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Direito Processual Civil:

Execução e Recursos

Prof. João Paulo Rossi Paschoal


E-mail: joao.paulo@uni9.pro.br
Instagram: @jprp12_
Aula 2

• O Processo de Execução. Classificação.


Requisitos. Princípios do Processo de
Execução.
Teoria geral da execução

Os perfis processuais

• Fase ou processo de conhecimento (função cognitiva):


transforma o fato em direito;

• Fase ou processo de execução (função executiva): transforma


o direito declarado no bem da vida perseguido pela parte.
“Enquanto o processo de conhecimento visa em substância à
formulação, na sentença definitiva, da regra jurídica concreta que deve
disciplinar a situação litigiosa, outra é a finalidade do processo de
execução, a saber, atuar praticamente aquela norma jurídica concreta.
Bem se compreende que seja diversa a índole da atividade jurisdicional
realizada num e noutro processo. No de conhecimento, ela é
essencialmente intelectiva, ao passo que no de execução se manifesta,
de maneira preponderante, através de atos materiais, destinados a
modificar a realidade sensível, afeiçoando-a, na medida do possível,
àquilo que, segundo o direito, ela deve ser”. MOREIRA, José Carlos
Barbosa. O novo processo civil brasileiro: exposição sistemática do
procedimento. 29.ª ed. Rio de Janeiro, Forense, 2012.
A tutela jurisdicional executiva
• A expectativa no plano de direito material é que a obrigação
seja satisfeita de forma espontânea;

• Porém, se tal conduta não ocorrer, caberá à função jurisdicional


adotar os mecanismos cabíveis para efetivar ou satisfazer a
obrigação de direito material, substituindo o comportamento
esperado do devedor ou forçando o seu cumprimento;

• A função da execução (finalidade), portanto, é satisfazer uma


prestação devida (estando essa prevista e delimitada em um
título executivo - arts. 515 e 784). Fala-se, então, em execução
forçada, pois o devedor não cumpre voluntariamente a
obrigação devida.
Dito de outro modo...
• Há complementariedade entre as atividades jurisdicionais de
cognição e execução. A execução civil (ou execução forçada) é a
atividade estatal que sucede a atividade de cognição;

• A execução terá vez e lugar quando o Estado tiver que fazer uso da
força em prol do cumprimento da obrigação, que não ocorreu de
modo voluntário e espontâneo;

• A execução é uma atividade de agressão patrimonial;

• No caso da execução de alimentos, também é uma atividade de


agressão corporal (prisão civil por dívida).
Doutrina pertinente:

“Execução é a atividade processual de transformação da realidade


prática. Trata-se de uma atividade de natureza jurisdicional,
destinada a fazer com que aquilo que deve ser, seja. Dito de outro
modo: havendo algum ato certificador de um direito (como uma
sentença, ou algum ato cuja eficácia lhe seja equiparada), a
atividade processual destinada a transformar em realidade prática
aquele direito, satisfazendo seu titular, chama-se execução”.
CÂMARA, Alexandre Freitas. O novo processo civil brasileiro. 3ª
ed. São Paulo: Atlas, 2017, p. 277.
A certeza do direito do credor

• É imprescindível que haja a certeza do direito do credor, o que se dará


sob duas possibilidades:

títulos executivos judiciais decorrentes de um processo de


conhecimento anterior (art. 515 do CPC), ou que a lei processual
reconheça natureza correlata;

instrumento ao qual a lei conferiu a qualidade de título, embora


ainda não submetidos ao crivo judicial denominados títulos
executivos extrajudiciais (art. 784 do CPC).

• CPC. Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre


em título de obrigação certa, líquida e exigível.
O contraditório na execução

• Há contraditório na execução, mas não na mesma


intensidade que se revela o processo de
conhecimento;

• A rigor não se estabelece a discussão sobre o


direito das partes. Exemplo: o réu será citado para
pagar e não para se defender, ainda que o mesmo
possa apresentar defesa.
• Percebe-se, portanto, a existência de um contraditório reduzido:

“A ‘segunda’ atividade – a executiva –, restrita às crises de


cooperação, tem como ponto de partida e pressuposto a própria
norma jurídica concreta que já foi previamente revelada. Tal
atividade, ao contrário da anterior, é marcada por um contraditório
reduzido, porque sua finalidade é satisfazer, atuar, efetivar, realizar no
mundo fático o direito declarado na norma concreta. Por intermédio
dessa atividade, o Poder Judiciário substitui ou estimula (sub-rogação
ou coerção) a vontade do executado, atuando a norma jurídica
concreta”. ABELHA, Marcelo. Manual de execução civil. 5ª ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2015, p. 45.
Evolução histórica do assunto

Direito Romano – Lei das XII Tábuas (450 a.C.)


