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EPIDEMIOLOGIA

NUTRICIONAL

Epidemiologia básica

Profa. Dra. Naiara Lourenço Mari


Unidade de Ensino: 01

Competência da Unidade: Conhecer os métodos e ferramentas que podem ser utilizados


para orientar decisões em saúde e para contribuir no desenvolvimento e na avaliação das
intervenções voltadas ao controle e a prevenção de problemas nutricionais.

Resumo: Conhecer os conceitos de epidemiologia, seus usos e aplicações dentro da área da


saúde e principalmente no campo de atuação do nutricionista.

Palavras-chave: Epidemiologia; Saúde Pública; Aplicações da Epidemiologia; Saúde, doença,


prevenção; Mortalidade; morbidade; nível sócio - econômico.

Título da Teleaula: Epidemiologia básica

Teleaula nº: 01
CONTEXTUALIZAÇÃO

 Conceitos básicos da epidemiologia e suas aplicações;


 História natural da doença;
 Prevenção de doenças;
 Indicadores de saúde: morbidade, mortalidade, demográficos e
socioeconômicos.

https://shutr.bz/3Qz0Jqh
Conceitos básicos de
epidemiologia e suas
aplicações
Histórico da epidemiologia

GRÉCIA ANTIGA
Acreditavam que as doenças eram causadas por uma ação maligna atribuída
a um castigo de deuses.

Hipócrates (460 a 370 a.C.):


Constatou que as doenças tinham causas
naturais e eram passíveis de controle.

https://bit.ly/2QmKzTk
John Snow – Pai da epidemiologia

Descobriu a cólera, sua via de transmissão e controle em Londres


no período de 1849 -1854.

James Lind
Percebeu que o escorbuto não era uma
doença contagiosa e sim uma doença
provocada pela má alimentação.
https://bit.ly/34rsNX0 https://bit.ly/2QkGA9H
Ignaz Semmelweis
Pioneiro dos procedimentos antissépticos.

Edward Jenner
Desenvolveu a vacina contra a varíola.

https://bit.ly/3lerfWt https://bit.ly/31re10O
EPIDEMIOLOGIA

Epi = sobre Demos = Logos =


povo estudo

Ciência que estuda sobre a origem, as causas e os


fatores que determinam a distribuição e frequência de
doenças.
OBJETIVO DA EPIDEMIOLOGIA:

Identificar os fatores que provocam as doenças .

Além disso, indica:


 Medidas de prevenção,
 Controle;
 Erradicação das doenças.
Ciências
sociais

Ciências
EPIDEMIOLOGIA biológicas

Estatística
Como e quando podemos aplicar a
epidemiologia?

 Diagnóstico de saúde comunitária.


 Monitoramento das condições de saúde.
 Identificação dos determinantes de doenças ou agravos.
 Validação de métodos diagnósticos.
 Estudo da história natural das doenças.
 Avaliação epidemiológica de serviços de saúde.

https://bit.ly/39Pjili
História natural da doença
DOENÇA ou ENFERMIDADE

Processo biológico que provoca desequilíbrio no organismo.

Expressa em sinais e sintomas que afetam um ser vivo.

Ela envolve fenômenos subjetivos de ordem física ou


psicológica.

https://bit.ly/2DiDpwk
SAÚDE

“é o estado do mais completo bem-estar físico, mental e


social e não apenas a ausência de doença”.

Na prática, a saúde é identificada pela ausência de


doenças diagnosticadas, sinais e sintomas.

https://bit.ly/2EQer82
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Curso da doença desde o início até sua resolução, na ausência de


intervenção.

Processo inicia-se com a exposição de um


hospedeiro suscetível a um agente causal e termina com
a recuperação, deficiência ou óbito.
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Agente
etiológico • Acompanha a evolução de uma doença.

• A partir dessa compreensão é possível adotar


Indivíduo as medidas de intervenção mais eficazes e
eficientes no tratamento.

Ambiente
FASES DA HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

1. FASE INICIAL (OU DE SUSCETIBILIDADE)


• Existem condições que favorecem o desenvolvimento de doenças.
• Não há sinais clínicos patológicos.

2. FASE PATOLÓGICA PRÉ-CLÍNICA


• Não há sintomas, mas temos alterações patológicas
presentes.
• Doença pode evoluir para cura ou progredir para a
próxima fase.
3. FASE CLÍNICA
• Uma fase mais avançada da doença, pois há manifestação da doença que
varia de leve, mediana e grave.
• O profissional de saúde precisa estar atento ao curso clínico da doença e
as características do paciente.

4. FASE DE INCAPACIDADE RESIDUAL


• O paciente não atingiu a cura completa da doença, as
manifestações foram estabilizadas, mas existem
sequelas que afetaram sua capacidade funcional.
PREVENÇÃO DE DOENÇAS

Conjunto de medidas empregadas


antecipadamente a fim de evitar o mal ou
danos a saúde.

• Conhecer a história natural da doença favorece na


escolha das ações de prevenção.

• Pode ser realizada em qualquer período ou fase da


historia natural da doença.
Níveis de aplicações das medidas preventivas

Prevenção primária
• Faz-se com a intercepção dos fatores pré-patogênicos.

