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1ª NDA - TÍTULOS DE CRÉDITO E CONTRATOS MERCANTIS

Contratos: conceito, natureza jurídica,


elementos, princípios e classificações
Apresentação
Seja bem-vindo!

Os contratos são fundamentais à humanidade, regendo os atos mais comuns da vida diária, regulando tudo o
que é consumido, sejam as coisas (alimentos, vestuário, livros, eletrodomésticos, móveis, imóveis, carros, etc.),
sejam os serviços prestados à população (telefonia, conserto, educação, saúde, academia, corte de cabelo,
televisão a cabo, etc.).
Os contratos estão presentes no dia a dia da pessoa física, mas igualmente no da pessoa jurídica; aliás, para a
própria criação da pessoa jurídica comumente é necessário um contrato (a exemplo da sociedade, é
imprescindível o contrato social). A pessoa jurídica necessita contratar para aquisição de insumos, materiais,
equipamentos e serviços.
Você pode perceber a relevância do tema para qualquer área de sua vida, principalmente a profissional.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá conhecer o conceito de contrato, os princípios fundamentais que o
norteiam (conceitos, fundamentos, exceções), bem como as diversas classificações dos contratos e as
peculiaridades inerentes a cada classificação.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Conceituar contrato e analisar a sua formação.


 Explorar os princípios fundamentais aplicáveis aos contratos.
 Analisar a interpretação e integração dos contratos e expor a sua classificação.

Desafio
Carlos possui uma pequena empresa e precisa alavancar seus negócios; para tanto, procura o banco para
realização de um contrato de empréstimo de capital de giro. Ao procurar seu banco para firmar o contrato, não
lhe foi dada a oportunidade de discutir as cláusulas do contrato e os encargos a serem praticados.
Após a perfectibilização do contrato, Carlos acabou por inadimplir uma parcela, o que gerou aplicação de multa,
juro de mora e correção.
Porém, no contrato, a multa constante era de 10%, quando deveria ser de 2%. Assim, Carlos verificou que a
multa aplicada era superior à legalmente autorizada, bem como que o seu nome e o de sua cônjuge foram
inscritos nos cadastros negativos de crédito.
Diante da situação exposta, Carlos procura você, advogado, para auxílio.
Informe Carlos que tipo de contrato foi firmado com o banco (classificação) e quais os princípios aplicáveis ante
a situação apresentada para justificar uma análise do contrato pelo Poder Judiciário.
Infográfico
Para efetivar um contrato, é possível observar os cinco princípios aplicáveis a ele.
Veja, no Infográfico a seguir, o conceito de cada princípio de forma bem sucinta, auxiliando a memorizar sobre o
que trata cada um:
Conteúdo do Livro
O instituto "contrato" é regulamentado pelo Código Civil brasileiro em seus aspectos gerais.
O Código Civil também traz o regime jurídico de mais de vinte espécies contratuais, contudo alguns contratos
possuem regulamentação em lei própria; essas leis especiais se sobrepõem ao Código, ou seja, a lei especial
prevalece sobre a lei geral. Como exemplo dessas leis especiais temos: o Código do Consumidor (Lei n.º
8.078/90), a Lei de Locação de Imóveis Urbanos (Lei n.º 8.245/91), a Lei de Franquias (Lei n.º 8.955/94), a Lei
de Alienação Fiduciária de Imóveis (Lei n.º 9.514/97), dentre outras. Como em todas as áreas do Direito, os
princípios são seus norteadores, com os contratos ocorre o mesmo, tendo força de imposição. Ao estudar sobre
os princípios, você verá que há uma ligação entre eles: nenhum se sobrepõe ao outro, mas sim se
complementam e devem ser ponderados quando da sua aplicação.
Na obra Legislação civil aplicada II, base teórica para esta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo Contratos:
teoria geral, natureza jurídica. Elementos. Formação. Principiologia. Interpretação. Classificação e conheça
mais sobre as fases do contrato, o que será de suma importância para verificação futura das consequências em
caso de afronta a princípios ou de vício no contrato, dos princípios e da classificação dos contratos. E, por fim,
você poderá analisar detalhadamente a classificação dos contratos.
Dica do Professor
Na Dica do Professor de hoje, você irá conhecer de forma simplificada e objetiva a classificação dos contratos.
Confira.

Exercícios
1.

O contrato nasce da convergência da proposta e da aceitação. Como bem disciplina a teoria geral dos
contratos, a proposta obriga, sendo o proponente forçado a perdas e danos, caso não a mantenha.
Sobre a matéria, é correto afirmar que:

A.

reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi aceito.

