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Curso Preparatório para a 1ª Fase da OAB

Prof. Ricardo Xavier | Direito Tributário

SUMÁRIO ANOTAÇÕES

Capítulo 1. Introdução ao Direito Tributário ...................................................................... 3


Capítulo 2. Tributo no Código Tributário Nacional .......................................................... 5
Capítulo 3. Princípios e Limitações ao Poder de Tributar .......................................................... 21
Capítulo 4. Imunidade Tributária ............................................................................................... 28
Capítulo 5. Competência Tributária ................................................................................... 34
Capítulo 6. Legislação Tributária ............................................................................................... 37
Capítulo 7. Obrigação Tributária ............................................................................................... 40
Capítulo 8. Domicílio Tributário ............................................................................................... 45
Capítulo 9. Responsabilidade Tributária ................................................................................... 46
Capítulo 10. Crédito Tributário ............................................................................................... 50

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CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO AO DIREITO ANOTAÇÕES


TRIBUTÁRIO.

O Estado produz riqueza expropriando do particular.

Relação Tributária

Levar dinheiro do particular aos cofres públicos

❖ Direito Tributário é uma relação obrigacional, em que se tem o fisco (credor) vs contribuinte ou
responsável tributário, que são ligados pela lei, para a prestação (tributo). Observe que o nexo causal aqui
é a própria lei (quem estabelece essa relação).

❖ Art. 173, CF/88. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a
relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
Ex.: Energia, petróleo.

❖ Objeto do direito tributário: Relação obrigacional jurídico tributária, permitindo ao fisco exigir do
contribuinte que entregues dinheiro aos cofres públicos.

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❖ Obrigação Tributária: Credor é ligado ao devedor ligado por um nexo para uma prestação.
ANOTAÇÕES
• São nexos – Ato unilateral de vontade / Contrato/ Responsabilidade civil/ Lei (liga o fisco ao
contribuinte- Nexo causal)
• São prestações – Dar (Dinheiro = tributo) / fazer / não fazer
• O credor é o fisco – O estado arrecadador
• O devedor – Contribuinte ou Responsável tributário

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CAPÍTULO 2. TRIBUTO NO CÓDIGO ANOTAÇÕES


TRIBUTÁRIO NACIONAL.

Art. 3, CTN. Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
I) Prestação pecuniária compulsória;
II) Em moeda corrente;
III) Ato lícito;
IV) Instituído por lei;
V) Cobrado mediante atividade administrativa vinculada.

→ A prestação é de dar, entregar dinheiro. Tributar é quando se leva dinheiro aos


cofres públicos.
→ O fisco é o próprio Estado (Estado arrecadador).
→ Lei é o veículo legislativo que conta com a participação dos representantes do
povo. Ou seja, a lei é formada por um processo legislativo, que irá passar nas
Casas Legislativas e ser sancionadas pelo Executivo.

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Observações:
➢ Tributo é diferente de multa.
➢ O tributo é cobrado de forma vinculada, ou seja, sem juízo de conveniência e
oportunidade.

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Art. 142, CTN. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
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lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador
da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido,
identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.

Observação: Súmula 353/STJ. As disposições do Código Tributário Nacional não se aplicam


às contribuições para o FGTS. FGTS não é tributo.

TRIBUTO

1. Toda prestação pecuniária: O tributo deve ser pago em dinheiro.


Exceção: existe no CTN, no art. 156, inciso XI, uma exceção quando permite a dação em pagamento
em se tratando de bem imóvel.

2. Compulsório: obrigatório (não tem como dizer que não quer pagar).

3. Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: Quando fala que o tributo é em moeda, é porque a base
econômica em que se irá cobrar um tributo tem que ser convertida em moeda; a base econômica não pode
ser diversa de moeda. Não se pode ter, por exemplo, a tributação “in natura”.

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o Todo tributo deve ser uma riqueza, que é dimensionada em moeda.


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4. Não constitua sanção de ato ilícito: tributo não é pena, não é multa.
o O tributo é instituído sobre atos lícitos.
o Multa é sobre ato ilícito.
o Quando se tem um tributo, não se visa penalizar alguém com ele. A ideia é arrecadar.
o Pecúnia “non olet”, ou cláusula da pecúnia “non olet”: dinheiro não tem cheiro, ou interpretação
objetiva do fato gerador. → O fato gerador do tributo tem que ser interpretado literalmente,
objetivamente.
- Ter renda é lícito.

O Tributo pode ser classificado em:

a) Fiscal: que visa arrecadar. Todos os tributos são fiscais, visam arrecadar.
b) Extrafiscal: são aqueles que participam de políticas públicas. Ex: II, IE, IPI, IOF.
- IPI (Imposto sobre produtos industrializados): terá alíquotas essenciais de acordo com o produto. Ex:
cigarro. É um produto que faz mal e que tem o IPI alto visando a redução de fumantes. A ideia aqui não
é penalizar, aplicar uma multa, mas ser uma política de saúde, para que diminua a quantidade de
fumantes e economize dinheiro com hospitais.
- II (Imposto de Importação): é um imposto de fronteira; é um tributo que arrecada, mas a grande ideia
de um imposto de importação é fazer a regulação do que entra e não entra no País.

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c) Parafiscal: é quando o ente competente delega, transfere elementos da


sua capacidade tributária ativa. É a permissão pelo ente que retém a competência tributária de atribuir a outro
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o poder de arrecadar, fiscalizar e administrar os tributos.

5. Instituído por lei: veículo legislativo que conta com a participação dos representantes do povo.

6. Cobrado mediante atividade administrativa vinculada: vinculada ≠ discricionária.


- Discricionário tem-se um juízo de conveniência e oportunidade. E quando se fala em vinculado, não
se tem um juízo de conveniência e oportunidade para a cobrança de um tributo.
- O tributo é cobrando de todo mundo, sem distinção.
- Súmula 353 do STJ: FGTS é remuneração, não é tributo. Tem natureza salarial e, segundo o STJ,
não se aplica a sistemática jurídico-tributário da própria Constituição.