Prevenção secundária
• É realizada no indivíduo, já sob a ação do agente patogênico, ao nível do
estado de doença.

Prevenção terciária.
• Consiste na prevenção da incapacidade através de
medidas voltadas à reabilitação.
Indicadores de saúde:
Incidência
Prevalência
INDICADORES DE SAÚDE

Os indicadores de saúde têm como propósito principal elucidar a


situação de saúde de um indivíduo ou de uma população.

O grau de excelência de um indicador deve ser definido por:

Validade Capacidade de medir o que se pretende.

Capacidade de reproduzir os mesmos


Confiabilidade resultados quando aplicado em condições
similares.
INDICADORES DE MORBIDADE

Informam a ocorrência e distribuição de doenças e agravos à saúde na


população residente na área geográfica referida.

As fontes de dados costumam ser registros de


hospitais e serviços de saúde, notificação de doenças sob
vigilância e inquéritos de soroprevalência e de auto-relato
de doenças, entre outros.

Medidas utilizadas: INCIDÊNCIA e PREVALÊNCIA.


INCIDÊNCIA

A incidência representa a frequência com que surgem novos casos de


uma determinada doença em um intervalo de tempo.
PREVALÊNCIA

Representa a proporção de indivíduos de uma população que é


acometida por uma determinada doença ou agravo em um determinado
momento. Engloba tanto os casos novos que ocorreram no período
quanto os casos pré-existentes. É uma medida estática, uma fotografia.
Casos novos Relação entre
(incidência) prevalência e incidência

Casos existentes Cura


(prevalência)

Óbito
Na cidade de Miraflores em 31/12/2017, haviam 470 casos de Diabetes tipo 1.
Durante o ano de 2018, foram diagnosticados 60 novos casos dessa doença
entre seus habitantes, neste mesmo ano, 8 pessoas, já com diabetes,
mudaram-se para esta cidade e 55 pessoas faleceram pela doença. A
população estimada de Miraflores era de 300.000 pessoas. Pergunta-se:

a. Qual a incidência de Diabetes tipo 1 em Miraflores em 2018?


b. Qual a prevalência dessa doença em 31/12/2017?
c. Qual a prevalência dessa doença em 31/12/2018?
a. Qual a incidência de Diabetes tipo 1 em Miraflores em 2018?
60 (casos novos) ÷ 300.000 x1000 = 200 novos casos/1000 hab.
x100.000 = 20 novos casos/100.000 hab.

b. Qual a prevalência dessa doença em 31/12/2017?


= 470 (casos totais) ÷ 300.000 x1000 = 1,57 casos por 1000 habitantes
x 100.000= 157 casos por 100.000

c. Qual a prevalência dessa doença em 31/12/2018?


= (483 ÷ 300.000)x 1000 = 1,61 casos por 1000 habitantes.
x 100.000= 161 casos por 100.000 habitantes.
Indicadores de saúde:
Mortalidade
Demográficos
Socioeconômicos
INDICADORES DE MORTALIDADE

• A taxa de mortalidade estima o risco absoluto de morrer.

Podem referir-se a toda a população de um país ou


restringir-se a uma comunidade, instituição, uma
amostra populacional, grupos específicos de
população, conforme sexo, idade, grupos de doenças
ou outras características relevantes.
INDICADORES DE MORTALIDADE

 Taxa de mortalidade geral;


 Taxa de mortalidade infantil;
 Taxa de mortalidade neonatal precoce;
 Taxa de mortalidade em menores de cinco anos;
 Razão de mortalidade materna;
 Mortalidade proporcional por doença diarreica aguda
em menores de 5 anos.
Taxa de mortalidade infantil

2022
Mulheres: 10,03
Homens: 11,68
Total: 10,88

Fonte:
https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html?utm_source=portal&u
tm_medium=popclock
INDICADORES DEMOGRÁFICOS

Medem a distribuição de fatores determinantes da situação de saúde


relacionados à dinâmica populacional na área geográfica referida.

 Razão de sexos.
 Taxa de crescimentos da população.
 Grau de urbanização.
 Proporção de idosos na população.
INDICADORES DEMOGRÁFICOS

 Índice de envelhecimento na população.


 Índice de envelhecimento.
 Taxa de fecundidade total.
 Taxa bruta de natalidade.
 Taxa bruta de mortalidade.
 Esperança de vida ao nascer.
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Expectativa de vida ao nascer

2022 2060
M: 80,67 anos M: 84,23 anos
H: 73,74 anos H: 77,90 anos

Fonte:
https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/index.html?utm_source=portal&ut
m_medium=popclock
INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

Medem a distribuição dos fatores determinantes da situação de saúde


relacionados ao perfil econômico e social da população residente na área
geográfica referida.
INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

 Taxa de analfabetismo.
 Níveis de escolaridade.
 Produto interno bruto (PIB) per capta.
 Razão de renda.
 Proporção de pobres.
 Taxa de desemprego.
 Taxa de trabalho infantil.
VAMOS RECAPITULAR !
Recapitulando

 Conceitos básicos da epidemiologia e suas aplicações;


 História natural da doença;
 Prevenção de doenças;
 Indicadores de saúde: morbidade, mortalidade, demográficos
e socioeconômicos.
https://shutr.bz/3QBLDQQ

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