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Albertino Artur Vicente

Relatório de Supervisão Pedagógica no Ensino Básico, Realizada na Escola Primária do


1º e 2º grau de Nametil – 2021
(Curso de Licenciatura em ensino Básico)

Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Albertino Artur Vicente

Relatório de Supervisão Pedagógica no Ensino Básico, Realizada na Escola Primária do


1º e 2º grau de Nametil - 2021

Trabalho de carácter avaliativo de Estágio a ser


entregue ao professor que lecciona a mesma, na
Faculdade de Ciências de comunicação e
Psicologia.

Docente: Jaime A. N. B. Murambire


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Universidade Rovuma
Nampula
2021

Índice

Introdução...................................................................................................................................4

CAPITULO I: Assistência de aulas............................................................................................5

1.Objectivos do relatório.............................................................................................................5

1.1.Objectivos.............................................................................................................................5

1.1.2.Objectivos gerais................................................................................................................5

1.1.3.Objectivos específicos.......................................................................................................5

1.2. Metodologia.........................................................................................................................5

1.3.Plano de estudo e curricular..................................................................................................5

1.3.1. Livro de turma...................................................................................................................5

1.3.2. Composição directiva da escola........................................................................................6

1.4. Aspectos gerais da escola integrada as PP...........................................................................6

1.4.1. Localização Geográfica da Escola Primária do 1º e 2º grau de Nametil..........................6

1.4.2. Limites..............................................................................................................................6

1.5. Historial da Escola Primária do 1º e 2º grau de Nametil.....................................................6

1.6. Aspectos organizacionais da escola.....................................................................................7

1.6.1. Conselho Pedagógico........................................................................................................7

1.7. Assistência ou observação de aulas.....................................................................................7

Plano de assistência de aulas da 6a classe, Turmas A, B, C e D.................................................8

1.7.1. Turma e Organização na Sala de Aula..............................................................................8

1.7.2. Planificação da aula..........................................................................................................9

1.7.3. Relações humanas na aula................................................................................................9

1.7.4.Relações professor – aluno na sala de aula........................................................................9

1.7.5.Relação aluno – aluno......................................................................................................10


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1.7.6. Os níveis de ensino observados......................................................................................10

CAPITULO II: Trabalho do campo leccionação......................................................................12

2.1. Análise do projecto pedagógico da escola.........................................................................12

2.2. A prática de observação e a formação docente..................................................................13

2.3. Aspectos positivos durante as práticas pedagógicas..........................................................14

2.4. Dificuldades encontradas...................................................................................................15

CAPITULO III: Conclusão.......................................................................................................16

Bibliografia...............................................................................................................................17
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Introdução

O presente trabalho refere-se ao Relatório de Práticas Pedagógicas em Ensino Básico,


realizadas na Escola Primária do 1º e 2º grau de Nametil, entre Março a Julho de 2021, que
aborta assuntos relacionados com a leccionação das aulas com os seus elementos essenciais
que contribuem, o processo de ensino e aprendizagem em geral tem vindo a conhecer várias
inovações, porém as dificuldades de aprendizagem e o fracasso dos alunos continuam se
manifestando a níveis muito elevados. Em resultado disso, tem havido inúmeros estudos sobre
dificuldades de aprendizagem.

Segundo o regulamento académico da Universidade Pedagógica, 2005, “ as Práticas


Pedagógicas são actividades curriculares, articuladoras de teoria e prática, que garantem o
contacto experimental com situações psicopedagógicas e didácticas concretas e que
contribuem, para preparar de forma gradual o estudante para a vida profissional”.

Sob meu ponto de vista, as práticas pedagógicas são um conjunto de práticas pré-
profissionais, que tem por finalidade colocar o estudante em contacto directo com uma
actividade real do processo de ensino - aprendizagem, durante um período de tempo
determinado para aquisição de experiência e ao mesmo tempo comprovar conhecimentos e
aptidões da profissão que irá exercer futuramente.

Aborda-se aqui com mais enfoque o estágio pedagógico em que o estudante assiste a aula na
sala directa com o aluno, os demais elementos do Processo de Ensino e aprendizagem (PEA).
Analisaremos ainda as principais dificuldades enfrentadas pelos alunos no Processo de Ensino
e aprendizagem com a descrição de um problema do tema de pesquisa.
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CAPITULO I: Assistência de aulas

1.Objectivos do relatório

1.1.Objectivos

Para MULLER Sussam (2005:11), “é a transformação das orientações estratégias (funções,


finalidades) em resultados pré-concebidos e concreto - operacionalizados” segundo este
autor classifica os objectivos em: Objectivos gerais, específicos, mais específicos.

