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Memorias Familia
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IBARÊ DANTAS
MEMÓRIAS DE FAMÍLIA
(O PERCURSO DE QUATRO FAZENDEIROS)
Aracaju-SE, 2013
© 2013, José Ibarê Costa Dantas
Dantas, Ibarê
D192m Memórias de família: o percurso de quatro
fazendeiros. Aracaju-Se. Criação, 2013.
270 p. ilust.
ISBN: 978-85-62576-79-9
CDU: 9 (929.5)
À memória de meus ancestrais aqui lembrados.
O Autor
PREFÁCIO
1
Publicitária, professora universitária, mestra em Comunicação e Práticas de Consumo
pela ESPM/SP.
10 PREFÁCIO
Sumário
Introdução 13
V. Epílogo 201
VII. Anexos
- Anexo I. Proprietários de Escravos do Município da Vila
do Riachão (1875) 215
- Anexo II. Falas de David Dantas na Câmara de
Vereadores (1961-1962) 219
- Anexo III. Genealogia 239
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INTRODUÇÃO
1
Ver Marc Bloch. Introdução à História. Lisboa. Publicações Europa-América, 1965, p.
31-32.
2
RICOEUR, Paul. A Memória, a história o esquecimento. Campinas-SP: Unicamp, 2010, p.
435.
14 INTRODUÇÃO
3
Ver Evaldo Cabral de Melo. O Fim das Casas Grandes in Luiz Felipe de Alencastro
(org). História da Vida Privada no Brasil. São Paulo. Cia de Letras, 1997.
16 INTRODUÇÃO
(1820-1904)
1.ORIGENS FAMILIARES
Quando David Martins de Góes Fontes tinha oito anos, nos idos
de 1828, a fazenda de seu pai foi cercada por mais de 40 soldados e
dois oficiais de justiça a serviço do ouvidor. Os invasores dispararam
muitos tiros de pistolas, espingardas, bacamartes com demonstra-
ção de alegria. Para complementar a arbitrariedade, fizeram “gran-
de estrondo” e levaram consigo nove escravos.1
Esses dados são os únicos que encontramos sobre a primeira
fase da existência de David Martins de Góes Fontes. Filho de Fran-
cisco Xavier de Góes e de Maria José da Piedade, David Martins de
Góes Fontes deixou alguns registros sobre sua vida, entre os quais
a data do seu nascimento, 04.08.1820.2 Mas as incertezas abundam,
a começar pelo local de nascimento. Pelas informações que conse-
guimos, há duas hipóteses: a mais provável seria no Engenho Passa-
gem, situado no município de Lagarto, às margens do Rio Vaza-Bar-
ris, próximo dos limites com Itabaiana.3 A segunda teria ocorrido no
Engenho Senhor do Bomfim, do termo de Lagarto.4
1
Cf. Queixa apresentada no Conselho de Governo de Sergipe, em 22.11.1828, por Fran-
cisco Xavier de Góes, do termo da vila de Lagarto, contra o ex-ouvidor interino da
Comarca, Antônio Rodrigues Montes. Fo n t e : A r q u ivo N a c i o n a l , 2 2 . 1 1 . 1 8 2 8 .
IJ1 905.
2
Cf. Caderno de Anotações de David Martins de Góes Fontes. Arquivo do autor.
3
Diz Arivaldo Silveira Fontes, depoimento ao autor, 09.09.1999, ter visto um documen-
to referindo-se ao Engenho Passagem como propriedade da família.
4
Arquivo Nacional, 22.11.1828. IJ1 905.
20 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
(...) estava em sua caza, eis que na sua chegada ao dia desoito
de Outubro passado fora cercado com huma alçada de mais
de quarenta Soldados, e dois officiaes de Justiça do Ouvidor,
disparando muitos tiros de pistola, Espingardas, e bacamar-
tes, de alegria disendo está a barba do Supplicante feita, e fa-
sendo grande estrondo, e alarido na fasenda do Supplicante,
e despoticamente lhe levarão nove escravos prézos, e pinho-
rarão mais onze, que por doentes ficarão com Depozitario,
assim como cento e vinte cabeças de gado vacum, e cinco
sendeiros, e hum Sitio de terras, e caza da Propriedade do
Supplicante, tudo para pagamento daquela divida, que para o
Supplicante está paga, e este sem ser Citado, e nem seguir os
termos legaes, sendo Procurador do mesmo Soares o Escri-
vão que serve perante o dito Ouvidor José Manoel Machado
de Araujo.5
5
Queixa apresentada ao Conselho de Governo de Sergipe, em 22.11.1828, por Francisco
Xavier de Góes, do termo da vila de Lagarto, contra o ex-ouvidor interino da Comarca,
Antônio Rodrigues Montes. Fonte: Arquivo Nacional, 22.11.1828. [IJ1 905].
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 21
6
Ver Ata das sessões do Conselho de Governo da Província em 17.11.1828 e 12.12.1828
in Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, Ano V, Vol. V, n. 9, 1920, p. 168
e 176.
7
Cf. Inventário de Francisco Xavier de Góes, Arquivo do Judiciário de Sergipe, Comarca
de Lagarto, 17.03.1840, n. 1.134.
8
Eram considerados crioulos os escravos nascidos no Brasil e cabra todo mestiço inde-
finido, de negro, índio ou branco, de pele morena clara. Cf. Dicionário Houaiss.
22 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
9
Embora a relação dos irmãos de David não mencione o nome Maria, entre os herdeiros de
Francisco Xavier de Góes constavam três netos, filhos de uma Maria, já falecida, que havia
se casado com Gonçalo Teles da Mota. Os netos eram os seguintes: José Antônio de Góes,
Manoel Teles de Góes e Antônio Teles de Góes, todos residentes em Itabaiana. Cf. Inven-
tário de Francisco Xavier de Góes, Arquivo do Judiciário, Comarca de Lagarto, n. 1.134. Na
relação dos irmãos apresentada por David M. G. Fontes, não consta o nome de Maria.
10
Cf. Inventário de Francisco Xavier de Góes. Arquivo do Judiciário, Comarca de Lagarto,
n. 1.134.
11
Cf. Caderno de Anotações de David Martins de Góes Fontes. Arquivo do autor. Ver Gene-
alogia no Anexo III.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 23
12
Cf. Caderno de Anotações de David Martins de Góes Fontes. Arquivo do autor.
13
Luiz Felipe de Alencastro. Vida privada e ordem privada no Império. História da vida
privada no Brasil. São Paulo, Cia de Letras, 1997, p. 55.
