via-
biliza por meio de uma base comum de conteúdos e de aprendizagem. O conceito de educação
básica garante um entendimento mais aberto da função social da educação, tendo em vista um
ensino que prima pela qualidade.
Um elemento que merece ser aqui destacado é o trabalho que, com certeza, configura-se
como um desafio a ser assumido no processo de organização da escola mediante a condição de
construção do conhecimento. A relação trabalho e educação, proposta pela LDB, pode constituir-
se num caminho de acesso à plenitude da democracia através de uma concepção educacional
que se paute na intenção de formar sujeitos conscientes de sua inserção social e de suas possibi-
lidades no/do espaço social.
Em relação à ideia de desenvolvimento do educando, nas etapas da educação básica, eta-
pas estas que formam um todo orgânico e encadeado, importa destacar o reconhecimento da
educação escolar para as diferentes fases da vida bem como sua intencionalidade maior anterior-
mente posta no art. 205 da Constituição Federal do Brasil de 1988:
Já o inciso IV do mesmo artigo dispõe esta etapa da educação como dever do Estado: “edu-
cação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 05 (cinco) anos de idade”.
Segundo o Parecer CEE/MG 1132/97, que dispõe sobre a Educação Básica, nos termos da Lei
9.394/96, a educação infantil compreende a creche e a pré-escola:
Assim, a proposta pedagógica da educação infantil deve considerar o bem-estar da criança, Dica
seu grau de desenvolvimento, a diversidade cultural das populações infantis, os conhecimentos
Conheça o Parecer CNE/
a serem universalizados e o regime de atendimento a ser oferecido pelas instituições educacio- CEB nº 22/1998 - Dire-
nais (tempo integral ou parcial). trizes Curriculares Na-
A avaliação, na educação infantil, será feita mediante acompanhamento e registro do desen- cionais para a Educação
volvimento da criança, tomando como referência os objetivos estabelecidos para essa etapa da Infantil e a Resolução
educação, que não tem função de promoção nem constitui pré-requisito para o acesso ao ensino CNE/CEB nº 01/1999
- Institui as Diretrizes
fundamental. Curriculares Nacionais
As instituições de educação infantil integram o Sistema Municipal ou Estadual de Ensino, se- para a Educação Infantil.
gundo as opções que forem feitas pelos municípios.
Os estabelecimentos de educação infantil serão autorizados e supervisionados pelos res-
pectivos sistemas de ensino, assegurado o prazo de três anos, a contar de 20.12.96, para sua reor-
ganização e cumprimento das novas exigências legais.
Os municípios que se integrarem ao sistema estadual de ensino ou compuserem com este
um sistema único de educação básica cumprirão as diretrizes e normas para credenciamento e
funcionamento de instituições educacionais estabelecidas pelo Conselho Estadual de Educação.
Frente à atual política educacional brasileira, a educação infantil passa a ser reconhecida
como uma etapa específica da formação humana, baseada na ideia de educação como processo
contínuo, desde o nascimento. A especificidade atribuída a essa etapa de escolarização é exata-
mente oposta à visão atribuída à pré-escola, que era percebida e entendida a partir da noção de
privação cultural, ou seja, a pré-escola tinha por missão suprir as supostas deficiências das crian-
ças das camadas populares, de modo a prepará-las para o ingresso no ensino fundamental.
Importa acrescentar, ainda, que a dimensão pedagógica atribuída pela legislação vigente à
educação infantil intenta o crescimento muldimensional da criança. Desse modo procura, a par-
tir desse dispositivo legal, superar a visão assistencialista que marcou as ações governamentais
direcionadas à pré-escola.
O ensino fundamental, segunda etapa da educação básica, que apresenta como maior ob-
jetivo a formação básica do cidadão, tem duração de nove anos (Lei 11.274, de 06 de fevereiro
de 2006), e é obrigatório e gratuito na escola pública, a partir dos seis anos de idade. A oferta do
ensino fundamental deve ser gratuita também aos que a ele não tiveram acesso na idade pró-
pria, ou seja, para a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). Essa alteração de oito
para nove anos no ensino obrigatório tem como objetivo assegurar a todas as crianças um tem-
po mais longo de convivência escolar e maiores oportunidades de aprendizagem.
Julga-se importante acrescentar, em relação ao ensino fundamental, segundo o Parecer
CEE/MG 1.132/97, que, para o cumprimento da obrigatoriedade de oferta de ensino fundamen-
tal, o Estado e os Municípios:
• Em regime de colaboração e com assistência da União, recensearão a população em idade
escolar para o ensino fundamental, e os jovens e adultos que a ele não tiveram acesso.
• Criarão formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino, independentemente
da escolarização anterior.
• Promoverão cursos presenciais ou a distância para jovens e adultos insuficientemente esco-
larizados;
• Possibilitarão a aceleração de estudos para alunos com atraso escolar.
• Realizarão cursos e exames supletivos que habilitem ao prosseguimento de estudos.
Em relação ao ensino fundamental, segundo os principais teóricos que versam sobre esse
assunto, a inovação mais importante posta pela Constituição Federal do Brasil de 1988 e pela Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9394/96 foi o fato de que a educação básica obri-
gatória, ou seja, de 04 a 17 anos, é “direito público subjetivo”. Veja a seguir os textos legais que
determinam tal prática.
27
UAB/Unimontes - 4º Período
De acordo com Cury, é muito importante saber o significado de “direito público subjetivo”:
[...] é aquele pelo qual o titular de um direito pode exigir direta e imediatamente
do Estado o cumprimento de um dever e de uma obrigação. O titular deste direi-
to é qualquer pessoa, de qualquer idade, que não tenha tido acesso à escolari-
dade obrigatória na idade apropriada ou não. É válida sua aplicação para os que,
mesmo tendo tido acesso, não puderam completar o ensino fundamental. Trata-
se de um direito subjetivo, ou seja, (sic) um sujeito é o titular de uma prerrogativa
própria deste indivíduo, essencial para sua personalidade e para a cidadania. E se
chama direito público, pois, no caso, trata-se de uma regra jurídica que regula a
competência, as obrigações e os interesses fundamentais dos poderes públicos,
explicitando a extensão do gozo que os cidadãos possuem quanto aos serviços
públicos. O sujeito deste dever é o Estado sob cuja alçada estiver situada essa
etapa da escolaridade (CURY, 2000, p. 21).
Dica Além disso, o não cumprimento desse direito, por parte das autoridades competentes, im-
plica crime de responsabilidade. O significado de crimes de responsabilidade é definido pela Lei
Leia a legislação vigente
na íntegra que trata do 1.079/1950, artigo 4º, III, “como crime de responsabilidade aquele em que a autoridade venha a
ensino fundamental. atentar contra o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais”. Cury (2000, p. 22) pontua
- Parecer CNE/CEB nº que, mediante a ausência de vagas no ensino fundamental, o art. 14 desta mesma Lei permite a
04/1998 - Diretrizes Cur- “qualquer cidadão denunciar autoridades omissas ou infratoras perante a Câmara dos Deputados”.
riculares Nacionais para
O ensino médio, etapa final da educação básica, tem por objetivo materializar e radicar os
o Ensino Fundamental
e a Resolução CNE/CEB objetivos e habilidades construídas e consolidadas no ensino fundamental. Esta etapa da educa-
nº 02/1998 - Institui as ção básica, ao longo do tempo, vem buscando sua identidade, uma vez que, num momento da
Diretrizes Curriculares história, lhe foi delegada a função propedêutica, noutro momento o atendimento ao mercado de
Nacionais para o Ensino trabalho. Atualmente, esta etapa da educação básica tem a finalidade de preservar o caráter uni-
Fundamental;
tário da educação, a partir da proposta de educação geral e desempenha a função de colaborar
- A Lei 11.114/2005 –
Torna obrigatório o para que a juventude aprofunde e solidifique os conhecimentos até então adquiridos. Outro pa-
início do ensino funda- pel que também lhe é atribuído é a condição de permitir o acesso à educação profissionalizante,
mental aos seis anos de seja ele técnico ou de nível superior.
idade; A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei nº 9.394/96), ao situar o ensino
- O Parecer CNE/CEB nº
médio como etapa final da educação básica, define-o como a conclusão de um período de esco-
18/2005 - Orientações
para a matrícula das larização de caráter geral, como parte de uma etapa da escolarização que tem por finalidade o
crianças de seis anos de desenvolvimento do indivíduo, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercí-
idade no Ensino Funda- cio da cidadania, fornecendo-lhe os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores,
mental obrigatório; como disposto em seu art. 22.
