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Metodologia Científica

Metodologia
Científica
CRUZADA MARANATA
FACULDADE BATISTA
BRASILEIRA

Andrea Brandão de Oliveira Kraus


Diretora Geral

Marli Wandermurem
Diretora Acadêmica

MATERIAL DIDÁTICO ÁTICO


Produção Acadêmica
Camila Jacobina
Coordenadora Geral da Secretaria

Luciana Catarino Bandeira e


Ariadenes Oliveira
Autoria

Produção Técnica

Camila Jacobina
Análise Técnica

Edson Neves
Ilustrações

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610 de


19/02/98.
É proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios,
sem autorização prévia, por escrito, da Faculdade Batista Brasileira.
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

TEMA 1 – Estudando a ciência


Conteúdo 1 – A ciência e o conhecimento científico 9
Conteúdo 2 – Níveis de conhecimento: Empírico e científico 11
Conteúdo 3 – Níveis de conhecimento: filosófico e teológico 14
Conteúdo 4 – Métodos científicos 17
Exercícios

TEMA 2 – Trabalhos acadêmicos


Conteúdo 1 – Leitura e Fichamento 25
Conteúdo 2 – Resumo 29
Conteúdo 3 – Resenha 32
Conteúdo 4 – Artigo 36
Exercícios

TEMA 3 – Construindo a pesquisa


Conteúdo 1 – Conceito e classificação de pesquisa científica 43
Conteúdo 2 – Projeto de pesquisa (Tema, problema, hipóteses e objetivos) 46
Conteúdo 3 – Projeto de pesquisa (justificativa, fundamentação teórica, metodologia,
cronograma e orçamento) 52
Conteúdo 4 – Ética na pesquisa 54
Exercícios

TEMA 4 – Normas e apresentação da ABNT


Conteúdo 1 – NBR 10520:2002 – apresentação de citações em trabalhos acadêmicos 61
Conteúdo 2 – NBR 6023:2002 – normalização de referências 67
Conteúdo 3 – Apresentação de trabalhos acadêmicos: elementos pré-textuais 69
Conteúdo 4 – Apresentação de trabalhos acadêmicos: elementos textuais e pós-
textuais 71
Exercícios

Elementos de Interação – Estudo de caso

REFERÊNCIAS 75
APRESENTAÇÃO

Prezados Alunos,

Estamos dando início aos nossos estudos da disciplina Metodologia Científica. Esta
disciplina é muito interessante e, com certeza, vai agregar muito em suas formações profissionais
e pessoais. Ela irá tratar da construção de trabalhos científicos. Vocês irão vislumbrar um mundo
novo e passarão a entender muito mais o cenário acadêmico no qual estão sendo inseridos.
Encarem esta disciplina como um desafio, como tantos outros que a vida oferece. Todo
ser humano é capaz de qualquer coisa, quando se dispõe a realizar. Acreditem no potencial de
vocês e vamos em frente!

Boa Sorte!

Luciana Bandeira e Ariadenes Oliveira


TEMA 1
ESTUDANDO A CIÊNCIA
TEMA 1 11

TEMA 1 – Estudando a ciência

Metodologia vem de método, de forma, ou seja, o caminho para realizar trabalhos


científicos. Agora que vocês já sabem o que é metodologia é preciso conhecer também o conceito
de ciência, uma vez que o nome da disciplina é metodologia científica. Será abordado neste
tema o conceito de ciência, assim como a sua função e objetivo. Iremos discutir também sobre os
diversos níveis de conhecimento, focando principalmente no científico. Por fim, serão abordados
os diversos métodos utilizados em pesquisas acadêmicas.

Figura 1 – Pedagogia & ciência


Fonte: Pedagogia... (2012).

CONTEÚDO 1 – A CIÊNCIA E O CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Podemos definir ciência como qualquer assunto que possa ser estudado pelo homem
com a utilização de método científico por meio da observação e dos experimentos.

O termo ciência vem do grego e designa conhecer. De forma geral, os gregos


definiam a ciência como todo saber criticamente fundamentado. Sendo assim, toda
indagação racional fazia parte de um único saber.

Por meio do desenvolvimento de pesquisas científicas, o homem modifica a realidade


e o dia a dia das pessoas, melhorando a qualidade de vida Por exemplo, o avanço no campo da
medicina já descobriu a cura de uma série de doenças. Oliveira (1987) acrescenta ainda que, por
intermédio da ciência e da tecnologia, temos aparelhos de comunicação, o computador, fibras
ópticas, meios de transportes complexos, instrumentos cirúrgicos de alta precisão, equipamentos
na área de engenharia, energia nuclear, complexos sistemas de produção, aviões, controles de
pragas, dentre outros.
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Figura 2 - Evolução
Fonte: Sampaio (2009).

Como podemos perceber, a evolução da ciência gera benefício em todas as áreas, no


entanto não podemos esquecer que ela encontra-se dentro de um contexto dinâmico, sujeito a
alterações e, portanto, não existe a verdade absoluta, pois o que é considerado como certo hoje
pode ser modificado no futuro.
Por exemplo, um tratamento para infecção de garganta, considerado como extremamente
eficiente em 1990, em 2015, poderá ser descoberto um remédio que, além de sanar a infecção
de forma mais rápida, não gera efeitos colaterais.
Vejamos agora o resumo dos principais aspectos que compõem o conceito de ciência:

abrange todos os campos do conhecimento humano;


trata-se de um estudo, com critérios metodológicos, das relações existentes
entre causa e efeito de um fenômeno;
é uma forma de conhecimento sistemático, ou seja, ordenado logicamente;
é um conhecimento demonstrável por meio de pesquisas e testes;
qualquer assunto que possa ser estudado pelo homem com a utilização do mé-
todo científico;
por meio dela se descobre e se inventa;
todo saber criticamente fundamentado.

 Objetivo da ciência:
Estabelecer a distinção das leis que regem as relações de causa e efeito.

 Função da ciência:
Aperfeiçoamento do conhecimento em todas as áreas.

 Classificação da ciência
TEMA 1 13

A ciência pode ser classificada em formais ou factuais. Vejamos os conceitos:

Ciências formais ou puras: Estudos das ideias. É necessário passar pela


demonstração. Exemplos: lógica e a matemática.
Ciências factuais: Estudo dos fatos. É necessário passar pela prova da experiência.
Exemplos: ciências naturais e ciências sociais.

CONTEÚDO 2 – NÍVEIS DE CONHECIMENTO: EMPÍRICO E CIENTÍFICO

Será abordado, inicialmente, neste conteúdo, o nível de conhecimento empírico e


científico; no conteúdo seguinte, os conhecimentos filosófico e teológico.
O conhecimento científico não é o único caminho para se alcançar verdade; existem
outros meios de se observar o mesmo fenômeno. Para entendermos melhor esta questão,
inicialmente, precisaremos compreender o conceito de conhecimento.
Conhecer é uma relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto
conhecido que nada mais é do que o fenômeno observado. Pelo conhecimento, o homem penetra
as diversas áreas da realidade.

Existem quatro níveis de conhecimento:


– conhecimento empírico;
– conhecimento científico;
– conhecimento filosófico;
– conhecimento teológico.

Para entendermos o que significa conhecimento empírico e científico, vamos analisar os


exemplos descritos por Lakatos e Marconi (2010):

a) um camponês iletrado, que nunca foi à escola, que é extremamente desprovido do


conhecimento acadêmico, tem conhecimento sobre a terra que é o seu instrumento de
trabalho. Sabe o momento certo da semeadura, a época da colheita, a necessidade
da utilização de adubos, as providências a serem tomadas contra ervas daninhas e
pragas, conhece também qual o tipo de solo adequado para as diferentes culturas.
b) existe também outra estratégia de se trabalhar no setor agrícola com maquinário
especializado, adubos químicos, poderosos produtos defensivos contra pragas e
questiona-se até a relevância do controle biológico dos insetos. Trabalham nesta
equipe agrônomos, biólogos e até engenheiros para desenvolver as máquinas e
equipamentos utilizados no processo.

Observem que existem, nesses exemplos, duas formas distintas de observar o fenômeno
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e de interferir na realidade: a primeira, por meio do conhecimento empírico, também conhecido


como popular; o segundo, mediante o conhecimento científico.
Passaremos agora a analisar os conceitos e as particularidades de cada grau de
conhecimento descrito nos exemplos citados.

Figura 3 - Agricultura rural Figura 4 - Agricultura e tecnologia


Fonte: Caroline (2011). Fonte: CAMBIO... (2012).

2.1 Conhecimento Empírico

O conhecimento empírico, também conhecido como vulgar ou popular, é o modo


espontâneo de conhecer, que está presente no dia a dia. É o conhecimento do povo, obtido por
acaso, após inúmeras tentativas.
Pela linguagem, os conhecimentos se transmitem de uma geração para outra. É obtido
sem método e por investigação pessoal.
No conhecimento empírico, não se conhece a relação de causa e efeito, tão necessária
para a ciência, ou seja, o porquê do fenômeno, a causa.
Ao perguntar a uma pessoa iletrada se o sol nascerá no dia seguinte, com certeza à
resposta será afirmativa. Esta resposta estará fundamentada em quê? Estará fundamentada na
observação, pois todos os dias esta pessoa passa pela experiência do sol nascer ao raiar do dia
e se pôr ao entardecer. Ela não saberá responder o porquê, a causa que gera o fenômeno, ou
seja, a relação de causa e efeito.
Vejamos agora as principais características do conhecimento empírico destacadas por
Lakatos e Marconi (2010):

Superficial: não conhece as causas profundas e verdadeiras que explicam o fenômeno,


conforma-se apenas com a aparência; é o mais superficial de todos os níveis de conhecimento.
Sensitivo: refere-se à vivência do dia a dia.
Subjetivo: é o próprio sujeito responsável por organizar as experiências. Pode ser
adquirido por vivência própria ou de terceiros (ouvir falar).
Assistemático: adquirido ao acaso, sem a utilização de métodos científicos.
Acrítico: não existe crítica devidamente fundamentada que explique a veracidade dos
fatos.
Verificável: por meio a observação diária.
TEMA 1 15

Falível e inexato: conforma-se apenas com a aparência do fenômeno.

Vejamos agora alguns exemplos de conhecimento empírico:


Um remédio natural que foi concebido pela combinação de ervas.
Uma pessoa que aprende a concertar carros observando outras.

2.2 Conhecimento Científico

De acordo com Lakatos e Marconi (2010), podemos definir o conhecimento científico


como aquele em que as hipótese e proposições têm sua veracidade ou falsidade conhecida por
meio da experimentação.

O conhecimento científico é caracterizado por:


a) ir além do empírico;
b) procurar conhecer, além dos fenômenos, suas causas e leis;
c) buscar constantemente explicações e soluções;
d) não ser considerado algo pronto.

Vejamos agora as principais características do conhecimento científico:

Racional: é constituído por elementos básicos, como hipóteses e definições,


diferenciando-se das sensações e imagens.
Certo ou provável: a ciência encontra-se dentro de um contexto dinâmico, em
constante movimento, não sendo definitiva. Por conta disso, não se pode atribuir à ciência a
certeza indiscutível.
Obtidos metodologicamente: é adquirido mediante regras lógicas e procedimentos
técnicos, ou seja, pelo método científico. Já o conhecimento empírico é diferente, pois é adquirido
ao acaso, como visto na seção anterior.
Sistematizados: sistema de ideias logicamente correlacionadas.
Verificáveis: é necessário passar pelo exame da experiência (ciências factuais) ou da
demonstração (ciências formais).
Claro e preciso: ao contrário do conhecimento popular, que é obscuro, o cientista se
esforça ao máximo para ser exato e claro.
Comunicável: deve ser formulado de tal forma que outros investigadores possam
verificar seus dados e hipóteses. Deve ser considerado como propriedade da humanidade, uma
vez que a divulgação do conhecimento é a mola propulsora do progresso e da ciência.
Acumulativo: novos conhecimentos podem substituir os antigos quando estes se
revelarem ultrapassados.
Aberto: a ciência propõe-se a realizar novas investigações, sempre que houver a
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necessidade de se esclarecer algum assunto.


