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Universidade Politécnica

A POLITÉCNICA

Escola Superior Aberta

GUIA DE ESTUDO
Psicologia da Personalidade
Curso de Ciências de Educação
(4º Semestre)

Moçambique
FICHA TÉCNICA

Maputo, Julho de 2012

© Série de Guias de Estudo para o Curso de Ciências da


Educação (Ensino a Distância).

Todos os direitos reservados à Universidade Politécnica

Título: Guia de Estudo de Psicologia da Personalidade


Edição: 1ª

Organização e Edição
Escola Superior Aberta (ESA)

Elaboração
Carla Adriana Francisco (Conteúdo)
Benedito Marime (Revisão Textual)
UNIDADES TEMÁTICAS

Tema Pag.

Estudando a personalidade para melhor compreender as diferenças


individuais no processo de ensino aprendizagem ……………………… 4
Estudo da personalidade, na perspectiva psicodinâmica, humanista,
dos traços, e cognitiva social………………………………………………...7
Testar a personalidade: compreender como os psicólogos medem a
personalidade. ……………………………………………………………….. 32
APRESENTAÇÃO

Caro(a) estudante

Está nas suas mãos o Guia de Estudo da disciplina de Psicologia da


Personalidade, que integra a grelha curricular do Curso de Licenciatura em
Ciências da Educação oferecido pela Universidade Politécnica na
modalidade de Educação à Distância.

Este guia tem por finalidade orientar os seus estudos individuais neste
quarto semestre do curso. Ao estudar a disciplina de Psicologia da
Personalidade, você irá perceber porque as pessoas reagem à mesma
situação de forma diferente.

Este Guia de Estudo contempla textos introdutórios para situar o assunto


que será estudado; os objectivos específicos a serem alcançados ao
término de cada unidade temática; a indicação de diversas actividades que
favorecem a compreensão dos textos lidos e a chave de correcção das
actividades, o que lhe permite verificar se você está a compreender o que
está a estudar.

Vai também encontrar no guia a indicação de leituras complementares, isto


é, indicações de outros textos, livros e materiais relacionados ao tema em
estudo, para ampliar as suas possibilidades de reflectir, investigar e
dialogar sobre aspectos do seu interesse.

Esta é a nossa proposta para o estudo de cada disciplina deste curso. Ao


recebê-la, sinta-se como um actor, que se apropria de um texto para
expressar a sua inteligência, sensibilidade e emoção, pois você é, também,
o(a) autor(a) no processo da sua formação em Gestão de Recursos
humanos. Os seus estudos individuais, a partir destes guias, nos
conduzirão a muitos diálogos e a novos encontros.

A equipa de professores que se dedicou à elaboração, adaptação e


organização deste guia sente-se honrada em tê-lo como interlocutor(a) em
constantes diálogos, motivados por um interesse comum: a educação de
pessoas e a melhoria contínua dos negócios, base para o aumento do
emprego e renda no país.

Seja muito bem-vindo(a) ao nosso convívio.

A Equipa da ESA
Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

UNIDADE TEMÁTICA 1

Estudo da personalidade

Elaborado por Carla Adriana Francisco

Objectivos

No fim desta unidade, voce deverá ser capaz de:

¾ Definir o conceito psicologia;


¾ Explicar quais os métodos de estudo desta ciência;
¾ Definir o conceito de personalidade;
¾ Diferenciar a personalidade do caracter;
¾ Diferenciar personalidade do temperamento

Caro estudante!

Vamos começar a nossa disciplina por estudar a personalidade do


indivíduo, analisando o seguinte caso hipotético:

Márcia Rodrigues formou-se em Veterinária, pela Universidade Politécnica.


Ela cresceu na zona periférica, convivia diariamente com drogas e
criminalidade. Meninas do seu bairro não chegavam à idade adulta, pois
eram viciadas em drogas. Márcia não era tão diferente: tinha problemas
sérios de comportamento, era desequilibrada e briguenta. Quando estava
ainda no ensino primário, chegou a ser expulsa da escola.
A mãe perdeu todas as esperenças de ver a filha levando uma vida
decente.
Um dia, conheceu uma assistente social de quem, aos poucos, se foi
tornando amiga. Esta, que observara o cuidado que o menina Márcia tinha
para com os cães viralatas do bairro, incentivou-a a voltar para a escola.
Márcia tornou- se uma das melhores alunas de Biologia. Concluio o ensino
secundário e ingressou na universidade, onde conheceu o Eduardo, que
se tornou seu companheiro, ao longo dos anos de faculdade.
A mãe ficou impressionada com a filha, porque julgava que esta nunca
fosse mudar.
Márcia tornou-se medica Viterinária de sucesso e, mais tarde, abriu a sua
propria clínica, casou-se com o Eduardo e teve três filhas. Hoje é
considerada um exemplo de superação.

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Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

Depois de lido o pequeno texto, vamos agora reflectir sobre o seguinte:

O que a psicologia pode nos dizer sobre esta história de sucesso?


O que a psicologia nos diz sobre os muitos factores que moldam quem nos
tornamos?

Acerca do conceito de psicologia

Certamente que você sabe que a psicologia estuda cientificamente o


comportamento e os processos mentais. Muitas pessoas pensam que os
psicólogos estudam apenas os comportamentos anormais, o que não
constitui a verdade. Eles estao interessados em todos os aspectos do
pensamento e do comportamento humano.

Os psicólogos baseam-se em métodos científicos, quando buscam


respostas para suas perguntas. Eles colectam dados por meio de uma
observação cuidadosa e sistemática e tentam explicar o que observam por
meio do desenvolvimento de teorias. Fazem novas previsões com base
nessas teorias e procuram testar sistematicamente tais previsões por meio
de observações e experimentações a fim de determinar se estão
correctos.

O método cientifico é utilizado por todo o cientista, e os psicólogos, por sua


vez, utilizam-no para descrever, prever e, finalmente, alcançar um nível de
controle sobre o assunto que estão estudando.

Tomemos, como exemplo, o seguinte tema, relativo a meninos, meninas e


agressão: muitas pessoas acreditam que os meninos são, naturalmente,
mais agressivos que as meninas e que estes aprendem a ser agressivos
porque a sociedade e nossa cultura assim o encoraga.

Explica de que maneira os psicólogos abordam este tema?


Para responder a esta questão, leia Charles G. Morrais, Albert A. Maisto.
Introdução a Psicologia 6 edição 2004 pág 7.

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Vajamos! os psicólogos da personalidade estudam as difereças que


existem entre os indivíduos, com relação a traços como ansiedade,
sociabilidade, auto estima, motivação, motivo de realização e
agressividade. Os psicólogos dessa aréa tentam determinar as causas
pelas quais algumas pessoas são temperamentais e nervosas, enquanto
outras são alegres e despreocupadas, e por que outras são tranquilas e
precavidas e outras inquietas e impulsivas.

Voltando à breve história sobre Márcia Rodrigues, quais os traços de


personalidade que se poderiam atribuir a esta menina?

Lê pág. 5 introdução a psicologia de Charles G. Morrais, Albert A. Maisto.

Porquê estudar a Personalidade?