B.

o silêncio nunca importa anuência.

C.

a proposta se mantém obrigatória se, feita sem prazo, por telefone, não for imediatamente aceita, mas em
próximo contato.

D.

a proposta do contrato obriga o proponente, salvo se seus termos evidenciarem a falta de obrigatoriedade.

E.

na promessa por fato de terceiro, a responsabilização não recairá sobre o terceiro, mesmo que tenha anuído à
promessa, restando o promitente como devedor único.

2.

Quanto ao princípio da autonomia da vontade, é correto afirmar que:

A.
assegura a liberdade de contratar, podendo celebrar ou não um contrato, escolher com quem contratar, o que e
como contratar.

B.

é o único princípio absoluto, não sofrendo nenhum tipo de limitação.

C.

o princípio da boa-fé em nada afetou o pacta sunt servanda.

D.

não se verifica qualquer fator negativo no presente princípio, já que parte da premissa de que os homens são
iguais e livres, devendo ser respeitadas suas escolhas.

E.

não está calcado em nenhum fundamento jurídico, apenas jurisprudencial.

3.

Relativo aos princípios fundamentais dos contratos, é correto afirmar que:

A.

os efeitos dos contratos só serão produzidos entre as partes, não se admitindo que o terceiro que não contratou
sofra qualquer consequência.

B.

o princípio da força obrigatória é aquele pelo qual o contrato faz lei entre as partes. Contudo, permite exceções,
como as hipóteses em que se admite a revogação do contrato.

C.

o princípio da função social dos contratos está relacionado à busca do equilíbrio social, impondo que o contrato
seja um instrumento de adequado convívio social, contudo estão excluídas do princípio as matérias que versem
sobre meio ambiente, devendo ser tratadas dentro do direito ambiental.

D.

cabe às partes a verificação dos termos do contrato no momento da sua assinatura. Dessa forma, é obrigação
de quem não redigiu o contrato verificar se constam as cláusulas conforme o combinado.

E.
o princípio da boa-fé objetiva serve de vetor interpretativo dos contratos; contudo, diante de uma cláusula
contratual ambígua, por exemplo, deve-se ficar com a interpretação que preserve a boa-fé do contratante.

4.

Marque a afirmativa correta quanto ao que a classificação dos contratos ensina.

A.

O contrato verbal não é admitido sem algum indício escrito quanto à vontade das partes.

B.

Os contratos personalíssimos podem ser executados por terceiros se o credor aceitar.

C.

Nos contratos gratuitos a fraude contra credores deve ser comprovada, enquanto que nos onerosos ela é
presumida.

D.

O instituto do vício redibitório é aplicável a qualquer contrato.

E.

O contrato de adesão é válido, contudo a cláusula que estipula renúncia antecipada do aderente a direito
resultante da natureza do contrato é nula.

5.

Sobre o contrato personalíssimo, é correto afirmar que:

A.

também chamado intuitu personae, nesse tipo de contrato geralmente há obrigação de fazer, e tem como
característica elementos de confiança, qualidade técnica e qualidade artística.

B.

em caso de descumprimento da obrigação, o credor poderá exigir o cumprimento ou a conversão em perdas e


danos.

C.

no caso de falecimento do devedor, a sucessão sempre se obriga ao cumprimento da obrigação.

D.
o erro essencial contra a pessoa não gera consequências, já que o contrato foi firmado entre as partes.

E.

a contratação de um escultor não pode ser exemplo de contrato personalíssimo, visto que é possível contratar
qualquer escultor para a realização de uma escultura.

Na prática
Os contratos estão presentes no dia a dia das pessoas de diversas formas e em atividades muitas vezes
rotineiras.
Ao pegar o ônibus, ao levar a roupa na lavanderia, comprar os ingressos do cinema, contratar a academia, ir ao
consultório médico particular, contratar o plano de saúde, comprar um sapato novo, você está contratando um
serviço, ou seja, todos esses atos são contratações.

Veja a seguir um exemplo prático:

Contratos comerciais: noções gerais


Apresentação
Os contratos mercantis são aqueles realizados entre empresários. São os tipos de contrato que ocorrem com os
fornecedores de produtos e serviços em geral. São regidos pelo regime de Direito Comercial e podem estar
sujeitos às normas do Código Civil ou do Código de Defesa do Consumidor, dependendo das condições dos
contratantes. Se os empresários possuem condição econômica equivalente (ambos podem contratar advogados
e outros profissionais antes de assinar o contrato empresarial, podem negociar as cláusulas e estar plenamente
informados sobre a extensão dos direitos e obrigações que contratam), entende-se que o contrato
mercantil está sujeito às regras do Código Civil. Se os contratantes estão em situação de desigualdade
econômica (ou seja, um deles está em situação de vulnerabilidade econômica frente ao outro), o contrato
mercantil será regido pelo Código de Defesa do Consumidor.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as noções gerais dos contratos comerciais (ou contratos
mercantis) e as características particulares dos contratos civis.
Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Apresentar a teoria geral dos contratos comerciais.