Útil: o conhecimento científico gera uma série de benefícios para a humanidade, seja
na área de saúde, no avanço tecnológico etc.

Vejamos agora alguns exemplos de conhecimento científico:


a) os planetas giram em torno do Sol em órbitas elípticas, com o Sol ocupando
um de seus focos;
b) a descoberta da penicilina;
c) construção de aparelhos tecnológicos que possibilitam a comunicação;
d) criação de máquinas e equipamentos que tornam os processos mais produti-
vos;
e) criação de vacinas que previnem doenças.

2.3 Natureza do espírito científico

 Atitude de um pesquisador que busca soluções sérias, com métodos adequados.


 É conquistada com muito esforço.
 Espírito científico se traduz em uma mente crítica, objetiva e racional.

Crítica

Criticar é julgar, distinguir para melhor avaliar.

Objetiva
 Implica no rompimento com todas as posições subjetivas, pessoais e sem
fundamentos.
 A objetividade torna o trabalho científico impessoal.
 “Eu acho”, “ eu penso ser assim” não satisfazem a objetividade do saber.

Racional

As únicas razões explicativas de uma questão só podem ser intelectuais e racionais.

CONTEÚDO 3 – NÍVEIS DE CONHECIMENTO: FILOSÓFICO E TEOLÓGICO

Abordaremos, neste conteúdo, os dois outros níveis de conhecimento: o filosófico e o


teológico. Começaremos pelo filosófico. Vamos lá!
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3.1 Conhecimento Filosófico

Antes de abordarmos as características que são inerentes ao conhecimento filosófico,


vamos entender melhor o que é Filosofia.
A palavra Filosofia é composta por duas outras palavras de origem grega: filos, que
significa amor, amizade; e sofia, que significa sabedoria ou conhecimento. Unindo os dois
conceitos, o Filósofo seria o amigo da sabedoria, ou seja, não é o detentor do saber, e sim uma
pessoa que busca o saber continuamente.
A filosofia é a ciência das primeiras causas e dos primeiros princípios. Ela envolve a
integração das ciências particulares. A sua tarefa fundamental é a interpretação.
Filosofar é interrogar, uma vez que não há soluções definidas para grande número de
questões.

Figura 5 – Interrogação
Fonte: Interrogação... (2012).

O conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os


problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, recorrendo unicamente às luzes
da própria razão humana (LAkATOS; MARCONI 2010).
Enquanto as ciências estudam as leis que regem determinados fenômenos, o
conhecimento filosófico unifica o conjunto das leis cientificas em leis supremas.
O conhecimento filosófico procura conhecer as causas reais e profundas de todas as
coisas, ou seja, a origem, ao contrário das ciências particulares, que se preocupam com as
causas próximas.
Agora que já entendemos o que significa Filosofia, vamos analisar algumas das principais
características que compõem o conhecimento filosófico.

Valorativo: o seu ponto de partida consiste em hipóteses que não poderão ser
submetidas à observação. De acordo com Lakatos e Marconi (2010, p. 19): “[...] as hipóteses
filosóficas baseiam-se na experiência, portanto, este conhecimento emerge da experiência e não
da experimentação.”
Não verificável: os enunciados das hipóteses filosóficas, ao contrário do que ocorre no
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campo da ciência, não podem ser confirmados nem refutados.


Racional: consiste em um conjunto de enunciados logicamente correlacionados.
Sistemático: suas hipóteses e enunciados visam a representação coerente da realidade
estudada, em uma tentativa de apreendê-la em sua totalidade.

3.2 Conhecimento Teológico

O conhecimento teológico é adquirido mediante a aceitação de uma revelação divina,


respaldado pela fé; não pode ser provado cientificamente e nem admite crítica.
Outra característica importante é a ausência de método. As verdades de que trata o
conhecimento teológico são infalíveis ou indiscutíveis. São adquiridas por meio da crença na
existência de um ser superior.

Vejamos agora alguns exemplos de conhecimento teológico:

Escrituras Sagradas, tais como a Bíblia, o Alcorão, a Sagrada Tradição, que reúnem
decisões de Concílios e Sínodos, as Encíclicas Papais etc.
Também podem ser incluídos como conhecimentos teológicos os ensinamentos dos
teólogos e mestres da Igreja.

Figura 6 - Fé
Fonte: Fé (2012).
TEMA 1 19

Como podemos concluir, são quatro os níveis de conhecimento, cada um com suas
especificidades e funções: empírico, científico, filosófico e teológico.

O empírico é o mais superficial, observando apenas o efeito do fenômeno sem se


preocupar com a causa.
O científico é mais profundo do que o empírico, pelo fato de estabelecer a relação de
causa e efeito, ou seja, a explicação do fenômeno.
O filosófico é mais profundo que o científico por não se satisfazer apenas com as
causas próximas e preocupar-se com as causas reais e profundas de todas as coisas, ou seja,
a origem.
O teológico é aceito única e exclusivamente pela fé.

CONTEÚDO 4 – MÉTODOS CIENTÍFICOS

Neste conteúdo será abordado o conceito e os principais tipos de método científico.


Este assunto é de extrema importância, uma vez que não existe ciência sem o emprego de
método científico.
Vocês lembram quando estávamos estudando o conhecimento científico, que uma das
principais características era exatamente a necessidade de critérios metodológicos? Então,
vamos conhecer um pouco deste interessante assunto agora.
Vamos, inicialmente, analisar o conceito de método científico. Em um segundo momento,
conheceremos os principais métodos e as suas mais relevantes características.
De acordo com Gil (2010), a investigação científica depende de um conjunto de
procedimentos intelectuais e técnicos para que seus objetivos sejam atingidos: os métodos
científicos.

Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que se devem


empregar na pesquisa. É a linha de raciocínio adotada no processo de investigação. O
método é a estratégia que o pesquisador irá adotar, ou seja, a base lógica da investi-
gação.
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O método utilizado em uma pesquisa tem que estar de acordo com a natureza do que
se pretende investigar.
Os principais métodos de abordagem são os seguintes:

a) indutivo;
b) dedutivo;
c) hipotético-dedutivo;
d) dialético;
e) fenomenológico.

Vamos agora conhecer cada um desses métodos. Vamos lá!

a) método indutivo

Método proposto pelos empiristas Bacon, Hobbes, Locke e Hume.


No raciocínio indutivo, a generalização deriva de observações de casos da realidade
concreta. As constatações particulares levam à elaboração de generalizações, ou seja, é um
processo mental, em que se parte de dados particulares para chegar a uma conclusão geral que
não está explícita nas partes examinadas.
Podemos, desta forma, afirmar que, no método indutivo, o objetivo dos argumentos é
levar a conclusões mais amplas do que os conteúdos das premissas nas quais o pesquisador
se baseou. Desta forma, as conclusões geradas pelo emprego do método indutivo são
PROVAVELMENTE verdadeiras.
Vejamos um exemplo esclarecedor sobre o método indutivo.

Exemplo 1
Pedro é mortal.
José é mortal.
Sérgio é mortal.
Ora, Pedro, José... e Sérgio são homens.
Logo, (todos) os homens são mortais.

Exemplo 2
A zebra 1 é listrada.
A zebra 2 é listrada.
A zebra 3 é listrada.
Logo, toda zebra é listrada.

Percebam que este método parte da premissa menor para a maior, ou seja, do específico
para o geral.
O método indutivo se operacionaliza em três etapas:

Primeira etapa: observação dos fenômenos.


TEMA 1 21

Segunda etapa: descoberta da relação entre eles.

Terceira etapa: generalização da relação.

b) método dedutivo

Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz, que pressupõem que
só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro.
O raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Por intermédio
de uma lógica descendente, de análise do geral para o particular, chega-se a uma conclusão.
Vejamos agora um exemplo esclarecedor do método dedutivo:

Toda mulher produz o hormônio estrógeno ...................................... (premissa maior)


Joana é mulher ............................................................................... (premissa menor)
Logo, Joana produz o hormônio estrógeno.............................................. (conclusão)

É possível observar, na lógica do método dedutivo, que a necessidade de explicação


não reside nas premissas, mas, ao contrário, na relação entre premissas e conclusão gerada
(LAkATOS; MARCONI, 2010).

c) método hipotético-dedutivo

Proposto por Popper consiste na adoção da seguinte linha de raciocínio:

Conhecimentos sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de um


fenômeno.

Surge a lacuna, contradição ou problema.

Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas conjecturas


ou hipóteses.

Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que deverão ser testadas ou


falseadas.

Falsear significa tornar falsas as consequências deduzidas das hipóteses


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Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo confirmar a hipótese, no


método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para der-
rubá-la.

d) método dialético

Fundamenta-se na dialética proposta por Hegel, na qual as contradições se transcendem,


dando origem a novas contradições que passam a requerer solução.
É um método de interpretação dinâmica e totalizante da realidade. Considera que os
fatos não podem ser considerados fora de um contexto social, político, econômico etc. Empregado
em pesquisa qualitativa (GIL, 2010).
Vejamos agora as principais leis da dialética descritas por Lakatos e Marconi (2010):
– ação recíproca, ou seja, tudo se relaciona;
– mudança dialética, ou seja, tudo se transforma;
– passagem da quantidade para a qualidade;
– interpretação dos contrários.

e) método fenomenológico

Preconizado por Husserl, o método fenomenológico preocupa-se com a descrição direta


da experiência tal como ela é.
A realidade é construída socialmente, portanto, ela não é única. Trata-
se de descrever, compreender e interpretar os fenômenos que se apresentam
à percepção. Propõe-se a extinção da separação entre “sujeito” e “objeto”.
O método fenomenológico caracteriza-se pela ênfase no “mundo da vida cotidiana”. O
sujeito/ator é reconhecidamente importante no processo de construção do conhecimento.

Aprendendo Mais!
Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/reflexoes-a-respeito-da-fenomenologia-e-do-
metodo-fenomenologico/40562/#ixzz1wd7GfLlV .
TEMA 1 23

Agora vamos exercitar o que aprendemos, vamos lá!

Figura 7 - Professor.
Fonte: PROFESSOR... (2012).

EXERCÍCIOS

1) Construa um conceito de ciência e destaque as principais características do espírito


científico.
2) Descreva os níveis de conhecimento existentes com exemplos práticos.
3) Explique por que não se pode considerar o conhecimento científico como verdade
absoluta.
4) Explique a linha de raciocínios dos métodos indutivo e dedutivo.

5) Explique por que o nível de conhecimento filosófico é considerado mais profundo que
o científico.
TEMA 2
TRABALHOS
ACADÊMICOS
TEMA 2 27

TEMA 2 – Trabalhos acadêmicos

Neste tema, abordaremos alguns trabalhos acadêmicos. Iremos estudar o conceito e a


forma de elaborar os fichamentos, resumos, resenhas e artigos.
Estes assuntos são importantes, uma vez que fazem parte do dia a dia do Aluno do
ensino superior. Sendo assim, vamos todos prestar bastante atenção!

Figura 8 - Atenção
Fonte: Atenção (2012).

CONTEÚDO 1 – LEITURA E FICHAMENTO

Neste conteúdo, abordaremos o primeiro dos trabalhos acadêmicos: o fichamento.


No entanto, antes de iniciarmos a discussão desse assunto, vamos estudar um pouco sobre a
leitura e suas estratégias. Afinal, antes de escrever qualquer trabalho acadêmico, é necessário,
inicialmente, ler e entender o texto. Vamos lá!