O educador, no processo de ensino e aprendizagem convive diariamente


com pessoas diferentes; por este facto, é muito importante perceber como
os indivíduos reagem às diversas situações que lhes são impostas, tendo
como base as suas características pessoais. A compreensão sobre as
características individuais vai ajudá-lo a minimizar a dificuldade na
convivência com os alunos e não só, o que irá permitir o alcance de
resultados positivos dentro do PEA.

Personalidade

Segundo, Hall, Calvin et all, (2008), o termo compara-se a habilidade ou a


perícia social. A personalidade de uma pessoa é vista por meio da
frequência com que ela consegue aliciar reacções positivas em variedade
de pessoas em diferentes circunstâncias.

Considera-se, por outro lado, a personalidade de um indivíduo como a que


consiste na impressão mais destacada ou saliente que ele cria aos outros.
O que nos leva a dizer que uma pessoa tem uma “personalidade

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submissa”, ou uma “personalidade agressiva”, ou uma “personalidade
teimosa”? Em cada caso, o observador salienta um atributo ou uma
qualidade altamente típica do sujeito, que presumivelmente é uma parte
importante da impressão global criada nos outros, e identifica a sua
personalidade por este termo.

Sob ponto de vista etimológico, o termo Personalidade vem do latim


persona, que significa máscara usada por um actor.

Os psicólogos definem a personalidade como um padrão singular de ideias,


Funder, 2001. Por outras palavras, personalidade refere-se à consistência
de quem somos, fomos, ou seremos. Coon (2006).

Vamos convir que muitas pessoas confundem personalidade com carácter.


O termo carácter implica que a pessoa foi avaliada e não apenas descrita.
Coon, 2006, cita Skipton, 1997.

Temperamento, como base da personalidade, inclui o aspecto da


hereditariedade da personalidade, a sensibilidade, níveis de actividade,
estado de espírito prevalecente, irritabilidade e adaptabilidade.

Ao aprofundar o conceito de personalidade, podemos destacar os


seguintes aspectos: a personalidade é uma estrutura, uma totalidade
dotada de organização e não apenas a acumulação de diversos aspectos;
considera-se um processo; uma maneira singular e relativamente
constante de comportamento, de respostas a situações. Exprime um
modelo consistente de relação com o mundo e com os outros; torna, em
certa medida, previsível a interacção social de um determinado indivíduo.

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Leituras Obrigatórias

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão dos nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta primeira unidade de estudo. Portanto, não deixe de
estudá-los.

Texto 1
COON, Dennis. Introdução à Psicologia. Uma Jornada. 2º Ed., 2005
Pa g. (398 – 400)

Texto 2
ALIPIO, Jaime Costa da. VALE, Manuel M. Psicologia Geral. Brasília:
Universidade Pedagógica; Moçambique: 2010

Leituras Complementares

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão dos nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta primeira unidade de estudo. Portanto, não deixe de
estudá-los.
Texto 1

HALL, Calvin S. GARDNER Lindzey. JOHN. B Campbell. Teorias da


Personalidade. 4 Ed. Porto Alegre: 2000

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Actividades

A seguir, estão as actividades correspondentes a esta unidade. Resolva os


exercícios propostos em cada uma e verifique se acertou, conferindo a sua
resposta na Chave de Correcção no final do presente Guia de Estudo.

Actividade 1

Com base na obra de COON Dennis (2005), responda às seguintes


questões:

1- Descreva, usando as suas próprias palavras, os seguintes termos:


Personalidade, Carácter, Temperamento, Traço, Tipo, Conceito,
auto-estima.

2- Mencione 5 ou 6 Traços que descrevem melhor a sua


personalidade.

a) Descreva um traço que mais salienta a sua forma de reagir.

b) Você julga que esse traço é fruto da hereditariedade, ou da sua


cultura?

3- Haverá alguns traços da personalidade mais básicos ou mais


importantes que os outros?

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UNIDADE TEMÁTICA 2
Estudo da personalidade na perspectiva psicodinâmica

Elaborado por Carla Adriana Francisco

Objectivos

No fim desta unidade, voce deverá ser capaz de:

¾ Explicar como as teorias psicodinâmicas abordam a personalidade;


¾ Descrever qual era a visão de Freud sobre a personalidade;
¾ Estabelecer diferenças existentes entre id, ego e superego;
¾ Difinir o conceito psicossexual;
¾ Identificar os conceitos psicossexuais descritos por Freud;
¾ Analisar criticamente a teoria Psicanalista de Freud;
¾ Descrever as teorias neo-freudianas da personalidade.

Teorias Psicodinâmicas da Personalidade

Estas teorias, ao contrário das outras, procuram saber acerca das


profundezas da personalidade, isto para compreender quais são os
impulsos, os conflitos, e as energias que nos movem.

Os teóricos psicodinâmicos acreditam que muitas das nossas acções são


baseadas em necessidades ocultas ou inconscientes.

TEORIA PSICANALÍTICA

Sigmund Freud, Médico Vienense, nasceu em 1856 e morreu em 1939. A


sua teoria psicanalítica deu um enorme contributo para a abordagem
psicodinâmica. Como médico, interessou-se mais por pacientes cujos
problemas pareciam ser mais do fundo emocional, do que físico. Por volta
de 1890, a sua teoria influenciou profundamente o pensamento moderno.

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Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
Princípios característicos da sua teoria

Freud via a personalidade como um sistema dinâmico, orientado por três


estruturas mentais: o Id, o ego e o superego. De acordo com este
psicanalista, a maioria dos comportamentos envolve a actividade desses
três sistemas.

O id é constituído de instintos e impulsos biológicos inatos. Ele é egoísta


irracional, impulsivo e totalmente inconsciente. O id não possui valores
morais e guia-se pelo princípio do prazer, o qual pressiona-o
constantemente para que os impulsos sejam satisfeitos. Freud considera a
longa História de guerras e violência da Humanidade como prova disso.

O ego, algumas vezes descrito como o “executor”, pois este dirige as


energias fornecidas pelo id. O id é como um rei ou uma rainha, cegos, cujo
poder é imensurável, mas que dependem dos outros para conduzir as
ordens.

O ego dirige o comportamento, relacionando os desejos do id com a


realidade externa. Podemos dizer que a diferença entre o ego e o id é que
o ego posterga a acção até ela se tornar prática ou adequada. O ego é o
sistema de raciocínio, planeando solução de problemas e decisão. Ele está
no controle consciente da personalidade.

Portanto, pode-se dizer que o ego é controlável e actual sob o princípio da


realidade; diferentemente do id, ele procura a satisfação das necessidades,
olhando para a realidade.

O superego. Qual é o papel do superego? O superego actua como juiz ou


censor das ideias e das acções do ego. Uma parte do superego,
denominada consciência, reflecte as acções pelas quais uma pessoa foi
punida.

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Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
Uma segunda parte do superego é o ideal do ego. O ideal do ego reflecte
todo o comportamento aprovado ou recompensado pelos pais. O ideal do
ego é a origem dos objectivos e das aspirações.

A dinâmica da Personalidade

De que forma interagem o id, o ego e o superego? Freud descreveu estes


como processos mentais conflituantes. O Psicanalista teorizou um
equilíbrio delicado de poder entre os três. Vejamos, as exigências do id,
por prazer imediato, muitas vezes entram em conflito com as restrições
morais do superego.