ESPÉCIES DE TRIBUTO:

1. IMPOSTO – ART. 16, CTN


▪ Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação, independentemente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
▪ O imposto é tributo não vinculado > se agir, tem que pagar.
Ex.: IPVA, IPTU.
▪ Art. 167, CF/88. É verdade a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa,
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159.

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▪ Art. 145, CF/88. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir impostos.
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 Art. 153, CF/88. Compete à União instituir impostos sobre:
I. Importação de produtos estrangeiros;
II. Exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III. Renda e proventos de qualquer natureza;
IV. Produtos industrializados;
V. Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários;
VI. Propriedade territorial rural;
VII. Grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

 Art. 155, CF/88. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I. Transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II. Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda
que as operações e as prestações se iniciem no exterior;
III. Propriedade de veículos automotores.

 Art. 156, CF/88. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


I. Propriedade predial e territorial urbana;

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II. Transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis,
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exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III. Serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos
em lei complementar.

▪ Art. 154, CF/88. A União poderá instituir impostos extraordinários/residual, não previstos
anteriormente, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo
próprios dos discriminados nesta Constituição, mediante lei complementar, em casos de (i)
iminência ou no caso de (ii) guerra externa.
o Impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
o Não é imposto, é uma competência.
o Imposto extraordinário de guerra pode ser instituído por lei ordinária, desde que seja guerra
externa.

▪ Art. 150, VI, “b” CF/88. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre templos de qualquer
culto.
o Os templos de qualquer culto não pagam imposto, mas pagam outras taxas, não confundir taxa
com imposto, e imposto com tributo.

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2. TAXA – ART. 77 DO CTN E ART. 145, II, DA CF/88


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▪ Tributo vinculado a uma contraprestação estatal → “O Estado age e eu pago”.
▪ Tem como fato gerador:
a) Uso efetivo do poder de polícia: fiscalização (art. 78 do CTN).
b) Taxa de serviço do serviço público específico e divisível.

i) Utilização efetiva (quem usa) ou potencial


(colocado à disposição).
ii) Serviço público específico e divisível – Sabe quem
usou e o quanto usou.

▪ Art. 77, CTN. Instituição de competência comum da União, Estados, Municípios e DF, no âmbito de
suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a
utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
posto à sua disposição.
o Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas. → Art. 145, §2º
da CF.

▪ Os serviços públicos, quando contratuais, não são remunerados por taxa, mas por tarifas.
▪ Taxa não pode ter nem fato gerador, nem base de cálculo próprias dos impostos. Se tiver, será
inconstitucional.

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▪ Súmula vinculante 29: A taxa pode ter como base de cálculo


elementos do imposto, mas não pode ser idêntico.
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▪ Súmula Vinculante 19: É constitucional a taxa de lixo.
▪ Súmula vinculante 41: taxa de iluminação é inconstitucional, assim como a taxa de limpeza de rua. O
que se cobra é a COSIP, que é constitucional por ser uma contribuição.

3. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA – ART. 81, CTN


▪ Tributo vinculado.
▪ Competência comum: União, Estados, DF e Municípios podem instituir.
▪ Fato gerador: obra pública resultante em valorização imobiliária.
▪ Não poderá cobrar valor superior a valorização.
▪ Não pode arrecadar mais do que gastou com a obra pública.
▪ A contribuição de melhoria deve ser instituída em razão de obra nova. → Obra de conservação e
manutenção não enseja em contribuição e melhoria.
▪ A cobrança da contribuição de melhoria é feita pelo ente que fez a obra.

4. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO – ART. 148, CTN


▪ Algo que “vai e volta” → A lei irá determinar como será devolvido/ressarcido.
▪ De caráter obrigatório.
▪ É tributo vinculado na destinação, ou seja, a despesa que fundamentou a sua criação > criação
mediante lei complementar.

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▪ É de competência exclusiva da União e deve ser instituído por lei


complementar > não cabe a instituição de empréstimo compulsório por medida provisório, uma vez
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que medida provisória não pode tratar de matéria de reserva de lei complementar.
▪ Será instituído com duas finalidades:
a) atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
b) ou no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
▪ Criado para despesas previstas no art. 148 da CF/88:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, b.
▪ A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição.
▪ A lei que cria deve dizer como o empréstimo deve ser devolvido. O STF entende, no entanto, que o
empréstimo compulsório deve ser devolvido em dinheiro.
▪ O empréstimo compulsório não é a exceção ao princípio da anterioridade anual e nonagesimal, mas
sim o empréstimo compulsório de guerra e calamidade pública.

5. CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL – ART. 149, CF/88


▪ Tem a sua arrecadação vinculada, ou seja, toda vez que se cria uma contribuição especial deve-se
informar para que ela vai existir, o que irá financiar.
▪ Em regra, a competência é da União.

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▪ Se subdivide em:
a) Contribuições sociais: criadas para financiar os direitos sociais. Não é exclusiva da União.
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b) CIDE: a CIDE combustível é uma contribuição de intervenção no domínio econômico, que
tem por finalidade manter aquela atividade econômica, dar infraestrutura, subsidiar a atividade
e os investimentos naquela atividade econômica.
- Quando se cria uma CIDE combustível a finalidade é o financiamento dos combustíveis
alternativos, recompor o meio ambiente que foi degradado em virtude da utilização
daquela energia.
c) Contribuições corporativas: àquela paga as entidades de classe.
▪ Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
o Podem ter a mesma base de cálculo e fato gerador de imposto.
o As contribuições podem remunerar serviços que não sejam específicos e não divisíveis.
▪ A COSIP pode ser cobrada pelos Municípios e Distrito Federal na fatura de consumo de energia
elétrica. Isso somente para serviço de iluminação pública.