14
Antônio Martins Fontes foi capitão-mor do Terço das Ordenanças da Vila do Lagar-
to. Seu filho João Martins Fontes (23.06.1762 ou 1768-Vila de Lagarto e 07.07.1848
Riachão) foi um dos doadores das terras de Riachão. Joaquim Martins Fontes (1798-
1860), filho de João Martins Fontes, foi político de destaque no século XIX. Conselheiro
do governo (1824-1834), membro da Assembleia Provincial (1835-1837, 1840-1843
e 1848-1849), deputado da Assembleia Geral (1834-1837), e chegou a ocupar a vice-
-presidência da Província. Ver Arivaldo Silveira Fontes. Figuras e fatos de Sergipe. Por-
to Alegre-RS, CFP SENAI, 1992 e Ricardo Teles Araújo. Famílias sergipanas do período
colonial (II), inédito digitalizado.
24 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
15
Cf. Caderno de Anotações de David Martins de Góes Fontes. Arquivo do autor.
16
Cf. Arivaldo Silveira Fontes. Carta ao autor em 15.03.2000. Robustiano Silveira Góes,
que fora chefe político em Itabaianinha, seria neto de Salvador. Em carta de 22.01.1912
a Francisco Dantas Martins Fontes, filho de David Martins de Góes Fontes, Robustiano
Góes o tratou por primo. Arquivo do autor.
17
Idem. Ibidem.
18
Encontramos um Antônio Martins de Góes Fontes, portanto com o mesmo sobrenome
de David, residindo em Aracaju nos anos setenta do século XIX, tesoureiro da Rece-
bedoria e proprietário do terreno onde foi levantada a Cadeia Pública, pelo qual foi
indenizado. Mas não sabemos se é da família. Cf. Cândido Augusto Pereira Franco. Com-
pilação das Leis da Província de Sergipe 1835-1880. Aracaju, Typ. F. Chagas, s/d., p. 126.
19
Cf. se observa pela árvore genealógica apresentada no Anexo III, José Martins de Frei-
tas Góes era meu trisavó pelo lado materno.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 25
20
Cf. Correio Sergipense, 27.11.1852.
26 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
Foto 01 – Ato de nomeação de David Martins Góes Fontes da Serventia Vitalícia dos Ofí-
cios de Tabelião e Escrivão do termo de Lagarto. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 27
Como uma nomeação dessa pelo Imperador não surge por aca-
so, depreende-se que conquistou alguma influência na pequena eli-
te que controlava o aparato político-administrativo.
Quando o julgávamos integrado na sociedade lagartense, em
16.05.1855, portanto, cerca de três semanas antes de sua nomeação
para tabelião, contraiu núpcias com Thereza Maria de Jesus, viúva
proprietária de parte do Engenho Ribeira de Cima, Termo de Nossa
Senhora do Socorro. David Fontes estava com 34 anos e Thereza com
36 anos. Não sabemos como conseguiu protelar a posse do cargo de
tabelião em Lagarto. De qualquer forma, ao residir em Laranjeiras,
que gozava do estatuto de cidade desde 1848, o casal David e There-
za vivia num dos centros urbanos mais dinâmicos da Província. Na
zona rural, levantamento de 1852 registrou 68 engenhos, número
somente ultrapassado por Capela.21 Naquela importante povoação,
escoadoura de grande produção açucareira, expandia-se uma gama
variada de serviços dos mais avançados de Sergipe. Quando David
Fontes parecia inserido nesse ambiente, explorando a propriedade
do casal, surgiu o surto de cólera morbus. Tendo aparecido primeira-
mente na vila de Campos em meados de setembro de 1855, a epide-
mia propagou-se rapidamente por quase toda a Província. Segundo
um estudioso do assunto, “em pouco mais de três meses morreram
vitimados pela moléstia mais de 30 mil sergipanos, numa população
em torno de 300 mil habitantes.”22 A tragédia maior ocorreu justa-
mente em Laranjeiras, onde “morriam diariamente 70 a 80 infelizes,
e dia houve de mais de 100.”23
21
José Antônio de Oliveira Silva. Relatório apresentado à Assembléia Provincial em
08.03.1852.
22
Antônio Samarone de Santana. As Febres de Aracaju: Dos Miasmas aos Micróbios.
1997. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Universidade Federal de Sergipe -
UFS, São Cristóvão, 1997, p. 12.
23
Barão de Maroim, vice-presidente. Relatório em que foi entregue a administração da
Província de Sergipe no dia 27.02.1856.
28 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
24
Antônio Samarone de Santana. As Febres de Aracaju: Dos Miasmas aos Micróbios.
1997. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais). Universidade Federal de Sergipe -
UFS, São Cristóvão, 1997, p. 39-40.
25
Cf. David Martins Góes Fontes in Caderno de anotações. Arquivo do autor.
26
Cf. depoimento da filha Mariana ao sobrinho David Dantas de Brito Fontes, retransmi-
tido por este ao autor.
27
Cf. Barão de Maroim, vice-presidente. Relatório em que foi entregue a administração da
Província de Sergipe no dia 27.02.1856.
28
Cf. depoimento da filha Mariana ao sobrinho David Dantas de Brito Fontes, retransmi-
tido por este ao autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 29
29
Na documentação do acervo de David, há um traslado de 03.08.57 no qual ele autoriza
Francisco Joaquim da Silva a receber 490 mil réis decorrente da meação e outro sobre
a venda de 2 (dois) quinhões do Engenho Ribeira de Cima. Sua irmã Mariana e o ma-
rido Mathias Gonçalves Pereira, moradores do sítio Cacimba, estavam envolvidos na
transação. Arquivo do autor.
30
Correio Sergipense, 08.07.1857, p. 4.
30 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
A eleição foi presidida pelo 3º. juiz de Paz. Cumpre notar que
foram fabricadas atas, que oficialmente figuram de legais, em
casa do tabelião David Martins de Góes Fontes, a fim de que
por este modo constasse, como convinha ao governo provin-
31
Correio Sergipense, ano XXII, n. 58, 14.09.1859, apud Sebrão Sobrinho. Tobias Barreto,
o Desconhecido Gênio e Desgraça. Aracaju, Imprensa Oficial, 1941, p. 56.