O exemplo, a seguir, pode ajudar a esclarecer o papel de cada parte da


personalidade.

Digamos que um amigo deixa-o atraído…você é tentada sexualmente para


um encontro, o id suplica por satisfação dos seus desejos sexuais, mas
este é combatido pelo superego (que considera o pensamento sexual um
escândalo!). O id diz: “Vai em frente!” frieza: O superego responde: nunca
mais pense nisso, novamente. E o que diz o ego? O ego diz:” tenho um
plano!

Para reduzir a tensão, o ego começaria com acções que levem à amizade,
ao romance, e ao casamento. Se o id for extremamente forte e poderoso, o
ego pode ceder e tentar uma sedução. Se o superego prevalecer, o ego
pode ser forçado a deslocar ou sublimar as energias sexuais para outras
actividades (desporto, música, dança, musculação, banho frio). De acordo
com Freud, o esforço e as energias desviadas para outras actividades
tipificam grande parte do funcionamento da personalidade.

Desenvolvimento da Personalidade

Como a teoria Psicanalítica explica, o desenvolvimento da personalidade é


moldado a partir da infância, antes dos seis anos, quando a criança tenta
satisfazer as suas necessidades através das fases psicossociais.

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Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
Freud identificou quatro fases psicossexuais, oral, anal, fálica e genital. Em
cada fase, uma parte diferente do corpo torna-se a principal fonte de
energia libidinal (uma área capaz de produzir prazer para a criança). Cada
área serve como fonte principal de prazer, frustração e auto expressão.

Fase Oral (primeiro ano de vida):

Durante os primeiros momentos de vida da criança, a energia libidinal


centra-se na boca, fundamentalmente levando a que o bebé tenha prazer
em sugar, morder os objectos com os quais se relaciona. O desmame
constitui uma fase de conflito.

Se houver fixação, no inicio da fase oral produz uma personalidade oral-


dependente. Pessoas oral dependente são ingénuas (engolem tudo com
facilidade!) precisam muito de atenção (desejam ser paparicadas e
cobertas de presente). As frustrações, no final da fase oral, podem
provocar a agressão, muitas vezes em forma de mordidas. Em adultos,
estes podem se tornar oral-agressivos, cínicos, que gostam de discutir:
essa é a sua marca registada.

Fase Anal (2- 3 anos):

Esta fase ocorre durante o segundo ano da criança e consiste no prazer


que ela tem de reter e expelir as fezes. O prazer da criança nesta fase
consiste em reter e expelir os esfíncteres, colidindo assim com as
aprovações dos pais ou expressão agressiva. Freud descreve que a
personalidade anal-retentora tem traços como obstinada, ordeira, e
compulsiva por limpeza. A personalidade anal-expulsiva tem traços como
desordeira, destrutiva, cruel, ou confusa.

Fase Fálica (3-5 anos):

Os traços da personalidade fáctica são a vaidade, o exibicionismo, o


orgulho sensível. Nesse período, o crescente interesse sexual faz com que

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a menina sinta-se atraída pelo pai, e o menino pela mãe. No sexo
masculino, essa atracção leva ao complexo de Édipo, em que o menino
sente-se como rival do pai. A menina passa pela experiência do complexo
de Electra. Neste caso, ela ama o pai e compete com a mãe.

A Fase Latência (6 anos à puberdade):

De acordo com Freud, este é um período mais calmo. É um período em


que as necessidades sexuais da criança ficam como que adormecidas, a
ocorrência de conflitos nesta fase psicossexual fica “suspensa”, sem
ocorrência de algum conflito de personalidade.

A Fase Genital (adolescência):

Esta é a fase em que a puberdade flui, a expansão das energias sexuais


activa todos os conflitos não resolvidos dos anos iniciais, facto que Freud
justifica por que a adolescência é um período turbulento e cheio de
emoções. A fase genital começa na puberdade e é marcada, durante a
adolescência. Nesta fase, as actividades orientam-se para a cultura e as
pessoas criam relacionamentos sócio-sexuais responsáveis.

Comentários críticos a teoria psicanalista

Por mais estranha que esta teoria possa parecer, teve grande mérito, por
diversas razões. Primeiro, foi pioneira na visão de que os anos iniciais da
vida ajudam a moldar a personalidade adulta. Segundo, identificou o
período de amamentação, de aprendizagem da higiene íntima e as
primeiras experiencias sexuais. Terceiro, foi o primeiro a propor que o
desenvolvimento prossegue passando por uma série de fases.

Porém, Freud sofreu fortes críticas, pois enfatizou por demais a influência
da sexualidade no desenvolvimento da personalidade. Outros factores
cognitivos também são igualmente importantes. Outra crítica sofrida é
quase a impossibilidade de verificar cientificamente os conceitos de Freud.

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TEORIAS NEOFREUDIANAS

Os neo-freudianos, seguidores de Freud, deram mais importância aos


factores sociais e culturais ao desenvolvimento da personalidade.

ALFRED ADLER

Psiquiatra austríaco, nasceu e viveu entre 1870 e 1937

Adler, que foi discípulo de Freud, chamou à sua teoria da personalidade


como Psicologia Individual. De acordo com Adler, Freud deu muita
importancia à sexualidade, em detrimento do social.

O centro da personalidade é o consciente, facto que leva à interacção


activamente com o meio, sendo a personalidade moldada pelo Meio e
Interacções Sociais (e não para satisfazer necessidades).

Para Adler, os sentimentos de inferioridade são necessários para a


motivação do comportamento das pessoas; deste modo, logo na infância,
as crianças sentem que os pais é que têm o poder e são totalmente
dependentes deles; assim, desenvolvem sentimentos de inferioridade, que
são necessários para lutar e crescer.

Carl Gustav Jung, psiquiatra e psicanalista suíço, que viveu de 1875 a


1961, foi fundador da escola analítica da psicologia. Divulgou e considerou
os impulsos primitivos do papel do incosciente. Acreditava que as pessoas
possuem inconsciente colectivo. Um conjunto de traços de memórias e
conjuntos de traços que herdamos dos nossos ancestrais. Afirma que,
assim como o corpo é o conjunto de milhões de anos de evolução, também
a mente do homem desenvolveu formas de pensamento que as pessoas
têm em comum desde os momentos pré históricos.

Jung considerou, também, que as pessoas nascem com um inconsciente


pessoal, onde guardam as memórias individuais reprimidas. Ele dividiu as
pessoas em dois tipos: os extrovertidos, que são aquelas pessoas que
voltam a sua atenção para o mundo externo, participando e se
interessando pelos outros e pelos acontecimentos à sua volta, e os

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introvertidos, que tendem a ser mais voltados para o mundo interior e
tendem a ser menos sociais e a serem desconfiados em relação a outrem.

Erik Erikson viveu entre 1902 – 1994. Foi um dos teóricos da Psicologia
que contribuiu para a compreensão do ser humano. A teoria de Erikson
baseia-se nos estudos da psicanálise de Freud. Como neo-freudiano,
Erikson parte dos estudos de Freud através dos conceitos de id, ego,
superego, (fase oral, anal e fálica), mas consegue ir mais além. Divide o
ciclo de vida humana em oito fases, a que chamou de “estágios
psicossociais” e que vão desde a infância até à velhice. O estágio
denominado pelo autor de “Identidade Versus Difusão da Identidade”
marca o inicio da adolescência.