 Diferenciar contrato civil de contrato mercantil.
 Analisar os princípios aplicáveis aos contratos comerciais.
Desafio
Apesar de certos contratos serem eminentemente mercantis quando firmados por empresários, como é o caso
do leasing feito, por exemplo, entre a indústria e o banco para aquisição de máquinas novas, podem
eventualmente se submeter às normas do Código de Defesa do Consumidor (CDC), bastando para tanto que
um dos contratantes seja consumidor, ou seja, o destinatário final do produto ou serviço negociado conforme o
art. 2º do CDC.
Sendo assim, você foi contratado para prestar consultoria jurídica de uma empresa de importação e exportação.
Diante de determinada situação, seu cliente está tentando encontrar uma solução para um desentendimento.

Explique ao seu cliente a seguinte questão: existe alguma excepcionalidade na aplicação do CDC nos contratos
mercantis?
Infográfico
Contratos são acordos de vontade em que as partes assumem compromissos e estabelecem direitos
recíprocos. O que caracteriza um contrato como mercantil é o fato de que ao menos um dos sujeitos, se não
todos, seja empresário, Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) ou sociedade empresária, ou
seja, sujeito de Direito Empresarial.
Aos contratos mercantis se aplica a teoria geral das obrigações e dos contratos, de natureza civil, sendo vários
contratos disciplinados no Código Civil e vários outros em legislação especial. Já o contrato civil é aquele
praticado por qualquer pessoa que seja capaz, conforme dispõe o Código Civil.
Veja, no Infográfico a seguir, algumas diferenças existentes entre o contrato mercantil e o contrato civil.
Conteúdo do Livro
O empresário, ao celebrar contratos para a exploração de sua atividade empresarial, poderá ser submetido
tanto ao regime jurídico do Direito Civil quanto ao do Direito do Consumidor, conforme possa ser ou não
enquadrado no conceito legal de consumidor. Os contratos mercantis são aqueles em que contratante e
contratado são necessariamente empresários. Logo, os contratos celebrados entre empresário e não
empresário, ou entre não empresários, não podem ser considerados mercantis.

No capítulo Contratos comerciais: noções gerais, do livro Legislação empresarial aplicada, base teórica desta
Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a teoria geral dos contratos comerciais e seus princípios e a
diferenciação com o contrato civil.
Boa leitura.

Dica do Professor
O direito contratual privado brasileiro está regulamentado pelo Código Civil, nos arts. 421 a 853, e pelo Código
de Defesa do Consumidor, nos arts. 46 a 44. Assim, o regime jurídico a ser observado nas
negociações realizadas entre particulares será o do Direito Civil, sujeito, consequentemente, às regras
do Código Civil, sempre que os contratantes – empresários ou não empresários – não se enquadrarem nos
conceitos de consumidor e de fornecedor, estabelecidos, respectivamente, nos arts. 2º e 3º do CDC. Por sua
vez, quando os contratantes (empresários ou não empresários) puderem ser considerados consumidor e
fornecedor, nos termos dos mencionados dispositivos legais, o regime jurídico a ser observado é o do Direito do
Consumidor, sujeito às normas do Código de Defesa do Consumidor.

Veja, nesta Dica do Professor, algumas especificações sobre a parte geral dos contratos mercantis.
Exercícios
1.

Caso um importador, na qualidade de pessoa jurídica, venha a adquirir produtos de fabricante sediado
no exterior, de forma habitual e com intuito de lucro, para fins de revenda a estabelecimentos
comerciais atacadistas, tem-se, nesse caso, contrato de:

A.

mútuo.

B.

franquia.

C.

leasing financeiro.

D.

leasing operacional.

E.

compra e venda mercantil.

2.

Sobre os contratos, verifica-se que:


A.

a expressão maior da liberdade em contratar está no princípio da autonomia da vontade, o qual prevalece na
interpretação contratual, salvo em casos excepcionais em que vigorem limites impostos pela função social do
contrato.

B.

a boa-fé contratual representa um princípio de negociação aberta e justa, o qual se traduz formalmente em
cláusulas contratuais claras e compreensíveis e materialmente em um novo patamar de isonomia entre os
contratantes que leve em consideração suas diferenças.