32
Em 1858, David Fontes comprou sítio com casas em Lagarto. Seis quinhões, herança
de João Martins Fontes e Diogo, por 160 mil reis. Nesse mesmo ano, emprestou quatro
contos por um ano a Raimundo José de Souza e Sra. para compra do Engenho Cocão,
escravos, mediante escritura de débito e hipoteca. Arquivo do autor.
33
Correio Sergipense, 08.10.1859.
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34
Anais da Câmara dos Deputados. Rio de Janeiro. Sexta sessão preparatória em 20 de
abril de 1861, p. 41.
35
Idem. Ibidem.
36
Idem. Ibidem.
37
Cf. Correio Sergipense, 09.11.1861.
38
Cf. Correio Sergipense, 1862.
32 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
3. SEGUNDAS NÚPCIAS
39
Cf. Correio Sergipense, 27.07.1864.
40
Quando vivia em Lagarto, David Martins de Góes Fontes teria passado algum tempo ama-
siado com uma índia que teria lhe dado pelo menos uma filha. Cf. declarações de David
Dantas de Brito Fontes, baseado em informações da tia Mariana. Há também indicações de
que David Martins de Góes Fontes seria o pai de uma filha da criola Amância, nascida em
1878 no Engenho Salobro. Cf. Livro n. 1 do Cartório de Riachão, período 1877-1879.
41
Entre os ancestrais de Celina Dantas, além dos relacionados abaixo, figuravam como
tios irmãos da mãe: Manoel da Silva Rabelo, Francisco Inácio de Macedo, Joana Fran-
cisca de Souza(?) e Maria da Silva Mattos. Cf. anotações no Caderno de David M. G.
Fontes. Ver também Genealogia no Anexo III deste livro.
42
Cf. J. C. Pinto Dantas Júnior. Cap-mor João D’Antas dos Imperiais Itapicuru in Revista do
Instituto Histórico da Bahia. Salvador, BA, Ed. Mensageiro da Fé, Ano XV, n. 15, 1967, p.
20. Ver também Cláudio de Britto Reis. Genealogia da Família Britto Dantas, Separata
da Revista Genealógica Brasileira, n. 4, 1941, p. 22-23. Arquivo do autor.
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43
Cf. J. C. Pinto Dantas Júnior. Ob. cit., p. 20 e Cláudio de Britto Reis. Ob. cit., p. 23.
44
J. C. Pinto Dantas Júnior. Ob. cit. p. 349 e Cláudio de Britto Reis. Ob. cit., p.23.
45
Ver Consuelo Novais Sampaio (org.). Canudos: Cartas para o Barão. 2 ed. edUSP, São
Paulo, 2001.
34 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
morte desse grande proprietário rural e político, Benigno Dantas foi in-
tendente Municipal de Itapicuru no quatriênio 1904-1907 e no biênio
1916-1917. Nessa cidade, faleceu a 17 de setembro de 1918.46
O matrimônio de David Fontes com Celina Dantas de Brito Fontes,
conforme suas anotações minuciosas, foi celebrado às oito e um quar-
to da noite de 26.08.1865, no oratório do Engenho do Sítio Freguesia
da Ribeira pelo vigário Manoel Ladislau de Jesus, tendo a noiva a ida-
de de 18 anos e oito meses, enquanto o noivo já estava com 45 anos.47
46
Cf. J. C. Pinto Dantas Júnior. Descendências de Francisco Ferreira de Brito e do Cap.
José Bernardo Leite. Revista Genealógica Brasileira, n. 04, 1941, p. 349 e Cláudio de
Britto Reis. Ob. cit., p.23.
47
Cf. David Martins de Góes Fontes. Caderno de Anotações. Arquivo do autor.
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48
Inventário datado de 12.02.1867 do coronel Gonçalo Dantas de Brito, falecido em
26.01.1867. Arquivo do autor.
36 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
4. FAZENDEIRO E POLÍTICO
49
Arivaldo Silveira Fontes. Figuras e fatos de Sergipe. Porto Alegre/RS, CFP SENAI, 1992,
p. 113-146.
50
Paulo Freire Mesquita casou-se com Maria Francisca da Silveira (1815-1892), uma
descendente dos Martins Fontes. Cf. João Dantas Martins dos Reis. A cidade de Riachão
do Dantas, como começou. Aracaju-SE, 1949, p. 14.
51
Observe-se que as terras doadas formalmente à Igreja pelos herdeiros de João Martins
Fontes, falecido em 1848, estavam dentro da área herdada por Paulo Freire Mesquita.
52
Depois de Laranjeiras, Lagarto foi o município que registrou maior número de mor-
tes, 1.374. Cf. Antonio Samarone de Santana. As febres de Aracaju, dos miasmas aos
micróbios. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do NPPCS da UFS,
Aracaju, 1997. p. 40.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 37
53
João Dantas Martins dos Reis (1830-1890) nasceu em Camuciatá, Itapicuru-BA, mas
residiu de 1851 até a morte no engenho Fortaleza (Riachão), afirmando-se como o
político representante de Riachão mais importante no século XIX. Ver João Dantas
Martins dos Reis. A cidade de Riachão do Dantas, como começou. Aracaju-SE, 1949; J. C.
Pinto Dantas Junior. O capitão-mor João D’Antas e sua descendência. Revista Genealó-
gica Brasileira. Ano I, n.. 2, 1940, p. 396.
54
Cf. Extrato de Escritura de compra e venda de 16.12.1865. Arquivo do autor.
55
Cf. Arivaldo da Silveira Fontes. Carta ao autor em 15.03.2000.
38 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
56
O referido terreno limitava-se da passagem do Riacho das Pontes na estrada real de
Lagarto, seguia para o Campo do Crioulo pela dita estrada acima até encontrar a divisão,
o rumo que dividia os vendedores dos compradores, seguindo este rumo até sair na
estrada do Colégio, que ia para Riachão, por esta abaixo até encontrar a antiga estrada
do Colégio antes de chegar ao sítio Pita do tenente Gaspar José de Carvalho Fontes. Cf.
parte do Extrato de Escritura de compra e venda de 03.07.1866. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 39
57
Cf. Traslado de Escritura de demarcação, dos herdeiros do finado João Martins Fontes
e mais compradores das terras denominadas Boqueirão, Praia Grande, Murituba, Ria-
chão e Bury da Freguesia de Nossa Senhora do Amparo do Riachão, do termo da Villa
do Lagarto. Arquivo de David Martins de Góes Fontes. Arquivo do autor.
58
Cf. Pe. José Augusto. Revista de Sergipe, 1926.