MODALIDADE EVENTO Confiança X desconfiança básica Oral sensorial


alimentação (0 aos 18 meses) Autonomia X vergonha e Locomotora
genital dúvida (18 meses – 3 anos) Controle esfincteriano Locomotora
genital Locomoção Iniciativa X culpa (3 – 6 anos) Produtividade X Latência
inferioridade (6 – 12 anos) Escola Identidade X confusão de papéis
Adolescência Relacionamento entre os pares Intimidade X isolamento
Relacionamento de amor, Adulto jovem Geratividade X média ou
estagnação, maturidade Progenitora e criação Integrada do ego X
Reflexão e aceitação do desespero.

KAREN HORNEY

Viveu entre 1885 – 1952. Uma das primeiras feministas, foi treinada na
psicanálise em Berlim e descreveu A sua obra como uma modificação e
extensão do sistema de Freud e não como um esforço em superá-lo.

A teoria de Horney discorda de Freud quanto ao facto de a personalidade


depender de forças biológicas imutáveis. Ela nega a posição destacada de
factores sexuais. Contesta a validade da teoria edipiana e descarta os
conceitos de libido e da estrutura Freudiana da personalidade. Opõe-se à
ideia de que a mulher é motivada pela inveja do pénis e afirmou que os
homem é que são motivados pela inveja do útero,

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Afirmando que eles invejam a capacidade da mulher de gerar filhos.
Karen Horney acredita que esta inveja do útero e o consequente ressenti
mento se manifestam inconscientemente no homem, através de
comportamentos voltados a depreciar ou diminuir as mulheres.

Acreditava, também, que a força impulsionadora do comportamento


humano é a necessidade de segurança, de protecção e de liberdade, isto
é, o que bebé busca no mundo exterior.

Karen Horney contesta a ideia de fases ou estágios propostos por Freud,


por acreditar que nada, no desenvolvimento, pode ser visto como universal
e, pelo contrário, tudo depende dos factores culturais, sociais, e
ambientais.

Leituras Obrigatórias

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão de nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta primeira unidade de estudo. Portanto, não deixe de
estudá-los.

Texto 1
COON, Dennis. Introdução à Psicologia. Uma Jornada. 2º ed., 2005
Pag (409 – 413)

Leituras Complementares

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão dos nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta unidade de estudo. Portanto, não deixe de estudá-los.

Texto 1
Texto extraído del libro .Introducción a la Psicología. de L.
Davidoff.
(Capítulo: Personalidad: Teorías y Pruebas. Pág.: 514 a 519).

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http://www.dirinfo.unsl.ar/~profeso/.../Teorias%20Psicodinámicas.pdf,
Acesso em 19/Julho/2011 pelas 11h 18mim

____________Apontamentos de Sociolodia`s Blog 2010


http://apontamentosdesociologia.wordpress.com/2010/07/01/psicolog
ia_teorias-neoferudianas_-adler/ Acesso em 19/Julho/2011 pelas15h
20mim

Actividades

A seguir, estão as actividades correspondentes a esta unidade. Resolva os


exercícios propostos em cada uma e verifique se acertou, conferindo a sua
resposta na Chave de Correcção, no final do presente Guia de Estudo.

Actividade 1
Responda às perguntas abaixo, usando como base os textos de leituras
obrigatórias, COON, Dennis 2005.

1 - No seu grupo de amizade, conhece alguém que parece ter traços de


personalidade oral, anal, ou fálica? Acha que o conceito Freudiano de
fixação explica as características dessa pessoa?

2 - Procure lembrar-se de alguma ocasião em que os seus sentimentos


e pensamentos ou acções reflectiram um destes pontos de acção: o id,
o ego, e o superego.

3 - Você se lembra de alguma criança próxima de si, que estará


vivenciando a experiência do complexo de Édipo ou do de Electra? Se
sim, como se manifestam esses sentimentos?

Verificação do aprendizado

1- Cite as três divisões de personalidade postuladas por Freud


__________, ____________, ____________.

2- Qual dessas divisões é totalmente inconsciente ? ___________

3- Qual é responsável pela ansiedade moral? _______________

4- Freud propôs a existência de um instinto vital, conhecido como


Tanoto. V ou F?

5- A Visão Freudiana de desenvolvimento da personalidade é baseada


no conceito de fases ___________.

6- Coloque as frases em ordem correcta: fálica, anal, genital, oral.

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7- Freud considera a personalidade anal-retentora obstinada e sovina. V
ou F?

Vamos usar o raciocínio crítico

8- A maior parte dos adultos achariam embaraçoso ou humilhante beber


em uma beberão que os bebes usam para tomar leite. Explique
porquê.

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UNIDADE TEMÁTICA 3
Estudo da personalidade na perspectiva humanista

Elaborado por Carla Adriana

Objectivos

No fim desta unidade, voce deverá ser capaz de:

¾ Descrever as teorias humanistas da personalidade;


¾ Difinir auto-realização e características do perfil de pessoas auto-
realizadas;
¾ Identificar as semelhancas na abordagem de personalidade de
Maslow e Rogers;
¾ Descrever as teorias behavioristas da personalidade;
¾ Indicar as diferentes abordagens das teorias behavioritas da
personalidade;
¾ Indicar e descrever os principais transtornos da personalidade.

Os Conteúdos da Unidade

Os Humanistas, que surgiram na década de 50 e ganharam espaço nos


anos 60 e 70, surgem como uma reacção às ideias da Psicanálise e do
behaviorismo.

Os humanistas deram mais enfoque às experiências. Estes buscaram


formas de incentivar o florescimento das nossas potencialidades. Estes
realçam a experiência subjectiva imediata. Acreditam que há tantos
mundos reais, quanto o mundo de pessoas existentes. Para entendermos
o comportamento, temos de aprender como as pessoas “vêem”
subjectivamente o mundo; o que é “real” para elas.

Quem são os principais teóricos humanistas? Podemos destacar


psicólogos como Carl Rogers que viveu entre 1902 e 1987 e Abraham
Maslow (1908- 1970).

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Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

Abraham Maslow interessou-se em estudar pessoas que levaram vidas


surpreendentemente eficazes, para descobrir a resposta porque estas
pessoas eram diferentes. Estudou homens como Albert Einesten, William
James, John Muir, Walt Whitman entre outros. E estudou artistas, poetas e
outros criativos de forma directa, ainda em vida. Com o passar do tempo, o
pensamento de Maslow mudou radicalmente, na medida em que ele
percebeu que pessoas comuns também poderiam levar uma vida
recreativa e satisfatória. Maslow referia-se ao processo de
desenvolvimento pleno dos potenciais pessoais como auto realização.

Caracteristicas de auto realização.

Convenhamos! Nos dias de hoje, encontramos uma parcela muito pequena


de pessoas auto realizadas.

Então, a questão: o que exactamente Maslow chama de auto-realização?

Olhemos para as características de perfil das pessoas auto-realizadas.