C.

os vínculos jurídicos contratuais são dotados de funções individuais, para o atendimento aos propósitos
específicos das partes, e de função social, a qual busca o socialmente útil e tem por finalidade típica o
atendimento aos seus objetivos privados.

D.

os critérios lógico-formais devem prevalecer em sua interpretação, uma vez que, sem a observância de tais
critérios, haveria insegurança jurídica entre os contratantes, vício que inviabiliza a própria manutenção do
negócio jurídico idealizado pelas partes.

E.

sua tutela requer adequado controle sobre a equitativa distribuição dos riscos nas operações econômicas, não
podendo o juiz, entretanto, agir de forma a alterar a equação econômico-financeira, inicialmente estabelecida
pelo vínculo jurídico entre as partes.

3.

Com relação aos contratos mercantis, é correto dizer que:

A.

o instrumento público é essencial para sua validade.

B.

inexiste vulnerabilidade de um dos contratantes, pois as relações interempresariais são realizadas entre iguais.

C.

inexiste a atipicidade dos contratos, que sempre serão realizados na forma exigida em lei específica.

D.
sua atipicidade é frequente, já que os negócios jurídicos contratuais mercantis têm como fonte os costumes.

E.

dependem, para sua validade, de instrumento escrito.

4.

Assinale a alternativa correta.

A.

O princípio da autonomia privada, segundo o qual o sujeito de direito pode contratar com liberdade, está
limitado à ordem pública e à função social do contrato.

B.

A exigência da boa-fé se limita ao período que vai da conclusão até a execução do contrato.

C.

Segundo o entendimento sumular, a cláusula contratual limitativa de dias de internação hospitalar é


perfeitamente admissível quando comprovado que o contratante do seguro-saúde estava ciente do seu teor.

D.

A função social justifica o descumprimento do contrato, com fundamento exclusivo na debilidade financeira.

E.

Os contratos atípicos não exigem a observância rigorosa das normas gerais fixadas no Código Civil, pois
nesses casos os contratantes possuem maior liberdade para contratar.

5.

Sobre a boa-fé nas relações contratuais, assinale a alternativa correta.

A.

A boa-fé dá origem a obrigações não constantes expressamente do contrato. Em razão da conduta das partes,
surgem, independentemente da vontade destas, os denominados “deveres laterais”, que podem servir de
fundamento para pretensões no âmbito da relação contratual.

B.

A boa-fé é protegida durante a relação contratual. Dessa forma, antes da formação do vínculo contratual e após
o cumprimento da prestação objeto do contrato, não há que se falar em proteção à boa-fé, tendo em vista a
inexistência de relação jurídica, salvo se ocorrer qualquer hipótese que possa ensejar responsabilidade
aquiliana.
C.

As cláusulas contratuais vinculam as partes. Se estas começarem a se comportar, durante a relação contratual,
de forma diversa da pactuada, não pode qualquer delas demandar qualquer pretensão decorrente desse
comportamento, tendo em vista que a boa-fé não é apta a alterar o ajustado expressamente no contrato.

D.

A boa-fé protegida no âmbito das relações contratuais é a denominada boa-fé subjetiva. Dessa forma, mesmo
que as partes tenham agido segundo o padrão de conduta esperado, se uma delas tiver uma expectativa
subjetiva diversa da decorrente dos termos da relação contratual, existe pretensão a ser exercida visando ao
reequilíbrio contratual.

E.

Se o contrato prevê a resolução em razão de inadimplemento, mesmo ocorrendo adimplemento substancial,


deve o contrato ser resolvido, tendo em vista que não se pode alegar boa-fé contra cláusula expressa como
justificativa para a manutenção da relação contratual.

Na prática
Veja o exemplo de contrato de compra e venda mercantil em que a parte que comprou o objeto não se atentou
em realizar o pagamento na forma estipulada pela Lei nº 5.478/68, tendo que realizar o pagamento
corretamente, ou seja, através de duplicata ou instrumento particular.
Contratos empresariais
Apresentação
Cada segmento do Direito conta com princípios próprios, que podem ser melhor entendidos como normas
jurídicas. Nem sempre estão escritos, portanto devem ser observados de maneira mais ampla, já que são
diretrizes universais de justiça social.