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VEJAMOS ALGUNS IMPOSTOS:


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ITCMD: art. 155, I, CRFB/88


 Imposto de transmissão por causa mortis e doação.
 O sujeito passivo será quem recebe.

ITBI: art. 156, CRFB/88


 Tem como fato gerador:
a) a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por
natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil;
b) a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de
garantia;
c) a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos incisos a e b acima.
 Não incide sobre:
a) a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em
realização de capital;
b) transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de
pessoa jurídica, SALVO se a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda
desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.

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ICMS: art. 155, II, CRFB/88


ANOTAÇÕES
 Características:
a) Operação de circulação de mercadoria;
b) Operação de serviço de transporte interestadual e intermunicipal;
c) Operação de serviço de comunicação.
 É um tributo estadual com características de tributo nacional.
 O imposto não é sobre a circulação de mercadoria, mas sobre a operação de circulação de mercadoria.
Ex.: Imagine uma enchente, em que vem água descendo, entra em uma loja e os bens da loja começam
a boiar na rua. Tem um fiscal olhando e ele começa a “canetar” que os bens estão circulando na rua e
irá cobrar ICMS.
 Se é operação de circulação de mercadoria, significa que tem que ter uma troca de titularidade do bem
de forma onerosa.
 STJ: a saída do bem com mero comodato não implica na incidência do ICMS.
- A transferência de bens entre estabelecimentos de um mesmo contribuinte (saiu de um
estoque para uma filial, por exemplo), não implica em incidência do ICMS.
 STF (repercussão geral): decidiu que, ainda que os estabelecimentos sejam estados diferentes, não
implica na incidência de ICMS.

Súmula vinculante 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de


sinistro pelas seguradoras.

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Tese do STF, de repercussão geral: “É constitucional a incidência de ICMS
sobre operação de venda, realizada por locadora de veículos, de automóvel
com menos de 12 (doze) meses de aquisição da montadora”. → Venda
comercial.

Súmula 163 do STJ: O fornecimento de mercadorias com a simultânea prestação de


serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do
ICMS a incidir sobre o valor total da operação.

 Quando se tem a destinação de mercadoria para o exterior, não incide ICMS.


 O serviço de transporte interestadual e intermunicipal, se tem o ICMS. Agora, quando se tem o serviço
de transporte intramunicipal é competência do ISS.
 IMCS incide sobre o transporte terrestre; não incide sobre o transporte aéreo.
 Só incide ICMS no serviço de comunicação quando ele não é gratuito.
 Há também imunidade no serviço de radiofusão sonora ou sons e imagens quando é gratuito. Ex.: Sky
é paga e incide ICMS. Agora quando é gratuito, como a Globo (canal aberto), aí não tem incidência.
- Os serviços de streaming, a Lei Complementar 156 acresceu a lei do ISS e pacificou que incide
ISS.
- Software: o STF entendeu que incide ISS.

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 “SERÁ não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada


operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas
ANOTAÇÕES
anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal”. → Para evitar que se tenha um tributo
sobre outro tributo.
 A “isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação”:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
 “PODERÁ ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços” → O IPI, tem na
Constituição, deverá ser seletivo. Já o ICMS poderá ser seletivo.

ISS: art. 155, III, CRFB/88


 Os serviços do ISS são aqueles que não compõem o ICMS.
 Os serviços estão previstos em uma lista anexa; estão previstos em uma lei complementar, que é a
116, e que vincula os Municípios a essa lista.
 O STF decidiu que, quando se vai fazer a interpretação da lei complementar (lei taxativa), esta poderá
se dá de forma extensiva.

Tese do STF: “É taxativa a lista de serviços sujeitos ao ISS a que se refere


o art. 156, III, da Constituição Federal, admitindo-se, contudo, a
incidência do tributo sobre as atividades inerentes aos serviços
elencados em lei em razão da interpretação extensiva”.

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Súmula vinculante 31: É inconstitucional a incidência do ANOTAÇÕES


imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS sobre
operações de locação de bens móveis.

 Não incide ISS na exportação de serviço. → A exportação não incide IPI, ISS, ICMS, contribuição social
e CIDE.

IPTU: art. 156, da CRFB/88


 Propriedade, no IPTU, deve-se entendida como: propriedade, posse e domínio útil.
 O IPTU pode ter alíquotas progressivas (alíquotas diferenciadas).
 Pode-se ter alíquotas progressivas para combater terrenos baldios (estimular o uso da propriedade) e
pode ter alíquotas no IPTU quando se relaciona ao valor do imóvel, com a localização do imóvel e
quando se relaciona com a destinação do imóvel.
 Até 2017, o STF tinha o entendimento de que, quando havia a cessão de uso de um bem público, sobre
aquele bem não tinha a incidência do IPTU. Após 2017, o STF decidiu que, na concessão de uso de
bem público, se pagará IPTU se houver exploração econômica do bem.

Súmula 583 do STF: Promitente-Comprador de imóvel


residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do
imposto predial territorial urbano.

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CAPÍTULO 3. PRINCÍPIOS E LIMITAÇÕES ANOTAÇÕES


AO PODER DE TRIBUTAR.

→ Tributar é expropriar riqueza.


→ A Constituição Federal irá elencar diretrizes para limitar essa tributação ao estabelecer parâmetros
para que o Estado, no momento da expropriação, tenha uma limitação, respeitando alguns princípios.