Essas pessoas eram "centradas na realidade", o que significa que elas


conseguiam distinguir o que é falso e enganoso do que é real e genuíno.
Elas eram "centradas em problemas" (problem-centered), o que quer
dizer que elas tratavam as dificuldades da vida como problemas que
precisavam de soluções, não como frustrações pessoais com as quais
devessem se irritar e se conformar.

Elas tinham uma percepção diferente de meios e fins. Elas sentiam que
os fins não justificavam necessariamente os meios, mas que os meios
poderiam ser fins em si mesmos e que os meios, “a jornada” eram, com
muita frequência, mais importantes que os fins.

Eles apreciam a autonomia: a independência das necessidades físicas e


sociais é uma prioridade. E eles resistem à aculturação, ou seja, não são
susceptíveis à pressão social de serem "bem ajustados" - são pessoas

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Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
que não baseiam a sua vida em padrões sociais; na verdade, são
inconformados, no bom sentido.

Eles têm um senso de humor não hostil – preferem fazer piada de si


próprios, ou da condição humana, e nunca fazem humor à custa de
alguém. Eles têm uma qualidade que Maslow chamou de aceitação de si
mesmo e dos outros, o que significa que eles são mais propensos a aceitar
você como você do que a tentar mudá-lo para o modo como eles acham
que você deveria ser.

Enfim, Maslow não declara que os auto-realizadores são perfeitos: claro,


há muitas falhas ou imperfeições que ele descobriu ao longo das suas
pesquisas. Em primeiro lugar, essas pessoas, frequentemente, sofrem de
considerável ansiedade e culpa. Culpa e ansiedades realistas, e não as
versões neuróticas. Alguns deles estavam sempre perdidos em
pensamentos ou eram exageradamente bondosos. E, finalmente, alguns
deles tinham momentos inesperados de crueldade, de frieza e de perda de
humor.

Carl Rogers definiu uma teoria da personalidade na qual defende existir


uma força pessoal e inata para a auto-realização. Surge, assim, o sentido
do Self, para denominar a estrutura interna do indivíduo. De facto, a
inovação em Rogers não se encontra no reconhecimento de uma estrutura
interna, mas, sim, no facto de atribuir ao homem todo o protagonismo na
definição e regulação desta estrutura.

Para o autor, há uma capacidade de auto-regulação, que permite ao


indivíduo actuar sempre como Ser primordial, na sua construção e acção,
face ao mundo exterior. Tal como Maslow, Rogers entendia que a auto-
realização consiste no mais alto nível de saúde psicológica e que as
pessoas com esta característica teriam uma mente aberta, capacidade
para se orientar pelo seu instinto e não pelas opiniões de terceiros e uma
necessidade contínua de se melhorar, Schultz & Schultz (2005). Assim, o
ser humano é um ser em interacção com o mundo e com os outros, mas
assume sempre o principal protagonismo na sua construção.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 19


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
Está mais uma vez subjacente a esta posição uma perspectiva do Ser
Humano, enquanto único e com potencial em si. Quando as perspectivas
psicanalítica e behaviorista concebiam o ser humano como, em parte, um
produto ou do seu inconsciente (psicanalítica) ou do seu meio
(behaviorista), em Rogers, toda a responsabilidade da construção do Ser,
reside no próprio indivíduo. Esta posição tem por base a exaltação do
homem enquanto ser activo e potencial. Esta posição traduz-se numa
libertação do Ser humano, face ao seu meio e ao seu inconsciente. Para
Rogers, o desenvolvimento pessoal e a construção do Ser dependem
inteiramente da própria pessoa. O homem constrói activamente a sua
existência e é capaz de auto regular a sua estrutura interna em função dos
seus objectivos.

Leituras Obrigatórias

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão de nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta primeira unidade de estudo. Portanto, não deixe de
estudá-los.

Texto 1
COON, Dennis. Introdução à Psicologia. Uma Jornada. 2º ed., 2005
Pag (420 – 424)

Leituras Complementares

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão de nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta primeira unidade de estudo. Portanto, não deixe de
estudá-los.
Texto 1

HALL, Calvin S. GARDNER Lindzey. JOHN. B Campbell. Teorias da


Personalidade. 4 ed. Porto Alegre: 2000

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Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

Actividades

A seguir, estão as actividades correspondentes a esta unidade. Resolva os


exercícios propostos em cada uma e verifique se acertou, conferindo a sua
resposta na Chave de Correcção no final do presente Guia de Estudo.

Actividade 1

TESTE SUA APRENDIZAGEM

1. A teoria humanista da personalidade enfatiza que


somos_______________, ao passo que a teoria psicodinâmica
enfatiza que somos _____________.

2. Rogers acreditava que o ser humano esforça-se em viver de


maneira consistente com a sua auto imagem e a satisfazê-la; a isso
ele chamou de tendência_________________.

3. Quando as pessoas sentem que são amadas, independentemente


do seu comportamento, segundo Rogers, elas estão sendo tratadas
por outras com ___________________.

Indica se as seguintes frases são verdadeiras (V) ou falsas ( F).

4. ________ Rogers acreditava que o objectivo da vida era tornar-nos


o melhor que cada um de nós tem: a capacidade inerente do
ser.

5._______ Nosso auto conceito é nosso potencial biológico inato.

6. _______ Quando as pessoas perdem de vista o seu potencial inato,


elas têm menos chances de sentirem-se satisfeitas.

Assinala V ou F, às questões 7, 9 e 11.

7- Os humanistas vêem a natureza humana como sendo basicamente boa,


e enfatizam os efeitos da aprendizagem subjectiva e da escolha
inconsciente.
V ou F

8 – Maslow usou o termo__________ para descrever a tendência de


certos indivíduos utilizarem plenamente os seus talentos e potenciais.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 21


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
9-De acordo com Rogers, uma boa proximidade entre a auto-imagem e o
self ideal cria uma condição chamada de incongruência. V ou F

10- A teoria de Rogers considera a aceitação das condições de


__________ um aspecto problemático do desenvolvido do self.

11- De acordo com Maslow, a preocupação com as próprias ideias,


sentimentos e necessidades é característica dos indivíduos auto-
realizadores. V ou F

12- Maslow considerava experiência de __________ momentos temporais


de auto-realização.

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Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

UNIDADE TEMÁTICA 4
Estudo da personalidade, na perspectiva dos traços

Elaborado por Carla Adriana

Objectivos

No fim desta unidade, você deverá ser capaz de:

¾ Descrever as teorias disposicionais ou dos traços da personalidade;


¾ Indicar as diferentes abordagens da personalidade, de acordo com
as teorias disposicionais ou de traços da personalidade;
¾ Explicar qual é o foco principal da teoria dos traços;
¾ Descrever os cinco traços básicos que melhor descrevem as
diferenças de personalidade.

TEORIA DOS TRAÇOS DE PERSONALIDADE

As teorias da personalidade, examinadas até agora, para explicar a


personalidade, partem das experiências do começo da infância. Outros
teóricos da personalidade concentram-se no presente, descrevendo como
pessoas adultas já desenvolvidas se distinguem uma das outras. Estes
afirmam que as pessoas diferem de acordo com o grau que têm de
determinado traço de personalidade, tais como dependência, ansiedade,
agressividade, e sociabilidade.