Sob a perspectiva dos contratos, que podem assumir diversas formas e exigir diferentes requisitos devido à
variedade de usos e espécies, os princípios exercem importante função norteadora, tanto para a constituição
quanto para a execução contratual. Os contextos contratuais mais comuns são na área civil e empresarial, que
apresentam substanciais diferenças; os contratos empresariais, por exemplo, versam sobre atividades
comerciais e necessariamente envolvem empresários, ao contrário dos contratos civis.
Nesta Unidade de Aprendizagem você irá conhecer os princípios aplicáveis aos contratos empresariais, os
requisitos para sua constituição e as principais diferenças entre o contrato civil e o contrato empresarial.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar os princípios aplicáveis aos contratos empresariais.


 Diferenciar contrato civil de contrato empresarial.
 Descrever os requisitos para a constituição de contrato empresarial.
Desafio
Os contratos empresariais diferem dos contratos civis em vários aspectos, ainda que os princípios contratuais e,
muitas vezes, o diploma legal que os regem sejam os mesmos.

Você foi recentemente contratado como advogado da loja São Luís Gonzaga e é responsável pela gestão dos
contratos. A fim de organizar o fluxo operacional da loja e considerando suas relações com a Fixtape Ltda. e
com Pedro Paulo, identifique os tipos contratuais envolvidos e suas principais características. Infográfico
Os princípios do Direito Contratual são regras que auxiliam os juízes na apreciação de demandas que se
referem à existência, à validade e ao cumprimento de contratos. Os mais importantes são a autonomia privada,
a vinculação das partes, o equilíbrio dos contratantes, a relatividade e a boa-fé objetiva, princípios incidentes
tanto nos contratos civis quanto nos contratos empresariais.
Veja, no Infográfico, os principais aspectos e o exemplo de cada um desses princípios da esfera contratual.
Conteúdo do Livro
Por contrato entende-se o acordo de vontades entre duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, que
estabelecem entre si direitos e deveres que podem ou não versar sobre atividades comerciais, sendo que,
nessa hipótese, estará caracterizado o contrato empresarial.
Para os contratos empresariais são necessários o cumprimento de requisitos específicos e o atendimento aos
princípios contratuais, que são de fundamental importância para a execução dos contratos e para o
cumprimento da finalidade a que se destinam.

No capítulo Contratos empresariais, da obra Direito empresarial III, você verá os principais aspectos dos
contratos empresariais: princípios, requisitos e diferenças em relação ao contrato civil.
Boa leitura.

Dica do Professor
Os contratos empresariais podem ser de várias espécies e, embora sigam as mesmas regras e princípios gerais
dos contratos, são passíveis de normativas específicas, geralmente regulamentadas em legislação própria. É o
caso, por exemplo, do contrato de franquia empresarial, comum no cenário econômico brasileiro e mundial,
exigindo o atendimento de requisitos especiais para que se viabilize.
Na Dica do Professor, você verá os principais aspectos do contrato de franquia empresarial e exemplos de
empresas no Brasil que seguem esse regime jurídico contratual.

Exercícios
1.

Os contratos são instrumentos que formalizam os negócios jurídicos de qualquer espécie e garantem
sua validade. Para que produzam efeitos, é importante observar alguns princípios que são
fundamentais.

Sobre os princípios dos contratos, assinale a alternativa correta:

A.

Devem ser expressamente indicados na lei que regulamenta cada tipo contratual.

B.

Podem ser livremente escolhidos pelas partes de acordo com o contexto ao qual se aplicam.

C.

Não podem incidir concomitantemente sobre um mesmo instrumento contratual.

D.

Dependendo da situação e das circunstâncias, um princípio poderá prevalecer sobre outro.

E.

São hierarquicamente classificados de acordo com as disposições do Código Civil.

2.

Entre os princípios que regem as relações contratuais, está o princípio da relatividade, que se refere às
partes que se vinculam ao contrato firmado. Marcos firmou contrato que gera direitos a Luísa, sua
esposa. Considerando o princípio da relatividade, é correto afirmar que o contrato é:
A.

válido. As partes podem estipular obrigações a terceiros, desde que sejam o cônjuge ou o filho menor.

B.

inválido. O contrato pode estabelecer apenas obrigações de pagar a pessoas não vinculadas a ele.

C.

válido. Qualquer contrato pode ser celebrado com o objetivo de gerar direitos, não deveres, a terceiros.

D.

inválido. Os contratos em geral não podem gerar obrigações ou direitos a pessoas alheias e ele.

E.

inválido. A declaração de vontade alheia vincula terceiro apenas em caso de obrigação tributária.

3.

Antes da formalização do instrumento contratual, é fundamental a manifestação de vontade das partes,


que poderá ser expressa ou tácita, seguindo as diretrizes legais cabíveis. Sobre as fases da formação
do contrato, considere as seguintes afirmativas:

I - Mesmo tendo sido feita a proposta, o proponente não se obriga aos termos propostos e pode adequá-
los a qualquer tempo.