- A Resolução CNE/CEB
A matrícula nesta etapa da educação básica, até o ano de 2009, não era considerada obriga-
nº 03/2005 - Define
normas nacionais para tória. Desde 2010, o poder público teve que oferecer o ensino médio público e gratuito a todos
a ampliação do Ensino os alunos interessados em cursá-lo, porém, o estudante continuou podendo escolher se ia ou
Fundamental para nove não cursar o ensino médio. Entretanto, a partir de 2016, o poder público e os pais poderão ser
anos de duração. responsabilizados civil e criminalmente por aqueles que estiverem fora da escola – como aconte-
cia, segundo a Emenda Constitucional 14/96, com os alunos do ensino fundamental.
A Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009, que acrescenta o § 3º ao art.
76 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias para reduzir, anualmente, a partir do
exercício de 2009, o percentual da Desvinculação das Receitas da União (DRU) incidente sobre
os recursos destinados à manutenção e desenvolvimento do ensino de que trata o art. 212 da
Constituição Federal, dá nova redação aos incisos I e VII do art. 208, de forma a prever a obriga-
toriedade do ensino de 4 a 17 anos e ampliar a abrangência dos programas suplementares para
todas as etapas da educação básica, e dá nova redação ao § 4º do art. 211 e ao § 3º do art. 212 e
ao caput do art. 214, com a inserção neste dispositivo de inciso VI.
28
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
A extensão da obrigatoriedade ao ensino médio vem sendo posta desde 1988 pela Consti-
tuição Federal, tendo perdido força com a Emenda Constitucional nº 14, de setembro de 1996,
que substituiu sua obrigatoriedade por “progressiva universalização”. A Emenda nº 59 de 2009,
portanto, treze anos depois, permite a recuperação da obrigatoriedade e da gratuidade ao ensi-
no médio, sendo que ainda necessitamos de mecanismos que possibilitem a concretização desse
direito no País.
Também a LDB, no artigo 4º, II, afirma que o dever do Estado com a educação escolar pú-
blica será efetivado mediante a garantia de universalização do ensino médio gratuito (Redação
dada pela Lei nº 12.061, de 2009).
É importante esclarecer que há divergência de entendimento entre autores que discutem
este assunto como, por exemplo, Dermeval Saviani, Carlos Roberto Jamil Cury, João Gualberto de
Carvalho Menezes, Eva Waisros Pereira, entre outros. Enquanto uns entendem que a progressiva
universalização significa obrigatoriedade, outros discordam. Na interpretação de Cury, a legisla-
ção vigente mantém o dever do Estado para esse nível de ensino.
A ‘prioridade’ de sua oferta fica sob a incumbência dos Estados. Ora, a concre-
tização dessa oferta gratuita, progressivamente em direção à ‘universalização
obrigatória’, vai também estendendo para este nível o caráter de direito público.
Deste modo, admitindo-se a progressão permanente, gradual e ampliada, ‘ain-
da que em ritmos diferentes’, a obrigatoriedade ‘coroaria’ esse processo. Dentro
dessa gradualidade, é precedente, desde logo, apontar o dever dos Estados em
garantir sua oferta gratuita para todos os que demandarem. Então, em um ‘se-
gundo momento’, assegurar o seu atendimento universal e ‘obrigatório’, como já
vige para o ensino fundamental, ‘seria’ o passo final para que essas duas etapas
da educação básica se vissem sob o direito público subjetivo. (CURY, 2000, p. 25,
Grifos nossos)
Percebe-se que Cury, Conselheiro do Conselho Nacional de Educação, é um dos autores que
entendem que a progressiva universalização significa a obrigatoriedade do Estado para com esta
etapa da educação básica. Porém, ao analisar as palavras que destacamos na citação feita, perce-
bemos que ele fala em prioridade e não em obrigatoriedade, o tempo verbal usado é o futuro do
pretérito do indicativo. Também quando ele se refere à “progressão permanente, gradual e am-
pliada, ainda que em ritmos diferentes”, fica clara a diferença posta entre o ensino obrigatório e o
ensino médio, e quando fala sobre “a concretização dessa oferta gratuita, progressivamente em
direção à universalização obrigatória”, pode-se observar que, na redação dada pela Lei nº 12.061,
de 2009, o termo posto é “universalização do ensino médio gratuito”.
Por fim, Pereira e Teixeira comentam sobre a obrigatoriedade do ensino médio:
Ainda em relação ao ensino médio, segundo o Parecer CEE/MG 1132/97, faz-se necessário
salientar que
29
UAB/Unimontes - 4º Período
Dica Quanto à educação superior, esta constitui o segundo nível da educação escolar, conforme
estabelecido pelo artigo 21 da Lei 9394/96. Percebe-se,no Capítulo IV desta Lei, que versa sobre
Leia o Parecer CEB n.º
15/1998 - Diretrizes este nível educacional, que este contém um número maior de artigos, sendo quinze no total (do
Curriculares Nacionais artigo 43 ao 57). A educação superior abrange cursos sequenciais nos diversos campos do saber,
para o Ensino Médio e cursos de graduação, de pós-graduação e de extensão. O acesso à educação superior ocorre a
a Resolução n.º 3/1998 partir dos 18 anos, através de diferentes processos seletivos, e o número de anos de estudo varia
- Institui as Diretrizes
de acordo com os cursos, sua natureza e sua complexidade. O Parecer CNE nº CP 98/99, aprovado
Curriculares Nacionais
para o Ensino Médio. em 06/07/99, confirma a continuidade dos concursos vestibulares:
Vale ressaltar desde logo que os concursos vestibulares continuam a ser proces-
so válido para ingresso no ensino superior; a inovação é que deixaram de ser o
único e exclusivo mecanismo de acesso, podendo as instituições desenvolver e
aperfeiçoar novos métodos de seleção e admissão alternativos que, a seu juízo,
melhor atendam aos interessados e às suas especificidades.
Hoje existem diferentes processos que possibilitam o acesso ao Ensino Superior no Brasil,
porém ainda imperam as tradicionais provas de vestibular e a utilização do ENEM.
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) surgiu em 1998 para medir o desempenho
dos estudantes do Ensino Médio. Hoje é uma das formas de ingresso para uma instituição de
ensino superior pública ou federal. Seu principal objetivo é avaliar o desempenho do estudante
ao fim da escolaridade básica. Podem participar do exame alunos que estão concluindo ou que
já concluíram o ensino médio em anos anteriores. O Enem é utilizado como critério de seleção
para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos
(ProUni). Além disso, cerca de 500 universidades já usam o resultado do exame como critério de
seleção para o ingresso no ensino superior, seja complementando ou substituindo o vestibular.
O Programa Universidade para Todos (ProUni) foi criado em 2004, pela Lei nº 11.096/2005,
e tem como finalidade a concessão de bolsas de estudos integrais e parciais a estudantes de cur-
sos de graduação e de cursos sequenciais de formação específica, em instituições privadas de
educação superior. As instituições que aderem ao programa recebem isenção de tributos.
Outra grande modificação foi a criação do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Trata-se
de um processo organizado pelo Ministério da Educação (MEC) para selecionar os estudantes
para as universidades por meio da nota obtida no ENEM. Uma das vantagens do sistema seria
unificar todos os testes em um só.
A nota do ENEM também é utilizada de outras maneiras: na primeira fase do vestibular
como parte da nota final e também para preencher vagas remanescentes nas instituições.
Outro processo usado para acesso ao ensino superior é o Vestibular tradicional. Esse pro-
cesso seletivo consiste em uma prova na qual os vestibulandos que obtém maior pontuação fi-
cam com a vaga. O tipo de prova depende da instituição que a aplicará. Algumas dividem o ves-
tibular em fases, sendo a primeira eliminatória com perguntas de múltipla escolha. A segunda é
discursiva para testar se o estudante é claro em suas explanações. Além disso, todas as universi-
dades cobram a realização de uma redação em alguma das fases de seus processos.
Também utiliza-se o processo de Avaliação seriada. Essa forma de seleção é realizada du-
rante os três anos em que o estudante está no Ensino Médio. As provas são aplicadas no final
de cada ano e abordam os conteúdos aprendidos. No terceiro ano é que o vestibulando deve
selecionar qual o curso desejado. As provas são estruturadas da mesma forma que o vestibular
com questões de múltipla escolha e dissertativas, além de uma redação. No final do processo, a
instituição calcula uma média com a pontuação obtida em cada prova.