1.1 Leituras e suas técnicas

Saber ler e interpretar um texto é fundamental; é o ponto inicial para a execução de


qualquer trabalho acadêmico. Segundo Medeiros (2009), existem quatro níveis de leitura:

Nível 1. Leitura elementar: leitura de base ou inicial, apenas para reconhecimento do


texto.
Nível 2. Leitura inspecional: utiliza-se maior tempo para que seja possível fazer uma
análise mais apurada do texto.
Nível 3. Leitura analítica: é minuciosa, completa e tem em vista o entendimento.
Nível 4. Leitura sintópica: comparativa, para quem lê vários livros é já adquiriu a habilidade
de correlacioná-los.
28 TEMA 2

Os quatro níveis de leitura citados não são cumulativos. O leitor habilidoso tran-
sita com desenvoltura pelos quatro níveis.

Figura 9 - Subir escada


Fonte: SUBIR... (2012).

Vejam agora algumas técnicas de leitura! Elas podem facilitar o processo.

 Visão geral dos capítulos


O leitor verificará a estrutura do capítulo, os títulos e subtítulos. O objetivo é encontrar
resposta para as seguintes questões:

1. Qual o assunto do capítulo?


2. Qual a ordem das ideias expostas?

 Questionamento despertado pelo texto


Nesse estágio, faz-se levantamento de perguntas, sem a preocupação de respondê-las.
Deve-se começar a transformar títulos e subtítulos em questões. Por exemplo:

“ Técnicas de leituras” Quais são as técnicas de leitura?


O objetivo principal desta estratégia é desenvolver a capacidade de interrogar.

 Estudo do vocabulário
É a hora de estudar o vocabulário do texto. O leitor não deverá consultar o dicionário
logo no primeiro momento, porém deverá fazer esforço para compreender a palavra dento do
contexto. Após esta tentativa, em um segundo momento, buscará a palavra no dicionário.

 Linguagem não verbal


Refere-se a observar, atentamente, todas as informações apresentadas por ilustrações
(fotos, mapas, quadros, gráficos, tabelas etc.). Estas figuras podem trazer muitas informações a
respeito do assunto abordado.
TEMA 2 29

 Essência do texto
Passando pelos passos citados, o leitor estará apto a buscar o conteúdo profundo de
um texto. É nesta etapa que deverá sublinhar as informações mais importantes. Recomenda-se
cuidado para não sublinhar informações desnecessárias.
Neste momento, o leitor deverá conseguir:

a) identificar a ideia principal;


b) conhecer os argumentos do autor;
c) avaliar as ideias expostas.

 Resumo do texto
Foco nas ideias principais do texto. Lembrando-se de que resumo não é cópia das
ideias principais do texto, mas sim a recriação do texto original. Abordaremos este assunto no
próximo conteúdo.

 Avaliação
O objetivo deste tópico é salientar a essencialidade de o leitor desenvolver capacidade
crítica. Lembram as perguntas elaboradas no item “questionamento despertado pelo texto”?
Então, agora é a hora de respondê-las, avaliando se alguma permanece sem resposta.
Bom, agora que vocês já aprenderam a desenvolver uma boa leitura, vamos passar
para o próximo tópico. Aprender a elaborar fichamentos!

1.2 Fichamento

O fichamento é uma ferramenta muito utilizada entre os pesquisadores. Diante de uma


pesquisa de grau elevado, é preciso ter fôlego e organização na estruturação das informações
pesquisadas, para que elas não se percam ao longo do caminho.
O armazenamento dessas informações pode ser realizado em um arquivo de fichas,
conforme modelo apresentado a seguir.

Medeiros (2004, p.116).


30 TEMA 2

Com a evolução tecnológica, a forma mais atual de armazenar essas informações é em


arquivos eletrônicos, no computador.

Os arquivos eletrônicos possuem diversas vantagens, entre elas:

a) não existe limites de linhas, como nos fichamentos de papel;


b) pode-se copiar informações de uma arquivo para outro de forma rápida;
c) utiliza ferramentas que possibilitam ao computador localizar expressões-chave

Figura 10 – Computador
Fonte: Computador (2012).

Existem três principais modalidades de fichamento, quais sejam:

 Fichamento de transcrição

Consiste na reprodução fiel de texto do autor citado, ou seja, é um fichamento de citação


direta. Abordaremos o assunto citação no quarto tema deste módulo.

 Fichamento de resumo

Este tipo de fichamento consiste em reduzir o texto em suas ideias principais, ou seja, é
a compreensão do texto e a elaboração de um novo, sem expor comentários e sendo totalmente
fiel à ideia do texto original.
A diferença entre o fichamento de resumo e o resumo propriamente dito é que o primeiro
é um texto mais compacto e seletivo do que o segundo.

 Fichamento de comentário
TEMA 2 31

No fichamento de comentário, é feita uma apreciação da obra lida. Deve-se


destacar se existem pontos fortes e fracos na argumentação do autor, se as conclusões
são satisfatórias, a quem a obra é indicada etc.

Enfim, agora que vocês já sabem o que é e como se faz um fichamento, podemos
passar para o assunto resumo, próximo conteúdo a ser abordado neste tema.

CONTEÚDO 2 – RESUMO

Neste conteúdo, vocês irão aprender a fazer resumos acadêmicos. Este


aprendizado é extremamente importante, uma vez que é uma atividade muito solicitada e
uma ferramenta de estudo muito valiosa.
Podemos definir resumo como uma apresentação sucinta e compacta dos pontos
mais importantes de um texto.
Os resumos devem ser elaborados de acordo com a NBR 6028:1990, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que define as regras para a sua
redação e apresentação.

Aprendendo Mais!
A Associação Brasileira de normas técnicas (ABNT) é o órgão responsável pela
normalização técnica no país e é uma entidade privada sem fins lucrativos que tem como
objetivo fornecer a base necessária para o desenvolvimento tecnológico brasileiro.

O que é normalização?
É a atividade que estabelece a utilização comum e com o objetivo de alcançar um grau
ótimo de ordem em um determinado contexto.
A normalização não está presente apenas na uniformização da publicação de trabalhos
acadêmicos, ela encontra-se também na fabricação de produtos, na transferência de
tecnologia, na melhoria da qualidade de vida por meio de normas relativas à saúde,
segurança e preservação do meio ambiente.

Vejamos agora alguns pontos que nos ajudam a entender melhor o conceito de
resumo:
É a apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto:

• é o procedimento de reduzir um texto sem destruir-lhe o conteúdo;


• ressalta a progressão e articulação das ideias;
• devem aparecer as principais ideias do autor.
32 TEMA 2

O resumo é extremamente importante no meio acadêmico, pois abrevia o tempo dos


pesquisadores; transmite a informação para que o leitor decida se irá consultar o texto completo
ou não. Desta forma, podemos afirmar que a leitura do resumo deve permitir:

• conhecimento do documento;
• determinar se é preciso ler o documento na íntegra.

De acordo com Medeiros (2009), um resumo deve destacar, quanto ao conteúdo, quatro
itens básicos:

• assunto do texto;
• objetivo do texto;
• articulação das ideias;
• conclusões do autor.

Não se esqueçam de colocar no resumo noções das conclusões. Lembrem-se de


que o resumo é para informar e não para criar suspense sobre o conteúdo do texto ori-
ginal.

Existem três requisitos que são essenciais na construção do resumo:

Concisão: a escrita deverá ser concisa, as ideias devem ser bem expressas com um
mínimo de palavras.
Precisão: utilizar palavras adequadas para o perfeito entendimento de cada conceito.
Clareza: deverá ser utilizado um estilo fácil, transparente, a fim de facilitar a compreensão.

Figura 11 - Pessoa escrevendo


Fonte: PESSOA... (2012).
:
TEMA 2 33

2.1 Tipos de resumo

De acordo com a ABNT, os resumos são classificados em:


a) indicativo;
b) informativo;
c) crítico.

Vejamos agora as especificidades de cada tipo.

a) Indicativo
Também conhecido como descritivo, não dispensa a leitura do texto original. Apenas
descreve a natureza, a forma e o objetivo do documento.

b) Informativo
Também conhecido como analítico, contém as informações essenciais apresentadas no
texto, tais como: objetivo da obra, métodos e técnicas empregadas e conclusões. Pode dispensar
a leitura do texto original.

c) Crítico
Também conhecido como resenha, informa sobre o conteúdo do trabalho e formula
julgamento sobre ele. Analisaremos este tipo de trabalho no próximo conteúdo deste tema.
Aguarde!

Nos resumos indicativos e informativos, não é permitido juízo de valor, ou seja,


opinião. Além disso, é essencial ser totalmente fiel ao texto original

Prestem atenção a algumas dicas essenciais na concepção de um resumo:

Dica 1: A estrutura deve ser lógica, ou seja, ter começo, meio e fim.
Dica 2: Utilizar a terceira pessoa do singular e o verbo na voz ativa (descreve, aborda,
estuda etc.).
Dica 3: Evitar frases longas, assim como citações e explicações detalhadas.
Dica 4: Evitar expressões do tipo: o “autor trata”, no “texto do autor” e similares.
Dica 5: Devem ser seguidos de palavras-chave, que são palavras que possuem uma
relação próxima com o texto.
34 TEMA 2

Figura 12 - Dica
Fonte: Dica (2012).

Atenção!!!!!
Resumo não é cópia e não pode conter trechos copiados do texto original.

Segundo a ABNT:
a) resumo é constituído de um só parágrafo;
b) tem no máximo 500 palavras;
c) deve utilizar espaçamento simples

Veja, a seguir, o exemplo de um resumo.

RESUMO
O propósito desta pesquisa consiste em analisar de que forma o Professor que atua no ensino
superior consegue qualificar-se pedagogicamente, destacando as duas categorias básicas
de docentes: o licenciado e o bacharel. Quanto ao bacharel, discute-se a lacuna pedagógica
existente em sua formação enquanto profissional da educação. No sentido de encontrar resposta
para esta questão, motivação desta pesquisa, realizou-se um estudo de caso, no qual observou-
se a prática docente de Professores considerados excelentes pelos Alunos, em uma Instituição
de Ensino Superior (IES) de caráter privado, em Salvador, no curso de Engenharia de Produção,
com ênfase em gestão empresarial. Esta pesquisa levanta, também, as competências essenciais
à boa prática docente e a importância da gestão da IES no sentido de possibilitar a qualificação
do corpo docente, enfocando o desafio de Professores e Gestores, para possibilitar a qualidade
do ensino superior. A conclusão destaca a lacuna pedagógica existente na formação do bacharel,
comprovando que este profissional, em algumas situações, desenvolve o fazer docente de forma
empírica, levantando alguns indícios de como o bacharel-Professor consegue suprir a sua lacuna
pedagógica e desenvolver, com excelência, a atividade de educador.

Palavras-Chave: Qualificação pedagógica. Ensino superior. Gestão escolar.

CONTEÚDO 3 – RESENHA
TEMA 2 35

Vamos agora aprender a fazer resenha!

De acordo com Medeiros (2009), resenha é um relato minucioso das propriedades de


um objeto ou de suas partes; é um tipo de redação técnica, que inclui variadas modalidades de
textos: descrição, narração e dissertação.
A resenha é um tipo de trabalho que exige domínio sobre o assunto e maturidade
intelectual para fazer a avaliação e crítica da obra.
Existem dois tipos de resenha:

a) descritiva;
b) critica.

a) resenha descritiva

Neste caso, a resenha é um texto descritivo. Nesta modalidade de resenha, o objetivo


do escritor é transmitir ao leitor um conjunto de propriedades do objeto resenhado. Desta forma,
podemos afirmar que a descrição da situação que envolve o objeto é o foco principal do trabalho.
Vejamos agora uma sugestão de estrutura de resenha descritiva. Vamos lá?