II - A aceitação do contrato deve ocorrer em tempo hábil e permite a perfectibilização do instrumento


contratual.

III - Se houver uma alteração nos termos da proposta, considera-se como nova proposta, da qual
decorre prazo para aceitação.

Assinale a alternativa correta.

A.

Apenas a afirmativa I está correta.

B.

Apenas a afirmativa II está correta.

C.

Apenas a afirmativa III está correta.


D.

Apenas as afirmativas I e II estão corretas.

E.

Apenas as afirmativas II e III estão corretas.

4.

A validade do negócio jurídico, de acordo com o Código Civil, depende de três requisitos básicos,
necessários para contratos empresariais e não empresariais. Quais são esses requisitos?

A.

Agente capaz, objeto lícito, possível ou determinável, forma escrita.

B.

Agente capaz, objeto lícito, possível ou determinável, forma legal.

C.

Agente capaz ou relativamente capaz, objeto lícito, forma escrita.

D.

Agente capaz, objeto determinável, forma escrita.

E.

Agente capaz ou relativamente capaz, objeto lícito, forma legal.

5.

O Código Civil de 2002, ao consolidar a Teoria Geral de Empresa, dispõe sobre as regras gerais
atinentes tanto aos contratos empresariais quanto aos contratos civis; no entanto, algumas diferenças
entre esses contratos são substanciais.

Qual é a principal característica dos contratos civis, não presentes nos contratos empresariais?

A.

Os contratantes devem ser empresários.

B.

Não se exige caráter econômico no teor do contrato.


C.

Deve haver equiparação econômica entre os contratantes.

D.

As normas incidentes podem ser de Direito Civil ou de Direito Comercial.

E.

A forma contratual deve ser escrita e pública.

Na prática
O contrato de comissão empresarial tem a função de aquisição ou venda de bens, em nome do comissário, à
conta do comitente. Nesse contexto contratual, somente o comissário aparece no negócio e fica diretamente
obrigado com o contratante, ainda que o comitente possa alterar as instruções anteriormente transmitidas, salvo
estipulação contratual em contrário.
Veja, Na Prática, um exemplo clássico de contrato de comissão empresarial, bem como seus desdobramentos
jurídicos.

Factoring
Apresentação
O factoring teve seus primeiros registros no Império Romano, com o objetivo de desenvolver a economia local.
De lá para cá, foi se desenvolvendo, até chegar ao modelo de empresa de fomento comercial utilizado nos dias
de hoje. Mas, para isso, enfrentou resistência por parte do Banco Central, que não entendia a função exata de
sua constituição.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai entender como surgiu essa modalidade, quais eram os objetivos
iniciais para a sua constituição, quais são as partes que integram um factoring. Irá compreender como se
constitui uma empresa de fomento mercantil e quais as legislações que regem este contrato – visto que ainda
não há legislação específica no Brasil.
Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Conceituar factoring.
 Explicar como se constitui uma empresa de factoring.
 Identificar, na legislação brasileira, as leis que regulam as empresas de factoring.
Desafio
Um dos meios de pagamento utilizado pelas empresas é a duplicata, que é uma espécie de título de crédito.
Mas, para que elas sejam cobradas, é necessário que tenha havido a respectiva prestação de serviços.
Acompanhe o caso a seguir.
Os pedidos foram julgados improcedentes. Pela sentença, seria impossível opor à empresa questões relativas à
constituição do débito. A empresa Construção Certa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, sustentando,
entre outros pontos, que a aquisição dos títulos ocorreu por endosso, e não por cessão de crédito, e que tal
aceite desvincularia a empresa do negócio original.
Você, na condição de Ministro do Superior Tribunal de Justiça, e relator do presente caso, considerando o
disposto sobre duplicatas no Código Civil, como se posicionaria sobre a empresa de fomento mercantil?
Infográfico
Como toda a modalidade contratual existente no Direito Civil, a factoring também apresenta formas diferentes
para a aquisição de ativos de empresas.
Confira, no Infográfico a seguir, quais as modalidades utilizadas no Brasil.
Conteúdo do Livro
O contrato de factoring é mais conhecido no Brasil, atualmente, como fomento mercantil. Embora seja muito
utilizado no mercado, não possui regulamentação específica. Há duas partes integrantes dessa forma
contratual: o faturizador, que é quem fornece os serviços; e o faturizado, que é a empresa que necessita de
apoio creditício.
Na obra Direito Empresarial III, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, leia o capítulo Factoring onde
você irá entender como funciona essa relação e quais as peculiaridades da modalidade.
Boa leitura.