Segundo PILETTI (1991:80), “objectivo consistem numa descrição clara dos resultados que
desejamos alcançar com a nossa actividade”.

1.1.2.Objectivos gerais

 Analisar as actividades realizadas durante as práticas pedagógicas;

1.1.3.Objectivos específicos

 Harmonizar a teoria com a prática através da leccionação directa;


 Verificar o nível de relacionamento Professor – Aluno e vice – versa no processo de
Ensino – Aprendizagem;
 Observar as condições de ensino bem como as modalidades do processo de ensino e
aprendizagem.

1.2. Metodologia

Toda a actividade que se pretende realizar para que tenha sucesso, pressupõe o uso de
métodos e técnicas. Portanto, a estratégia usada nesta pesquisa é do tipo explorativa, por
envolver levantamento bibliográfico para proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vista a torna – lo mais explícito e o método é observação e leccionação.

1.3.Plano de estudo e curricular


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Segundo programa curricular do ensino básico (2003:20) “este consiste na dosificacão dos
programas e planificação de aulas dos professores ao longo da sua actividade”.

1.3.1. Livro de turma

É um guião onde o professor faz suas anotações tais como:

 Lista dos alunos com respectivas datas, lugar de nascimento, morada, profissão dos
seus encarregados de educação e algumas observações referentes aos alunos da
mesma turma;
 Lista de docentes;
 Sumários semanais;
 Notas trimestrais e finais dos alunos assim como o seu respectivo aproveitamento
pedagógico, inclusive as marcações de faltas dos alunos.

1.3.2. Composição directiva da escola

Segundo BR, I serie número 22 (2002:166), “o colectivo da direcção é um órgão consultivo


composto pelo director, director adjunto, e pelo chefe do internato nas escolas onde funciona
o colectivo da direcção é convocada e presidida pelo director da escola, este reúne-se pelo
menos uma vez por semana”.

1.4. Aspectos gerais da escola integrada as PP

1.4.1. Localização Geográfica da Escola Primária do 1º e 2º grau de Nametil

A Escola Primária do 1º e 2º grau de Nametil, fica situada no Distrito de Mogovolas, no Posto


administrativo sede da vila de Nametil, ao lado direito da estrada que vai a cidade de
Nampula.

1.4.2. Limites

 Este : Bairro Namacarro.


 Oeste: Estrada que vai a Moma e Angoche.
 Norte: Centro de Saúde de Nametil
 Sul: Mercado da vila de Nametil

1.5. Historial da Escola Primária do 1º e 2º grau de Nametil


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A Escola Primária do 1º e 2º grau de Nametil foi fundada em 1988, com ensino Primário que
funcionou da 1ª a 5ª Classe, como resposta do Governo das preocupações das populações
residentes desta vila em particular e do distrito no geral, por existência de um número elevado
de graduados da 5a classe. Em 2000, iniciou-se com um total de 197 alunos da 6a classe, sendo
168 homens e 29 mulheres. Nos anos que se seguiram registou-se progressivamente o
aumento do número de ingresso neste estabelecimento de ensino.

Em 2001, a escola teve a honra de graduar os primeiros alunos com o nível da 7 a classe.
Cerimónias iguais foram sendo testemunhadas nos seguintes, o que mais uma vez ditou a
introdução do ensino Secundário.

No que tange as infra-estruturas, a instituição conta com bloco administrativo, três blocos com
um total de 16 salas de aulas, uma biblioteca, um campo de jogos, uma cantina escolar, dez
latrinas melhoradas, duas residências para direcção e oito casas para professores construídas
na base do material misto.

1.6. Aspectos organizacionais da escola

Observando o previsto no capítulo II, secção I artigo 11 do regulamento das escolas do ensino
básico, a Escola Primária do 1º e 2º grau de Nametil tem os seguintes órgãos:

 Conselho da escola;
 Direcção da escola;
 Conselho Pedagógico.