- referência;
- nome do resenhista;
- credenciais sobre o autor: informações sobre o autor, nacionalidade, formação
universitária, obras publicadas:;
- resumo da obra: resumo das ideias principais da obra. De que trata o texto? Qual
sua característica principal?
- conclusões da autoria: quais as conclusões a que o autor chegou?
- metodologia empregada: quais métodos e técnicas foram utilizados?

Esta estrutura é apenas uma sugestão, não é fixa, é flexível. Dependendo da natu-
reza do que está sendo resenhado, alguns tópicos serão mais relevantes do que outros.
Por exemplo, na resenha de uma tese de doutorado, a metodologia terá uma importân-
cia bem maior do que a resenha da final de um campeonato de futebol.

O objeto resenhado é diverso, podendo ser: um jogo de futebol, um livro, um filme, uma
peça de teatro, uma dissertação de mestrado etc.

Atenção!
E importante destacar que, normalmente, as resenhas publicadas em periódicos, além
dos aspectos descritivos, possui apreciações e julgamento da obra, e ponto de vista defendido,
36 TEMA 2

sendo a parte crítica o ponto mais relevante do texto. Desta forma, uma resenha crítica é a que
nós vamos ver a seguir.

b) resenha crítica

A resenha crítica, também conhecida como cientifica, tem como ponto principal a crítica,
a apresentação de argumentos e provas.
Veja agora alguns pontos importantes que compõem o conceito de resenha crítica:

- tipo de resumo crítico;


- permite comentários e opiniões;
- inclui julgamento de valor;
- pode incluir comparação com outras obras;
- inclui avaliação da relevância da obra.

A resenha crítica contém, além dos elementos presentes na resenha descritiva,


comentários sobre as ideias do autor e julgamento do resenhista sobre a qualidade da
obra.

Veja, a seguir, trecho da resenha de um CD de Cássia Eller, publicada na revista Veja,


de 4 de dezembro de 2002, citado na obra de Medeiros (2009, p. 167).

“Quando morreu, em dezembro de 2001, Cássia Eller estava empenhada em


realizar uma metamorfose artística. Cansada do rótulo de roqueira barulhenta, ela queria
consolidar a imagem de excelente intérprete, o que de fato era.” (MARTINS, 2002 apud
MEDEIROS, 2009, p. 167).

Vamos observar o que o resenhista Sérgio Martins destaca em sua obra:

a) conhecedor da cantora e sua obra;


b) mostra conhecer os anseios da cantora com a nova obra;
c) emite juízo de valor.

Agora que vocês já sabem o conceito de resenha crítica, passaremos a conhecer a sua
estrutura.
A estrutura de uma resenha crítica contempla os itens mencionados na resenha descritiva,
acrescentando alguns tópicos. São eles:

a) crítica do resenhista: julgamento da obra;


b) indicação da obra: a quem é dirigida a obra.
TEMA 2 37

O ponto mais importante de uma resenha crítica é o julgamento do resenhista.


Desta forma, é imprescindível ser conhecedor do objeto resenhado. A crítica deve sem-
pre ser bem fundamentada, com argumentos precisos e coerentes.

Veja um exemplo de resenha extraído da obra de Medeiros (2009, p. 143, grifos


do autor).

“ANDRADE, Mário de. Querida Henriqueta: cartas de Mário de Andrade a


Henriqueta Lisboa. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991. 214 p.
Já foram publicadas cartas de Mário de Andrade a Manuel Bandeira, a Oneyda
Alvarenga (Mário de Andrade: um pouco), a Álvaro Lins, a Fernando Sabino (Cartas
a um jovem escritor), a Carlos Drummond de Andrade (A lição do amigo), a Prudente
de Morais Neto, a Pedro Nava (Correspondente contumaz), a Rodrigo de Melo Franco e Anita
Malfatti. Em todas elas, é possível verificar a surpreendente revelação da personalidade de Mário
de Andrade, seus conhecimentos, suas preocupações, sua dedicação à arte, o entusiasmo com
que tratava os escritores iniciantes.
Em Querida Henriqueta, reunião de cartas de Mário à poetisa Henriqueta Lisboa, Mário
é tão generoso quanto fora em A lição do amigo, tão competente quanto fora nas cartas a Manoel
Bandeira. A exposição é sempre franca, os temas abordados variados e a profundidade e o valor
humano notáveis. Para alguns, as catas de Mário, em seu conjunto, estão no mesmo nível que
as suas criações literárias.
É possível ver nas cartas o interesse de Mário pela motivação dos iniciantes, analisando
com dedicação e competência tudo que lhe chegava às mãos. Há em seu comportamento o sentido
quase de missão estética. As recomendações são as mais variadas: ora sugere alterações, ora
a supressão, ora o cuidado com o ritmo, ora com as manifestações de conteúdo cultural. Não
é o mestre que fala, mas o amigo. Não é o professor, mas o artista experiente, que sabe o que
diz e porque diz, que tem consciência de tudo o que fala, que leva o trabalho artístico muito a
sério. As considerações não são, no entanto, apenas de ordem técnica. Mário de Andrade, por
sua argúcia crítica, penetra na análise psicológica. Assim, examina os retratos feitos por diversos
artistas, como Portinari, Anita Malfatti, Lasar Segall. Segundo ele, Segall ter-se-ia fixado em seu
lado obscuro, quase oculto, malévolo de sua personalidade.
A relação angustiada do autor de Macunaíma consigo mesmo aparece nas cartas a
Henriqueta Lisboa. Da mesma forma, aparecem o problema do remorso e da culpa, o cansaço
diante da propaganda pessoal, do prestígio, da notoriedade, da polêmica. Não silencia sequer a
análise das relações com a família. Aqui não é a imagem de Mário revolucionário e exuberante
que apresenta. Não. Também não há lamentações: tudo é exposto com extrema lucidez quanto
às virtudes e defeitos. Mário abre o coração numa confidência de quem acredita na amiga e nas
relações humanas.
As cartas foram escritas de 1939 a 1945, quando Mário veio a falecer e são mais do que
uma fonte de informação ou depósito de ideias estéticas: são um retrato de seu autor, com suas
angústias e expansões de alegrias, de emoção e de rigidez comportamental.”
38 TEMA 2

Comentários:
Observem que a crítica é extremante consistente; atentem também para o fato de
que ela é encontrada na maior parte do texto, diluída entre os parágrafos.
É comum o Aluno fazer a seguinte pergunta? Em que momento do texto deverá vir
a crítica?
A resposta é simples: ela pode vir no começo, no meio, no final ou, ainda, diluída
ao longo do texto, como acabamos de observar no exemplo citado. O importante é que
ela seja consistente e bem fundamentada.

Figura 13 - Exclamação
Fonte: Exclamação (2012).

CONTEÚDO 4 – ARTIGO

Estudaremos, neste conteúdo, o assunto artigo, que é uma publicação científica de


muita notoriedade no meio acadêmico. Você sabe o que é um artigo?
De acordo com ABNT, o artigo é um texto com autoria declarada, que apresenta e
discute ideias, métodos, processos, técnicas e resultados nas diversas áreas do conhecimento. É
necessário que o conteúdo do artigo agregue valor à área de estudo e contribua para a evolução
da ciência.
O estilo do artigo, assim como qualquer trabalho científico, deve ser claro conciso e
objetivo.

4.1 Tipos de Artigos

A ABNT assim classifica os artigos:

Artigo original: também conhecido como artigo científico, caracteriza-se por apresentar temas
ou abordagens próprias. Geralmente divulga resultados de pesquisas.
Artigo de revisão: caracteriza-se por ser resultado de uma pesquisa bibliográfica, ou seja,
analisa e discute informações já publicadas.
TEMA 2 39

4.2 Estrutura do Artigo

a) elementos pré-textuais

- Título
O artigo deve ter um título que expresse o seu conteúdo. Título e tema são elementos
distintos. O título do artigo deverá causar impacto e aguçar a curiosidade do leitor.

- Autoria
O artigo deve indicar o nome do autor ou autores.

- Resumo
Parágrafo que sintetiza as ideias expostas no artigo, assim como as conclusões. O
resumo deve ser escrito em apenas um parágrafo, com no máximo 500 palavras.
O parágrafo deve ser seguido de três palavras-chave, escolhidas para indicar o
conteúdo do artigo, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto. Observar
detalhes sobre o assunto no segundo conteúdo deste mesmo tema.

b) elementos textuais

- Introdução
Expõe o objetivo do autor e a finalidade do artigo. A palavra introdução deve aparecer
de forma explícita no título.

- Desenvolvimento
Contém a exposição ordenada e pormenorizada do assunto, para atingir os objetivos
propostos. Nos artigos originais, é necessário expor os resultados da pesquisa assim como sua
análise e discussão.

- Considerações finais
Sintetiza os resultados obtidos e destaca a reflexão conclusiva do autor. As palavras
“considerações finais” devem aparecer de forma explícita no texto.

c) elementos pós-textuais

- Referências
Lista dos documentos estudados por ordem alfabética dos sobrenomes dos autores.

- Apêndices
São documentos complementares ao trabalho.
Distingue-se dos Anexos por ser elaborado pelo próprio autor (questionários, entrevistas
etc.);
40 TEMA 2

São identificados por letras maiúsculas consecutivas;

- Anexos
São documentos complementares ao trabalho, que esclarecem ou comprovam o seu
conteúdo (cópias de documentos, leis, decretos etc.).

EXERCÍCIOS

1) Descreva as principais técnicas de leitura e como elas auxiliam o leitor.


2) Diferencie os três tipos de fichamento.
3) Escolha um livro que você já tenha lido e faça um resumo.
4) Escolha um filme que você já tenha assistido e faça uma resenha.
5) Leia atentamente a resenha “Querida Henriqueta” inserida no Conteúdo 2.3 deste
tema e elabore um fichamento de comentário.
TEMA 3
CONSTRUINDO A
PESQUISA
TEMA 3 45

TEMA 3 – CONSTRUINDO A PESQUISA

Neste tema, iremos abordar um assunto bastante importante: a pesquisa científica.


Analisaremos o seu conceito e as suas classificações. Aprenderemos também a construir
um projeto de pesquisa com todas as suas seções. Por fim, como não poderíamos deixar de
abordar, refletiremos sobre a ética na pesquisa, aspecto de extrema importância para a prática
do pesquisador. Vamos começar?

CONTEÚDO 1 – CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DE PESQUISA CIENTÍFICA

Você conhece o conceito de pesquisa? Qual será ele? Na verdade, a resposta para essa
pergunta é muito simples! Podemos dizer que pesquisa é uma atividade que tem como proposta
encontrar soluções, ou seja, respostas para problemas ainda desconhecidos. Toda pesquisa
nasce de algo que precisa ser solucionado ou esclarecido, daí a necessidade da investigação.
A pesquisa é a atividade básica da ciência. Origina-se de uma indagação e tem como
finalidade intervir na realidade por meio de descobertas. É realizada em todas as áreas do
conhecimento humano.
O conceito de pesquisa é bastante discutido no meio acadêmico. Vamos observar o que
dois grandes autores pensam sobre o assunto em questão.
Gil (2010) defende o ponto de vista de que a pesquisa tem um caráter pragmático,
sendo ela um processo formal e sistemático do desenvolvimento do método científico. Acrescenta
ainda que o objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o
emprego de procedimentos científicos.

Figura 14 – Questionamento
Fonte: DJ na sua festa (2012).