1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: ART. 150, INCISOS I E II DA CRFB/88 + ART. 97, INCISOS I E II DO CTN.
▪ É vedado a União, Estados, Distrito Federal e Municípios instituir ou aumentar tributos em lei (estrito
sensu). → Só a lei poderá instituir, extinguir, majorar ou reduzir tributo.

1.1. Exceções:
 Medida provisória: apesar de não ser lei (ter apenas força de lei), a Medida Provisória poderá
instituir tributo. → Art. 62, §2º, da CF.
- Medida Provisória não pode tratar de matéria reservada a lei complementar. → Art. 62,
§1º, III, da CF.

São reserva de Lei Complementar:


a) Empréstimo compulsório;
b) Imposto sobre grandes fortunas (IGF);
c) Imposto residual;
d) Contribuição social residual.

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1.2. Ato do Poder Executivo: alguns tributos podem ser majorados os minorados através de ato do
ANOTAÇÕES
Poder Executivo, via decreto.
a) Tributo com natureza extrafiscal (art. 153, §1º, da CF): II, IE, IPI, IOF + CIDE combustível.
b) O ICMS monofásico sobre combustíveis (aquele que só incide uma vez, na saída do combustível)
também pode ter alíquotas definidas por ato do Poder Executivo, na forma do art. 155, §4º, IV,
da CF. → CONFAZ.

1.3. Art. 97, §2º do CTN: a atualização da base de cálculo não é majoração.

Súmula 160 do STJ: É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante


decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.

2. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: ART.150, III, “B” E “C”, DA CRFB/88


▪ É também conhecido como princípio da não-surpresa > o sujeito não pode ser surpreendido com um
tributo que não havia previsão.
Ex.: Se o tributo foi instituído em 2020, ele somente será cobrado em 2021.
▪ É vedado à União, Estados, DF e Municípios cobrarem tributos:
I. em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;
II. no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;

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Anterioridade Nonagesimal Anterioridade Anual


ANOTAÇÕES
- Além de ser de um exercício para o outro, tem - O tributo só é cobrado no exercício
que transcorrer pelo menos 90 dias da data da seguinte àquele em que a lei foi
publicação. Também chamado de noventena. publicada.

▪ Súmula vinculante 50: A alteração da data de vencimento do tributo não respeita o princípio da
anterioridade.

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TRIBUTO ANTERIORIDADE ANTERIORIDADE ANOTAÇÕES


ANUAL NONAGESIMAL
Empréstimo compulsório de guerra e X X
calamidade
Imposto de Importação (II) X X
Imposto de Exportação (IE) X X
IR – X
IPI X –
IOF X X
IEG X X
IPVA E IPTU (base de cálculo) – X
Contribuição previdenciária X –
CIDE Combustível X –
ICMS monofásico combustível X –

Observação: Não são exceções: taxas, contribuições de melhoria, ITR, IGF, ITCMD, ITBI,
ICMS, ISS → Devem ser instituídos em um exercício e cobrados no seguinte. E mais, entre
a data da instituição e a data da cobrança devem decorrer 90 dias.

3. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE: ART. 150, III, “A”, DA CRFB/88


▪ É vedado à União, aos Estados, DF e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores
ocorridos antes do início da vigência da lei instituído ou aumentado.

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▪ A lei que majora ou institui o tributo não retroage > a tributação é


sempre para frente, para fatos futuros.
ANOTAÇÕES

Observação: De acordo com o art. 106 do CTN, a lei tributária poderá retroagir quando,
se tratando de ato não definitivamente julgado, ela seja meramente interpretativa, a
infração deixe de existir, ou para aplicar penalidade mais benéfica.

▪ Art. 144 do CTN: O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-
se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada > o tempo rege o ato.
o Alíquota não diz respeito a penalidade, sendo aplicável a alíquota do momento do fato gerador.

4. PRINCÍPIO DA ISONOMIA: ART. 150, II, DA CRFB/88


▪ Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por
eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos.
o É vedado tratar contribuinte em situação igual de forma desigual.
o A lei tributária não pode dar tratamento diferenciado a contribuintes que não estão em uma
mesma situação, independente do cargo ou função ocupados por ele.

5. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA: ART. 145, §1º, DA CRFB/88


▪ Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir

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efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais


e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
ANOTAÇÕES
o “Quem ganha mais, paga mais. Quem ganha menos, paga menos”.
▪ Decorrente da prática da isonomia.
▪ O STF entende que é para todos os tributos, apesar da lei falar em impostos.

6. PRINCÍPIO “NON OLET”


▪ “Tributo não tem cheiro.”
▪ Interpretação objetiva do fato gerador.
▪ O que vale é tributar aquela riqueza, não importando de onde ela veio.

7. PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO: ART. 150, IV, DA CRFB/88


▪ O tributo não pode ter efeito/caráter confiscatório > a ideia do tributo é não confiscar.
▪ O STF entende que isso também se aplica as multas.
▪ Os tributos de caráter extrafiscal não se submetem ao não confisco.

8. PRINCÍPIO DA NÃO LIMITAÇÃO AO TRÁFEGO DE BENS E DE PESSOAS: ART. 150, V, DA CRFB/88


▪ O tributo não pode ser utilizado para limitar/impedir o tráfego de bens e de pessoas.
▪ Pedágio não é tributo (entendimento do STF) > tem natureza do Direito Administrativo.
▪ Súmula 323, do STF: Não pode reter mercadorias para compelir o contribuinte ao pagamento de
tributo.
Súmula 323 do STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias
como meio coercitivo para pagamento de tributos.

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ANOTAÇÕES
▪ Súmula 70, do STF: O tributo não pode ser utilizado para fins de não permitir a abertura de
estabelecimento comercial.

Súmula 70 do STF: É inadmissível a interdição de


estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de
tributo.