40 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
QUADRO I
POPULAÇÃO E FOGOS
1872
Categorias Riachão Boquim Lagarto Aracaju
Fogos 1.322 1.080 2.282 1.578
Habitantes 7.296 5.355 10.423 6.192
Livres 6.518 4.614 9.268 5.689
Escravos 778 741 1.153 503
Nacionais 7.275 5.341 10.413 6.118
Estrangeiros 21 11 10 74
Sabiam Ler 409 363 705 1.717
Não Sabiam 6.887 4.092 9.918 4.475
59
Dados sobre Riachão. Arquivo Público do Estado de Sergipe. Apes, maço 286, AP s/n,
s/d, p. 58.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 41
60
Foram nomeados para Lagarto: Antônio Manoel, Dr. Benito Dantas Martins, Antônio
Correa Seabra, David Martins Góes Fontes, José de Souza Vieira e André Ramos Rome-
ro. Correio Sergipense, 22.06.1866.
61
Cf. Jornal de Aracaju, 06.12.1871, p 4.
62
Cf. Jornal de Aracaju, 07.09.1872.
63
Cf. Correio Sergipense, 27.01.1852 e 04.12.1852.
42 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
CANDIDATO VOTAÇÃO
David Martins de Góes Fontes 289
João Dantas Martins dos Reis 271
Capitão Manoel da Costa e Silva62 270
Tenente M. José de Araújo 208
Alferes J. Lopes de Almeida 200
Alferes Egídio da F. Dores 195
Fonte: Jornal de Aracaju, 28.10.1876.
64
Sebrão Sobrinho. Laudas da História do Aracaju, Aracaju, 1955, p 117.
65
O capitão Manoel da Costa e Silva deve ser o Manuel do Taquari, avô de Manoel Costa
e Silva de quem tratamos no último capítulo deste estudo.
66
Jornal de Aracaju, 28.10.1876.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 43
67
Alexandre Souza Vieira era concunhado de José Martins de Freitas Góes. Ambos eram
casados com filhas de Paulo Freire Mesquita, também conhecido por Paulo Lebre, que
residiu no Engenho Salgado.
44 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
68
Visando evitar maiores perdas, em agosto de 1881 David M. G. Fontes adquiriu de
Dionísio José de Menezes uma casa, terras, um quinhão da fazenda Jacaré e escravos
como solução da dívida por 2:310$000. Depois que David M. G. Fontes morreu, a vi-
úva Celina Dantas procurou identificar esse quinhão no cartório de Lagarto e jamais
teve sucesso. Em março de 1878 conseguiu que Francisco Xavier de Souza Cunha do
Município de Boquim, domiciliado no Engenho Boi, assinasse promissória de débito
no valor de 2.751$528, mas que jamais seria honrada. É verdade que a dívida já fora
maior, ou seja, de 3.412$724, razão por que renegociou em dezembro de 1869, rece-
bendo escravos e outros bens para abatê-la, mas Francisco Cunha faleceu anos depois
sem quitar o restante do débito da referida promissória.
69
O comentário crítico foi o seguinte: “Ninguém contrate por forma alguma com David Mar-
tins de Góes Fontes: 1º tabelião da Vila do Lagarto com uma das moradas de casas de taipa
e telha na dita villa, um sítio com casa, cercas e mais benfeitorias ao pé do açougue da
mesma, o escravo João crioulo, e Vitória cabra, gado e açúcar que diz receberá insolutum
de Raymundo José de Sousa, negociante n’aquela villa, e d’onde se retirou furtivamente
com família e quanto pôde conduzir, visto que o anunciante e outros pretendem em dis-
cussão judicial mostrar que na transação houve dólo, em fraude de muitos credores de não
pequenas quantias, apesar do sr. David julgar-se credor privilegiado por uma escritura de
hipoteca feita já quando Raimundo se achava sobrecarregadíssimo de dívidas, cujos cre-
dores alguns chorão sem remédio”. Lagarto, 10 de agosto de 1859, André Ramos Romero.
Correio Sergipense, ano XXII, n. 58, 14.09.1859, apud Sebrão Sobrinho. Tobias Barreto, o
Desconhecido Gênio e Desgraça. Aracaju, Imprensa Oficial, 1941, p. 56.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 45
5. PROPRIETÁRIO DE ESCRAVOS
70
Ver Maria da Glória Santana de Almeida. Sergipe: Fundamentos de uma economia de-
pendente. Petrópolis, Vozes, 1984, p. 131.
71
Em junho de 1870, David Fontes pagou na Bahia por uma máquina a vapor, com força
de quatro cavalos, acompanhada de apetrechos de seis volumes, o valor de 2:350$000,
bem como 500$000 por outra máquina de 50 serras. O transporte custou 138$000. Cf.
notas preservadas em sua documentação. Arquivo do autor.
46 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
72
Cópia da certidão de casamento do acervo pessoal de David Fontes. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 47
QUADRO III
MUNICÍPIO DA VILA DO RIACHÃO
PROPRIETÁRIOS COM DEZ OU MAIS ESCRAVOS INCLUÍDOS NA LISTA DE CLASSIFICAÇÃO
1872-1875
73
Cf. documentação do acervo pessoal de David Fontes. Arquivo do autor.
74
Ver Josué Modesto dos Passos Subrinho (org.). Os Classificados da Escravidão. Aracaju,
IHGSE, 2008, p. 9 e 246-266.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 49
Continuação
12. José Meneses de Freitas Góes 18
13. Manoel Freire de Mesquita 12
14. Paulo Freire de Mesquita 16
15. Religiosos de Nossa Senhora do Carmo 17
TOTAL 334
Fonte: Lista de classificação dos escravos para serem libertos pelo fundo de emancipação
do município da vila do Riachão. DOC. N. 12, APES. AG1,03-ª DOC.5. Cf. Josué Modesto dos
Passos Subrinho (org.). Os Classificados da Escravidão. Aracaju, IHGSE, 2008.
75
A metodologia realizada por alguns de estabelecer uma estimativa, tomando como
referência o menor e o maior número da matrícula dos escravos listados para serem
libertados pelo fundo de emancipação, não se aplica no seu caso bem como em outros,
entre os quais o de João Dantas Martins dos Reis, pela grandeza do número obtido.
Ver Classificação dos escravos para serem libertos pelo Fundo de Emancipação, APES
AGI 03 B. doc. 12. Cf. Josué Modesto dos Passos Subrinho (org.). Os Classificados da
Escravidão. Aracaju, IHGSE, 2008.