1.6.1. Conselho Pedagógico

É o órgão de apoio técnico, científico e metodológico da direcção da escola, composto pelo


director, director adjunto pedagógico, delegado de classes ou disciplina (MEC:23).

Portanto esta é a parte que orienta, organiza, protege especificamente os tratados a nível de
ensino e aprendizagem, como também importa dizer que é a mais executiva na medida em
que garante e manutenciona os informes da escola.

Esta fase decorre durante as aulas da cadeira de Práticas Pedagógicas em que foram
abordados vários conteúdos em forma de seminários e que tinham como objectivo
fundamental de preparar os estudantes para o trabalho de campo, assistência de aulas nas
escolas por si escolhidas.
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1.7. Assistência ou observação de aulas

O trabalho do campo consistiu fundamentalmente na assistência de aulas. O processo este, foi


antecedido por escolha de escola por onde o estudante gostaria de efectuar as práticas, onde o
autor do trabalho esteve na Escola Primária do 1º e 2º grau de Nametil, onde a entrada foi
feita mediante a apresentação física do estudante naquela instituição, visto que, carecia de
credencial.

Mesmo assim, a observação constitui elemento fundamental para a pesquisa e é sempre


utilizada nessa etapa, conjugada a outras técnicas ou utilizada de forma exclusiva. O autor
deste trabalho, usou muito mais a observação directa que consiste em recolher e registar os
factos a realidade em que a pesquisa utilize meios técnicos e especiais ou fazendo perguntas.

Plano de assistência de aulas da 6a classe, Turmas A, B, C e D

Data Dias da Tempo Disciplina Nome do Professor Turma Obs.

Semana Assistido Assistente

04/05/2020 2a Feira Matemática Albertino Pedro A


Artur Rosário
Vicente

08/05/2020 6a Feira Ciências Tércia Rufino B


Sócias Alfredo Saide
Camilo

11/05/2020 2a Feira Ciências Pedro Tércia D


Naturais Rosário Alfredo

14/05/2020 5a Feira Português Rufino Albertino C


Saide Artur
Camilo Vicente

1.7.1. Turma e Organização na Sala de Aula


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Segundo ESTRELA (2002:41), Turma “é um grupo formal que obedece as características


especiais. O grupo não se constitui de forma voluntária, os alunos não se escolhem entre si
nem escolhem os seus professores”.

A turma B da 6ª classe, onde foram leccionadas as aulas, era composta por 77 alunos, dos
quais 48 rapazes e 29 raparigas de acordo com a relação nominal do livro de turma.

A turma está organizada de modo tradicional, isto é, cinco filas de carteiras e cada fila
contendo cinco carteiras voltadas para frente onde se encontra a secretaria do professor e o
respectivo quadro preto.

Segundo PROENÇA (1992:50), “... esta distribuição de alunos em fila marca uma mudança
na forma como o professor se dirige ao aluno. Passou do individual ao simultâneo em que o
professor se dirige ao mesmo tempo a toda classe o que facilitou a vigilância da classe pelo
professor”.

Notou-se que, nesta turma havia um número insuficiente de carteiras para todos os alunos. A
sala tem mínimas condições a partir da sua localização, tem janelas suficientes para uma boa
ventilação, possui 6 lâmpadas florescentes e todas estão em funcionamento, factor este que
contribui para uma boa iluminação. Estes elementos fazem com que esta turma tenha mínimas
condições para aproveitamento pedagógico no processo de ensino e aprendizagem.

1.7.2. Planificação da aula

A planificação é a colocação dos objectivos da escola dentro de uma situação concreta de


aprendizagem, pois, a escola alcança os seus objectivos a partir da planificação e a aula não
foge dessa regra, quer dizer, o sucesso de uma aula depende essencialmente de uma
planificação. Porém, o autor evidencia que qualquer actividade sistemática e científica, para
ter sucessos passa necessariamente por uma planificação.

1.7.3. Relações humanas na aula

A acção educativa visa o desenvolvimento integral do indivíduo, de acordo com as suas


necessidades e expectativas. Por isso, não se pode esquecer que na escola e na sala de aula se
desenvolvem uma série de interacção entre os intervenientes do processo de ensino e
aprendizagem.

1.7.4.Relações professor – aluno na sala de aula


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Para que haja um bom aproveitamento pedagógico no processo de ensino e aprendizagem


(PEA), é necessário que haja também um bom relacionamento entre os intervenientes do
processo de ensino. Porém, a relação professor – aluno, as formas de comunicação, os
aspectos efectivos e emocionais, a dinâmica das manifestações na sala de aulas fazem parte
das condições organizativas do trabalho do professor.