Tábua Terceira – Dos direitos de crédito

1. Aquele que confessa dívida perante o magistrado ou é condenado


terá 30 dias para pagar.
2. Esgotados os trinta dias e não tendo pago, que seja agarrado e
levado à presença do magistrado.
3. Se não paga e ninguém se apresenta como fiador, que o devedor
seja levado por seu credor e amarrado pelo pescoço e pés com
cadeias com peso até no máximo de 15 libras; ou menos se assim
quiser o credor.
4. O devedor preso viverá à sua custa, se quiser; se não quiser, o
credor o manterá preso e dar-lhe-á uma libra de pão ou mais, a seu
critério.
5. Se não houver conciliação que o devedor fique preso por 60 dias,
durante os quais será conduzido em 3 dias de feira ao comitium,
onde se proclamará, em voz alta, o valor de sua dívida.
6. Se são muitos os credores, será permitido, depois do terceiro dia
de feira, dividir o corpo do devedor em tantos pedaços quantos sejam
os credores, não importando cortar mais ou menos; se os credores
preferirem, poderão vender o devedor a um estrangeiro, além Tibre.

• Em 326 a.C. o rigor da execução pessoal do devedor (instituto do


nexum) foi atenuado pela Lex Poetelia Papiria, que fixou a
responsabilidade patrimonial do devedor.
O mercador de Veneza

• Obra teatral escrita por William Shakespeare, publicada em 1600;

• Argumento: Bassânio, pretendendo cortejar Pórcia, herdeira do rico


Belmont, recorre ao seu amigo Antônio, que, apesar de rico, não
consegue emprestar do seu dinheiro para o amigo porque está
comprometido com investimentos no exterior. Antônio resolve o
problema pedindo um empréstimo de três mil ducados ao judeu
Shylock. Este aguardava ansiosamente uma oportunidade para se
vingar de Antônio, que o maltratava muito por ser judeu. E o agiota,
impõe condição fora dos padrões éticos e morais: caso o empréstimo
não fosse pago no prazo de três meses, Antônio dará um pedaço de sua
própria carne a Shylock.
Trecho do diálogo entre Shylock e Antônio

Shylock – Ora, veja só, como o senhor ficou irado! Meu desejo era ser seu
amigo, e ter sua afeição, esquecer os insultos com que me manchou a mim,
suprir suas necessidades de agora e não aceitar nem um tostão de juros pelos
meus dinheiros, mas o senhor não quer me ouvir. Minha oferta é benevolente.
Bassânio – Deveras, isso seria benevolência.
Shylock – E meu desejo é provar essa benevolência. Venha comigo a um
notário, me ponha o seu selo e a sua assinatura nessa letra promissória
única e livre de condições… e, só por brincadeira, se você não me pagar o
que deve no dia previsto, no local previsto, tal quantia ou quantias como
descritas na promissória, que seja a multa exatamente uma libra de sua carne
clara, a ser cortada e tirada de qualquer parte do seu corpo que eu nominar.
Antônio – Está bem, dou-lhe a minha palavra! Aponho o meu selo a essa
promissória, e posso dizer que tem muita benevolência num judeu.
O CPC de 1973 e as alterações trazidas
pela Lei nº 11.232/05

• Em 2005 o CPC/73 passou por profundas alterações em matéria de


execução civil, criando-se a possibilidade da execução autônoma
dos títulos executivos extrajudiciais, como também o cumprimento
de sentença nos próprios autos, como nova fase do procedimento;

• Localização: arts. 475-A e seguintes do CPC/73;

• A Lei nº 11.232/05 introduziu o modelo sincrético de processo, em


que o procedimento se desenvolve em fases cognitivas
(conhecimento da lide e sua resolução) e executórias (efetivação
plena de seu conteúdo).
O atual CPC

• O atual CPC aboliu a ação de execução de título judicial, passando


a existir apenas uma fase de cumprimento de sentença (arts. 513 e
seguintes do CPC), restringindo-se a autonomia do processo à ação
de execução de título extrajudicial;

• Seja por meio da fase de cumprimento de sentença no processo de


conhecimento, ou pela ação autônoma de execução de título
extrajudicial, haverá, em ambos os casos, atos de execução civil ou
forçada.
Quadro atual do processo de execução no atual CPC

• O atual CPC manteve em grande parte o que já vinha disposto no


CPC/73;

• O processo de execução foi um dos temas que menos alterações


sofreram no atual CPC. E a explicação para tanto é que o tema já havia
passador por recentes atualizações (Ex.: Leis nº 11.232/05 e nº
11.382/06);

• As modificações havidas tiveram o condão de acolher o já veiculado


pela jurisprudência, ou ainda, de melhorar a redação do texto legal, de
forma a conferir maior lógica, simplicidade e rapidez à execução
forçada.
Síntese das principais modificações operadas no atual CPC,
pertinentes à execução forçada