50 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
6. OS FILHOS
76
Cf. Francisco Antônio Pimenta Bueno. Ferro-vias. Preferência de Traçados para Ferro-
-Via na Província de Sergipe. Relatório apresentado a s. ex. sr. conselheiro Pedro Luiz
Pereira de Souza Ministro e secretário d’Estado dos Negócios Estrangeiros e interino dos
da Agricultura, Commercio e obras públicas. 1881. In Instituto Histórico Geográfico de
Sergipe, registro 23-24.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 51
77
Cf. David Martins de Góes Fontes. Livro de anotações. Arquivo do autor.
78
Pe. Antônio Carmelo. Olímpio Campos Perante a História. Aracaju-SEC. 2 ed., 2005, p. 23.
79
Cf. relato escrito por seu tio Benigno Dantas de Brito e David Martins de Góes Fontes.
Livro de anotações. Arquivo do autor.
80
Cf. Recibo de 17 de dezembro de 1901, assinado por Eduardo Carvalho Fontes. Arqui-
vo do autor.
52 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
81
Cf. David Martins de Góes Fontes. Livro de anotações. Arquivo do autor.
82
Cf. anotações de David Dantas de Brito Fontes e informações de familiares.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 53
83
Cf. David Martins de Góes Fontes. Livro de anotações. Arquivo do autor.
84
Cf. J. C. Pinto Dantas Júnior. Ob. cit. p. 350 e Cláudio de Britto Reis. Ob. cit., 1941, p. 23-24.
54 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
85
Sobre Francisco Dantas Martins Fontes, ver capítulo seguinte.
86
Sobre Digna, a principal fonte é o Caderno de anotações de seu pai, David Martins de
Góes Fontes. Arquivo do autor.
87
David Fontes contratou, pelo menos, os seguintes lentes: Vicente Ferreira de Sales
(04.07.1868 a 14.03.1869), Dionísio Barreto de Lima (1873), Joaquim P. de Andrade
(04.03.1874 a 02.1876) e José Dias (04.1879 a 1891). Cf. David Fontes. Caderno de
anotações. Arquivo do autor.
88
Cf. David Fontes. Caderno de anotações. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 55
7. ADVERSIDADES NO CREPÚSCULO
89
Ver Josué Modesto dos Passos Subrinho. Reordenamento do Trabalho: trabalho escra-
vo e trabalho livre no Nordeste açucareiro, Sergipe 1850-1930. Aracaju: Funcaju, 2000.
p. 207.
56 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
90
Cf. depoimento de David Dantas ao autor.
91
Cf. Carta de Adolpho Ribeiro Guimarães, da Caza Inglêsa de 18.12.1899 e notas pro-
missórias, Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 57
92
Cf. Translado da Escritura passada em 10.01.1901. Arquivo do autor.
58 DAVID MARTINS DE GÓES FONTES (1820-1904)
93
Cf. Carta a David Fontes de 18.09.1903. Arquivo do autor.
94
Esse Lacerdinha referido, provavelmente, trata-se de Dr. Francisco Carneiro Nobre de
Lacerda (1869-1935) que foi juiz municipal e juiz de direito, procurador fiscal do te-
souro do Estado e juiz federal a partir de 1901 por mais de duas décadas. Escreveu
poesias, ensaios e uma memória sobre a primeira década republicana. Cf. Manuel Ar-
mindo Cordeiro Guaraná. Ob. cit., 1925, p. 79.
95
Quanto à referência a Déda, trata-se de José Antonio de Carvalho Déda, escrivão em
Riachão por no mínimo 15 anos, avô do desembargador Artur Oscar de Oliveira Déda
e bisavô do governador Marcelo Déda Chagas.
96
José Dantas, carta s/d ao irmão Francisco Dantas. Arquivo do autor.
97
Cf. informações de David Dantas de Brito Fontes ao autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 59
qualquer forma, foi mais uma provação enfrentada pelo velho David
Fontes.
A essa altura seus amigos mais próximos já tinham lhe deixado.
João Dantas Martins dos Reis cerrou os olhos para sempre em 1890.
E assim outros também se foram. Quem resistiu mais foi seu irmão
mais velho, José Martins de Freitas Góes, que morava no Engenho
São José, uma fazenda vizinha ao Salobro. Faleceu aos 85 anos em
20.10.1903.98 No ano seguinte, foi a vez de David Fontes. Adoentado,
o médico Fileno Martins Fontes de Carmelo foi chamado para tratá-
-lo, pelo que cobrou dos herdeiros 300 mil réis. Afinal, em 29 de
novembro de 1904, o tenente-coronel David Martins de Góes Fontes
faleceu, aos 84 anos, por problema no coração, no Engenho Salobro.
Eram 11 horas da noite de uma segunda-feira, conforme a anotação,
de seu filho Francisco Dantas Martins Fontes no mesmo caderno em
que o pai utilizava para registrar seus negócios e as datas da família.
Em resumo, nascido, em 1820, provavelmente no Engenho Pas-
sagem no município de Lagarto, David Martins de Góes Fontes, após
vivenciar a experiência em Cartório em Lagarto como coletor (1849-
1854), residiu em Laranjeiras (1854-1855), cidade que abandonou
por ocasião da epidemia de cólera e deixou a crise passar residindo
em Riachão. Retornou então para Lagarto, onde atuou como tabe-
lião (1856-1864). Em seguida foi para Pombal (BA), comprou terras,
casou-se em 1865, mas decidiu residir em Riachão, onde viveu até
1904 quando faleceu.
98
Cf. anotações de Cezarina Costa Fontes, sua nora, esposa de seu filho Fiel Freire Fon-
tes, numa pequena caderneta.
60 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
Foto 05 – Igreja Velha do Riachão. Cópia cedida por José Renilton Nascimento Santos.
99
O funeral custou aos herdeiros 480 mil réis, assim distribuídos: 200 mil ao caixão,
outros 200 para a Igreja onde foi sepultado e 80 em outras despesas vinculadas à ceri-
mônia. Cf. Documentação do tenente-coronel David Martins de Góes Fontes. Arquivo do
autor.
100
Entre os bens deixados, estavam cinco fazendas, poucas centenas de gado, quatro ca-
sas e 52:613$400 em dinheiro. Cf. Inventário amigável do tenente-coronel David Mar-
tins de Góes Fontes (1905). Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 61
II
(1871-1924)
1. INFÂNCIA E MOCIDADE
1
Cf. registros no Caderno de Anotações, n. 1 de David Martins de Góes Fontes. Arquivo
do autor.