Agora que já discutimos o conceito de pesquisa seguiremos nossos estudos abordando


as várias formas de classificar as pesquisas
46 TEMA 3

1.1 Classificações da pesquisa

As pesquisas podem ser classificadas de diversas formas, de acordo com critérios que
envolvem: a sua natureza, sua forma de abordagem do problema, seus objetivos ou, ainda, os
seus procedimentos técnicos. Veremos agora, com detalhes, cada uma destes critérios:

a) Critério: natureza da pesquisa

De acordo com o critério natureza, a pesquisa poderá ser:

Pesquisa básica: procura gerar conhecimento e contribuir com a evolução da ciência,


utilizando apenas informações teóricas. Não possui aplicação prática.
Pesquisa aplicada: como o próprio nome sugere, utiliza as aplicações práticas.

b) Critério: abordagem do problema

De acordo com o critério abordagem, a pesquisa poderá ser:

Pesquisa quantitativa: caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto no momento


da coleta de informações quanto no tratamento delas, por meio de técnicas estatísticas desde
as mais simples, como percentual, média e desvio padrão, às mais complexas. Esta abordagem
representa a intenção de garantir precisão nos trabalhos realizados.

Figura 15 - Pesquisa.
Fonte: Pesquisas... (2012).

Algumas vantagens da abordagem quantitativa:


a) precisão e controle;
b) explicação dos passos da pesquisa;
c) prevenção da interferência e da subjetividade do pesquisador.

Pesquisa qualitativa:
Difere da quantitativa, uma vez que não emprega instrumental estatístico no
processo de análise de um problema. Não pretende numerar ou medir unidades
homogêneas.
TEMA 3 47

A pesquisa qualitativa trabalha, predominantemente, com dados qualitativos,


isto é, as informações coletadas pelo pesquisador não são expressas em números. O
ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-
chave.

Algumas vantagens da abordagem qualitativa:


A abordagem qualitativa é considerada a mais rica, completa e global. Pode-se
escolher um problema de pesquisa particular e analisá-lo em toda sua complexidade.

Aprendendo Mais!
As abordagens quantitativas e qualitativas não são incompatíveis e podem ser utilizadas
em um mesmo projeto de pesquisa.
Tais pontos de vista, na verdade, se complementam e podem contribuir para melhor
entendimento do fenômeno estudado.
Combinar técnicas quantitativas e qualitativas toma uma pesquisa mais forte e seus
resultados mais consistentes.
A não utilização de métodos qualitativos em uma pesquisa empobrece o estudo e a visão
do pesquisador quanto ao contexto em que ocorre o fenômeno.

c) Critério: objetivos

De acordo com o critério objetivo, a pesquisa poderá ser:

Pesquisa exploratória:
Tem como propósito tornar o problema explícito ou construir hipótese(s). Envolve
levantamento bibliográfico, entrevistas, análise de exemplos que estimulem a compreensão.
Assume, em geral, as formas de pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

Pesquisa descritiva:
Tem como objetivo principal descrever as características de determinada população
ou fenômeno ou ainda estabelecer a relação entre as variáveis. Assume, em geral, forma de
levantamento.

Pesquisa explicativa:
Tem como propósito explicar o porquê das coisas, ou seja, identificar a relação de causa
e efeito entre os fenômenos. Faz uso da experimentação e observação.

d) Critério Procedimentos técnicos

De acordo com o critério procedimentos técnicos, a pesquisa poderá ser:


48 TEMA 3

Pesquisa bibliográfica:
A pesquisa bibliográfica é elaborada com base em material já publicado, ou seja, livros,
artigos de periódico e material disponibilizado na internet.

Pesquisa documental:
A pesquisa é denominada documental quando é elaborada com base em materiais
que não receberam tratamento analítico.

Pesquisa experimental:
Na pesquisa experimental, primeiro se determina um objeto de estudo. Depois,
selecionam-se as variáveis que seriam capazes de influenciar o fenômeno estudado. É necessário
definir as formas de controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.

Estudo de caso:
O próprio nome já é bastante sugestivo. É o estudo de um caso de forma profunda e
exaustiva, permitindo, desta forma, o amplo e detalhado conhecimento.

Pesquisa Ex post-facto:
É caracterizada pelo fato de o “experimento” se realizar depois dos fatos.

Pesquisa-Ação:
Na pesquisa-ação, a investigação está associada a uma ação. Neste caso, os
pesquisadores estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo.

Pesquisa Participante:
Quando a investigação se desenvolve com a interação entre pesquisadores e membros
das situações investigadas.

Aprendendo Mais!
Os tipos de pesquisa aqui apresentados não são estanques e as classificações não são
engessadas. Uma mesma pesquisa pode estar, ao mesmo tempo, enquadrada em mais de
uma classificação, desde que possua características inerentes a cada tipo.

Agora que vocês já sabem que a pesquisa cientifica é a realização de uma investigação
planejada e desenvolvida com critérios metodológicos, já estão preparados para aprender como
se planeja uma pesquisa, ou seja, como se constrói um projeto de pesquisa. Este será o tema
abordado no tópico seguinte.

CONTEÚDO 2 – PROJETO DE PESQUISA (TEMA, PROBLEMA, HIPÓTESES E


OBJETIVOS)
TEMA 3 49

Vamos, neste conteúdo, aprender a construir um projeto de pesquisa. Abordaremos,


inicialmente, os primeiros itens que compõem o projeto e, na sequencia, os demais.
Você sabe o que significa projeto de pesquisa? A palavra projeto está associada ao
planejamento, então podemos dizer que o projeto de pesquisa nada mais é do que o planejamento
de uma pesquisa.

Silva e Menezes (2001) afirmam que é necessário a uma pesquisa científica preen-
cher os seguintes requisitos:
a) existência de uma pergunta que se deseja responder;
b) elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta;
c) indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida.

Figura 16 - Resposta
Fonte: Resposta (2012).

De acordo com Silva e Menezes (2001), pesquisa é a construção de conhecimento


original de acordo com certas exigências científicas. Para que seu estudo seja considerado
científico, você deve obedecer aos seguintes critérios:

a) coerência;
b) consistência;
c) originalidade;
d) objetivação.

As autoras acrescentam ainda que o planejamento de uma pesquisa dependerá


basicamente de três fases:

Primeira fase – decisória: referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do problema


de pesquisa.

Segunda fase – construtiva: referente à construção de um plano de pesquisa e à execução da


pesquisa propriamente dita.
50 TEMA 3

Terceira fase – redacional: referente à análise dos dados e informações obtidas na fase
construtiva. É a organização das ideias de forma sistematizada, visando à
elaboração do relatório final. A apresentação do relatório de pesquisa deverá
obedecer às normas da ABNT.

Vejam a estrutura de um projeto de pesquisa:

Escolha do tema
Formulação de problema e hipótese
Determinação de objetivos
Elaboração da justificativa
Fundamentação teórica
Metodologia
Cronograma e orçamento
Referências
Apêndices e anexos

Primeiro passo: a escolha do tema

Consiste em eleger uma parcela delimitada de um assunto, estabelecendo limites


para o desenvolvimento da pesquisa pretendida.
Vejam algumas dicas importantes que podem ajudar na escolha do tema:

 seja relevante para área estudada;


 seja viável, considerando o acesso às fontes das informações;
 considere o limite de tempo para execução da pesquisa;
 considere outros recursos, como custo, disponibilidade de bibliografia e de
orientação;
 seja de interesse da comunidade acadêmica.

Só é possível passar para as outras etapas depois que o tema estiver devidamente
escolhido.
TEMA 3 51

Figura 17 - Subir escada.


Fonte: Subir... (2012).

Segundo passo: formulação de problema e hipótese

Formular o problema de uma pesquisa é de suma importância para a execução e o


sucesso do estudo.
Você sabe o que é um problema de pesquisa?
Toda pesquisa nasce de uma interrogação sobre algo que se pretende solucionar e
encontrar uma resposta. Se essa necessidade de esclarecimento não existir, é porque não existe
a necessidade de se realizar uma pesquisa com a proposta em questão.
Desta forma, podemos afirmar que o problema é o que vai decidir o norte da pesquisa;
é uma espécie de bússola que orientará o pesquisador.
Vejamos o pensamento de alguns autores com relação ao assunto em questão.
Gil (2010) acredita que o problema de uma pesquisa é qualquer questão não resolvida
e que é objeto de discussão em qualquer domínio do conhecimento.
Silva e Menezes (2001) simplificam, dizendo que o problema é uma questão que a
pesquisa pretende responder. Todo o processo de pesquisa irá girar em torno de sua solução.

Figura 18 - dúvida
Fonte: Dúvida (2012).
52 TEMA 3

Atenção!!

Questões importantes para se formular um problema de pesquisa, segundo Boaventura


(2004):

 o problema deve ser formulado como pergunta;


 o problema deve ser claro e preciso;
 o problema deve ser suscetível de solução;
 o problema deve ser delimitado em uma dimensão viável.

O problema sinaliza o foco da pesquisa. Desta forma, é importante levar em consideração


dois aspectos primordiais:

A relevância do problema: a relevância refere-se aos benefícios que sua solução trará
para a área de conhecimento.

A oportunidade de pesquisa: relaciona-se com o momento adequado para a realização


de tal pesquisa.

Vejamos agora dois exemplos de problema.

 Exemplo 1
Assunto: Motivação
Tema: a importância da motivação para o funcionário.
Problema: até que ponto a motivação influencia na produtividade do funcionário?

 Exemplo 2
Assunto: Liderança

Tema: Liderança e clima organizacional

Problema: De que forma a liderança pode contribuir para a construção de um bom clima
organizacional?

Agora que você já aprendeu o que é um problema de pesquisa, podemos abordar o


conceito de hipótese.

2.1 Hipótese

A hipótese é uma resposta suposta e provisória ao problema, podendo, na conclusão


da pesquisa, ser comprovada ou não. Não existe nenhuma obrigatoriedade de a hipótese ser
comprovada, visto que não passa de uma suposição provisória, elaborada antes de a pesquisa
TEMA 3 53

ser realizada. A hipótese pode ser única ou múltipla.

Lakatos e Marconi (2010) destacam algumas características das hipóteses:

 Consistência lógica: o enunciado das hipóteses não pode ter contradições;


 Verificabilidade: devem ser passíveis de verificação;
 Simplicidade: devem evitar enunciados complexos;
 Relevância: devem ter poder preditivo e/ou explicativo;
 Especificidade: devem indicar as operações e previsões a que elas devem ser
expostas;
 Plausibilidade e clareza: devem propor algo admissível e ser susceptível de
solução;
 Profundidade: devem especificar os mecanismos aos quais obedecem para
alcançar níveis mais profundos da realidade.

CLASSIFICAÇÃO
As hipóteses podem ser classificadas em:

Básica: é a principal resposta do problema em questão.


Secundária: são afirmações complementares e significam outras possibilidades de
resposta para o problema.

Terceiro passo: determinação dos objetivos

Neste item deverá ser indicado claramente o que você deseja fazer, o que pretende
alcançar.
O objetivo geral define o propósito do trabalho. Como ele é único e amplo, há a
necessidade de se elaborar objetivos específicos.
O objetivo geral é o que pretendemos alcançar na pesquisa, ao passo que os objetivos
específicos são os degraus que pretendemos galgar para atingir tal propósito. O objetivo
específico operacionaliza o objetivo geral, indicando o que será realizado na pesquisa.

Figura 19 – Alvo
Fonte: Alvo (2012).
54 TEMA 3

Dica:
Deve-se sempre utilizar verbos no infinitivo na elaboração dos objetivos gerais e
específicos.

Ex.: Analisar de que forma...


Verificar se o aspecto destacado...
Pesquisar a importância da motivação dentro da organização...

Vejamos, no conteúdo a seguir, os demais pontos que compõem um projeto de pesquisa.

CONTEÚDO 3 – PROJETO DE PESQUISA (JUSTIFICATIVA, FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA,


METODOLOGIA, CRONOGRAMA E ORÇAMENTO)

Neste conteúdo serão abordados os itens justificativa, fundamentação teórica,


metodologia e cronograma.