Súmula 547 do STF: Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte


em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e
exerça suas atividades profissionais.

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CAPÍTULO 4. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ANOTAÇÕES

1) IMUNIDADES: ART. 150, VI, DA CRFB/88


▪ Imunidade: É uma limitação ao poder de tributar. É uma incompetência tributária.
▪ As imunidades são sempre constitucionais > a Constituição diz o que ela não quer que seja tributado.
▪ A imunidade é uma política de Estado > o Estado brasileiro não quer tributar aquele fato.
o Sendo uma política de Estado, o STF entende ser um direito fundamental.

2) IMUNIDADE X ISENÇÃO
▪ Isenção é uma exclusão do crédito tributário > é algo que não permite a constituição do crédito
tributário.
o A isenção é legal > a lei diz o que será isento.
▪ Imunidade é constitucional.
o A competência para dispor das imunidades é de lei complementar.

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3) IMUNIDADE X ALÍQUOTA ZERO


ANOTAÇÕES
▪ A alíquota zero concede ao contribuinte situação de não-pagamento > não é isenção.
▪ A imunidade é diferente de não-tributação.
▪ O art. 150, VI, CF/88 traz cinco imunidades, que são chamadas de imunidades típicas, o que não
impede outras hipóteses de imunidade.

3.1. Imunidade Recíproca:


 A União não pode cobrar imposto dos Estado e os Estados não podem cobrar impostos nem da
União, muito menos dos Municípios. Por sua vez, os Municípios não podem cobrar impostos dos
Estado e da União.
 Quem goza dessa imunidade é a Administração Central, as autarquias e fundações públicas. E
empresas públicas prestadoras de serviços públicos e sociedades de economia mista (quando
prestadora de serviço público).
 Imunidade subjetiva.

Súmula 583, do STF: Promitente-Comprador de


imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é
contribuinte do imposto predial territorial urbano.

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3.2. Imunidade de Templos:


ANOTAÇÕES
 Uma imunidade autoaplicável > não precisa cumprir requisitos legais.
 A imunidade se estende aos bens do templo, conquanto que a receita seja aplicada com a sua
finalidade.
o Bens do templo são todos os bens, inclusive aqueles com finalidade econômica, desde que
a renda seja revertida ao templo.
 A imunidade se destina a todos os bens que são explorados e cujos valores são revertidos em prol
do templo.
 Para cabimento da imunidade, o templo tem que ter sua religião reconhecida pelo Estado.
o O STF entende que os cultos satânicos não gozam dessa imunidade.
 Norma de eficácia plena.
 Imunidade subjetiva.
 Súmula vinculante 52: imunidade ao IPTU.

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3.3. Imunidades de Entidades Sindicais:


ANOTAÇÕES
 Os sindicatos patronais não possuem imunidades.
 Os sindicatos dos trabalhadores, as instituições educacionais e as instituições de assistência social
sem fins lucrativos possuem imunidade.
 Imunidade subjetiva.
 As imunidades de entidades sindicais são reguladas por lei complementar.
 O art. 14, do CTN, traz os requisitos necessários para que as entidades gozem de imunidade.
 Art. 195, §7º, CTN: além de gozarem da imunidade de imposto, também gozam da imunidade de
contribuição para a seguridade social.

Observação:
→ As três primeiras imunidades são subjetivas, enquanto as duas
últimas são objetivas, ou seja, sobre o objeto.

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3.4. Imunidade de livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão:


ANOTAÇÕES
 É uma imunidade cultural, cuja ideia é a propagação de cultura.
 Súmula Vinculante 57 > imunidade referente aos e-books e dos seus suportes.

Súmula vinculante 52: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88
aplica-se à importação e comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-
book) e dos suportes exclusivamente utilizados para fixá-los, como leitores de livros
eletrônicos (e-readers), ainda que possuam funcionalidades acessórias.

3.5. Imunidades de fonogramas e videofonogramas:


 É uma imunidade cultural.
 O conteúdo tem que ser produzido no Brasil.
 O intérprete deve ser brasileiro; compositor pode ser qualquer um.
 É admitido o incentivo fiscal para manter o equilíbrio com regiões não tão desenvolvidas.
 A tributação deve ser no mesmo nível.
 Pacto federativo → Proibição das tributações heterônomas (art. 152, III, da CF).

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 Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios


estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua
ANOTAÇÕES
procedência ou destino.

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CAPÍTULO 5. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. ANOTAÇÕES

Art. 7º, CTN: Competência tributária é o poder que cada ente político possui para instituir tributo.
 Competência indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de
executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra.
o A competência tributária é indelegável.
o As funções de arrecadação e fiscalização de tributos são delegáveis.
 Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito
público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos.
 Tem competência tributária quem tem poder legislativo.

Competência tributária Capacidade tributária


- Indelegável - Delegável

Art. 153, §4º, inciso III, CF: O ITR é instituído pela União, que pode transferir a sua capacidade para fiscalizar
e arrecadar. Sua competência, no entanto, é indelegável.

Art. 24 da CF: diz que a competência para legislar sobre direito tributário é concorrente entre a União, os
Estados, Municípios e DF.

A) PRIVATIVA: IMPOSTOS
União: II, IE, IR, IPI, IOF ITR e IGF.

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Estados: ITCMD, ICMS, IPVA


Municípios: IPTU, ITBI/ITIV, ISS
ANOTAÇÕES

Art. 146, CF: Cabe a lei complementar dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária,
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
- Lei Complementar não institui taxa.

Súmula vinculante 8: a prescrição e a decadência tributária têm que ser definida por lei
complementar.

Súmula vinculante 8: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do


Decreto-Lei 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/1991, que tratam da
prescrição e decadência do crédito tributário.

Observação: Lei ordinária pode modificar Lei complementar naquilo que não for
de reserva da lei complementar.