62 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
2
Cf. Caderno de Anotações de David Martins de Góes Fontes. Arquivo do autor.
3
Cf. Caderno de Anotações de David Martins de Góes Fontes. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 63
4
Entre os livros de estudo desse tempo dos preparatórios, restou em seu acervo a
obra Select Passages of Prose and Poetry from Lingard, Macaulay, and Milton. Revised
e Corrected by M. Neville. Rio de Janeiro, Nicoláo Alves, 1979. Exemplar cedido por
Francisco J. C. Dantas ao autor.
64 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
Foto 02 – Francisco Dantas e o mano José Dantas (sentado) em Recife. Arquivo do autor.
5
Cf. Gazeta de Sergipe, 06.05.91.
6
Cf. exemplar no Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 65
2. FAZENDEIRO
7
A casa de taipa, comprada inicialmente à Maria Josefa Pitangueira, com quatro janelas
e uma porta da frente, localizada na Rua Nova do Cruzeiro, teria custado 100$000,
segundo nota de Francisco Dantas, no verso do traslado. Cf. traslado da Escritura, da-
tado de 24.11.1894. Muito posteriormente, José Silveira Lins aproximou-se do líder
lagartense Acrísio Garcez, tornou-se político em Lagarto, dono de cartório, prefeito
(1946-1950) e deputado estadual (1950-1958).
8
Cf. informações de David Dantas de Brito Fontes ao autor.
9
Cf. informações de Enelita Dantas de Melo ao autor, em 19.08.2013. Francisco Dantas
teria ainda outros filhos naturais, pelo menos Alexandre Osana e José Marinho que
deixaram descendentes.
66 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
10
A compra de um terreno no Salobro com 150 braças de frente e 150 de fundo, em
04.10.1899, foi realizada a Paula Maria de Jesus por 100 mil réis. Cf. Instrumento de
compra e venda de 04.10.1899. Arquivo do autor.
11
Sobre o assunto, ver Luiz Antonio Tannuri. O Encilhamento. São Paulo, Hucitec, 1981.
12
Cf. cópia de carta de David ao seu cunhado Benigno, s/d. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 67
sucedeu uma vez”. Pediu notícia dos pais e falou com certo conven-
cimento da tese em elaboração.13
Quanto ao genro de David Fontes, Eduardo de Carvalho Fontes,
deixou o Salobro juntamente com a esposa Mariana rumo a Itabaia-
ninha (SE), onde fixaram residência. Mas Francisco Dantas ficou
gravitando em torno dos pais, demonstrando maior amadurecimen-
to, construindo sua imagem de proprietário rural conceituado.
Encontramos entre seus papéis registros de balanço de suas ati-
vidades que cobrem o período de 1901 a 1911, nos quais se pode
observar suas ações econômicas de fazendeiro. Por volta de 1901-
1902, seus pais facultaram-lhe um adiantamento em dinheiro no
valor de três contos de réis no sentido de fomentar seus negócios.14
Durante esse biênio, explorava a Fazenda Barroca (BA), crian-
do várias dezenas de gado bovino em solta, ao tempo em que fazia
melhoramentos na propriedade, principalmente com cercas. Criava
também porcos e ovelhas. No período 1901 a 1906, o quadro regio-
nal melhorou e houve um grande crescimento do seu patrimônio,
decorrente do lucro de suas produções e, sobretudo, da incorpora-
ção da herança do seu genitor.
Como vimos no capítulo anterior, com oitenta e quatro anos, saú-
de delicada, David Martins Góes Fontes nos últimos anos necessitou
de assistência até falecer em 29 de novembro de 1904. Em 13 de
maio do mesmo ano, Francisco Dantas já havia ficado sem sua avó,
Francisca Sérgia de Oliveira Dantas, mãe de Celina Dantas de Brito
Fontes, que perdia assim, num intervalo de seis meses, sua genitora
e seu esposo. No ano seguinte, seriam concluídos os dois inventários
e Francisco Dantas, que já estava com 33 anos, receberia dois qui-
nhões: um pela morte do pai e outro pela morte da avó materna. 15
13
Cf. carta de José Dantas a seu irmão Francisco Dantas, em 15.06.1901. Arquivo do autor.
14
Cf. anotações de Francisco Dantas no balanço realizado em 10.01.1902. Arquivo do
autor.
15
A parte recebida por Francisco Dantas Martins Fontes pela morte do pai foi de
19:144$150. Cf. Cópia do Inventário dos bens deixados por David Martins de Góes Fon-
tes e julgado pelo juiz João Dantas de Brito, Lagarto, 26.06.1905. Arquivo do autor.
68 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
16
Embora conste na escritura dois contos, no Balanço Financeiro de Francisco Dantas
foram registrados três contos de réis. Arquivo do autor.
17
A casa foi derrubada, em agosto de 2009, pelos novos compradores da propriedade.
18
Josué Modesto dos Passos Subrinho. História Econômica de Sergipe (1850-1930). Ara-
caju, Programa Editoral da UFS, 1987.
19
Josino Menezes. Mensagem apresentada à Assembléia Legislativa em 07.09.1904, Ara-
caju, Typ d`O Estado de Sergipe, p. 43.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 69
20
Francisco Dantas comprou, em 17.03.1906, a Anna Domingos da Costa um quinhão
do sítio Senzala Velha no lugar Passagem do Carro, no município de Lagarto, por 110
mil réis. Adquiriu ainda, em 08.04.1906, de herdeiros de Manoel Clemente da Silva
três partes de uma casa de taipa na Senzala Velha. No ano seguinte, pagou 110$000
pelo Sítio Santo Antônio no lugar Passagem de Gonçalo Rocha, às margens do Piauí, no
município de Lagarto. Cf. traslados de sua documentação. Arquivo do autor.
21
Em 1907 Francisco Dantas esteve em Salvador, onde foi operado de um caroço no
olho, tendo pago um conto de réis ao Dr. Ribeiro Santos. Cf. Anotações de David Dantas
de Brito Fontes no seu Caderno de memórias. Arquivo do autor.
70 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
de ferro não só daqui como vão começar por lá, acho que os
pobres dos lavradores, tão cedo não farão nada e neste caso
estou resolvido abandonar isto aqui e procurar o comercio
ou outro meio de vida qualquer. 22
22
Francisco Dantas, cópia de carta enviada ao seu tio Benigno Dantas, maio de 1911.
Arquivo do autor.