Quarto passo: elaboração da justificativa

De acordo com Roesch (2005, p. 98), “[...] justificar é apresentar razões para a própria
existência do projeto”. Desta forma, esse é o momento de destacar a importância da pesquisa,
respondendo às seguintes perguntas:

a) por que realizar uma pesquisa com esse tema?


b) qual a sua importância para a área acadêmica?
c) qual a importância para os autores do artigo?

É na justificativa que o pesquisador tem a oportunidade de convencer os avaliadores ou


a comunidade acadêmica da relevância da investigação proposta.
Sobre a justificativa, Boaventura (2004) acrescenta que o projeto pode justificar-se de
diversas formas: pode partir da motivação e do interesse pessoal na investigação; destacar a sua
importância teórica e prática, a relevância social e a oportunidade econômica. A justificativa situa
o projeto no quadro da problemática.

Quinto passo: Construção da fundamentação teórica

Também conhecida como revisão de literatura e marco teórico. É a seção mais longa do
projeto, pois deve expor uma síntese dos textos consultados. Sua redação deve ser precedida
pela seleção e análise de textos relevantes.
Este passo deverá responder à seguinte questão: O que já foi escrito pelo o tema?
A redação de um marco teórico deverá conter uma análise comentada do que outros
TEMA 3 55

autores escreveram sobre o tema pesquisado, procurando destacar os pontos de vista


convergentes e divergentes.
Na construção da fundamentação teórica, é imprescindível a utilização de citações
diretas e/ou indiretas. Abordaremos este assunto no próximo tema.

Sexto passo: Metodologia


Este passo responde às seguintes questões: como? onde? com quê? O pesquisador
precisa deixar claro qual a linha de raciocínio será utilizada na pesquisa, ou seja, como a pesquisa
será executada.
É necessário explicitar a população que irá participar da pesquisa, ou seja, o seu
universo. É preciso também deixar claro o plano de amostragem. Amostra significa a menor
representação de um todo maior, podendo ser:

Amostra probabilística
 Os elementos do universo da pesquisa têm a mesma chance de ser escolhidos.
 São selecionados aleatoriamente.
 Existe uma probabilidade igual para todos os elementos.

Amostra Não probabilística

 Compostas de forma intencional.


 Não são selecionados aleatoriamente.

É preciso indicar também como se pretende coletar os dados e quais instrumentos


serão utilizados (observação, questionário, formulários, entrevistas).
Finalmente, é preciso indicar como os dados serão tabulados.

Sétimo passo: cronograma e orçamento

O cronograma responde às seguintes perguntas: Quando? Em quanto tempo? É preciso


definir quanto tempo será utilizado em cada etapa da pesquisa. O cronograma estima o tempo
necessário para executar cada uma das etapas.
O cronograma é um instrumento de extrema importância para o pesquisador, para que
este mantenha o controle de tempo e o prazo ao longo de toda a pesquisa.
O orçamento responde à questão: Quanto vai custar? É uma estimativa dos investimentos
necessários para a realização da pesquisa. Esta é uma ferramenta importante para que se possa
avaliar a viabilidade financeira da pesquisa.
56 TEMA 3

Figura 20 – Calendário Figura 21 - Dinheiro


Fonte: CALENDÁRIO... (2012). Fonte: DINHEIRO... (2012).

Oitavo passo: referências

Neste parte do texto serão descritos todos os documentos utilizados na pesquisa. As


referências são feitas de acordo com a NBR 6023:2000 da Associação Brasileira de Normas
Técnicas. Esta norma será abordada no próximo tema.

Atenção!
Nenhum documento citado pode ser esquecido.

Existe uma grande diferença entre apêndices e anexos. Prestem bastante aten-
ção!
Os Apêndices são documentos complementares ao trabalho. Distinguem-se dos
anexos por serem elaborados pelo próprio autor (modelos de questionários, roteiros
de entrevistas etc.). São identificados por letras maiúsculas consecutivas. Este é um
elemento opcional; ou seja, só constará, se for preciso incluir esse tipo de documento.
Os Anexos são documentos complementares ao trabalho, que esclarecem ou
comprovam o seu conteúdo (cópias de documentos, leis, decretos etc.). Este é também
um elemento opcional.

CONTEÚDO 4 – ÉTICA NA PESQUISA

Este conteúdo é muito especial, pois trataremos da ética na pesquisa. É necessário que
o pesquisador seja ético, para que os resultados de sua pesquisa possuam credibilidade no meio
acadêmico e proporcionem a evolução da ciência em seu campo de estudo.
Podemos definir ética, de uma forma bem simples, como “ciência do ethos” e está
relacionada ao comportamento humano. A palavra Ethos pode ser também entendida como um
conjunto de hábitos ou costumes fundamentais de determinada sociedade.
A ética nasce fundamentada no ideal grego da justa medida do equilíbrio e das ações.
A justa medida pode ser entendida como a busca do agir que seja favorável para o indivíduo e
TEMA 3 57

para toda a sociedade.

Figura 22 – Balança
Fonte: BALANÇA... (2012).

Devido à imprevisibilidade das consequências de uma investigação, é imprescindível


que a ética esteja presente em todas as fases da pesquisa, desde a elaboração do projeto até o
momento da utilização dos resultados.
Vejamos agora o que a legislação destaca sobre a ética na pesquisa.
Do ponto de vista legal, a Resolução n.o 196/96 (BRASIL, 1996) define as diretrizes
e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. A resolução incorpora
quatro referenciais básicos da bioética. São eles:

 autonomia;
 não-maleficência;
 beneficência;
 justiça.

Essa resolução visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade
científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. Além disso, a declaração destaca que, no termo
de consentimento, o entrevistado deverá declarar que foi informado de forma clara, detalhada
e por escrito, da justificativa, dos objetivos e dos procedimentos da pesquisa. Além disso, ele
deverá ser informado sobre:

 a liberdade de participar ou não da pesquisa;


 a segurança de que será mantido o caráter confidencial;
 a liberdade de acesso aos dados do estudo em qualquer etapa da pesquisa;
 a segurança de acesso aos resultados da pesquisa.
58 TEMA 3

Figura 23 - Legislação
Fonte: LEGISLAÇÃO... (2012).

No momento da coleta de dados, é importante que o participante tenha clareza


do que está sendo perguntado; não seja induzido a uma resposta conveniente; e não
fique constrangido ao falar a verdade. Afinal, caso isso ocorra, o pesquisador terá
informações que não condizem com a realidade, e as conclusões da pesquisa não
serão fidedignas. É melhor não ter a informação e saber disso do que ter a informa-
ção equivocada e pensar que é a correta.

O uso da tecnologia é outro aspecto que precisa ser discutido quando se trata de ética.
A tecnologia facilita a fluência das informações e, sem dúvida, é uma importante ferramenta
para os pesquisadores. A internet possibilita rápido acesso a uma grande quantidade
de textos, no entanto é indispensável o uso consciente dela.

É importante que o pesquisador se beneficie da tecnologia, desde que a ética


esteja presente em todas as suas ações.

Vamos tratar agora sobre ética entre os pesquisadores.


A utilização responsável do trabalho alheio é outro ponto importante. O plágio,
infelizmente, ainda é frequente no meio acadêmico e significa a cópia integral ou parcial do
trabalho de outra pessoa, sem a devida menção ao autor da obra. Existe também o plágio da
ideia.
Existe uma forma ética de se utilizar, em trabalhos próprios, a produção de outro
pesquisador. Isto poderá ser feito nas citações diretas e/ou indiretas previstas na ABNT. Este
assunto será abordado no próximo tema.
TEMA 3 59

EXERCÍCIOS

Vamos pensar na elaboração de um projeto de pesquisa.

1) Escolha um tema de uma área que você tenha interesse.

2) Com base no tema escolhido, elabore um problema para a pesquisa e uma hipótese.

3) Elabore um objetivo geral e, pelo menos, três específicos.

4) Como você justificaria este tema?

5) Analise a sentença: É importante evidenciar que, para o pesquisador, a ética tem que
ser um procedimento metodológico indispensável e não apenas um dever legal.
TEMA 4
NORMAS E APRESEN-
TAÇÃO DA ABNT
TEMA 4 63

TEMA 4 – NORMAS E APRESENTAÇÃO DA ABNT

Enfim, chegamos ao quarto e último tema. Neste momento, serão abordadas as principais
normas da ABNT para apresentação de trabalhos acadêmicos, algo de extrema importância,
uma vez que todos os trabalhos realizados no ensino superior devem seguir a mesma norma.
Então, fiquem atentos!

CONTEÚDO 1 – NBR 10520: 2002 – APRESENTAÇÃO DE CITAÇÕES EM TRABALHOS


ACADÊMICOS

Quando o estudante inicia uma pesquisa, ele é imediatamente informado pelos


Professores que não é permitido copiar trabalhos de outros autores; é informado também que
não se pode afirmar algo que não se pode provar e que em trabalhos científicos não cabe o “eu
acho”.
Essa situação gera muitas dúvidas, principalmente para Alunos de primeiro semestre.
Bom, se não se pode plagiar trabalhos e não se tem experiência para realizar trabalhos de forma
autônoma o que se deve fazer?

Figura 24 - Dúvida
Fonte: Dúvida (2012).

Na verdade, existe uma forma lícita de inserir trechos de outras obras ou ideia de outros
pesquisadores em trabalhos. É possível, através das citações. Mas o que é uma citação?

Segundo a NBR 10520:2002, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT),


citação é a menção no texto de informações colhidas em outra fonte, para esclarecimen-
to do assunto em discussão ou para ilustrar o que se afirma.

As citações trazem respaldo para p trabalho realizado, ou seja, o fundamenta.


Silva e Menezes (2001) afirmam que as citações em trabalho escrito são feitas para
apoiar uma hipótese, sustentar uma ideia ou ilustrar um raciocínio, por meio de menções
de trechos citados na bibliografia consultada.
A NBR10520:2001 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001) define
64 TEMA 4

os parâmetros para a apresentação de citações em documentos. Existem duas modalidades de


citação: a direta e a indireta. Vamos a elas!

1.1 Citação direta

A citação direta reproduz fielmente o texto original. Caso ela possua até três linhas, existe
uma regra para inseri-la no texto. Se possuir mais de três linhas, a regra é outra. Passaremos
agora a conhecer estas regras:

 Até 3 linhas: devem ser inseridas no parágrafo e apresentadas entre aspas.

Veja o exemplo!
Segundo Freire (1981, p. 29): “[...] quem não é capaz de amar os seres inacabados
não pode educar. Não há educação imposta, como não há amor imposto. Quem não ama não
compreende o próximo, não o respeita.”

 Mais de três linhas:

 compõe um parágrafo à parte, sem aspas e sem uso de itálico;


 fonte com tamanho menor (10);
 espaço simples entre as linhas;
 recuo de 4 cm da margem esquerda do texto, mantendo-se o alinhamento à
direita.

Veja o exemplo!
Desta forma, Freire (1996, p. 165) acredita que:

[...] a rigorosidade, a séria disciplina intelectual, o exercício da curiosidade


epistemológica não me fazem necessariamente um ser mal-amado, arrogante,
cheio de mim mesmo. Ou, em outras palavras, não é a minha arrogância
intelectual a que fala de minha rigorosidade científica. Nem a arrogância é
sinal de competências nem a competência é causa da arrogância. Não nego a
competência, por outro lado, de certos arrogantes, mas lamento neles a ausência
de simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber os fariam gente melhor.
Gente mais gente.