O professor usava uma linguagem apropriada quando se dirigia aos alunos e procurava na
medida do possível compreender e arranjar maneira de resolver problemas de turma, junto
com os alunos.

Segundo NERICE (1989:302), “... é dever do professor compreender seus alunos. O


contrário é mais difícil, se não impossível. A compreensão do aluno e fundamental para que
se estabeleça laços de simpatia e amizade com professor”.

Pelas conversas tidas com alguns alunos da turma, eles queixavam se de que a professora é
muito exigente e rigorosa e, de facto durante o período de assistência às aulas notei que a
exigências do professor era muito positiva porque obrigava os alunos a prepararem as suas
lições e durante a aula ele exigia bastante a interacção com os seus alunos, isto é, um ensino
centrado nos próprios educandos. Neste caso, podemos afirmar que a exigência do professor
era uma questão de disciplinar os seus alunos.

1.7.5.Relação aluno – aluno

A relação dos alunos da 6ª B, eram ou não típicas para alunos daquela faixa etária, visto que a
turma era formada por alunos jovens e verificavam se algum relacionamento positivos e não
havia conflitos entre eles. Nesta turma, as relações são feitas na maior parte entre elementos
do mesmo sexo ou proveniência, isto é, os alunos do mesmo bairro ou amizades feitas nos
anteriores.

1.7.6. Os níveis de ensino observados

Os níveis de ensino oferecido são: ensino básico do ensino Primário. A apresentação à


professora regente aconteceu no dia 12 de Abril de 2021, na sala dos professores, onde a
mesma realizava hora actividade. Como parte do nosso roteiro de observação, explicamos
para a professora os principais pontos que seriam observados durante a actividade. A turma
escolhida foi a 6ª B, no período da tarde, contando com um total de 27 alunos de acordo o
período que estamos de covid-19. Durante esse período, além de actividades transcritas sobre
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os factos que ocorreram nas aulas, foram realizadas também duas entrevistas, uma sendo com
a professora e outra com os alunos da turma, durante o intervalo. Foi observado um total de
quatro horas aula entre Abril e Maio de do ano de 2021.

No dia 18 de Maio de 2021, foi realizada uma entrevista com a professora responsável pelas
aulas de Ciências Sociais da turma escolhida, com o objectivo de compreender melhor sua
experiência profissional, suas metodologias e sua opinião sobre o ensino de Ciências Sociais.
A professora conta com um longo tempo de ensino, 5 anos, e lecciona Ciências Sociais há 4
anos. É concordada e actualmente não exerce nenhuma outra função profissional além de
professora. A respeito das suas aulas e suas metodologias, observou-se que a professora
considera importante que os alunos consigam compreender a realidade do mundo actual a
partir dos conteúdos ministrados, com o objectivo de torná-los cidadãos mais críticos e que
tenham noções de cidadania para que possam exercê-la de uma forma melhor no futuro. A
respeito do livro didáctico disponível na biblioteca da escola, a professora enfatiza que é um
material muito rico. Mas apesar disso, não é o único material utilizado pela professora em
suas aulas. Segundo ela, o livro deve ser um material complementar e nem todos os conteúdos
precisam ser seguidos detalhadamente pelos alunos, outros materiais além deste são de
extrema importância para a elaboração das aulas. A professora planifica as suas aulas
utilizando o livro didáctico.

Segundo ela, a tendência é que este se torne cada vez mais importante e desperte cada vez
mais interesse dos alunos, principalmente pela dinâmica do mundo actual e os debates em
torno das questões ambientais.
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CAPITULO II: Trabalho do campo leccionação

No que concerne a leccionação da aula, para os estagiários do ensino básico tive a


oportunidade de leccionar a 6ª classe disciplina de Ciências Naturais apesar com algumas
dificuldades de horários em que os alunos de uma única turma eram subdivididos em três
grupos.