Apesar destes traços não poderem ser observados directamente, podemos


inferi-los através do modo como a pessoa se comporta. Se, por exemplo
estamos perante uma pessoa que gosta de dar festas e participa em
grupos regularmente, podemos concluir que esta pessoa tem um alto grau
de sociabilidade.

O psicólogo Gordon Allport, acreditava que os traços ou disposições, como


ele os chamava, estão literalmente codificados no nosso sistema nervoso
central, como estruturas que guiam o comportamento, consistente em uma
variedade de situações. Allport também acreditava que, enquanto os traços
descrevem o comportamento comum de muitas pessoas, a personalidade
individual consiste em um grupo singular de traços.

Entretanto, Raymond Cattell, utilizando uma análise estatística


denominada analise factorial, demonstrou que vários traços tendem a

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 23


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
agrupar-se. Uma pessoa descrita como perseverante ou determinada, por
exemplo, tem mais probabilidade de ser vista como responsável,
organizada, atenciosa, e estável e, provavelmente, não seria vista como
fútil, negligente ou volúvel.

Outros teóricos consideravam que Cattell utilizava traços demais para


descrever a personalidade. Eysenck argumentou que a personalidade
poderia ser reduzida a três dimensões básicas: estabilidade emocional,
introversão – extroversão e psicoticismo.
Nessa teoria, a estabilidade emocional refere-se à maneira como a
pessoa controla as suas emoções. Em uma linha contínua, indivíduos em
um extremo seriam vistos como calmos, equilibrados, e tranquilos, ao
passo que os do outro extremo seriam descritos como ansiosos, nervosos,
e irritáveis.

Introversão – extroversão: refere-se ao grau em que a pessoa é voltada


para dentro ou para fora. Em um extremo dessa dimensão, estariam os
socialmente comunicativos, faladores, e afectuosos, conhecidos como
extrovertidos. Aqueles geralmente descritos como calmos, calados,
tímidos, socialmente retraídos estariam em outro extremo.

Os cinco grandes traços básicos que melhor descrevem as


diferenças de personalidade.

Embora houvesse divergências, a respeito do número de traços


necessários para descrever a personalidade, recentemente se chegou a
um consenso sobre o modelo de personalidade.

De acordo com esse modelo, cinco traços, juntamente com varias outras
facetas, representam cinco dimensões mais importantes da personalidade
humana que são: Extroversão, amabilidade, responsabilidade/segurança,
estabilidade emocional, aberta a novas experiências/ cultura/intelecto.

Psicoticismo: Eysenck descreveu com esse termo pessoas caracterizadas


pela insensibilidade e falta de cooperação, em um extremo e pela
cordialidade, ternura e altruísmo para com outros.

As teorias dos tipos de William Sheldon.


Nasceu e viveu de 1898 e 1977.

A preocupação maior é descrever os traços da personalidade consoante


um determinado tipo de corpo. Segundo este teórico, consoante o tipo de
corpo de indivíduo, este tem tendência a manifestar um certo tipo de
comportamento.

Sheldon argumentava que toda a pessoa possui características físicas que


determinam as suas actividades mais salientes.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 24


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

Assim sendo, Sheldon procurou avaliar certos tipos de personalidade, que


designou temperamento, fazendo-os depender de três componentes
morfológicos, como endomorfia, mesomorfia e ectomorfia.

Estes conceitos têm como origem três camadas de células do indivíduo,


sendo a endoderme a que provém dos aparelhos digestivo e respiratório.
Da mesoderme formam-se os músculos e o esqueleto. A ectoderme é
responsável pela superfície do corpo e aparelhos sensoriais, bem como
pelo sistema nervoso.

Endomorfo - corresponde ao indivíduo gordo, de abdómen saliente, com


braços curtos, pescoço baixo, cabelos finos e tendência a calvície precoce.
A este conjunto de dispositivos, Sheldon correlacionou com o tipo de
temperamento viscerotónico, cujas características são: relaxamento da
atitude e do movimento, gosto pelo conforto físico, reacções lentas,
contentamento consigo próprio, comunicação fácil, extrovertido, entre
outros.

Mesomorfo - o volume do tórax é superior ao abdómen, os membros são


musculados, os ossos fortes e salientes, tendo, no seu conjunto, uma
estrutura robusta. A essas características morfológicas corresponde o
temperamento somatotónico, cujas características são: firmeza de atitude
e de movimentos, gosto pelas acções físicas e pelo risco, dureza
psicológica, ausência de piedade e de delicadeza, indiferença pela dor,
extrovertido, entre outros.

Ectomorfo - é marcado pela fragilidade e delicadeza do corpo: é magro,


tem ombros estreitos e o tronco curvo para frente, cor fina e de cor pálida.
Corresponde ao temperamento cerebrotónico, curas características são:
retenção da atitude e do movimento, reacções fisiológicas excessivas,
segredo sentimental, introversão, necessidade de introversão, em caso de
afiliação.

Uma das críticas apontadas às intervenções de Sheldon centra-se no


método usado nas suas intervenções. Uma das principais críticas centram-
se no facto de ter sido a mesma pessoa a classificar a estrutura física e a
determinar os tipos de temperamento.

A Tipologia de Kretschmer

Psiquiatra alemão, apresentou também a sua tipologia marcadamente


morfológica, construída com base na observação de casos patológicos.
Kretschmer propôs no seu quadro de personalidade, três tipos de
morfológicos fundamentais que são: O pícnico, o atlético, e o leptosómico,
correspondente ao endomorfo, e ectomorfo, mesomorfo, isto na tipologia
de Sheldon.

O pícnico possui uma característica corporal caracterizada por


predominância da extroversão, isto é, aberto para com os outros e com

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 25


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
pouca profundidade nos seus sentimentos. No sentido patológico, o
pícnico pode tender a um comportamento maníaco-depressivo.

O tipo atlético é caracterizado pela rigidez e tenacidade do tónus muscular,


bem como nas suas atitudes e possui uma vida sentimental
predominantemente pouco expressiva. O atlético é perseverante, quanto
no alcance dos seus objectivos. No sentido patológico, ele tende a
apresentar sintomas epilépticos.

O leptosómico é um indivíduo caracterizado pela predominância de


introversão e tende a fechar-se no seu próprio mundo de ideias,
conservando-se, no mundo, distante das pessoas que a rodeiam. Em
contrapartida, o leptosomatico conserva sentimentos muito profundos. No
plano patológico, tendente à esquizofrenia.

Leituras Obrigatórias

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão de nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta unidade de estudo. Portanto, não deixe de estudá-los.

Texto 1
Charles G. Morrais. Albert A. Maisto. Paulo: Introdução à psicologia. 6
edição, São Paulo. Prentice Hall, 2004

Pag( 357‐ 358)

Texto 2
ALIPIO, Jaime Costa da. VALE, Manuel M. Psicologia Geral. Brasília:
Universidade Pedagógica; Moçambique: 2010
Pag (154 ‐ 158)

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 26


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

Leituras Complementares

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão de nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta primeira unidade de estudo. Portanto, não deixe de
estudá-los.
Texto 1

HALL, Calvin S. GARDNER Lindzey. JOHN. B Campbell. Teorias da


Personalidade. 4 ed. Porto Alegre: 2000

Actividades

A seguir, estão as actividades correspondentes a unidade. Resolva os


exercícios propostos em cada uma e verifique se acertou, conferindo a sua
resposta na Chave de Correcção no final do presente Guia de Estudo.