Outra forma de seleção a ser citada aqui é a Entrevista. Esse meio de seleção não é usa-
do sozinho, ou seja, costuma estar aliado com outras formas como uma redação, nota obtida no
Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ou análise de histórico escolar. Com base na entrevista,
a instituição seleciona os candidatos que tem o perfil necessário para o curso e profissão.
Existe também a seleção através da Análise de histórico escolar. Esse tipo de processo
considera as notas do aluno durante o Ensino Médio em todas as disciplinas. Geralmente, as ins-
tituições o usam como parte da nota final do estudante, que também precisa prestar a prova do
vestibular em busca da aprovação.
30
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Outro processo é a Prova agendada. Esse sistema é comum quando ainda há vagas rema-
nescentes na universidade. O estudante marca um horário e dia para realizar o teste, com o mes-
mo conteúdo cobrado nos vestibulares tradicionais.
Na modalidade de Prova eletrônica, o estudante comparece até o campus e realiza a prova
em um laboratório de informática. A vantagem desse tipo de seleção é que, no dia seguinte, o
resultado já é divulgado.
Nas Provas de habilidade específica, dependendo do curso escolhido, os vestibulandos
são submetidos a uma prova específica para verificar se eles estão aptos a ganhar a vaga. Para o
curso de Arquitetura, por exemplo, é preciso mostrar habilidades em desenho, já em Educação
Física o aluno passa por testes físicos. O aluno que deseja uma vaga no curso de Música também
tem que realizar esse tipo de teste.
Importa destacar que, na LDB 9394/96, o ensino superior apresenta, entre as suas finalida-
des: o estímulo à criação cultural, o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento re-
flexivo, o incentivo ao trabalho de pesquisa e investigação científica. Pode-se entender, a partir
daí, que não ficam claros a função e o compromisso da universidade em realizar ou desenvolver
a pesquisa, de modo a contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico, embora a
Constituição Federal (1988), no seu art. 207, cite um ponto inovador neste nível de ensino, des-
crevendo o conceito de universidade desta mesma LDB e advertindo que sejam “instituições plu-
ridisciplinares [...] de pesquisa”.
Destaca-se também, no artigo 44, I, da LDB, a universidade especializada “por campo de sa-
ber”. De acordo com Belloni, citada por Brzezinski (2000, p. 137), "este princípio [...] não é negati-
vo em tese; no entanto, reflete uma visão positivista da ciência, [...], pois desconhece a interdisci-
plinaridade e as fronteiras e aproximações entre as áreas."
Outros aspectos importantes apontados pela autora fazem referência à redução de exigên-
cias nos critérios para a criação de Instituições de Educação Superior (ISE); a ausência de siste-
matização no processo de avaliação interna e externa; a obrigatoriedade do cumprimento, por
parte do professor, de oito horas aulas semanais; e, por fim, fala sobre a abstenção da LDB em
relação às diretrizes educativas do ensino superior a distância, limitando-se a normatizar um tra-
tamento diferenciado para essa modalidade de ensino
31
UAB/Unimontes - 4º Período
O grande desafio está em desenvolver uma postura ética de não hierarquizar as diferenças
e entender que nenhum grupo humano e social é melhor do que outro. Na realidade, todos são
diferentes. Tal constatação e senso político podem contribuir para se avançar na construção dos
direitos sociais.
Historicamente, no Brasil, numerosos movimentos sociopolíticos colaboraram para a cons-
trução de uma percepção ampla de educação, que aliasse a articulação entre os níveis e moda-
lidades de ensino, bem como os processos educativos ocorridos fora do ambiente escolar, nos
diversos momentos da prática social.
Hoje o sistema educacional brasileiro é dividido em Educação Básica e Ensino Superior. A
Educação Básica, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - 9.394/96), passou a ser
estruturada por etapas e modalidades de ensino, englobando a Educação Infantil, o Ensino Fun-
damental de nove anos e o Ensino Médio.
Conforme o Parecer CEE/MG 1132/97, a Educação Básica pode ser oferecida no ensino re-
gular e nas modalidades de educação de jovens e adultos(EJA), educação especial, educação in-
dígena, educação rural e educação profissional, sendo que esta última pode ser também uma
modalidade da educação superior, e o ensino médio, na modalidade Normal. Por modalidade
de ensino, segundo o supracitado Parecer, entende-se: “variação da educação regular é uma for-
ma de organização de educação e ensino, de modo a atender a grupos diferenciados de alunos.”
Adita-se às modalidades acima descritas a Educação a Distância, posta pelo artigo 1º do Decreto
5622/2005:
Ressalta-se ainda que, a partir das discussões na Conferência Nacional de Educação (CONAE)
em 2010, ocorrida em Brasília, houve a inclusão da educação escolar quilombola como modali-
dade da educação básica, através do Parecer CNE/CEB 07/2010 e da Resolução CNE/CEB 04/2010.
É importante ressaltar que cada uma dessas modalidades requer estrutura e organização di-
ferenciada, de modo a atender as suas especificidades, entre essas: calendários, currículos, carga
horária e metodologias.
Figura 9: Educação de
Jovens e Adultos
Fonte: Disponível em
<http://www.ativida-
deseducativas.net.br/
atividades-educativas-
-eja-cadernos-1-a-5/>.
Acesso em 29 nov. 2011.
A educação de jovens e adultos vem ganhando reconhecimento, como direito, desde a dé-
cada de 1930. Sua relevância se acentua com os movimentos de cultura popular dos anos 60,
com o Mobral (Movimento brasileiro de alfabetização), com o ensino supletivo apresentado no
governo militar, a partir da lei 5.692/71 e com a Fundação Educar, proposta pela Nova República,
o que se deu a partir de 1985.
A partir da Constituição Federal de 1988, ampliou-se o dever do Estado com as pessoas que
não têm a escolaridade básica, independentemente da idade. O art. 208, inciso I, determina que
32
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
o ensino fundamental seja obrigatório e gratuito, assegurada inclusive sua oferta gratuita para Dica
todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria. Leia os documentos que
É de se notar que, uma lei (a LDB 9394/96) que disciplina a política educacional no país, legislam sobre a EJA:
composta por 92 (noventa e dois) artigos, destine apenas dois para disciplinar uma modalidade • Parecer CNE/CEB nº
de ensino. Os artigos 37 e 38 preveem que esta modalidade de educação se destina “àqueles que 11/2000 - Diretri-
não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade pró- zes Curriculares
Nacionais para
pria” e que os jovens e adultos poderão concluir o ensino fundamental e médio através de “cur- a Educação de
sos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando Jovens e Adultos e
ao prosseguimento de estudos em caráter regular.” a Resolução CNE/
Esta determinação do artigo 38 já era prevista pela Lei de Reformulação do Ensino, a lei CEB nº 01/2000
5.692/71, porém alteram-se as idades mínimas para a conclusão do ensino fundamental para jo- - Estabelece as
Diretrizes Curri-
vens a partir de 15 (quinze) anos e para o ensino médio acima de 18 (dezoito) anos. culares Nacionais
Segundo Haddad, citado por Brzezinski (2000), de maneira geral, a LDB trata da Educação de para a Educação de
Jovens e Adultos, porém em detrimento das etapas da educação básica. Este autor ainda acres- Jovens e Adultos.
centa que “A nova LDB vem complementar este movimento de transformar a educação de pes- • O Parecer CNE/
soas jovens e adultas em uma educação de segunda classe” (BRZEZINSKI, 2000, p. 117). CEB nº 41/2002,
- Institui Diretri-
Em contrapartida, o Parecer 1.132/97 entende que o atendimento a EJA, por parte dos dis- zes Curriculares
positivos legais, retrata a “importância do direito à educação e o dever do Estado de garantir a Nacionais para a
oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades ade- Educação a Distân-
quadas às suas necessidades e disponibilidades”. cia na Educação de
Jovens e Adultos
e para a Educação
3.4.2 Educação especial Básica na etapa do
Ensino Médio.
Prevista na Constituição Federal (1988), no artigo 208, inciso III: “atendimento educacional
especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino” e nos
artigos 58 e 60 da LDB 9394/96.
No art. 58, “entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.”