A primeira aula ocorreu no dia 29 de Abril, em uma quinta-feira. Neste dia havia poucos
alunos na escola e na sala onde leccionava as aulas. Logo no início já foi possível notar que a
turma era bem agitada, mesmo com poucos alunos neste dia. O professor iniciou a aula
corrigindo uma actividade que havia ficado da aula anterior, questões sobre a importância da
água. A actividade estava sendo corrigida da seguinte forma: o professor ditava a pergunta e
eles respondiam conforme aquilo que haviam escrito através do livro didáctico. Porém, a
bagunça era grande o que atrapalhou muito a correcção. Após isso, o professor estagiário deu
início a segunda etapa da aula, explicação do conteúdo que seguinte do livro. Para tanto, o
professor utilizou-se de um recurso importante, um grande mapa, que estava pendurado sobre
o quadro negro. A explicação ocorreu de forma suave e bem compreensível, tanto que neste
momento os alunos até pararam de conversar. A aula chegou ao fim, passou rápido, e devido a
conversas e tumulto na aula, pode-se notar que aproveitar esses 30 minutos de uma forma
produtiva é mesmo um desafio.

Depois disso, o professor passou uma actividade impressa para ser feita em casa, que consistia
em falar da importância das plantas. A explicação do conteúdo e da actividade neste dia foi
bem agradável, os alunos colaboraram muito, participaram e demonstraram interesse. É
gratificante perceber que existem momentos que valem a pena. Neste dia, com certeza o
professor se sentiu valorizado.
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2.1. Análise do projecto pedagógico da escola

Algumas informações a respeito das propostas pedagógicas obtidas através da entrevista e


observação com a pedagoga e em análise ao PP-II (Práticas Pedagógicas) merecem ser aqui
citadas. A escola possui uma proposta pedagógica pronta, disponível. Pôde-se observar que
com frequência a escola busca meios de avaliar o seu desempenho, normalmente com provas
e participação em olimpíadas, e tem obtidos bons resultados, diga-se de passagem. Neste
sentido, observou-se que o objectivo principal da escola, conforme consta no PP, é o de criar
formas de tornar escola em um ambiente harmonioso no qual as diferenças culturais e sociais
dos alunos sejam valorizadas e as diferenças económicas sejam respeitadas, onde todos os
alunos tenham direitos iguais e sem nenhuma discriminação. Além disso, as aulas devem ter
como objectivo principal formar cidadãos mais críticos e reflexivos perante a sociedade.

A prática de observação é de fundamental importância para compreender a realidade da escola


e, principalmente, as dificuldades que o professor pode encontrar ao ministrar as aulas,
considerando que os alunos possuem diferentes realidades sociais, culturais e económicas, em
especial os da rede pública de ensino, onde o desafio do professor é justamente conseguir
preparar aulas que levem em consideração essas diferenças.

Neste sentido, as situações observadas servirão como uma forma de preparo profissional,
principalmente com relação às metodologias utilizadas pelo professor, com a turma em geral e
com alunos específicos que apresentavam algumas dificuldades de aprendizagem. A escola
escolhida para a observação sem dúvidas tem muitas qualidades. Possui diversos projectos
ligados ao exporte e actividades artísticas, além da participação em feiras de ciências e
olimpíadas (de português, matemática, Ciências Naturais, Ciências Sociais entre outras
disciplinas). Os alunos gostam deste tipo de actividade e sempre participam em peso.

É difícil citar os pontos negativos dessa experiência, porém, algo que foi marcante e merece
ser relatado é o facto de perceber que a realidade da escola e da prática docente não é tão
simples e fácil como se imagina, e que as coisas nem sempre saem como planejado. Ser
professor significa superar desafios, pois lidar com alunos que são tão diferentes entre si com
certeza não é tarefa fácil. Necessita-se antes de tudo de muito amor e dedicação para superar
as dificuldades, para que o objectivo final, que é o de possibilitar a construção do
conhecimento nos alunos, seja alcançado.

2.2. A prática de observação e a formação docente


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Actualmente, tem se discutido muito sobre a qualidade e as etapas da formação de professores


que actuarão na educação básica, tendo em vista o grande rol de problemas e desafios
presentes nessa profissão e, é claro, na educação em geral. É dentro deste contexto que o
“bom” professor é aquele que conhece e reflecte sobre sua própria prática e que, sobretudo,
reconhece seu poder enquanto formador de cidadãos.