Actividade 1

Teste a sua aprendizagem

1. Os teóricos de conceito de traços defendem que as pessoas


diferem de acordo com o grau que tem de
determinados_________________

2. Eysenck afirma que a personalidade poderia ser reduzida a três


dimensões básicas. Diga quais são.

3. Quais são os cinco grandes traços.

4. As evidências sugerem que a personalidade deve-se, quase


exclusivamente, a factores ambientais. Essa afirmação é
verdadeira ( V) ou falsa (F)?

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Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

UNIDADE TEMÁTICA 5
Teorias da aprendizagem cognitiva – social

Elaborado por Carla Adriana Francisco

Objectivos

No fim desta unidade, você deverá ser capaz de:

¾ Explicar como as nossas expectativas podem influenciar as atitudes


e os comportamentos actuais;
¾ Explicar como o lócus de controle de uma pessoa influencia a sua
auto-eficácia;
¾ Descrever como os teoricos da aprendizagem cognitiva-social
descrevem os factores que moldam a personalidade de Jaylene
Smith.

Teorias da aprendizagem cognitiva-social

De que forma as nossas expectativas podem influenciar as nossas


atitudes e comportamentos actuais?

Lócus de controle e auto-eficácia

A teoria da aprendizagem cognitiva social defende que o comportamento


surge a partir da interacção de cognições (como pensamos a respeito de
uma situação e como vemos o nosso comportamento nessa situação), de
experiências passadas e de aprendizagem (incluindo o, reforçamento, a
punição e a modelagem) e do ambiente imediato. Albert Bandura (1997)
afirma que as pessoas avaliam uma situação de acordo com determinadas
expectativas internas, e que essas expectativas influenciam o seu
comportamento. O feedback que estas pessoas recebem do ambiente
externo vai influenciar seu comportamento.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 28


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
Dois dos principais teóricos da aprendizagem cognitiva-social, Bandura e
Rotter, acreditam que as expectativas tornam-se parte de estilo explicativo
de uma pessoa, o qual, por sua vez, tem muita influência sobre o
comportamento. O estilo explicativo, por exemplo, separa os optimistas
dos pessimistas. O estilo explicativo parece desenvolver-se cedo e pode,
de modo significativo, influenciar o comportamento e os resultados da vida.

Visão de Jaylene Smith, segundo a teoria da aprendizagem cognitiva-


social.

Como os teóricos de aprendizagem cognitiva-social descreveriam os


factores que moldaram a personalidade de Jaylene Smith?

Jaylene pode ter aprendido a ser tímida e introvertida porque foi


recompensada por passar bastante tempo sozinha, estudando. O seu pai,
provavelmente, incentivou a sua dedicação aos livros, e certamente ela
ganhou o respeito dos seus professores. O reforçamento também pode ter
moldado a sua autodisciplina e a sua necessidade de ser bem sucedida
academicamente.

Avaliação das teorias de aprendizagem cognitiva-social.

Contribuições das teorias da aprendizagem cognitiva-social para a


nossa compreensão da personalidade e quais as suas limitações.

Estas colocaram os processos mentais de volta ao centro da


personalidade. Esta teoria enfatiza a experiência e o comportamento
consciente. Podemos definir e estudar cientificamente os conceitos-chave
dessas teorias, tais como auto-eficácia e lócus de controlo; o mesmo não
se aplica aos conceitos chave das teorias humanistas e psicodinâmicas.
Alem disso, as teorias de aprendizagem cognitiva social ajudaram a
explicar por que as pessoas agem de maneira inconsciente, uma questão
cuja resposta não é satisfeita com a abordagem dos traços. As teorias de
abordagem cognitiva-social também produzem terapias úteis, que ajudam

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 29


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
os pacientes a reconhecerem e modificarem um sentido negativo de auto-
eficácia ou estilo explicativo.

Ainda é cedo para dizer em que medida as teorias de aprendizagem


cognitiva-social explicam a complexidade da personalidade humana.

Leituras Obrigatórias

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão dos nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta unidade de estudo. Portanto, não deixe de estudá-los.

Texto 1
Charles G. Morrais. Albert A. Maisto. Paulo: Introdução à psicologia. 6
Edição, São Paulo. Prentice Hall, 2004. Pag (360‐361)

Leituras Complementares

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão de nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta quinta unidade de estudo. Portanto, não deixe de
estudá-los.
Texto 1

HALL, Calvin S. GARDNER Lindzey. JOHN. B Campbell. Teorias da


Personalidade. 4 Ed. Porto Alegre: 2000

Actividades

A seguir, estão as actividades correspondentes a esta unidade. Resolva


os exercícios propostos em cada uma e verifique se acertou, conferindo a
sua resposta na Chave de Correcção no final do presente Guia de Estudo.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 30


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

Actividade 1

Avalie a sua Aprendizagem

1. Os teóricos da aprendizagem cognitiva-social acreditam que as


pessoas organizam internamente seus ________________e
___________ para guiar seu comportamento.

2. Na visão de Bandura, o que a pessoa espera de uma situação ou


como resultado de uma determinada conduta é chamado
de_______________.

3. Os teóricos da aprendizagem cognitiva-social acreditam que o lócus


de controle é uma estratégia cognitiva, por meio da qual as
pessoas _______________ situações.

Combine os termos a seguir com a sua definição apropriada.

_____4. lócus interno de controle


a. distingue os optimistas dos pessimistas.

_______5. lócus externo de controle


b. em que medida acreditamos que podemos
atingir nossos metas

_______6. estilo explicativo


c. crença de que a sorte controla o destino.

_______7. auto- eficácia


d. crença de que as pessoas controlam o seu
próprio destino.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 31


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

UNIDADE TEMÁTICA 6
Avaliação da personalidade

Elaborado por Carla Adriana Francisco

Objectivos

No fim desta unidade, você deverá ser capaz de:

Explicar como os psicólogos medem a personalidade;


Explcar qual a importância de se medir a personalidade;
Descrever as finalidades das entrevistas estruturadas e não estruturadas;
Demostrar quais as vantagens e os limites do metodo de observação;
Argumentar porque os teoricos do conceito de tracos preferem os testes
objectivos;.
Explicar o que os testes de projectivos procuram medir.

Nesta unidade, abordamos a questão dos testes para medir a


personalidade.

No processo de ensino e aprendizagem, em que o professor usa os testes


para medir os conhecimentos assimilados pelos seus alunos, estes usam
diversos tipos de testes.

Quais são os testes usados no PEA? Você os conhece?

Os psicólogos também usam testes para avaliar a personalidade.

De certo modo, testar a personalidade é como testar a inteligência. Em


ambos os casos estamos querendo medir algo intangível e invisível. E para
ambos, um ”bom teste” é aquele que tanto é preciso, como válido: Dá
resultados consistentes e confiáveis e mede o que se propõe a medir.