23
Francisco Dantas, cópia de carta enviada ao seu tio Benigno Dantas, maio de 1911.
Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 71
24
Cópia de carta redigida por Francisco Dantas para a mãe enviar ao tio Benigno Dantas,
em maio 1911. No mesmo papel Francisco Dantas informava: Minha mãe, esta é a car-
ta que vai para vosmice passar a limpo, para eu mandar segunda ou terça. Deixe para
datar depois que nos acertarmos. Do filho Sinhô. Abaixo a lápis: Em 22.05.1911 escrevi
por Dé a Benigno dizendo dá o sítio e Itapicurú por sete contos, gado a 40$, ovelhas a 3$,
cabras a 4$. Arquivo do autor.
25
Benigno Dantas, Carta a Francisco Dantas, de 16.05.1911. Arquivo do autor.
72 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
3. INCURSÃO NA POLÍTICA
26
O padre Manuel Luiz da Fonseca nasceu na vila do Espírito Santo (SE), hoje Indiaroba.
Estudou em Belém e Salvador. Cf. Arivaldo Silveira Fontes. Figuras e fatos de Sergipe.
Porto Alegre/RS, CFP SENAI, 1992, p. 42. Ver também Edimário Alves Macedo. Sob o
amparo da virgem. O cônego Manoel Luiz da Fonseca e as práticas romanizadoras na
Província de Riachão (1884-1938). Trabalho de conclusão de curso (História) - Facul-
dade José Augusto Vieira. Lagarto, 2011.
27
Após uma eleição marcada pela violência, o governo de Calazans (1892-1894), atro-
pelado pelo grupo do general Oliveira Valadão, mudou a sede da administração para
Rosário do Catete, gerando dualidade de poderes. A contenda entre os dois grupos
acentuou-se. Os que ficaram nas areias de Aracaju passaram a ser chamados de Pebas
e os que se reuniram na zona dos engenhos foram denominados de Cabaús. Ver Ibarê
Dantas. História de Sergipe. República (1889-2000). Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro,
2004, p. 27.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 73
28
A petição, datada de 14.12.1895, dirigida ao vigário Forâneo da Comarca de Sergipe
era assinada por Próspero Ferreira de Faria Oliveira, Nemézio de Carvalho Fontes,
José de Souza Vieira, Luiz Francisco Lima, Antonio Pinto Morgado, José Esteves da
Silva e Leonides de Carvalho Fontes. Arquivo IHGSE, caixa 31-A.
29
Arivaldo Silveira Fontes. Figuras e Fatos de Sergipe, CFP, SENAI, Porto Alegre, 1992, p. 42.
30
Arivaldo Silveira Fontes. Ob. Cit. 1992, p. 42.
31
Cf. Anotações de seu filho David Dantas. Arquivo do autor. Ver também Arivaldo Silvei-
ra Fontes. Ob. Cit. 1992, p. 123.
32
Cf. Arivaldo Silveira Fontes. Ob. Cit., 1992, p. 124.
74 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
QUADRO I
Eleições de 30.12.1907
Votação para conselheiros na vila de Riachão33
Candidato Votação
Abdias Carvalho 66
Alfredo Lopes 48
Amélio Borges 61
Antonio Tolentino 56
José Borges 37
Francisco Dantas 77
Francisco Oliveira 24
João Ferreira 32
José Costa 39
Manoel Evaristo 42
Pedro Gonçalves 35
Urcino Fontes 53
Fonte: Correio de Aracaju, 04.01.1908, p.2.
33
Correio de Aracaju, 04.01.1908.
34
Cf. A Razão, 24.05.1908.
35
Cf. A Razão, 24.05.1908.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 75
Costa Silva, cedeu baixios de suas terras para que se abrissem cis-
ternas e cacimbas no sentido de amenizar as necessidades do povo.
Houve “criadores que perderam 400 a 500 cabeças de gado”.36 Quan-
do as chuvas chegaram em fins do primeiro semestre de 1908, a la-
garta dizimou as plantações que brotavam verdejantes.37
Francisco Dantas também foi bastante afetado por essa seca de
1907-1908. Segundo registros nos cadernos da família, teria per-
dido 644 animais. Na solta do Boqueirão finaram-se 364 cabeças
de bovinos, 36 éguas, cinco cavalos e 22 burros. Nas propriedades
Gonçalo da Rocha, Barroca e Campo dos Veados, morreram ao todo
217 bovinos.38
Nesse mesmo tempo, uma epidemia de varíola atacou a popula-
ção de Lagarto a tal ponto que o juiz João Dantas de Brito e a família
Hora foram passar uma temporada em Riachão, onde a doença atin-
gia menor proporção.39
Quando vieram as chuvas, Francisco Dantas reanimou-se e di-
namizou seus negócios, fez roça, vendeu gado, comprou terras e au-
mentou sua integração na política de Riachão. Sendo considerado
um correligionário estimado pelo intendente Leopoldo Braque, foi
indicado delegado de polícia.40
Durante a sua gestão, houve um incidente lamentável. Por oca-
sião de uma feira, quando os soldados prenderam um indivíduo e
passaram a espancá-lo, mulheres e homens se revoltaram, gerando
um conflito que resultou em algumas pessoas feridas. O caso foi logo
pacificado com a intervenção do sargento que comandava o desta-
36
Cf. A Razão, 24.05.1908.
37
Cf. A Razão, 19.07.1908.
38
Cf. Anotações de David Dantas de Brito Fontes no seu Caderno de memórias. Arquivo
do autor.
39
Cf. A Razão, 16.08.1908.
40
Cf. José Cupertino da Fonseca Dória. Relatório do Chefe de Polícia ao Presidente do
Estado Desembargador Guilherme de Souza Campos.
76 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
41
Cf. A Razão, 19.07.1908 e Correio de Aracaju, 30.07.1908.
42
Cf. A Razão, 19.07.1908 e Correio de Aracaju, 30.07.1908.
43
Cf. Arivaldo Silveira Fontes. Ob. cit., 1992, p. 124. Não dispomos de dados sobre suas
realizações administrativas.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 77
44
Próspero Ferreira de Faria Oliveira (1863-1930), filho de Antonio Joaquim de Faria
Oliveira e Ana Ferreira de Brito Oliveira, participou do Conselho Municipal durante
muitos anos e foi intendente de Riachão nos períodos de 1990-1901 e 1914-1916.
Deixou cinco filhos de dois casamentos. Cf. Cláudio de Britto Reis. Genealogia da Famí-
lia Britto Dantas. Separata da Revista Genealógica Brasileira, n. 4, 1941, p. 14-15.