• Maior rapidez na tramitação da liquidação por arbitramento, sendo admitida a


juntada de documentos e pareceres para embasar a decisão que, somente não
será de plano se for indispensável a nomeação de perito (art. 510);
• Reconhecimento da decisão interlocutória estrangeira como título executivo
judicial (art. 515, IX);
• O cumprimento de sentença foi mais detalhado, prevendo, além das
disposições gerais, as formas: por quantia (na modalidade provisória e
definitiva), de alimentos, em face da Fazenda Pública, para entrega de coisa e
do cumprimento das obrigações de fazer e não fazer (arts. 513 a 538);
• Possibilidade do protesto da decisão judicial com trânsito em julgado (art. 517
e 528, §1º);
Localização dos temas no CPC

• O cumprimento de sentença é abordado nos arts.


513 a 538, como uma fase subsequente ao
processo de conhecimento. Já o processo de
execução é tratado nos arts. 771 a 925;

• Porém, é certo que tanto do processo de execução


quanto do cumprimento de sentença, apresentam
grande identidade, pois os princípios e as regras
que o regem são, basicamente, os mesmos.
Aplicação subsidiária do procedimento de
execução autônoma ao cumprimento de
sentença

CPC. Art. 771. Este Livro regula o procedimento da execução


fundada em título extrajudicial, e suas disposições aplicam-
se, também, no que couber, aos procedimentos especiais de
execução, aos atos executivos realizados no procedimento de
cumprimento de sentença, bem como aos efeitos de atos ou
fatos processuais a que a lei atribuir força executiva.
Parágrafo único. Aplicam-se subsidiariamente à execução as
disposições do Livro I da Parte Especial. (Grifos nossos).
Execução direta ou execução indireta

• A execução poder ser direta ou indireta.

• A execução direta ou por sub-rogação se dá se o Estado


substitui o comportamento esperado o devedor. O
próprio Estado adota técnicas de sub-rogação, atuando
diretamente sem qualquer colaboração ou participação
do devedor executado. Isso pode se dar por três técnicas
diferentes: o desapossamento, a transformação e a
expropriação;
Execução indireta

• A execução indireta ou por coerção se dá se o Estado impõe a prestação do


devedor, e adota medidas coercitivas, indutivas e mandamentais a fim de
que o devedor, coercitivamente, cumpra a obrigação (art. 139, IV, do CPC). Há
participação direta do devedor na efetivação da tutela executiva. O estímulo ao
cumprimento da por temor do devedor. Isso pode se dar por três técnicas
diferentes: patrimonial, pessoal e incentivo;

• CPC. Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
...
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-
rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial,
inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;
Observação final sobre a execução indireta
pautado por decisões do STJ

• Os meios de execução indireta dependem do esgotamento das vias


típicas para satisfação do crédito (STJ - RECURSO ESPECIAL nº 1.864.190-
SP);

• Exemplo: quando as medidas típicas adotadas na execução não


produzem efeito, é lícito impedir a saída do país dos devedores, por
meio da apreensão dos passaportes, ao menos enquanto não for
apresentada uma garantia da dívida (STJ - HABEAS CORPUS nº 558.313-
SP).
*Lembrete:

• O processo de conhecimento pode ser condenatório, constitutivo ou


declaratório;

• Somente a sentença condenatória dá origem à execução*. As


sentenças constitutivas e declaratórias não, pois são cumpridas de
modo automático, sem nenhuma providência do réu;

• Daí que o não cumprimento da obrigação imposta na condenação, de


forma voluntária e espontânea, abrirá ensejo a execução forçada.

*Obs: Prof. Humberto Theodoro Junior é contrário a tal


posicionamento.
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil
esquematizado. 11ª ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2020.
Quanto ao caráter
Quanto às prestações
Requisitos Necessários para Realizar Qualquer Execução

• Requisitos genéricos - Os mesmos requisitos genéricos de qualquer ação:


condições da ação (interesse e legitimidade), bem como os pressupostos
processuais que permitem o estabelecimento e desenvolvimento válido da
relação processual (competência, capacidade para ser parte, para estar em
juízo, capacidade postulatória, etc);

• Requisitos específicos - São dois: o título executivo (nulla executio sine titulo)
e a exigibilidade da obrigação. Dito de outro modo, deve existir um título
executivo, com o conteúdo de certeza, liquidez e exigibilidade da obrigação
(art. 783 do CPC), bem como a caracterização do inadimplemento do devedor.
Atributos específicos do título executivo

• Além da existência material do título para que este seja passível de execução, devem
estar presentes os seguintes requisitos:

Certeza: é a convicção sobre a existência de instrumento que preencha os


requisitos formais para que seja considerado título executivo, na medida em que
esclarece a obrigação quanto a sua existência e extensão.
Liquidez: consiste na obrigação de que esteja determinado no título o conteúdo e
o “quantum” da prestação a ser exigida. Na hipótese de cumprimento de
sentença, a indeterminação quantitativa gera o procedimento de “liquidação de
sentença”; já para os títulos extrajudiciais a iliquidez gera a impossibilidade da
ação de execução, passando a ser hipótese de ação monitória.
Exigibilidade: o seu pagamento não depende de termo ou condição* ainda não
cumprida.
*Obrigação condicional ou a termo

• Termo é o evento futuro e certo. Condição é evento futuro e


incerto. A partir da sua ocorrência é que passa a obrigação a ter
eficácia.