B) COMUM: taxas e contribuições de melhoria podem ser instituídas pela União, Estados, DF e
Municípios.

C) EXCLUSIVA: empréstimo compulsório.


➢ Contribuições sociais (art. 149, da CF), não exclusivas da União, pois os Estados, DF e
Municípios podem instituir para financiamento de seu regime próprio.

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➢ Somente a União pode (competência privativa ou exclusiva), por


meio de lei complementar, estabelecer critérios especiais de tributação com o objetivo de
ANOTAÇÕES
prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo de sua competência para estabelecer,
por lei ordinária, normas de igual objetivo.

D) RESIDUAL (que é da União): a União pode criar o imposto residual, assim como pode criar novas
contribuições sociais.

E) EXTRAORDINÁRIA: art. 154, II, da CF – União → Imposto extraordinário de guerra (na sua iminência
ou caso de guerra externa).

F) CUMULATIVA: art. 147, CTN.


 Competência dos territórios e do DF.
 Existindo territórios no Brasil, os tributos do território cabem a União. Mas, se o território for
dividido em Municípios, a União irá acumular os tributos federais que já são dela e os estaduais;
os Municípios irão ficar com impostos municipais.
 O Distrito Federal se equipara aos Estados, então o tributo estadual é dele. E por também ter
características de Município, também cumula os tributos municipais.

Observações:
➢ Bitributação: entes diferentes cobram sobre o mesmo fato. → Não pode!
➢ Bis in idem: é quando o mesmo ente cobra mais de um tributo sobre o mesmo
fato. → Pode!

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CAPÍTULO 6. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. ANOTAÇÕES

A legislação tributária é o arcabouço normativo que vai regular


o sistema tributário (leis, tratados, MP, decretos e atos
normativos).

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais,
os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas
a eles pertinentes.

❖ LEIS – ART. 97 DO CTN


Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou
redução de penalidades.

❖ TRATADOS INTERNACIONAIS – ART. 98 DO CTN


Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna,
e serão observados pela que lhes sobrevenha.

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❖ DECRETOS – ART. 99 DO CTN


ANOTAÇÕES
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.

❖ NORMAS COMPLEMENTARES – ART. 100 DO CTN


Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

❖ AUSÊNCIA DE DISPOSIÇÃO EXPRESSA (ART 108, CTN):


Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária
utilizará sucessivamente, na ordem indicada:
I - a analogia;
II - os princípios gerais de direito tributário;
III - os princípios gerais de direito público;
IV - a equidade.
§ 1. O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.
§ 2. O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

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Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo e do
ANOTAÇÕES
alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários.

Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e
formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou
limitar competências tributárias.

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre:


I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;
II - outorga de isenção;
III - dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpreta-se da maneira mais
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:
I - à capitulação legal do fato;
II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;
III - à autoria, imputabilidade ou punibilidade;
IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.

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CAPÍTULO 7. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. ANOTAÇÕES

É a obrigação de pagar tributo, que tem como objeto a


relação jurídica tributária.

 O art. 113 do CTN divide a Obrigação Tributária em:


Principal Acessória
- Surge com a ocorrência do chamado fato gerador - É uma obrigação de fazer ou não fazer.
e consiste no pagamento do tributo. - Essas obrigações são independentes entre si.
- O fato gerador é a situação real, concreta, definida - Art. 113, §3º - Obrigação acessória pode se converter
em lei, necessária e suficiente para o nascimento da em obrigação principal quando houver a sua
obrigação (art. 114, CTN). inobservância.
- Sujeito ativo (art. 119, CTN): pessoa jurídica de - Art. 123, CTN – As convenções particulares não podem
direito público competente para exigir o seu modificar as sujeições passivas das obrigações
cumprimento. tributárias correspondentes, salvo disposição em lei em
- Sujeito passivo (art. 121, CTN): é a pessoa sentido contrário.
obrigada ao pagamento do tributo ou sua - Art. 124, CTN – Marido e mulher, casado pela
penalidade. comunhão de bens, são solidários quanto ao
- Contribuinte de direito: pode ser restituído, pagamento dos tributos.
desde que comprove que repassou o tributo - Art. 126, CTN – Capacidade tributária passiva
(art. 166, CTN). (independe da capacidade civil).

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- Contribuinte de fato: se refere a quem de - Art. 127, CTN – Domicílio tributário é aquele eleito
ANOTAÇÕES
fato pagou → Art. 166, CTN. pelo sujeito passivo. Fala que, se não eleito o domicílio,
seguirá as regras do art. 127.

Hipótese de incidência (situação descrita em lei, geral e abstrata) + fato gerador


(situação individual e concreta) = obrigação de pagar tributo.
HI + FG = OT

➢ A hipótese de incidência (lei) tem ao menos 5 elementos:


a. Material: Fato a ser tributado.
b. Temporal: Momento que o fato gerador acontece.
i. Instantâneo
ii. Fato Continuado
iii. Fato complexivo
c. Espacial: Local onde vai incidir.
d. Pessoal: Sujeito ativo e o sujeito passivo.

Súmula 546 do STF: Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando


reconhecido por decisão, que o contribuinte "de jure" não recuperou do contribuinte "de
facto" o "quantum" respectivo.

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 Responsável tributário é a terceira pessoa a quem a lei permite a restituição.


ANOTAÇÕES

SUJEITOS:
I. Sujeito ativo (Art. 119 CTN e Sumula 396 STJ)
➢ Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para
exigir o seu cumprimento.
➢ Sumula 396, STJ. A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da
contribuição sindical rural.

II. Sujeito passivo (Art. 121 CTN)


➢ Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de
disposição expressa de lei.
➢ Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o
seu objeto.
➢ Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

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➢ Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que


se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qualquer título, dos
ANOTAÇÕES
bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis.
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos proventos tributáveis a
condição de responsável pelo imposto cuja retenção e recolhimento lhe caibam.