Nesse sentido, conhecer a organização e a realidade escolar ainda durante a formação


profissional tornou-se algo fundamental nos cursos de licenciatura. É dentro desse
pressuposto que a prática de observação entra como uma importante ferramenta na formação
de futuros professores, na medida em que oferece a estes a oportunidade de conhecer e
interagir com o meio escolar antes mesmo do Estágio Supervisionado.

Aragão e Silva (2012:50) entendem que a “observação se constitui de uma acção fundamental
para análise e compreensão das relações que os sujeitos sociais estabelecem entre si e com o
meio em que vivem”. Conceituando a observação, Foulquié (apud Aragão e Silva, 2012:52)
considera que “observar tem o mesmo sentido de conservar-se diante do observado,
considerar atentamente uma coisa a fim de conhecê-la melhor”.

Este primeiro contacto com o meio escolar permite ao licenciando relacionar aquilo que se
aprende na universidade, o teórico, com a prática em sala de aula. Realizar essa leitura da
realidade escolar é essencial para a formação de um professor reflexivo, pois, permite que
durante a formação construa-se uma compreensão da pluralidade que existe na escola.

Neste sentido, Freire (1992:14) ao atribuir a observação ao acto pedagógico analisa que:
Observar uma situação pedagógica é olhá-la, fitá-la, mirá-la, admirá-la, para ser iluminado
por ela. Observar uma situação pedagógica não é vigiá-la, mas sim fazer vigília por ela, isto
é, estar e permanecer acordado por ela na cumplicidade pedagógica.

Dessa forma, a observação não se torna um acto vago, algo que não possua finalidade e
sentido pedagógico e sim um instrumento de análise crítica sobre determinada realidade. A
prática de observação pedagógica tem então o objectivo de mostrar ao licenciando que a
escola é muito complexa, palco de diversas relações sociais nas quais se abrem um leque de
problemas e possibilidades que precisam ser trabalhadas e superadas pelo professor.

Pode-se dizer que a prática de observação nos leva a uma percepção mais profunda acerca das
complexidades existentes na escola e na própria prática docente, abrindo um espaço de
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reflexão em torno dos principais temas que norteiam a educação e, portanto, é uma parte
indispensável na formação docente.

2.3. Aspectos positivos durante as práticas pedagógicas

Durante as práticas pedagógicas registei como aspectos positivos:

 Respeito entre estagiários, alunos, metodólogo e supervisor.


 Interacção entre estagiários e docentes;
 A escola regista-se um grande número de efectivo de género feminino com um bom
clima de relacionamento entre os professores, alunos, comunidade, a direcção, assim
como as instituições privadas.

2.4. Dificuldades encontradas

Em qualquer trabalho, por mais que os objectivos traçados sejam suaves sempre há
dificuldades, por isso, como não deixar de ser algumas dificuldades a destacar:

 Troca de turmas no período de observação de aulas, sem prévio aviso ao estagiário;


 A insuficiência de material básico de ensino para planificação de aulas em algumas
disciplinas.
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CAPITULO III: Conclusão

As práticas pedagógicas visam dar informações claras das observações parciais, inerente ao
inquérito feito pelo estudante no contacto experimental, a familiarização e a convivência das
situações problemáticas psico-pedagógicas e didácticas, que contribuíram para a preparação e
formação gradual, na planificação e orientação para a vida profissional.
Por outro lado, as Práticas Pedagógicas proporcionou a aquisição de conhecimentos de
simulação e análise de modelos e caso, a leccionação de aulas e avaliar o aluno.
A dificuldade de aprendizagem é distinta do fracasso escolar pois enquanto o fracasso escolar
resulta da interacção do aluno com o meio em que se insere, as dificuldades de aprendizagem
são geradas por deficiência orgânica do indivíduo. Portanto, o autor teve a oportunidade de
assistência de aulas onde conseguiu o tema que precisa de um estudo “Fracasso dos alunos, na
disciplina de Ciências Naturais, caso da 6a classe, Escola Primária do 1º e 2º grau de
Nametil”.

Contudo, nada mais importante do que a cultura do saber, a cultura do conhecimento, da


descoberta, da inovação no ensino e o mais importante do aprendizado é ter curiosidade na
sua descoberta e querer participar do seu processo de aprendizado, e só assim pode entendê-la
no fim.
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Bibliografia

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Pedagógica no Ensino de Geografia. Fortaleza: Geosaberes.

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GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA Denise Tolfo. Métodos de Pesquisa.1ed;Brasil:


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