• O art. 514 do CPC regula as obrigações sujeitas a termo ou


condição: “Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a
condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de
demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o
termo”.

• Enquanto não realizada a condição ou ocorrido o termo,


simplesmente não existirá título executivo.
Possibilidade de cumulação de execuções

• CPC. Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções,


ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado
for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o
mesmo juízo e idêntico o procedimento.
Princípios do processo de execução

• PRINCÍPIO DA PATRIMONIALIDADE: a execução recai sobre o patrimônio do


devedor, sobre os seus bens, não sobre sua pessoa (art. 789 do CPC);

• Só há um caso de prisão civil em nosso ordenamento jurídico: a do devedor de


alimentos decorrentes do direito de família, isto é, de casamento, união estável e
parentesco;

• Não subsiste mais a prisão civil do depositário infiel (STF RE 466.343), tanto nos
casos de alienação fiduciária em garantia, quanto nos demais casos, incluindo o
depositário judicial:

Súmula Vinculante 25 do STF


É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de
depósito.
• PRINCÍPIO DA AUTONOMIA FUNCIONAL E ESTRUTURAL DA
EXECUÇÃO: (funcional porque é inconfundível com a função
cognitiva e das tutelas de urgência; estrutural porque há
procedimento próprio, seja em fase ou processo distinto);

• PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE OU PRINCÍPIO DO TÍTULO: para


iniciar o procedimento de execução há exigência de se ter um
título executivo;
• PRINCÍPIO DO EXATO ADIMPLEMENTO: o credor deve obter o mesmo
resultado que seria alcançado caso o devedor tivesse cumprido
voluntariamente a obrigação (art. 831 do CPC);

• A execução deve ser específica, atribuindo ao credor exatamente


aquilo a que faz jus. Só em duas situações a obrigação específica será
substituída pela de reparação de danos: quando o credor preferir, ou
quando o cumprimento específico tornar-se impossível.

• Exemplo: o art. 831 do CPC estabelece: “A penhora deverá recair


sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do principal
atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios”.
• PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE DO PROCESSO PELO CREDOR: a
execução é feita a benefício do credor, para que possa satisfazer o
seu crédito. Ele pode desistir dela a qualquer tempo, sem
necessidade de consentimento do devedor (art. 775 do CPC);

• Há um caso em que a desistência da execução depende da


anuência do devedor: se houver impugnação ou embargos, que
não versarem apenas sobre questões processuais;

• Ao extinguir a execução, por desistência, o juiz condenará o credor


ao pagamento das custas e honorários advocatícios.
• PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE: pode haver dois
modos equivalentes para alcançar o resultado almejado pelo
credor. Em casos assim, há de prevalecer o menos gravoso ao
devedor (art. 805 do CPC).

• O juiz deve conduzir o processo em busca da satisfação do


credor, sem acarretar ônus desnecessários ao devedor.
• PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: O art. 5º, LV, da CF
assegura o contraditório a todos os procedimentos
jurisdicionais e administrativos. Como a execução civil
tem natureza jurisdicional, ele há de ser observado, mas
não da mesma forma e intensidade que o contraditório
da fase cognitiva. Na execução há um “contraditório
reduzido”.
• PRINCÍPIO DA UTILIDADE: a execução só se justifica se
trouxer alguma vantagem para o credor, pois a sua
finalidade é trazer a satisfação total ou parcial do crédito.
Não se justifica que não o faça, mas provoque apenas
prejuízos ao devedor.

• Por isso, o art. 836 do CPC deixa expresso: “Não se levará


a efeito a penhora quando ficar evidente que o produto
da execução dos bens encontrados será totalmente
absorvido pelo pagamento das custas da execução”.
Equilíbrio entre princípios
Na colisão entre princípios vigentes no mesmo sistema,
aplica-se o princípio da proporcionalidade. Ex: penhora em
dinheiro do faturamento de um estabelecimento médico,
comprovado que o valor era essencial para a atividade da
empresa, defere-se a substituição da penhora por um
automóvel, por exemplo, contra a hierarquia legal - art. 835.
Bastará uma fundamentação adequada (CF, art. 93, IX).
Agradeço a atenção de
todos e
até a próxima.

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