QUANTITATIVO (BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA):


➢ Solidariedade
Art. 124. São solidariamente obrigadas:
I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo
saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica
aos demais.

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CAPACIDADE TRIBUTÁRIA:
ANOTAÇÕES
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional.

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CAPÍTULO 8. DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO. ANOTAÇÕES

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação
aplicável, considera-se como tal:
I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o
centro habitual de sua
atividade;
II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou,
em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;
III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da
entidade tributante.

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CAPÍTULO 9. RESPONSABILIDADE ANOTAÇÕES


TRIBUTÁRIA.

Quando se tem uma terceira pessoa que se obriga ao pagamento do tributo.

1) SUBSTITUIÇÃO: está definido no art. 128 do CTN. → A lei (sentido estrito) pode determinar a terceira
pessoa a responsabilidade de recolhimento, vinculado ao fato gerador da obrigação, excluindo essa
responsabilidade do contribuinte, ou atribuindo-a total ou parcialmente.
 Para frente: o fato gerador ainda não aconteceu (art. 150, §7º, CF).
 Para trás: o fato gerador já aconteceu (sem base constitucional).

2) SUCESSÃO/TRANSFERÊNCIA:
2.1. Bem imóvel (art. 130, CTN): o adquirente se sub-roga, se torna responsável do pagamento, salvo se
constar prova da quitação.
 A sub-rogação se dá na obrigação do alienante de pagar tributo.
 Art. 130, § único do CTN: quando for alienante em hasta pública, o tributo se sub-roga sobre o
respectivo preço.

2.2. Bem móvel (art. 131, I, CTN): o adquirente se sub-roga pelos tributos devidos ao alienante.

2.3. Causa mortis (art. 131, II e III, CTN): havendo a morte, o responsável pelo pagamento dos tributos
será o espólio.

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2.4. Sucessão empresarial (art. 132, CTN): o tributo se sub-roga no produto dessas incorporações
ANOTAÇÕES
(tributo + multa).
 Sumula 554/STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora
abrange não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou
punitivas referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão.

Observação: Nas hipóteses de sucessão empresarial (fusão, incorporação,


transformação e cisão) o produto dessas operações é responsável tanto pelo tributo
quanto pelas multas moratórias e punitivas (Art. 132 CTN e STJ 554).

3) APONTAMENTOS:
➢ Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de
seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de
comércio, indústria ou profissão.

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Observação: Havendo alienação de estabelecimento dentro de processo


de falência ou recuperação judicial o adquirente não se sub-roga dos débitos tributários
ANOTAÇÕES
do alienante, salvo se o adquirente for mandatário, empregado, sócio ou parente em ate
quarto grau.

➢ Responsabilidade por ato regular (Art. 134 CTN):


Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de
que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles,
em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.

➢ Responsabilidade por atuação irregular:


Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;

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II - os mandatários, prepostos e empregados;


III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
ANOTAÇÕES

➢ Sumula 430 STJ «O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si
só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.»
➢ Sumula 435 STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no
seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

➢ Responsabilidade é pessoal ao agente (Art. 137 CTN)


 Responsabilidade é excluída na denúncia espontânea (Art. 138 CTN e Sumula 360 STJ).
 Não cabe denuncia espontânea em tributo sujeitos a lançamento por homologação declarados
e não pago.

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CAPÍTULO 10. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ANOTAÇÕES

Hipótese de incidência (situação descrita em lei, geral e abstrata) + fato


gerador (situação individual e concreta) = obrigação de pagar tributo.

A obrigação de pagar tributo deve ser convertida em crédito tributário. Ou seja, o


tributo só se torna exigível a partir do momento em que se converte a obrigação em
crédito.

E para fazer isso, é necessário haver o lançamento (procedimento).

Art. 142 do CTN: Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário
pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda
estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato
gerador da obrigação.

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Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então
ANOTAÇÕES
vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
o “O tempo rege o ato”.

Sumula vinculante 53 STF: A competência da Justiça do Trabalho prevista no art. 114, VIII, da Constituição
Federal alcança a execução de ofício das contribuições previdenciárias relativas ao objeto da condenação
constante das sentenças que proferir e acordos por ela homologados.

LANÇAMENTO TEM TRÊS MODALIDADES:


 O lançamento tributário é um procedimento exclusivo da administração federal, que está diretamente
ligado à cobrança de impostos.
 Há três modalidades de lançamento tributário: de ofício, por declaração e por homologação.

Modalidade Fisco Sujeito passivo EXEMPLO


De ofício 90% 10% IPTU, IPVA
Declaração 50% 50% ITBI, ITCMD
Homologação 10% 90% II, IS, IE, ICMS, IPI,
IR, IOF

a) Lançamento de ofício: é emitido exclusivamente pela parte administrativa.

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b) Lançamento por declaração: ocorre quando a legislação tributária


impõe ao sujeito passivo da obrigação correspondente a declaração. Ou seja, o sujeito passivo, ou um
ANOTAÇÕES
terceiro, oferece à autoridade, as informações necessárias ao lançamento do crédito tributário
c) Lançamento por homologação: modalidade de lançamento em que a lei impõe o dever de o sujeito
passivo antecipar o pagamento do imposto que ele próprio apurou e informou ao fisco, por meio da
GIA/DCTF.

Observação: Lançamento por arbitramento é quando as


declarações forem falsas, fraudulentas, omissas, ou não mereçam fé
pública, a autoridade administrativa poderá arbitrar o lançamento.