Dica do Professor
Alguns autores defendem que não deve ser permitido o direito de regresso nas operações de factoring,pois isso
faria com que o contrato de fomento mercantil adentrasse nas atividades privativas das instituições financeiras.
No entanto, há entendimento consolidado dos tribunais superiores sobre a possibilidade do direito de regresso
nessa modalidade contratual.
Quer entender os motivos para que isso ocorra? Acompanhe a Dica do Professor a seguir.

Na prática
A crise econômica enfrentada pelo Brasil,nos últimos anos, tem prejudicado a permanência de empresas no
mercado. Em vista disso, muitas instituições acabam por pedir falência ou entrar em recuperação judicial.
Mas, no que diz respeito ao factoring, pode uma empresa em recuperação judicial celebrar contratos com uma
instituição de fomento mercantil? Acompanhe como isso ocorre Na Prática.
Franquia
Apresentação
Muitos empresários possuem capital para investimento, mas não estão dispostos a correrem riscos. É para esse
perfil que a franquia se encaixa perfeitamente. Ela é um contrato que traz vantagens para ambas as partes e, ao
mesmo tempo, possibilita ao empresário ter maior probabilidade de retorno de seu investimento, visto que já
ingressa no mercado trabalhando com um produto familiar ao consumidor.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer um pouco da história da franquia, como e quando
começou este modelo de negócio, quais as franquias precursoras neste sistema, como é o contrato e quais as
vantagens e desvantagens para os empresários.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:


Conceituar franquia, também chamada de franchising.
Identificar as obrigações do franqueador e do franqueado.
Analisar as vantagens e desvantagens da franquia.

Desafio
O contrato de franquia pode ser classificado como consensual, visto que ele se aperfeiçoa com a vontade das
partes; bilateral, pois dele se desdobram obrigações para ambas as partes; oneroso, uma vez que a cada parte
incumbe um ônus; de trato sucessivo, pois a sua execução ocorre dentro do prazo acertado; e atípico, porque a
regência da relação entre as partes se realiza por cláusulas convencionais.
Alberto é um empresário do ramo alimentício que já possui uma loja de médio porte no centro do Distrito
Federal (DF). Como ele entende bem do assunto e estava interessado em ampliar seus negócios, procurou uma
franquia da mesma área para se candidatar a franqueado.
Recebeu deles a Circular de Oferta de Franquia (COF) com prazo de 10 dias de antecedência,
conforme estipulado pela Lei n.° 8.955/94. Ele analisou as informações prestadas pelo franqueado e decidiu
pela filiação. Ao ingressar na rede, Alberto pagou a taxa de franquia, que funciona como uma validação do
contrato entre a rede e o franqueado.
Contudo, quando estava prestes a implementar a franquia, ele sofreu o seguinte incidente, conforme pode ser
observado na imagem a seguir:
Infográfico
Antes de assinar um contrato de franquia, o candidato a franqueado precisa receber algumas informações sobre
a viabilidade do negócio em que está interessado em investir. Para isso, é exigida a entrega da Circular de
Oferta de Franquia, também conhecida por COF.
A COF é o documento formal usado pelo franqueador para fornecer as informações comerciais, financeiras e
jurídicas da sua franquia para investidores interessados em adquirir e operar uma franquia de sua
rede. Ela deve ser entregue pelo menos dez dias antes da assinatura do pré-contrato de franquia, caso o
candidato realmente decida investir na franquia em questão.
Veja no Infográfico a seguir as informações que devem constar obrigatoriamente na Circular de Oferta de
Franquia (COF).
Conteúdo do Livro
O termo franchising é originário do francês franchisage e se refere ao período feudal, consistindo em um
privilégio concedido aos senhores feudais pela Igreja ou pelo Rei, para a inserção de cidades franqueadas. O
modelo original tem poucas semelhanças com o atual, cujo formato do contrato de franquia foi observado pela
primeira vez em 1860, com a Singer Sewing Machine Company, de Connecticut (EUA), quando os comerciantes
credenciados puderam utilizar a marca, os produtos, as técnicas e o know-how para abrirem as filiais. Somente
em 1994 houve a regulamentação do contrato de franquia, por meio da Lei n.° 8.955, formalizando maior
transparência na relação entre os empresários.
Para saber mais, acompanhe a leitura do capítulo Franquia, da obra Direito Empresarial III, que serve como
base teórica desta Unidade de Aprendizagem.
Boa leitura.