O conceito de Necessidades Educacionais Especiais (NEE) só foi assumido e redefinido a par-
tir da Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), passando a envolver todas as crianças e jovens
cujas necessidades abarquem deficiências ou dificuldades de aprendizagem. Dessa forma, pas-
sou a envolver tanto as crianças em desvantagem como as tidas como sobredotadas, além das
crianças de rua ou em situação de risco, que trabalham, bem como populações remotas ou nô-
mades, pertencentes a minorias étnicas ou culturais, entre outras.
A educação especial, que tem início com a educação infantil, pode “abranger todas as eta-
pas de ensino” (Parecer CEE/MG 1.132/97).
33
UAB/Unimontes - 4º Período
Dica A Resolução CNE/CEB/MEC 2/2001, art. 5º e incisos, reconhece educandos com necessida-
des educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem:
Sobre a Educação
Especial, conheçam a
I. dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de de-
legislação pertinente e
senvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares,
vigente:
compreendidas em dois grupos:
• Lei nº 10.098/2000
aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;
- Estabelece
aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências;
normas gerais e cri-
II. dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos,
térios básicos para
demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
a promoção da
III. altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os
acessibilidade das
leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
pessoas portadoras
de deficiência ou
com mobilidade re- Para o MEC, a Educação Especial é uma modalidade de educação escolar, considerada como
duzida, e dá outras um conjunto de recursos educacionais e de estratégias de apoio que estejam à disposição de to-
providências. dos os alunos, oferecendo alternativas diferentes de atendimento.
• Decreto nº
E o Parecer 1.132/97 orienta que a escola de ensino regular precisará dispor de serviços de
3.956/2001
(Convenção da apoio especializado para atender às peculiaridades da clientela da educação especial na qual os
Guatemala) - Pro- alunos em condições específicas serão atendidos em classes, escolas ou serviços especializados.
mulga a Conven- Determina também que:
ção Interamericana
para a Eliminação Os sistemas de ensino assegurarão aos alunos com necessidades educativas es-
de Todas as Formas peciais, currículos, recursos e organização adequados ao atendimento de suas
de Discriminação especificidades. A proposta pedagógica da escola deverá explicitar métodos,
contra as Pessoas técnicas e procedimentos compatíveis com o atendimento aos portadores de
Portadoras de necessidades educativas especiais.
Deficiência. Os professores deverão possuir capacitação adequada para o atendimento espe-
• Lei nº 10.436/2002 cializado necessário.
- Dispõe sobre a
Língua Brasileira de
Sinais - Libras e dá
outras providên- 3.4.3 Educação indígena
cias.
• Portaria nº
1.793/1994 –
Dispõe sobre a
necessidade de
complementar os
currículos de for-
mação de docentes
e outros profissio-
nais que interagem
com portadores de
necessidades es- Figura 11: Educação
peciais e dá outras Indígena
providências. Fonte: Disponível em
• Parecer CNE/CEB nº <http://educacaoecultu-
17/2001 - Diretrizes ra.synthasite.com/vdeos-
Nacionais para a -motivacionais.php> .
Acesso em 29 nov. 2011.
Educação Espe-
cial na Educação
Básica.
• Resolução CNE/
CEB nº 02/2001 -
Institui Diretrizes
Nacionais para a
Educação Espe-
cial na Educação
Básica.
Esta modalidade de ensino está prevista na Constituição Federativa do Brasil (1988) com um
capítulo específico destinado à população indígena. É um capítulo composto apenas por dois ar-
tigos;porém, é resultado de grandes lutas travadas por esse povo em busca da conquista de seus
direitos. A partir dessa constituição, a política nacional indigenista, que tinha caráter homoge-
neizador e integracionista, direciona-se para novos valores a partir dos quais os povos indígenas
passam a ser considerados sujeitos de direito. O art. 231 da Constituição define:
São reconhecidos aos Índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam,
34
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Outros artigos da Constituição brasileira reforçam o novo paradigma adotado pelas políticas
públicas nacionais em relação à modalidade de educação indígena:
35
UAB/Unimontes - 4º Período
De acordo com a Resolução CNE/CEB 1/2002, art. 2º, Parágrafo único, a identidade da escola
do campo é definida
A LDB 9394/96, no art. 28, diz que, na oferta de educação básica para a população rural, os
sistemas de ensino promoverão as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da
vida rural e de cada região, especialmente:
36
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
37
UAB/Unimontes - 4º Período
Esta definição está presente no Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2005 que revoga o De-
creto 2.494/9), que regulamenta o Art. 80 da Lei 9.394/96 (LDB).
A educação a distância é a modalidade de ensino que permite o rompimento da barreira
física e cronológica, de modo que os sujeitos envolvidos no processo não precisem estar fisica-
mente presentes em um ambiente formal de ensino-aprendizagem, assim como também permi-
te que o aluno estude autonomamente e em horários condizentes com sua disponibilidade. Faz
referência também à distância cronológica ou espacial entre professor e aluno. A interação entre
professor e aluno ocorre por meio de tecnologias, principalmente as telemáticas como a internet
e as hipermídias, mas também podem ser utilizados outros recursos de comunicação, tais como:
carta, rádio, televisão, vídeo, CD-ROM, telefone, fax, celular, ipod, entre tantos outros. Conforme
avançam as tecnologias de comunicação virtual, o conceito de presencialidade também se alte-
ra. A educação a distância ressalta o papel do aluno, que organiza sua própria aprendizagem, de
modo a desenvolver sua autonomia.
A Educação a Distância é uma modalidade de ensino que se consolida cada vez mais no ce-
nário educacional. Para entender um pouco mais sobre esta modalidade, é importante conside-
rar que se trata de um processo de ensino-aprendizagem com características específicas.
Essa modalidade de educação tem uma longa história de sucessos e fracassos. Sua origem
recente está nas experiências de educação por correspondência iniciadas no final do século XVIII.
Na atualidade utiliza multimeios, desde os impressos a redes de computadores, avançando rumo
à comunicação instantânea de dados de voz e imagem via satélite ou por cabos de fibra ótica,
empregando formas diferenciadas de interação e interatividade entre os sujeitos típicos desta
modalidade. No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Técnico Monitor, em 1939, e depois
do Instituto Universal Brasileiro, em 1941, várias experiências foram desenvolvidas com relativo
sucesso (GUARANYS; CASTRO, 1979, p. 18).
Sobre esta modalidade de ensino a LDB 9394/96 apresenta:
A regulamentação desse artigo abriu perspectivas para que seja traçada uma política na-
cional de educação a distância e também para que se fixem diretrizes gerais para os sistemas de
ensino.
Importa ainda acrescentar que a modalidade educação a distância se constitui em uma tá-
tica, uma metodologia de ensino a serviço da educação. Assim, a estrutura, organização e fun-
cionamento dos cursos são sempre os mesmos aprovados para os cursos convencionais. Dife-
renciam-se, apenas, as atribuições do professor, os profissionais específicos demandados pelas
peculiaridades da modalidade, a relação professor-aluno, os meios usados para veicular o conhe-
cimento e a organização técnico-administrativa responsável pelos programas e pelos cursos.
38
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
39
UAB/Unimontes - 4º Período
A educação quilombola deve ter como referência valores sociais, culturais, históricos e eco-
nômicos das comunidades quilombolas. Assim, a escola deverá se tornar um espaço educacional
que realize a conversa “entre o conhecimento escolar e a realidade local, que valorize o desenvol-
vimento sustentável, o trabalho, a cultura, a luta pelo direito à terra e ao território”. (BRASIL 2011).
BOX 2
A legislação pertinente à Educação a Distância e à Educação Quilombola
Portaria nº 4.059, de 10 de dezembro de 2004, que permite a oferta de 20% da carga ho-
rária total dos cursos na modalidade a distância.
Portaria nº 4.361, de 29 de dezembro de 2004, que trata sobre os processos de credencia-
mento e reconhecimento de cursos.
Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro 2005, que regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de
20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Lei nº 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, que autoriza a concessão de bolsas de estudos e
de pesquisa a participante de programas de formação inicial e continuada de professores para
a educação básica.
Decreto Nº 5.800, de 8 de junho de 2006, que dispõe sobre o Sistema Universidade Aber-
ta do Brasil - UAB.
Portaria Normativa nº 02, de 10 de janeiro de 2007, que dispõe sobre os procedimentos
de regulação e avaliação da educação superior na modalidade a distância.
Decreto nº 6.303, de 12 de dezembro 2007, que altera dispositivos dos Decretos nos
5.622, de 19 de dezembro de 2005, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional,
e 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, super-
visão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e se-
quenciais no sistema federal de ensino.