Pode-se afirmar que a mensuração da personalidade não é tarefa fácil,


pelo facto de a personalidade reflectir um comportamento característico; ao
avaliá-lo, não estamos interessados no melhor comportamento da pessoa,
mas no seu comportamento típico, ou seja, como ela costuma comportar-

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 32


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
se em situações comuns. Temos, em seguida, alguns factores que podem
dificultar o processo de mensuração: a fadiga, o desejo de impressionar o
examinador, e o medo de ser testado podem influenciar profundamente o
comportamento do participante.

Para essa tarefa de avaliação da personalidade, os psicólogos utilizam


quatro instrumentos básicos: A entrevista pessoal, a observação directa
do comportamento, e os testes objectivos e projectivos.

Entrevista pessoal

Quais são os objectivos das entrevistas estruturadas e das não-


estruturadas?

Uma entrevista é uma conversa com uma finalidade: obter informação da


pessoa que está sendo entrevistada. Geralmente, as entrevistas são feitas
em ambientes clínicos, para descobrir, por exemplo, porque uma pessoa
está à procura de tratamento e para ajudá-la a diagnosticar o problema. As
entrevistas, geralmente, são não-estruturadas. Os pesquisadores,
frequentemente, fazem uso da entrevista para conduzir pesquisas
sistemáticas da personalidade.

Observação directa

Quais são as vantagens e os limites do método de observação?

Outra maneira de descobrir como uma pessoa, normalmente, se comporta


é observar como ela age em situações rotineiras durante um extenso
período de tempo. Os teóricos behavioristas e de aprendizagem social
preferem esse método de avaliação, porque ele permite observar como a
situação e o ambiente influenciam o comportamento, além de verificar a
variação de condutas que a pessoa é capaz de exibir. Neste tipo de
observação, os pesquisadores observam, por conta própria, o
comportamento dos examinandos.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 33


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4
Testes objectivos

Porque os teóricos do conceito dos traços preferem os testes objectivos?

Para evitar depender da técnica de um entrevistador ou da capacidade


interpretativa de um observador, ao avaliar a personalidade, os psicólogos
criam testes objectivos ou inventários da personalidade. Geralmente,
trata-se de testes escritos, administrados e avaliados conforme um
procedimento-padrão. Estes, geralmente, são elaborados para uma
pessoa responder “sim” ou” não”. Ou seleccione uma resposta dentre
várias alternativas.

Testes projectivos

O que os testes projectivos procuram medir?

A maioria destes testes consiste em simples estímulos ambíguos, dos


quais podem ser extraídos um número ilimitado de respostas. A pessoa
submetida ao teste olha para um material essencialmente sem significado
ou para uma figura vaga e, então, explica o que isso significa para ela.
Pode-se, também, pedir que ela complete uma sentença, como “ Quando
eu me olho no espelho, eu…”. Estes testes não dão nenhuma indicação de
qual a melhor maneira de completar, de interpretar o material ou completar
a sentença. Pode-se dizer que estes testes fornecem informações úteis a
respeito da motivação, acontecimentos ou sentimentos dos quais a pessoa
não está consciente.

Leituras Obrigatórias

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão dos nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta unidade de estudo. Portanto, não deixe de estudá-los.
pedir

Texto 1
Morris, Charles G. Alberto A.Maisto __ Introdução à Psicologia: São
Paulo: Prentice Hall, 2004. Pag (363- 365)

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 34


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

Texto 2
HALL, Calvin S. GARDNER Lindzey. JOHN. B Campbell. Teorias da
Personalidade. 4 ed. Porto Alegre: 200

Leituras Complementares

A leitura dos textos indicados, a seguir, é de fundamental importância para


a compreensão dos nossos estudos e para a realização das actividades
propostas para esta unidade de estudo. Portanto, não deixe de estudá-los.

Texto 2

ALIPIO, Jaime Costa da. VALE, Manuel M. Psicologia Geral. Brasília:


Universidade Pedagógica; Moçambique: 2010

Actividades
A seguir, estão as actividades correspondentes a esta unidade. Resolva
os exercícios propostos em cada uma e verifique se acertou, conferindo a
sua resposta na Chave de Correcção no final do presente Guia de Estudo.

Actividade 1

1. Os testes_____________ exigem que as pessoas preencham


questionários, os quais são pontuados de acordo com um procedimento –
padrão.
2. Nos testes ______________, o examinador mostra às pessoas
estímulos ambíguos e lhe pede que os descrevam ou inventem uma
história a respeito deles.

Combine os testes com as descrições apropriadas.

_____3. testes objectivos a. o teste de personalidade mais


amplamente pesquisado e utilizado.

_____4. MMPI b. figura das pessoas em situações


ambíguas.

______5. Rorschach c. testes projectivo que se utiliza de


manchas de tinta.

_____6.TAT d. elaborado para eliminar o preconceito


do examinador

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 35


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

CHAVE DE CORRECÇÃO DAS


ACTIVIDADES

UNIDADE TEMÁTICA 1

Actividade 1

1- Carácter - implica que a pessoa foi avaliada e não apenas descrita.

Temperamento – refere-se a aspectos hereditários da personalidade, como


sensibilidade, irritabilidade, dispersividade e estado de espírito normal.

Tipo – refere-se a pessoas que possuem diversos traços em comum.

Traço - são qualidades estáveis demonstradas por uma pessoa na maioria


das situações.

Auto-conceito - a percepção de um pessoa a respeito dos próprios traços


de personalidade.

Auto-estima – ver-se a si mesmo como uma pessoa de valor; uma


avaliação positiva de si mesmo.

2 -Mencione 5 ou 6 Traços que descrevem melhor a sua personalidade.

Ex: Organizada, leal ansiosa, prestativa, emotiva, cuidadosa.

Descreva um traço que mais salienta a sua forma de reagir.


Ex: Emotiva

3 - Você julga que esse traço é fruto da hereditariedade, ou da sua cultura.


Hereditariedade.

Haverá alguns traços da personalidade mais básicos ou mais importantes


que os outros.

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 36


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

UNIDADE TEMÁTICA 2

Actividade 1
1 - Id, ego, superego
2 - Id.
3 - Superego
4–F
5 - Psicossexuais
6 - Oral , anal, fálica, genital
7-V

UNIDADE TEMÁTICA 3

Actividade 1

1. Positivamente motivados, conflitos ocultos.

2. Auto realização

3. Consideração positiva incondicional

Indica se as seguintes frases são verdadeiras (V) ou falsas ( F).

4. V

5. F

6. V

7. F
8 Auto‐realização
9‐ F
10‐ Valor
11‐ F
12‐ Pico

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 37


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

UNIDADE TEMÁTICA 4

Actividade 1

1- Traços da personalidade.

2- Estabilidade emocional, introversão/extroversão, psicoticismo.

3- Extroversão, amabilidade, responsabilidade, estabilidade emocional,


e abertura a novas experiências.

4- F

UNIDADE TEMÁTICA 5

Actividade 1

1- Valores, experiências.
2- Expectativa
3- Avaliação
4- D
5- C
6- A
7- B

UNIDADE TEMÁTICA 6

Actividade 1

1. Objectivos
2. Projectivos
3. d
4. a
5. c
6. b

Escola Superior Aberta/A Politécnica – Ensino à Distância 38


Ciências da Educação – Psicologia da Personalidade – Semestre 4

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