Dica do Professor
Para expandir sua marca, o franqueador pode optar por diversos tipos de franquias, escolhendo a que melhor
atenda à sua estratégia de crescimento. De acordo com os locais onde pretende atuar e as responsabilidades
que pretende transferir, ele poderá escolher o tipo de contrato a ser firmado com os franqueados e o papel que
estes terão na expansão da franquia.
Acompanhe na Dica do Professor alguns modelos de franquia e quais suas principais características.
Na prática
O contrato de franquia ajusta entre as partes os deveres e obrigações de ambos os empresários da relação. No
entanto, pode haver responsabilização subsidiária da franqueadora, caso tenha havido ingerência nas
atividades da franqueada.
Acompanhe no Na Prática o caso em que uma franqueada pediu o reconhecimento da responsabilidade
subsidiária da franquia O Boticário em relação às dívidas trabalhistas devidas a uma vendedora.
Contrato de seguro
Apresentação
O desenvolvimento social depende de condições favoráveis para a população, empresas e governo. Dentre
essas condições, encontra-se a possibilidade de investimento em bens, direitos e patrimônios sem o risco de,
repentinamente, perder o esforço de uma vida. O contrato de seguro surge como a possibilidade dos atores
sociais desenvolverem suas vidas e negócios com a tranquilidade de que, em uma infelicidade, os prejuízos
serão partilhados com o menor ônus a todos.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre as características do contrato de seguro, suas
diferentes espécies e a forma que as seguradoras desenvolveram para partilhar o risco nas ocasiões em que
este é demasiadamente grande.
Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar as principais regras aplicáveis aos contratos de seguro.


 Descrever as espécies de contrato de seguro.
 Explicar o que é resseguro e como se dá a sua operação no Brasil.
Desafio
O seguro de veículos é amplamente usado pela população ante os riscos que se apresentam no dia a
dia, seja para proteger seu próprio veículo, seja para o eventual ressarcimento de prejuízos ocasionados

a terceiros em decorrência de um sinistro.

Após realizar o acordo, Isabella o encaminha para o seguro, que nega a cobertura indenizatória. Diante
da negativa, Isabella lhe procura como advogado para uma consulta e eventual ação judicial. Poderá
Isabella cobrar a indenização do seguro?
Infográfico
O mercado de seguros, em algumas ocasiões, necessita de entidades ou pessoas jurídicas que compartilhem o
risco de contratos de seguro de volumes maiores. Sinistros de grandes valores, ou em grande
quantidades podem ser ressegurados no Brasil para que se diminua o risco às seguradoras, aos segurados e
ao mercado como um todo.
Neste Infográfico, você verá as principais opções de compartilhamento de risco entre as seguradoras e o que
prescreve a legislação quanto à indenização ao segurado.
Conteúdo do Livro
O mercado de seguros interessa muito o governo, visto que um ambiente sem riscos permite
que pessoas e empresas invistam sem a preocupação de perder seus investimentos e economias. Existente
desde a Antiguidade, o contrato de seguro era a garantia daqueles que despachavam em embarcações e uma
forma de diluir o risco.
No capítulo Contrato de seguro, da obra Direito empresarial III, você aprenderá sobre os caracteres do contrato
de seguro e suas espécies, que continua se dividindo em inúmeros ramos conforme o surgimento de novas
tecnologias e relações. Você também irá aprender sobre o resseguro e a retrocessão, que garantem a saúde
financeira das grandes seguradoras.

Dica do Professor
Os planos de saúde têm regras específicas e muito claras como forma de proteger o segurado, que também é
considerado um consumidor frente à seguradora. A Agência Nacional de Saúde Complementar prescreve
prazos específicos, direitos e obrigações dos segurados.
Nesta Dica do Professor, você irá aprender sobre as principais características dos planos de saúde, assim como
seus direitos, deveres e possibilidade de portabilidade de seu plano.

Na prática
Os planos de saúde são importantes não apenas para os seus segurados, mas para o próprio Estado
brasileiro. Cidadãos com planos de saúde recorrem menos ao Sistema Único de Saúde e têm uma vida mais
saudável, contribuindo para o desenvolvimento social. Em razão da grande parcela da população atendida
pelos planos de saúde, é um mercado de seguro muito regulamentado.
Enquadrando-se como um seguro de pessoas, essa espécie de seguro tem lei específica, que é a Lei 9.656/98,
denominada Lei dos Planos e Seguros Privados de Assistência à Saúde. Entretanto, é muito comum as
seguradoras recusarem cobertura aos seus segurados em razão de doenças preexistentes ou em face aos
custos dos tratamentos.
Veja, neste Na Prática, como uma consumidora conseguiu, no Poder Judicário, que o seu plano de saúde lhe
desse cobertura securitária.

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