Resolução CD/FNDE Nº 24, de 4 de junho de 2008, que estabelece orientações e diretri-
zes para o apoio financeiro às instituições de ensino participantes do Sistema Universidade
Aberta do Brasil, vinculado à CAPES e à Secretaria de Educação a Distância do Ministério da
Educação, nos exercícios de 2008/2009.
Resolução CD/FNDE nº 26, de 5 de junho de 2009, que estabelece orientações e diretrizes
para o pagamento de bolsas de estudo e de pesquisa a participantes da preparação e execu-
ção dos cursos dos programas de formação superior, inicial e continuada no âmbito do Sis-
tema Universidade Aberta do Brasil (UAB), vinculado à Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes), a serem pagas pelo FNDE a partir do exercício de 2009.
Parecer CNE/CEB 07/2010 sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educa-
ção Básica.
Resolução CNE/CEB 04/2010 que define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a
Educação Básica.
Parecer CNE/CP 03/2004 que define Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Resolução CNE/CP 01/2004 que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Lei 10.639 de 2003 que altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a
obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências.
40
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
O parágrafo 5º deste mesmo artigo determina que “a educação básica pública terá como
fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação recolhida pelas em-
presas [...]”, que dela poderão deduzir a aplicação realizada no ensino fundamental de seus em-
pregados e dependentes.
A Emenda Constitucional Nº 53 de 19 de dezembro de 2006 deu nova redação ao art. 60 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988. Assim, confor-
me o Inciso XII do artigo 2º e no § 1º deste mesmo inciso os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
nicípios destinarão não menos de 60% (sessenta por cento) dos recursos a que se refere o caput
do art. 212 da Constituição Federal, “ao pagamento dos profissionais do magistério da educação
básica em efetivo exercício” de modo a “assegurar, no financiamento da educação básica, a me-
lhoria da qualidade de ensino, de forma a garantir padrão mínimo definido nacionalmente”.
A partir daí, surgiram vários outros instrumentos legais que propuseram reformas para o
setor educacional incluindo seu financiamento. São eles: a Lei do Fundo de Manutenção e De-
senvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (11.494/2007
– FUNDEB) e em 2001, o Plano Nacional de Educação (Lei 10.172/2001) que foi revogada pela Lei
13.005 de 13 de junho de 2014.
O FUNDEF, instituído em 1996, com vigência de dez anos. Expirou em 2006, quando então
foi instituído o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização
dos Profissionais de Educação (FUNDEB). Sua regulamentação se deu primeiramente através de
medida provisória (MP) nº 339/2006 e em seguida através da Emenda Constitucional nº. 53/2006,
pela Lei 11.494/2007 e pelo Decreto 6253/2007.
O FUNDEB alterou os artigos 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212, da Constituição de 1988 e o arti-
go 60, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, também desta Constituição, já citado.
Vale lembrar ainda que a EC n.º 53/2006 não revogou todos os dispositivos da lei n.º
9.424/96, que dispõe sobre o FUNDEF. Continuam ainda em vigor os artigos do 9 ao 12, 14 e 15.
Estes dispositivos versam, entre outras matérias, sobre as de Plano de Carreira e Remuneração do
41
UAB/Unimontes - 4º Período
Magistério; cumprimento do art. 212 da Constituição Federal; competência dos Tribunais de Con-
tas para estabelecer mecanismos adequados à fiscalização do cumprimento pleno do disposto
no art. 212 da Constituição Federal e sobre o salário-educação.
Com as modificações postas pelo FUNDEB, este atenderá não apenas o Ensino Fundamental,
mas também a Educação Infantil, o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Essas
etapas e modalidades educacionais, que anteriormente não eram contempladas pelo processo
de distribuição de recursos do FUNDEF, seguramente incentivarão o aumento em suas matrícu-
las. Essa nova demanda exigirá dos Estados, e principalmente dos Municípios, um sério planeja-
mento de sua estrutura física e de recursos humanos, a fim de que se tornem capazes de oferecer
um ensino de qualidade.
Uma das principais características do FUNDEB é a distribuição de recursos com base no nú-
mero de alunos da educação básica e repasse automático feito pelo Banco do Brasil nas datas de
dez, vinte e trinta de cada mês. Observe a composição dos recursos do FUNDEB no quadro 1.
QUADRO 1
Composição dos recursos do FUNDEB
IMPOSTOS 2007 2008 2009
ICMS 16,66% 18,33% 20%
FPM 16,66% 18,33% 20%
FPE 16,66% 18,33% 20%
IPI-EXP 16,66% 18,33% 20%
LC 87/96 16,66% 18,33% 20%
ITCMD 6,66% 13,33% 20%
IPVA 6,66% 13,33% 20%
ITR 6,66% 13,33% 20%
Rendimentos financeiros das aplicações dos recursos do FUNDEB.
Outras Origens Complementação da União para os Estados que não atingirem o valor
mínimo nacional por aluno.
Fonte: Disponível em <http://qese.edunet.sp.gov.br/fundef/sugbapes/comp.htm>. Acesso em 29 nov. 2011.
O Fundo é composto, na quase totalidade, por recursos dos próprios Estados, Distrito Fede-
ral e Municípios, sendo constituído de:
• Contribuição de Estados, DF e Municípios, de:
• 16,66 % em 2007; 18,33 % em 2008 e 20 % a partir de 2009, sobre:
• Fundo de Participação dos Estados – FPE
• Fundo de Participação dos Municípios – FPM
• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS
• Imposto sobre Produtos Industrializados, proporcional às exportações – PIexp
• Desoneração de Exportações (LC 87/96)
• Contribuição de Estados, DF e Municípios, de:
• 6,66 % no 1º em 2007; 13,33 % em 2008 e 20 % a partir de 2009, sobre:
• Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações – ITCMD
• Imposto sobre Propriedade Veículos Automotores – IPVA
• Quota Parte de 50% do Imposto Territorial Rural devida aos Municípios – ITR
• Receitas da dívida ativa e de juros e multas, incidentes sobre as fontes acima relacionadas.
Além desses recursos, ainda compõe o FUNDEB, a título de complementação, uma parcela
de recursos federais, sempre que, no âmbito de cada Estado, seu valor por aluno não alcançar o
mínimo definido nacionalmente.
A complementação da União está definida da seguinte forma:
• 2,0 bilhões de reais em 2007;
• 3,0 bilhões de reais em 2008;
• 4,5 bilhões de reais em 2009; e
• 10% do valor total do Fundo a partir de 2010.
42
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Dos recursos citados no Quadro 1, 100% são investidos na educação básica e, destes, 60%
são utilizados na remuneração dos profissionais do Magistério em efetivo exercício na educação
básica e 40% em outras ações de manutenção e desenvolvimento do ensino. É importante real-
çar que a União não pode utilizar o recurso do salário-educação para complementar o FUNDEB.
A Educação Básica, no aspecto de Valorização dos Profissionais da Educação, com a implan-
tação do FUNDEB, busca uma das respostas mais esperadas, com base na gestão compartilhada
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Cabe ressaltar que o FUNDEB representou um irrefutável progresso em relação ao FUNDEF,
no que diz respeito ao controle social dos recursos. Foram ampliadas as atribuições dos conse-
lhos, os quais, além de supervisionar o Censo Escolar e acompanhar e fiscalizar os gastos com os
recursos do FUNDEB, terão também a função de supervisionar a elaboração da proposta orça-
mentária anual, acompanhar a aplicação dos recursos e a prestação de contas do Programa Na-
cional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e do Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino
para Atendimento à Educação de Jovens e Adultos (BRASIL, 2007).
Frente ao exposto, podemos concluir que, apesar do FUNDEB representar um avanço em
relação ao FUNDEF, ao resgatar o conceito de educação básica e ao fortalecer o controle social,
ele não enfrentou o principal problema da política de fundos, que é a existência de um valor
mínimo por aluno, suficiente para assegurar um ensino de qualidade e que impeça as disparida-
des regionais.
A Constituição Federal, no seu art. 213, e a LDB 9394/96, no art. 77 preveem a destinação
de recursos financeiros tanto para as escolas públicas como também para escolas comunitárias,
confessionais ou filantrópicas, desde que comprovem finalidade não lucrativa e não distribuam
resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcela de seu patrimônio sob nenhuma
forma ou pretexto.
O financiamento da educação no Brasil é objeto de estudo crescente entre os estudiosos
das políticas públicas. Isso se reflete tanto na percepção das limitações do sistema vigente como
nas mudanças administrativas e fiscais promovidas pela Constituição de 1988, pela Emenda
Constitucional 14/1996, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei no 9.394/96),
pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 101/00), pela Emenda Constitucional
53/2006 e pela Lei 11.494/2007.
