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INTRODUÇÃO

O IFPE Campus Garanhuns possui em sua área de abrangência em torno de 10 comunidades


de remanescentes quilombolas e 2 comunidades indígenas. Dentre elas, a comunidade de
Angico, na cidade de Bom Conselho, e a comunidade Fulni-ô, na cidade de Águas Belas, as
quais constituem o público-alvo deste projeto.
A partir da Lei de Cotas, sancionada no ano de 2012, há uma porcentagem de vagas em
instituições públicas - e algumas privadas - destinada a populações enquadradas como PPI
(Pretos, Pardos e Indígenas).
Apesar da existência dessa política afirmativa, há ainda sobre ela muito desconhecimento, e a
igualdade de oportunidades que deveria promover fica apenas no papel.
É com esse intuito que o presente projeto de extensão se desenvolve: para trabalhar questões
étnico-raciais e divulgar a Lei de Cotas à população a que ela se destina, e, através disso,
trazer as pessoas que deveriam ocupar essas vagas no Instituto.

METODOLOGIA
O projeto, em todo o seu desenvolvimento, fundamenta-se no estudo a respeito da Lei de
Cotas e das especificidades das populações por ela atendidas. Foram realizadas formações
internas da equipe e reuniões periódicas a fim de fazer um nivelamento do conhecimento. Em
seguida, foram realizadas visitas às escolas das comunidades Angico e Fulni-ô para que as
datas da interação temática com os estudantes fossem acertadas. Depois, o projeto visitou os
discentes e apresentou-lhes a equipe e, em especial, a Lei de Cotas, contextualizando-a e
trabalhando a construção da identidade e pertencimento a um grupo. Os estudantes
interessados foram convidados e, posteriormente, levados para uma visita ao Instituto para
conhecer salas de aula e laboratórios, em especial, e todos os seus benefícios. A partir da
apresentação, espera-se despertar o interesse desses estudantes em realizar a inscrição e
prestar o vestibular, com toda assistência da equipe do projeto.

ANÁLISE E RESULTADOS
Após a implementação do projeto, em 2018, observou-se que houve um aumento, no ano
seguinte, no número de estudantes cotistas enquadrados como PPI, tanto na realização do
vestibular quanto no preenchimento das vagas destinadas a eles.
Também foi possível perceber, durante as interações temáticas realizadas, que os estudantes
da comunidadedo povo Fulni-ô têm um enorme senso de pertencimento à comunidade e às
tradições, o que ficou evidente a todo momento em suas falas. Já os estudantes de Angico
possuem sua identidade quilombola apresentada de forma diluída com os elementos da
chamada modernidade, evidenciando uma maior interação com os elementos externos, com
símbolos da sociedade de consumo, quando comparado com a primeira.
O projeto, juntamente com a Pró-R reitoria de extensão, articulou-se com a prefeitura de
Águas Belas e garantiu conseguiu desta a garantia ode transporte escolar para os estudantes
aprovados no Instituto, s. Solucionando, portanto, um obstáculo posto pelos responsáveis dos
estudantes Fulni-ô no final do ano anterior e que desmotivou muitos a estudarem no IFPE.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se, portanto, que as vagas no Instituto que são destinadas aos cotistas sejam, de fato,
por eles ocupadas. A lei 12. 711, apesar de representar uma grande conquista no que diz
respeito à igualdade de oportunidades, não consegue, por si só, incluir as comunidades nos
espaços a elas reservados. As vagas necessitam ser preenchidas e, para tal, as diferenças
precisam ser tratadas como tal.

REFERÊNCIAS

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