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HIPÓTESES:
ANOTAÇÕES

Suspensão de exigibilidade Extinção do crédito tributário Exclusão do crédito


do crédito tributário tributário
- Moratória; - Pagamento; - Isenção;
- Depósito do montante - Transação; - Anistia
integral; - Remissão (perdão);
- Recurso e Reclamações em - Compensação; - A exclusão do crédito
liminar de Mandado de - Prescrição e decadência; tributário não dispensa o
segurançaou em tutela de - Concessão de depósito em cumprimento das
urgência renda; obrigações acessórias
- Parcelamento - Consignação em pagamento; dependentes da obrigação
- Tributo pago e homologado; principal cujo crédito seja
- Decisão administrativa e excluído, ou dela
irreformável. consequente.

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I. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 151, CTN)


ANOTAÇÕES
▪ Hipóteses legais que fazem com que o credito fique com sua exigibilidade suspensa:
#DICACEJAS

Observações:
➢ As hipóteses de suspensão da exigibilidade do CTN são interpretadas
literalmente (Art. 11 CTN).
➢ A suspensão de exigibilidade do CT não dispensa o sujeito passivo do
cumprimento de obrigações acessórias (Art. 15, parágrafo único).

II. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 156 CTN):


a) Pagamento: É a modalidade mais comum de extinção do crédito tributário, consiste na entrega
ao sujeito ativo pelo sujeito passivo, ou quem o faça em seu nome, da pecúnia correspondente
ao crédito.
o O sujeito passivo tem direito à restituição, total ou parcial, do que pagou
indevidamente, seja qual for a modalidade de seu pagamento.

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o A restituição ocorre no caso de cobrança ou pagamento espontâneo


de tributo indevido ou maior que o devido, no caso de erro na edificação do
ANOTAÇÕES
sujeito passivo.
o Tal restituição independe de prévio protesto, ou seja, o sujeito passivo ao pedir
a restituição não precisa comprovar que fazia o pagamento do tributo sob
protesto.
b) Compensação: Ocorre a compensação quando o sujeito passivo é também credor da Fazenda
Pública, por ter pago tributo que não era devido, por exemplo, sendo previsto no artigo 170 do
CTN que a lei pode, às condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada
caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com
créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos.
o Credores mútuos > fisco deve ao e contribuinte deve ao fisco.
c) Transação: A transação é por lei, onde o estado publica uma lei com os acordos que ele aceita.
A “transação é acordo” que “importe em terminação de litígio e consequente extinção da
obrigação tributária”.
o A lei indicará a autoridade competente para autorizar a transação em cada caso (CTN,
artigo 171, parágrafo único). Sendo, portanto, somente a lei apta para indicar
autoridade para autorizar a transação, falando-se em Direito Tributário.
o A transação no Direito Tributário se dá somente para pôr fim ao litígio, mas não para
o evitar.
o A transação é acordo similar à transação de direito civil, porém, em direito tributário
só pode ocorrer se instaurado o litígio e se houver previsão legal.

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d) Remissão: Perdão do fisco. Ocorre remissão quando a autoridade


administrativa expressamente autorizada por lei perdoa o tributo, ou seja, dispensa o sujeito
ANOTAÇÕES
passivo do pagamento.
e) Prescrição e a decadência (Art. 173): O artigo 173 e 174 do CTN preveem a extinção do
crédito tributário pelo lapso temporal de cinco anos, configurando decadência ou prescrição
respectivamente.
Decadência é perda do direito de constituir o crédito (se tiver mais de 5 anos perde o direito
de constituir o crédito) e a Prescrição é a perda de pretensão (também se tiver mais de 5 anos).
A decadência é anterior ao lançamento e a prescrição é posterior ao lançamento.

III. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO (ART. 175, CTN)


▪ A exclusão do crédito tributário poderá ocorrer mediante isenção ou anistia, hipóteses estas que
consistem em renúncia fiscal.

a) Anistia (art. 181, CTN): Penalidade antes do crédito nascer.


Art. 181. A anistia pode ser concedida:
I - em caráter geral;
II - limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante,
conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de
condições a ela peculiares;

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d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a


conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade
ANOTAÇÕES
administrativa.

b) Isenção: Tributo antes do credito nascer – decorre de lei.

Hipóteses:
Observações:
a) Material
➢ As hipóteses de exclusão do credito tributário não
b) Temporal
dispensam o cumprimento de obrigações acessórias.
c) Espacial
➢ As hipóteses de exclusão tributaria são interpretadas
d) Quantitativo
literalmente.
e) Pessoal

Observações:
➢ A isenção pode ser Geral ou Individual;
➢ A isenção pode ser Gratuita ou Onerosa;
➢ A isenção pode ser por prazo indeterminado ou prazo certo;
➢ É vedado a concessão de isenção heterônoma, a união não pode conceder
isenção de tributos dos estados e municípios com exceção de tratados
internacionais da república federativa do brasil (art. 151, inc. II CF).

Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as
condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua
duração.

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Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do


território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.
ANOTAÇÕES

Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva:


I - às taxas e às contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser
revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.

Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da
autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das
condições e do cumprimento dos requisitos previstos
em lei ou contrato para sua concessão.

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ANOTAÇÕES

GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CREDITO TRIBUTÁRIO:


Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei,
responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou
natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula
de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula,
excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

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Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito
ANOTAÇÕES
passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.

Crédito na falência
• Créditos Imediatos (Art. 151, LRE)
• Necessários (Art. 150, LRE)
• Restituições em dinheiro (Art. 86, parágrafo único, LRE)
• Créditos Extra concursais (Art. 84, LRE)

Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua
constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.
(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. Na falência:
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extra concursais ou às importâncias passíveis de
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor
do bem gravado;
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da
legislação do trabalho; e
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados.

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PARABÉNS PELO EMPENHO! ANOTAÇÕES

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