A citação direta com mais de três linhas pode ser utilizada na produção de textos. No
entanto, citações muito longas devem ser evitadas, uma vez que são cópias. A estética
do texto é outro aspecto que deve ser destacado. O texto não deve estar apenas
metodologicamente correto; é preciso que ele também esteja esteticamente bem
organizado.
TEMA 4 65

1.2 Citação indireta

Expressão da ideia do autor do texto pesquisado com palavras próprias. Na citação


indireta, o texto é de sua propriedade, no entanto a ideia inicial não é sua; você se inspirou em
outro trabalho. Então, é importante fazer a referência ao autor da ideia original.

Veja o exemplo!
O segredo do bom profissional, qualquer que seja a sua área de atuação, é a veemência
manifestada na realização da atividade que desenvolve. No caso do ensino, é o sentimento
pessoal do Professor, que brota do seu amor à ciência e à docência. Este entusiasmo deve ser
canalizado, mediante planejamento e metodologia adequados, visando, sobretudo, despertar o
Aluno para realizar, por estímulo próprio, esforço intelectual e moral, indispensáveis ao processo
de ensino-aprendizagem (BORDENAVE; PEREIRA, 2002).

1.3 Sistema autor-data

A indicação das fontes das citações é realizada por meio do sistema autor-data. Nos
trabalhos que seguem a NBR 6023:2000 da ABNT, é sempre iniciada pelo último sobrenome
do autor, ano em que a obra foi publicada e o número da página, caso se trate de uma citação
direta. Nas citações indiretas não consta o número da página, pois se tratam da cópia da ideia
que pode, inclusive, estar diluída ao longo do texto.
Outras informações, como título da obra, edição, editora e local de publicação, são
descritas na lista de Referências, que é um elemento pós-textual. Veremos este assunto no
conteúdo a seguir.
Vejamos alguns exemplos:

 Incluída na sentença
Segundo Blikstein (2000, p. 23), “Para escrever, devemos atender a três funções
básicas: produzir uma resposta, tornar o pensamento comum aos outros e persuadir”.

 Entre parênteses
“Para escrever, devemos atender a três funções básicas: produzir uma resposta, tornar
o pensamento comum aos outros e persuadir” (BLIkSTEIN, 2000, p. 23).

Citações de diversos documentos de um mesmo autor, publicadas no mesmo ano,


são distinguidas pelo acréscimo de letras minúsculas após a data e sem espacejamen-
tos. Exemplo:
Bandeira (2011a)
Bandeira (2011b)
66 TEMA 4

Figura 25 – Livros
Fonte: Livros (2012).

1.4 Indicação de supressões

É utilizada em caso de ser eliminada uma parte do texto citado, seja no início, no meio
ou no final.
A supressão é indicada por [...]

Veja o exemplo!
Freire (1996, p. 42) afirma “[...] na formação permanente de Professores, o momento
fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente na prática de hoje
ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”.

1.5 Citação de citação

É utilizada para referenciar um autor (a cuja obra o pesquisador NÃO teve acesso)
que está indicado num texto ao qual o pesquisador TEVE acesso. Utiliza-se a palavra apud
(expressão latina que significa: citado por, conforme, segundo) para indicar a obra de onde foi
retirada a citação.

Veja o exemplo!
(ANDERSON, 1981 apud ARÉVALO, 1997, p.97).

Só utilize o apud em situações onde foi impossível encontrar o texto original. O ideal
é que se tenha acesso à obra citada, para que seja possível ter um conhecimento amplo e
profundo sobre a ideia citada.
Enfim, podemos concluir que as citações são extremamente importantes para
fundamentar um texto. Vejam no texto a seguir como as citações podem ser inseridas em uma
produção acadêmica.

O texto dado como exemplo foi extraído da p. 26-29 do artigo referenciado.


BANDEIRA, Luciana Catarino. O que é ser bom Professor? In: ROCHA, Nívea Maria Fraga
TEMA 4 67

(Org.). Educação, desenvolvimento humano e responsabilidade social: fazendo recortes


na multidisciplinaridade. Salvador: Fast Design, 2006. p. 15-32.

“COMPETÊNCIA HUMANA
A competência humana é outro aspecto de fundamental importância para a prática
docente e essencial para o processo de ensino aprendizagem. É imprescindível que o professor
saiba comunicar-se, que seja uma pessoa atuante na busca do desenvolvimento humano, ame
o fazer docente e consiga fazer este vínculo afetivo com o aluno.

Masetto (1992, p. 75) assim compreende a relação educativa:

Educar, sabemos etimologicamente significa “ir de um lugar para outro”. “Ex-


ducere”. “Quando duas pessoas se encontram, há um mútuo - “levar de um lugar
para outro”: o meu interlocutor me leva para sua perspectiva, eu o trago para
minha e assim o conteúdo de nossa conversa vai-se acumulando de informações
enriquecedoras”. Esta relação educativa é extremamente humana.

Nesse contexto, quando duas pessoas se encontram em um processo de troca de


informações, estas podem ser transmitidas de forma verbal ou não verbal. Na sala de aula, a
comunicação realizada entre professor e aluno é de extrema importância para que o processo
de ensino-aprendizagem se realize com sucesso. Neste sentido, o professor deve estar sempre
atento para possibilitar, da melhor forma possível, a comunicação com seus alunos.
De uma boa comunicação dependem não apenas a aprendizagem, como também o
respeito mútuo e a cooperação. A emissão, transmissão e recepção de informação, entretanto,
é apenas uma das funções da comunicação entre professor e aluno (BORDENAVE; PEREIRA,
2002). Segundo esses autores: „O grande problema consiste no fato de que o professor, em
geral, não percebe que é um mau comunicador, da mesma maneira que são poucos os padres
que acham ruins seus sermões.‟ (BORDENAVE; PEREIRA, 2002, p. 183).
A interação professor-aluno, tanto individual quanto em grupo, se destaca como
fundamental no processo de ensino-aprendizagem e se manifesta na atitude de mediação
pedagógica por parte do professor. Nesse processo, professor e aluno são parceiros e co-
responsáveis pelo sucesso da atividade desenvolvida.
A mediação pedagógica, nesse contexto, refere-se ao comportamento do professor que
assume, no processo de ensino-aprendizagem, o papel de facilitador, incentivador e motivador
da aprendizagem. Em outras palavras, é uma ponte entre o aprendiz e sua aprendizagem
(LIBÂNEO, 1989; MASETTO, 2003).
Na interação Professor-Aluno, está o cerne do processo educativo. Conforme o rumo
que tomar o desenvolvimento desta interação, a aprendizagem do aluno pode ser facilitada
ou dificultada. Quando a comunicação e o respeito mútuo não acontecem, de forma natural, o
processo de ensino-aprendizagem pode ser prejudicado.
Em uma situação em que o professor estabelece uma relação vertical com os alunos,
na qual não há espaço para diálogos, críticas e troca de conhecimento, quando a autoridade
do professor é imposta, pode-se criar um ambiente desfavorável à aprendizagem. Desta forma,
o profissional „[...] sente-se valorizado e respeitado quando, na verdade, é apenas temido o
autoritarismo do professor, o que provoca subserviência, medo e ansiedade no grupo discente [...]‟
68 TEMA 4

(VASCONCELOS, 2003, p. 67).


O professor pode criar um ambiente propício à aprendizagem, quando estabelece com
o aluno uma relação horizontal, na qual ambos se reconhecem e se aceitam como parceiros,
assumindo, cada um, sua cota de responsabilidade no processo de construção do conhecimento.
O diálogo é uma ferramenta essencial nesse tipo de relação. Como diz Freire (1981, p. 69):

É no diálogo que nos opomos ao antidiálogo tão entranhado em nossa


formação histórico-cultural, tão presente e, ao mesmo tempo, tão antagônico
ao clima da transição. O antidiálogo, que implica uma relação de A sobre B,
é o oposto a tudo isso. É desamoroso. Não é humilde. Não é esperançoso;
arrogante; auto-suficiente. Quebra-se aquela relação de “empatia” entre seus
pólos, que caracteriza o diálogo. Por tudo isso o antidiálogo não comunica. Faz
comunicados.

Desta forma, a prática do diálogo exige que ambos, professor e aluno, pratiquem o
exercício do saber escutar e saber expor suas ideias. Saber escutar não significa aceitar de forma
passiva tudo o que foi colocado. Pelo contrário, segundo Freire (1996, p. 130): „[...] é escutando
bem que me preparo para melhor me colocar ou me situar do ponto de vista das ideias [...]‟
Ser um educador, com todo o comprometimento que esta palavra engloba, exige a eterna
busca pelo desenvolvimento, não apenas técnico e pedagógico, mas também humano. Para
propiciar a aprendizagem, é necessário que o professor saiba enxergar seu aluno como pessoa
e não apenas como uma unidade que compõe o corpo discente.

Desta forma, Freire (1996, p. 165) acredita que:

[...] a rigorosidade, a séria disciplina intelectual, o exercício da curiosidade


epistemológica não me fazem necessariamente um ser mal-amado, arrogante,
cheio de mim mesmo. Ou, em outras palavras, não é a minha arrogância
intelectual a que fala de minha rigorosidade científica. Nem a arrogância é
sinal de competências nem a competência é causa da arrogância. Não nego a
competência, por outro lado, de certos arrogantes, mas lamento neles a ausência
de simplicidade que, não diminuindo em nada seu saber os fariam gente melhor.
Gente mais gente.

Tornar a educação um ato amoroso, incluindo o aluno nesse processo, é um elemento de


extrema importância para a boa prática docente.
O estudo realizado por Masetto (1992) evidencia a importância da presença do amor
na aprendizagem. Quando questionados sobre as características do professor que facilitam o
processo de ensino-aprendizagem, os alunos citaram, entre outras, a paixão pela docência,
ou seja, o professor ter amor pela profissão e pela atividade que exerce, o que não somente
é percebido pelo aluno, na interrelação criada, como também favorece a aprendizagem. Masetto
(1992) acrescenta ainda que os professores que demonstram paixão pela docência são
considerados pelos alunos como aqueles que marcam as suas vidas.
O segredo do bom profissional, qualquer que seja a sua área de atuação, é a veemência
manifestada na realização da atividade que desenvolve. No caso do ensino, é o sentimento
pessoal do professor, que brota do seu amor à ciência e à docência. Este entusiasmo deve ser
canalizado, mediante planejamento e metodologia adequados, visando, sobretudo, despertar o
aluno para realizar, por estímulo próprio, esforço intelectual e moral, indispensáveis ao processo
TEMA 4 69

de ensino-aprendizagem (BORDENAVE; PEREIRA, 2002).


Tendo em vista a importância da dimensão humana que compõe o perfil do docente,
Moreira (1997) acrescenta que, para compreender as necessidades de seus alunos, o professor
deve compreender as necessidades das pessoas em geral. Sendo assim, quando o professor,
além das competências técnicas, prática científica e pedagógica essenciais à prática docente,
possui amor pela atividade que exerce, o processo de ensino-aprendizagem é facilitado, pois é
realizado com mais prazer e felicidade.
O ser humano não pode deixar de incorporar, em suas atitudes profissionais e pessoais, o
amor, pois é este sentimento que traz o entusiasmo, indispensável para as grandes realizações.
Entusiasmo que gera a esperança, que nunca deve ser perdida, pois é esta que impulsiona o
homem a recomeçar, a acreditar que tudo pode ser feito de uma outra forma, de uma forma
melhor.
Enfim, pode-se afirmar que não existe educação sem amor. Como diz Freire (1981, p. 29):
„[...] quem não é capaz de amar os seres inacabados, não pode educar. Não há educação imposta,
como não há amor imposto. Quem não ama, não compreende o próximo, não o respeita‟.”

CONTEÚDO 2 – NBR 6023:2002 – NORMALIZAÇÃO DE REFERÊNCIAS

Referência é o conjunto de elementos que identificam um documento utilizado na


elaboração de trabalhos acadêmicos.