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UAB/Unimontes - 4º Período
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Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
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que atualiza as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e para a Educação Profissio-
nal Técnica de nível médio às disposições do Decreto nº 5.154/2004.
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46
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Unidade 4
Gestão das Instituições de Ensino
4.1 Introdução
A unidade 4, intitulada Gestão das Instituições de Ensino, está voltada para o conhecimento
da gestão das instituições de ensino regulares, norteadas pelos regimentos escolares, bem como
pelos projetos político- pedagógicos e institucionais.
Ao final da unidade, você deverá ser capaz de:
• Compreender a estrutura administrativa e pedagógica da escola.
• Identificar as incumbências da escola e dos professores.
• Compreender o funcionamento e a importância do Colegiado Escolar, Caixa Escolar e do
Conselho de Classe.
• Reconhecer a importância do Regimento Escolar e do Projeto Político-Pedagógico no exercí-
cio da democracia e cidadania na instituição escolar.
• Associar o crescimento na carreira ou a demissão do serviço público com a avaliação de de-
sempenho.
• Relacionar a ética profissional com o desempenho e bom andamento da instituição escolar.
47
UAB/Unimontes - 4º Período
ra. As incumbências dos professores e das escolas, tanto públicas quanto privadas, são definidas
nacionalmente conforme estabelece o art.12 e 13 da lei 9394/96:
QUADRO 2
Organização escolar administrativa da escola a partir da lei art.12 e 13 da lei 9394/96
Incumbência da escola Incumbência dos docentes
Administrar seu pessoal e seus recursos ma-
teriais e financeiros.
Elaborar e executar sua proposta pedagógica. Participar da elaboração da proposta peda-
gógica do estabelecimento de ensino.
Velar pelo cumprimento do plano de traba- Elaborar e cumprir plano de trabalho, segun-
lho de cada docente. do a proposta pedagógica do estabelecimen-
to de ensino.
Zelar pela aprendizagem dos alunos.
Prover meios para a recuperação dos alunos Estabelecer estratégias de recuperação para
de menor rendimento. os alunos de menor rendimento.
Assegurar o cumprimento dos dias letivos e Ministrar os dias letivos e horas-aulas esta-
horas-aulas estabelecidas. belecidos, além de participar integralmente
dos períodos dedicados ao planejamento, à
avaliação e ao desenvolvimento profissional.
Articular-se com as famílias e a comunidade, Colaborar com as atividades de articulação
criando processos de integração da socieda- da escola entre as famílias e a comunidade.
de com a escola; informar os pais e responsá-
veis sobre a frequência e o rendimento dos
alunos bem como sobre a execução de sua
proposta pedagógica.
Informar pai e mãe, conviventes ou não com
seus filhos, e, se for o caso, os responsáveis
legais, sobre a frequência e rendimento
dos alunos bem como sobre a execução da
proposta pedagógica da escola; notificar ao
Conselho Tutelar do Município, ao juiz com-
petente da Comarca e ao respectivo repre-
sentante do Ministério Público a relação dos
alunos que apresentem quantidade de faltas
acima de cinquenta por cento do percentual
permitido por lei.
Fonte: Organizado pelas autoras a partir da legislação vigente.
Nesse sentido, a escola passa a ter a incumbência de elaborar e executar a sua proposta
pedagógica, devendo para tanto envolver a comunidade atendida ou seus representantes bem
como o seu corpo docente. Cabe à escola administrar seu pessoal e seus recursos materiais e
financeiros, o que revela claramente uma descentralização administrativa e o exercício de sua
autonomia em decisões importantes para o seu funcionamento, tendo como eixo norteador a
sua missão. Mas, para definir os seus recursos humanos, cada sistema estabelece suas normas
complementares, o mesmo ocorrendo com os recursos financeiros e os atos administrativos. Por
exemplo, em Minas Gerais, na rede estadual, os recursos humanos da escola são definidos com
base no número de alunos. Para isso, anualmente são definidos os parâmetros quantitativos para
a composição do quadro das escolas estaduais (vejamos parte do anexo II da Resolução SEE nº
1.773, de 22 de dezembro de 2010).
O Quadro de Pessoal das escolas estaduais observará o número de turmas autorizadas e re-
gistradas no Sistema Mineiro de Administração Escolar – SIMADE:
2.1 - o número de cargos de Professor Regente de Turma ou de Aulas será o necessário para
atender às turmas autorizadas para o funcionamento da escola, inclusive as de Projetos autoriza-
dos pela Secretaria;
2.2 - para a quantificação de Professor Eventual será considerado apenas o número de tur-
mas dos anos iniciais do ensino fundamental;
48
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
2.3 - o Professor Eventual, além das substituições de docentes, deve colaborar com a Super-
visão Pedagógica nas atividades de reforço de alunos;
2.4 - para a quantificação de Auxiliar de Serviços de Educação Básica - ASB - serão conside-
radas também as turmas dos Projetos: Aluno de Tempo Integral e Aprofundamento de Estudos,
devidamente autorizadas;
2.5 - não haverá Secretário de Escola em escola indígena e escola que funcione em Unidade
Prisional e Centro Socioeducativo;
2.6 - o cargo de Assistente Técnico de Educação Básica, ATB (Auxiliar de Área Financeira),
será provido exclusivamente por servidor que comprove habilitação em Técnico de Contabilida-
de ou Ciências Contábeis;
2.7 - os servidores em Ajustamento Funcional são excluídos da quantificação, exceto os de-
tentores do cargo de PEB, EEB e AEB, que exercerão funções conforme estabelecido no artigo 5º
desta Resolução;
O número de alunos também é definido a partir de regras específicas de cada sistema edu-
cacional. Nesse sentido, a escola tem sua autonomia definida nos limites das legislações especí-
ficas do sistema a que estiver vinculada. Para assegurar essa autonomia do sistema de ensino, a
LBDEN trata do assunto em linhas gerais em seu Art. 25:
QUADRO 3
Orientação de enturmação para o Estado de Minas Gerais
Etapa Número de alunos por turma
Anos iniciais do ensino fundamental 25 (vinte e cinco)
Anos finais do ensino fundamental 35 (trinta e cinco)
No ensino médio 40 (quarenta)
Na educação especial: 08 (oito) a 15 (quinze)
Fonte: Organizado pelas autoras a partir da legislação vigente.
Cabe à escola assegurar que os alunos tenham, no mínimo, 200 (duzentos) dias letivos e 800
(oitocentas) horas-aulas de forma efetiva, evitando-se assim dispensas antes do horário específi-
co de as aulas terminarem para quaisquer fins. Não são aceitáveis alterações do calendário e dos
horários normais de aulas, exceto em estado de greve ou autorização expressa do órgão central a
que a escola estiver vinculada.
É papel da escola: acompanhar a execução do plano de trabalho do professor, enquanto o
professor tem o papel de elaborar e executar o seu plano de trabalho. Para elaboração do seu
plano de trabalho, devem ser considerados os documentos de referência do sistema ao qual es-
teja vinculado e outros documentos da escola, tais como projeto político- pedagógico, regimen-
to escolar, diretrizes curriculares nacionais e conteúdo básico comum/CBC. O plano de trabalho
deve ser elaborado para direcionar o trabalho do professor, e não apenas para cumprir um ritual
de planejamento no início do ano letivo.
Em relação aos alunos, muitos são os deveres da escola, pois é seu papel assegurar as con-
dições para a efetivação de sua aprendizagem nas diversas disciplinas e recuperação dos alunos
que apresentarem baixo rendimento escolar, acompanhar a sua recuperação, além de informar
aos pais ou responsáveis sobre sua frequência e rendimento bem como sobre a execução de sua
proposta pedagógica. Por outro lado, é papel do professor zelar pela aprendizagem do aluno;
isso significa envidar todos os esforços para assegurar a sua aprendizagem, buscar todos os re-
cursos didáticos, pedagógicos e psicológicos para tal fim. Não basta o professor ministrar o con-
teúdo da disciplina, há necessidade de uma avaliação constante do seu trabalho e dos resultados
pedagógicos com o aluno. O professor tem responsabilidade pela aprendizagem do aluno, esse é
o sentido do seu trabalho e da sua disciplina: a aprendizagem.