Vejam alguns exemplos!


 1 autor

Regra: AUTOR (sempre o último sobrenome, seguido da primeira letra do primeiro


nome). Título (deve ser colocado em destaque). Local de publicação: Editora, data de
publicação. No de páginas ou volume.

BANDEIRA, A. Indicadores de desempenho instrumentos à produtividade organizacional. Rio


de Janeiro: Qualitymark, 2009. 171 p.

 Até 3 autores

Regra: Quando os autores forem dois ou três, os nomes devem ser separados por
ponto-e-vírgula, seguido de espaço.

KOTLER, P.; ARMSTROG, G. Princípios de marketing. 5. ed. Rio de Janeiro: PHB, 1993.

 Mais de 3 autores

Regra: Quando os autores forem mais de três, indica-se apenas o primeiro,


acrescentando-se a expressão latina et al..
70 TEMA 4

SILVA, E.M. et al. Estatística para os cursos de Economia, Administração e Ciências Contábeis.
2. ed. São Paulo: Atlas, 1996.

 Coletânea de vários autores

Regra: A entrada deve ser feita pelo nome do responsável pela obra, seguindo-
se a abreviatura de sua participação, no singular e entre parêntesis.

MENDES, E.V. (Org.). Distrito sanitário. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1995.

 A palavra que indica o grau de parentesco (Filho, Sobrinho, Júnior etc.) não pode figurar
como entrada.

VIEIRA SOBRINHO, J. D. Matemática financeira. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1997.

 Autor entidade

Regra: Quando o autor é uma instituição, que é a responsável pela informação,


e não uma pessoa física.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUNIMENSE. Relatório 1982. Niterói, 1982.

 Artigo de revista

Regra: Autor do artigo. Titulo do artigo. Titulo da revista, local, volume, número
de página inicial e final do artigo, mês e ano.

BURMAN, G. Impactos da cultura na economia da Bahia. Turismo em Análise, São


Paulo, v. 9, n. 2, p. 70-87, nov. 2003.

 Artigo de Jornal

Regra: Autor do artigo. Titulo do artigo. Titulo do jornal, local, dia mês. Ano. Titu-
lo do caderno, seção, página do artigo e coluna.

AITH, M. Economia mundial. Folha de São Paulo, São Paulo, 14 dez. 2000. Folha mundo,
caderno A, p. 21-22.
TEMA 4 71

 REFERÊNCIA LEGISLATIVA (Leis, Decretos, Portarias etc.)

Regra: LOCAL (país, estado ou cidade). Título (especificação da legislação, nú-


mero e data). Ementa. Indicação da publicação oficial.

BRASIL. Decreto-lei n. 2.423, de 7 de abril de 1988. Estabelece critérios para pagamento de


gratificações e vantagens pecuniárias aos titulares de cargos e empregos da Administração
Federal direta e Autárquica. Diário Oficial da União, Brasília, v.126, n.66, p.6009, 8 abr. 1988.
Seção 1, pt.1

 Internet
GOMES, E.; MICHEL, M. A motivação e pessoas nas organizações e suas aplicações para
obtenção de resultados. 2007. Disponível em: <http://www.revista.inf.br/adm13/pages/artigos/ADM-
edic13-anovii-art05.pdf >. Acesso em: 20 jul. 2012.

CONTEÚDO 3 – APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS: ELEMENTOS PRÉ-


TEXTUAIS

Passaremos a abordar os elementos que compõem a estrutura de um texto. Neste


conteúdo serão abordadas as partes interna e externa. Na parte interna inicia-se pelos elementos
pré-textuais; no conteúdo seguinte, os elementos textuais e pós-textuais. Vejam a estrutura do
trabalho acadêmico de acordo com a NBR 14724:2011:

Capa (obrigatório)
Parte externa
Lombada (opcional)

Folha de rosto (obrigatório)

Errata (opcional)

Folha de aprovação (obrigatório)

Dedicatória (opcional)

Agradecimento (opcional)
Elementos
Epígrafe (opcional)
pré-textuais
Resumo na língua vernácula (obrigatório)

Resumo em língua estrangeira (obrigatório)

Lista de ilustrações (opcional)

Lista de tabelas (opcional)


Parte interna
Lista de abreviatura e siglas (opcional)

Lista de símbolos (opcional)

Sumário (obrigatório)

Introdução
Elementos
Desenvolvimento
textuais
Conclusão

Referências (obrigatório)

Elementos Glossário (opcional)

pós-textuais Apêndice (opcional)

Anexo (opcional)

Índice (opcional)
72 TEMA 4

Parte Externa
A apresentação da parte externa deve ser feita da seguinte maneira:

Capa
 nome da Instituição;
 nome do autor;
 título;
 subtítulo, se houver;
 número de volumes, se houver mais de um;
 local (cidade) da instituição onde será apresentado;
 ano da entrega.

Parte Interna
Os elementos que constituem a parte interna do trabalho acadêmico – elementos pré-

textuais, textuais e pós-textuais – devem ser apresentados da seguinte forma:

Elementos pré-textuais

Folha de rosto
 nome do autor;
 título;
 subtítulo, se houver;
 número de volumes, se houver mais de um;
 natureza (Tese, dissertação, trabalho de conclusão de curso e outros) e
objetivo (aprovação em disciplina, curso e outros); nome da instituição a que é
submetido;
 nome do orientador
 local (cidade) da instituição onde será apresentado;
 ano da entrega.

Folha de aprovação
 Constituído pelo nome do autor, título do trabalho, natureza, objetivo, nome da
instituição, data da aprovação, nome, titulação e assinatura dos componentes
da banca examinadora, data de aprovação e assinaturas dos membros da banca
examinadora.

Dedicatória
 Texto que dedica o trabalho a alguém.
TEMA 4 73

Agradecimentos
 Às pessoas que ajudaram na elaboração do trabalho.

Epigrafe
 Frase, poesia, que tenha relação com o conteúdo do trabalho.

Resumo na língua vernácula

Conteúdo do trabalho; não ultrapassar 500 palavras; deve conter palavras- chave no
final.

Lista de ilustrações
 Deve ser elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto; cada item
designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número de
página.

Lista de tabelas
 Deve ser elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com cada item
designado por seu nome específico, acompanhado do respectivo número de páginas.

Lista de abreviaturas e siglas


 Relação alfabética das abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras
e expressões correspondentes grafadas por extenso.

Lista de símbolos
 Deve ser elaborada de acordo com a ordem apresentada no texto, com o devido
significado.

Sumário
 A palavra sumário deve ser centralizada.
 Os elementos pré-textuais não devem constar no sumário.

CONTEÚDO 4 – APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS:


ELEMENTOS TEXTUAIS E PÓS-TEXTUAIS

Neste conteúdo serão abordados os elementos textuais, que é o texto propriamente


74 TEMA 4

dito, e os elementos pós-textuais que, como próprio nome sugere, são os elementos que vêm
após o texto. Vamos ver detalhadamente todos os itens que compõem esses elementos.

4.1 Elementos textuais

Fazem parte dos elementos textuais: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão.

 Introdução
A introdução tem o caráter didático de apresentar o que será abordado no texto. Tem
como propósito situar o leitor sobre o contexto da pesquisa.
É importante que na introdução seja destacado o problema da pesquisa, assim como os
objetivos e a justificativa.

 Desenvolvimento
O desenvolvimento é a demonstração lógica de toda a pesquisa. É o momento escrever
sobre o tema escolhido. Tem como propósito fornecer a fundamentação teórica para o trabalho.
Além da contribuição do próprio autor, é preciso citar trabalhos de outros autores para garantir o
caráter científico da produção realizada.
Nesse item, o autor poderá fazer uso de tabelas e ilustrações (quadros, gráficos etc.)
para expor suas provas e efetuar a avaliação de suas hipóteses.
Outro item importante que deve constar no desenvolvimento de um texto é a discussão e
análise dos resultados do estudo, podendo ser subdivididos em tópicos que forneçam elementos
para as conclusões.

 Conclusão
A conclusão deverá apresentar o resultado final, global da investigação, avaliando seus
pontos positivos e/ou negativos através da reunião sintética das principais ideias desenvolvidas.
Deve-se ter um cuidado especial para que a conclusão não extrapole os resultados do
desenvolvimento. O resultado final deverá ser uma decorrência natural do que já foi demonstrado.

Lembrem-se sempre:
O problema da pesquisa deve estar bem claro na introdução e devidamente res-
pondido na conclusão.

REGRAS DE APRESENTAÇÃO

 Papel: tamanho A4
 Margem superior e esquerda: 3,0 cm
 Margem inferior e direita: 2,0 cm
 Fonte gráfica: arial (12)
 Espaço entre linhas: 1,5
 Alinhamento: Justificado
TEMA 4 75

OBS: os títulos das seções e subseções devem ser separados do texto que os antecede
e sucede por um espaço de 1,5.

Paginação: todas as folhas do trabalho, desde a folha de rosto, devem ser contadas
sequencialmente, mas a numeração só é colocada na primeira folha da parte textual, em
algarismo arábico, no canto superior direito da folha, a 2 cm da borda superior, ficando o último
algarismo a 2 cm da borda direita da folha.
Nos parágrafos, o recuo é de 1,5 cm na primeira linha.

4.2 Elementos pós-textuais

Fazem parte dos elementos pós-textuais: referências, glossário, apêndice, anexo e índice.

 Referências
As referências envolvem a apresentação em ordem alfabética de todas as fontes citadas
no texto. Segundo a NBR 6023:2002, a referência é constituída de elementos indispensáveis á
identificação do documento, fonte de consulta ou utilização.
Este assunto já foi abordado com detalhes no segundo conteúdo deste mesmo tema.

 Apêndice
Segundo a NBR 14724:2011, apêndice é um documento de caráter opcional elaborado
pelo autor, para complementar sua argumentação.
Devem ser identificados por letras maiúsculas, seguidas de travessão e dos respectivos
títulos.

 Anexos
Segundo a NBR 14724:2011, anexo é um documento de caráter opcional não elaborado
pelo autor, que serve de fundamentação, comprovação e ilustração.
Devem ser identificados por letras maiúsculas, seguidas de travessão e dos respectivos
títulos.

Enfim, chegamos ao fim deste tema e também deste material!

Figura 26 – Campeão
Fonte:QUEM... (2012).
76 TEMA 4

EXERCÍCIOS

1) Escolha um tema e escreva uma fundamentação teórica colocando pelo menos uma
citação direta.
2) Acrescente pelo menos uma citação indireta.
3) Acrescente uma citação extraída de um documento coletado da internet.
4) Faça a referência de todos os documentos citados.
5) Explique a diferença entre apêndices e anexos.
ELEMENTOS DE INTERAÇÃO

Sandra Cristina é uma pesquisadora na área das ciências sociais, formada em


sociologia com mestrado e doutorado na mesma área. Além de pesquisadora, trabalha na área
organizacional, onde também é bastante conhecida e respeitada.
Sandra encontra-se agora com um novo desafio. Pretende desenvolver uma pesquisa
em uma área nova para ela, apesar de ser uma área afim à sua de atuação. É um assunto ainda
não abordado nos seus estudos até então. Ela deseja abordar o seguinte tema: a importância
do desenvolvimento humano do funcionário para a sua produtividade.
Esta pesquisa irá gerar custos elevados e Sandra precisa do apoio financeiro de uma
Instituição. Para isso, ela está construindo um projeto de pesquisa que irá apresentar algumas
delas. Como pesquisadora experiente, sabe que a justificativa do projeto é a oportunidade de
convencer sobre a relevância de sua pesquisa.
Como Sandra deverá construir a justificativa do seu projeto de pesquisa? Quais pontos
deverão ser destacados?
77

REFERÊNCIAS

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