49
UAB/Unimontes - 4º Período
Regimento Escolar
Colegiado Escolar
A gestão democrática das instituições públicas deve ser assegurada com base na participa-
ção dos docentes em conselhos e no direito de participação da elaboração da proposta pedagó-
gica, conforme dispositivo da lei 9394/96.
A reunião do colegiado escolar é feita pela convocação de seu presidente ou por, no míni-
mo, dois terços dos membros titulares ou, ainda, por solicitação da comunidade escolar ordina-
riamente a cada mês; extraordinariamente, sempre que necessário.
Nas reuniões, é obrigatória a presença de, no mínimo, metade mais um dos membros titu-
lares. É previsto o desligamento do membro titular que faltar a três reuniões consecutivas ou
alternadas, sem justificativa.
Para realização das reuniões, a convocação dos membros será feita por escrito, sendo per-
mitido o livre acesso de interessados, com direito à voz, mas sem direito a voto, não podendo
permanecer no recinto da reunião no momento da votação. Figura 18: Caixa Escolar.
As decisões do colegiado escolar são registradas em ata que, depois de aprovada e assinada Fonte: Disponível em
pelos presentes, deve ser divulgada à comunidade escolar, sendo de livre acesso de todos os in- <http://amambaieduca.
blogspot.com/2009/02/
teressados. uma-escola-publica-pode-
-cobrar-uniforme.html>
Caixa Escolar Acesso em 11 set. 2011.
A caixa escolar é uma associação civil com per-
sonalidade jurídica própria para fins não econômicos,
cujo objetivo é o de gerenciar recursos financeiros
necessários à realização do processo educativo esco-
lar. Está inscrita no CNPJ, registrada no Cartório de Tí-
tulos e Documentos de Pessoa Jurídica.
A Caixa Escolar administra os recursos próprios
e transferidos pela União, Estados e Municípios no
cumprimento dos objetivos pedagógicos da escola.
Nesse sentido é responsável pela aquisição de
bens de consumo e permanentes, obedecendo às
dotações orçamentárias, quando se tratar de recurso
público, garantindo em suas aquisições e contrata-
ções a realização de processo de escolha da proposta
mais vantajosa para a utilização dos recursos públi-
cos disponíveis.
A Caixa Escolar se sujeita ao cumprimento de to-
das as obrigações legais, fiscais e tributárias, relativas à sua atividade, tais como: declarar anual-
mente Imposto de Renda, elaborar Relação Anual de Informações Sociais – RAIS, negativa ou
com vínculos; elaborar declaração de débitos e créditos tributários federais – DCTF, referentes às
ações financeiras, de acordo com a lei vigente à época; elaborar declaração de imposto de renda
retido na fonte – DIRF, atualizar, na Receita Federal do Brasil ou responsável pelo CNPJ, substitui-
ção do presidente da referida Caixa Escolar. Elaborar escrituração contábil nos termos da legisla-
ção vigente, além de outras obrigações instituídas por lei ou por norma da Secretaria de Estado
51
de Educação à qual a escola esteja vinculada.
UAB/Unimontes - 4º Período
Ética
Ética Profissional
Quanto mais o professor for incompetente em seu desempenho mais contribuirá para man-
ter a sociedade como está.
Vale ressaltar que as mudanças não ocorrerão de cima para baixo, ou seja, pela boa vontade
dos governantes, mas pela mobilização da sociedade. A mobilização da sociedade depende em
52
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
parte da formação de pessoas mais bem preparadas e que compreendem o processo de explora- Dica
ção a que estão submetidos e o mundo em vivem. Leia a Lei nº 8.069, de
Nesse sentido, podemos concluir que uma conduta profissional competente é aquela em 13 de julho de 1990.
que o profissional cumpre as suas atribuições com zelo, responsabilidade, eficácia e que se preo- Estatuto da Criança
cupa em manter-se atualizado e bem preparado para o exercício do seu papel. e do Adolescente.
Ao docente, segundo a Lei 8069/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é veda- Disponível no sítio
<http://crv.educacao.
do expor o aluno a castigos físicos, humilhantes, discriminá-lo por razões religiosas, opções se- mg.gov.br/sistema_crv/
xuais, cor, condições econômicas ou político-partidárias. banco_objetos_cr-
v/%7B4534077C-ACDF-
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno de- 466F-A270-51F7941E-
senvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualifica- 5B5%7D_ECA%20
ção para o trabalho, assegurando-se-lhes: lei8069_02.pdf>
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias esco-
lares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo peda-
gógico, bem como participar da definição das propostas educacionais (BRASIL,
1990).
Então, não é permitido aos professores tecer comentários sobre o desempenho do aluno,
nível intelectual em outros ambientes ou para outras pessoas, devendo o professor manifestar-se
de forma respeitosa sobre o aluno nos conselhos de classes realizados especialmente para esse
fim.
O aluno deve ser tratado com respeito pelos seus educadores, nesse sentido, é vedado ao Dica
professor assediar, perseguir ou apelidar o aluno. Art. 17. (ECA): O direito ao respeito consiste na
inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a Leia o Decreto
43885/2004 de
preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços 04/10/2004 - Dispõe
e objetos pessoais. sobre o Código de Con-
O professor licenciado, ou seja, autorizado ao exercício da profissão, recebeu uma formação duta Ética do Servidor
que certamente lhe preparou para enfrentar as situações do cotidiano da escola, não podendo Público e da Alta Admi-
de nenhuma forma medir forças com o aluno, devendo ter postura madura e equilibrada diante nistração Estadual.
das circunstâncias naturais da escola e dos problemas atuais que afligem a sociedade moderna.
O desrespeito ao aluno é considerado uma conduta criminosa prevista no Estatuto da Crian-
ça e do Adolescente no Art. 232. Submeter criança ou adolescente, sob sua autoridade guarda ou
vigilância, a vexame ou a constrangimento: Pena - detenção de seis meses a dois anos. Já foram
abolidos da prática educacional os castigos e humilhações de quaisquer naturezas, não sendo
uma conduta ética a que despreza essas determinações, sujeitando-se, assim, às penalizações
previstas na legislação vigente.
Projeto Político-Pedagógico
53
UAB/Unimontes - 4º Período
Conselho de Classe
O conselho de classe, segundo Dalben, (1994) originou-se na França, por volta de 1945, com
o objetivo de realizar o trabalho interdisciplinar em classes experimentais. Foram criados três ti-
pos de conselho de classe: o conselho de classe, no âmbito da turma, o conselho de orientação,
no âmbito do estabelecimento, e o conselho departamental, no âmbito de orientação, em esfera
mais ampla, cujo objetivo era organizar um sistema escolar fundado na observação sistemática e
contínua dos alunos.
Segundo Rocha (1986), essa ideia de criação do conselho de classe, no Brasil, foi de dez edu-
cadores brasileiros estagiários em Sèveres, em 1958, sendo sua implantação no Colégio de Apli-
cação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A expansão dos conselhos de classes foi ocor-
rendo com base em orientações dos Conselhos Estaduais de Educação que, quando consultados,
produziram resoluções e pareceres que encaminhavam os problemas para instâncias coletivas
de avaliação, sendo formalmente implantados pelos regimentos escolares, na vigência da lei de
reformulação do ensino nº. 5692/71.
O conselho de classe é composto por professores da turma e especialistas da educação en-
volvidos no processo de ensino-aprendizagem cujo objetivo é avaliar a aprendizagem dos alu-
nos e apresentar sugestão coletiva para os problemas de aprendizagem diagnosticados pelos
diversos profissionais que atuam diretamente na turma avaliada.
Conselho de Classe é uma reunião que envolve professores, especialistas da educação e o
diretor da instituição cujo objetivo é analisar a aprendizagem dos alunos e o processo de ensino.
Tem como finalidade possibilitar uma avaliação integral do aluno e da prática docente, fomen-
tando um momento de análise sobre o trabalho pedagógico que está sendo realizado e possi-
bilitando a definição de estratégias para a solução dos problemas conhecidos e diagnosticados.
54
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
A reunião do conselho de classe deve ter três momentos, sendo o primeiro o diagnóstico
da turma, que define o seu desempenho e aponta as suas dificuldades; no segundo momento, a
apresentação de alternativas para solucionar os problemas detectados coletivamente e, no ter-
ceiro momento, uma reunião com os pais ou responsáveis para discussão dos resultados práticos
do desempenho dos alunos e desenvolvimento curricular das disciplinas da série.
Não basta o conselho de classe se reunir apenas para cumprir um ritual, uma exigência, em
que cada professor recite as notas dos alunos para um registro coletivo do serviço de supervisão
pedagógica e, posteriormente, a realização de reunião de pais para informação se o aluno atin-
giu a média do bimestre ou não. Não pode ser uma reunião para os professores apontarem os
defeitos dos alunos de forma coletiva, feita às pressas para passar adiante em outras turmas, mas,
sobretudo, que seja uma reunião participativa e democrática para apontamento das dificuldades
dos alunos, dos professores, da escola, a fim de definir as estratégias adequadas para a melhoria
do processo de ensino-aprendizagem. O conselho de classe é um momento coletivo de cons-
trução de alternativas para o desenvolvimento da instituição de ensino e das estratégias para o
atendimento aos alunos que nela estudam.
Portanto, é necessário que os alunos estejam sendo constantemente observados pelos pro-
fessores e demais especialistas, profissionais da instituição de ensino. Para isso, a avaliação deve
ser contínua, pois cabe ao professor observar, diagnosticar e registrar o desempenho do aluno
nas suas diversas dimensões.
O serviço de supervisão pedagógica deve, coletivamente, com os envolvidos no conselho
de classe, traçar as metas a serem atingidas para a melhoria do processo de ensino-aprendiza-
gem bem como estabelecer os prazos e acompanhar e supervisionar o trabalho a partir das alter-
nativas apresentadas.
A finalidade primeira dos conselhos de classe é diagnosticar problemas e apontar soluções
tanto em relação aos alunos e turmas quanto aos docentes. Na prática, o conselho de classe aca-
ba por avaliar alguns alunos e/ou turmas e a própria prática pedagógica da escola.
Normalmente, os conselhos acontecem nos fins de bimestres, trimestres ou semestres,
quando são discutidos encaminhamentos pedagógicos, notas e comportamento de alunos.
Quando necessário, o conselho de classe decide se um aluno será retido ou não.
Se não for bem conduzido, o conselho de classe acabará atendendo somente a questões
dos alunos e suas notas e comportamentos, sem avaliar a própria prática educativa da escola.
Em vez de discutir o aluno, de modo integral, os professores acabarão acentuando apenas seus
pontos negativos.
Em uma escola em que a gestão democrática prepondera, o conselho de classe desempe-
nha o papel de avaliação dos alunos e de auto-avaliação de suas práticas com o objetivo de diag-
nosticar a razão das dificuldades dos alunos e apontar as mudanças necessárias nos encaminha-
mentos pedagógicos para superar tais dificuldades. Para tanto, as reuniões do conselho de classe
não devem ter somente os momentos de “fechar as notas”.
Avaliação de Desempenho
55
UAB/Unimontes - 4º Período
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57
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Resumo
Unidade I
59
UAB/Unimontes - 4º Período
• A educação quilombola, educação escolar quilombola posta pelo Parecer CNE/CEB 07/2010
e pela Resolução CNE/CEB 04/2010, deve ter como referência valores sociais, culturais, his-
tóricos e econômicos dessas comunidades. Para tal, a escola deverá se tornar um espaço
educativo que efetive o diálogo entre o conhecimento escolar e a realidade local, valorize o
desenvolvimento sustentável, o trabalho, a cultura, a luta pelo direito à terra e ao território.
• A LDB 9394/96, em seu art. 78, determina a educação escolar bilíngue e intercultural para as
comunidades indígenas.
Unidade II
Unidade III
• A estrutura e a organização da educação nacional não dispensam a legislação como fio con-
dutor como institucionalização lícita das políticas oficiais.
• A educação escolar prima pela promoção da igualdade, da perspectiva social, e pela univer-
salização do ensino, a partir da possibilidade de formação do sujeito de modo a garantir-lhe
o acesso ao desenvolvimento e ao conhecimento.
• A recente estrutura e funcionamento da educação brasileira provêm da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (Lei n.º 9.394/96) que, por sua vez, se junta à Constituição Fe-
deral de 1988 e às orientações gerais do Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/2014) bem
como às respectivas Emendas Constitucionais em vigência.
• A ideia de formação comum pode ser entendida como um todo integral e integrado de co-
nhecimentos em condições de aprimorar a habilidade de cada um de se colocar no espaço
social, no espaço de trabalho, nas relações produtivas e na construção de sua vida particular
e coletiva.
• A formação comum se viabiliza por meio de uma base comum de conteúdos e de aprendi-
zagem.
• A relação trabalho e educação, proposta pela LDB, pode constituir-se num caminho de aces-
so à plenitude da democracia através de uma concepção educacional que se paute na in-
tenção de formar sujeitos conscientes de sua inserção social e de suas possibilidades no es-
paço social.
• Entende-se a universalização do ensino para as diferentes fases da vida, através da educa-
ção infantil, como primeira etapa da educação básica, do ensino fundamental como ensino
obrigatório e do ensino médio como etapa e espaço de culminância de um processo que se
baseia na articulação entre suas partes, integrado inclusive ao ensino superior.
• A proposta pedagógica da educação infantil deve considerar o bem-estar da criança, seu
grau de desenvolvimento, a diversidade cultural das populações infantis, os conhecimentos
60
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
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UAB/Unimontes - 4º Período
Unidade IV
62
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
63
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Referências
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Complementares
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educação básica. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/
L11769.htm>. Acesso em 10 out. 2011.
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212 da Constituição Federal e dá nova redação ao art. 60 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 13 set. 1996.
BRASIL. Emenda Constitucional n. 53, de 19 de dezembro de 2006. Dá nova redação aos art. 7º,
23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao art. 60 do Ato das Disposições Constitu-
cionais Transitórias. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 20 dez. 2006.
65
UAB/Unimontes - 4º Período
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66
Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
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Geografia - Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental e Médio
Atividades de
Aprendizagem - AA
1) Conceitue as diretrizes curriculares nacionais.
6) A gestão democrática das instituições públicas deve ser assegurada com base na participação
dos docentes em conselhos e no direito de participação da elaboração da proposta pedagógica,
conforme dispositivo da lei 9394/96. Marque se a afirmativa está correta ou incorreta.
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UAB/Unimontes - 4º Período
a. ( ) O conselho de classe se originou no Brasil e foi implantado por volta de 1945 com o objeti-
vo de realizar trabalho interdisciplinar em classes experimentais, no colégio aplicação, no Rio
de janeiro.
b. ( ) O conselho de classe é composto por professores da turma e especialistas da educação
envolvidos no processo de ensino-aprendizagem cujo objetivo é avaliar a aprendizagem dos
alunos e apresentar sugestão coletiva para os problemas de aprendizagem diagnosticados
pelos diversos profissionais que atuam diretamente na turma avaliada.
c. ( ) Conselho de Classe é uma reunião que envolve os professores, especialistas da educação
e o diretor da instituição, cujo objetivo é analisar a aprendizagem dos alunos e o processo de
ensino.
d. ( ) O conselho de classe tem como finalidade possibilitar uma avaliação integral do aluno e
da prática docente, fomentando um momento de análise sobre o trabalho pedagógico que
está sendo realizado e possibilitando a definição de estratégias para a solução dos problemas
conhecidos e diagnosticados.
e. ( ) A reunião do conselho de classe deve ter três momentos, sendo o primeiro o diagnóstico
da turma que define o seu desempenho e aponta suas dificuldades; o segundo momento é o
de apresentação de alternativas para solucionar os problemas detectados coletivamente, e o
terceiro momento é uma reunião com os pais ou responsáveis para discussão dos resultados
práticos do desempenho dos alunos e desenvolvimento curricular das disciplinas da série.
8) De acordo com a CF/88 e com a LDBEN (9394/96), o ensino obrigatório é “direito público sub-
jetivo. “O que é direito público subjetivo? Assinale a alternativa CORRETA.
9) Na LDB, em cada um dos níveis e modalidades de ensino propostos, é possível perceber, ape-
sar das limitações ainda presentes, possibilidades de flexibilidade da legislação educacional vi-
gente, de forma a levar em conta a autonomia conferida aos sistemas de ensino e às suas respec-
tivas interligações.
a. De acordo com a LDBEN, 9394/96, quais são os níveis da educação?
b. Quais são as etapas de cada nível?
10) O financiamento da educação no Brasil é objeto de estudo crescente entre os estudiosos das
políticas públicas. Isso se reflete tanto na percepção das limitações do sistema vigente como nas
mudanças administrativas e fiscais promovidas pela legislação vigente. Sobre o FUNDEB, marque
a alternativa INCORRETA.
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