45
Os pioneiros do protestantismo em Riachão foram dois irmãos que vieram da Bahia
em fins do século XIX. O primeiro a chegar foi Honorino Ferreira de Araújo, que se ca-
sou quatro vezes, deixando vários filhos de todas esposas. O seu irmão, Inácio Ferreira
de Araújo, chegou um pouco depois e casou-se duas vezes, uma das quais com Yayá,
filha de José Martins de Freitas Góes, irmão de David Martins Góes Fontes. Inácio
Araújo foi proprietário do engenho Maratá e sogro de Manoel Machado de Aragão. Cf.
informações de Raimunda Fontes ao autor, em 15.04.2003.
46
Cf. Maria de Fátima dos Santos. A Disputa pelo Espaço Sagrado em Terra de N. S. Ampa-
ro: Vila do Riachão (1918-1920). Trabalho de conclusão de curso (História) - Universi-
dade Federal de Sergipe. São Cristóvão, 2002. p. 40-46.
78 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
4. CASAMENTO E FILHOS
47
Ver Opúsculo a propósito do Centenário de Manoel Machado Aragão 1892-1992 e Edi-
mário Alves Macêdo. Sob o amparo da virgem. O cônego Manoel Luiz da Fonseca e as
práticas romanizadoras na Província de Riachão (1884-1938). Trabalho de conclusão
de curso (História). Faculdade José Augusto Vieira. Lagarto, 1911.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 79
48
J. C. Pinto Dantas Júnior. Descendências de Francisco Ferreira Brito e do cap. José Ber-
nardo Leite. Revista Genealógica Brasileira. n. 4, 1941, p. 16.
80 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
Foto 05 – Feira em Riachão em 1910. Fonte: Clodomir Silva. Álbum de Sergipe, 1920.
Nos anos dez, várias casas da praça da matriz eram ligadas entre
si, o que não acontecia na maioria das ruas. Uma artéria de grande
densidade de residências era a Estância, assim denominada por ser
a principal saída para a cidade homônima. Descendo para a outra
praça, onde foi construído o templo evangélico, havia um tanque no
centro e poucas moradas.49
Era nessa vila que Francisco Dantas e Thereza vez por outra apa-
reciam, nos dias de feira, nas cerimônias sociais e religiosas. Desde
então, a vida do fazendeiro do Boqueirão ganhou mais sentido e os
negócios prosseguiram sem as grandes intempéries do passado,
como a seca de 1907 ou a falta de braços em 1911-1912. O casal,
além de se fazer presente em Riachão, viajava também a Pombal,
onde vivia a maior parte dos parentes. As propriedades situadas na
Bahia eram administradas pelo pai adotivo de sua mulher, Inácio
49
Cf. Izabel Costa Fontes (Bebé) (25.12.1896-14.10.1986). Depoimento ao autor, em
16.12.1974.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 81
50
Em carta de 24.03.1912, Inácio Dantas de Brito informou a Francisco Dantas sobre
a ferragem de gado da fazenda Várzea Salgada. Ao todo o procedimento alcançou 50
cabeças: 41 fêmeas e nove machos, sobraram 15. Arquivo do autor.
51
Em 16.04.1912, Benigno enviou carta a Celina, informando que em abril, quando Si-
nhô esteve no Sítio, lhe remeteu 400$000 de juros de suas apólices do 1º semestre do
ano passado. Da última vez, voltou a remeter-lhe 400$000 de juros do 2º semestre
vencido em 31.04. Enviou-lhe também 16 apólices no valor nominal de um conto de
reis. Arquivo do autor.
52
Carta de Francisco a Quincas, em setembro de 1912. Arquivo do autor.
53
Cf. depoimento deixado escrito nos anos cinquenta do século XX pelo seu neto, Petrô-
nio Dantas Fontes, filho do desembargador José Dantas Martins Fontes, que a conhe-
ceu. Arquivo do autor.
82 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
54
O desquite entre Eduardo, residente no lugar denominado Bica em Itabaianinha, e
Mariana Fontes foi formalizado a partir do Código Civil de 1916.
55
07.03.1913. Benigno, em carta de Itapicuru a Sinhô, participou-lhe a morte de sua
filha Anna em 27.02.1913. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 83
56
Cf. Cópia do traslado de outubro de 1915, que teve como procurador de José Dantas
Martins Fontes, Leopoldo de Carvalho Braque. No verso do traslado, Francisco Dantas
anotou: “Voltei os quatro contos em dinheiro e não precisei retirar os quatro contos da
Caderneta de Theresa.” Arquivo do autor.
57
Cf. Anotações do próprio livreto oficial de proposição do registro. Arquivo do autor.
84 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
58
O local era denominado passagem de Gonçalo Rocha e o imóvel foi vendido por
200$000, enquanto a Fazenda Riacho da Onça, situada na Vila de Tucano, fora ce-
dida por dois contos de réis. Em compensação, em 1920, comprou a Marcelino Elias
de Mendonça e a sua mulher, uma terra no subúrbio de Riachão por 300 mil réis. O
terreno principiava na estrada que vai ao Cemitério, fazendo fronteira com cercas de
Antonio Tolentino de Macedo. Este terreno foi posteriormente doado à prefeitura por
seu filho David, sendo ocupado com escola pública e casas. Arquivo do autor.
59
Cf. traslado da escritura de compra de 14.10.1922. Arquivo do autor.
60
Elias de Souza Ávila era casado com a irmã de Thereza, Alzira Brito. O casal teve onze
filhos e era muito conhecido em Estância.
61
Cf. José Joaquim Pereira Lobo. Mensagem apresentada à Assembléia Legislativa em
1922, Aracaju, Imprensa Oficial, 1922. p. 70.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 85
Foto 06 – Francisco Dantas, Thereza Brito Fontes e o filho David Dantas. Arquivo do autor.
62
Cf. Nivalda Jacobina Brito. Informações ao autor, em 20.09.2004.
63
Cf. Anotações do próprio punho em formulário, onde estimava o valor da propriedade
em 40 contos de réis. Arquivo do autor.
86 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
5. O FIM BRUSCO
64
Os médicos consultados sobre o diagnóstico aventaram a hipótese da ocorrência de
uma hipertermia maligna de causa endógena.
65
João Dantas de Brito nasceu em Itapicuru (BA) em 1877. Formou-se em Direito na
Bahia, casou-se com Conceição Hora Brito, foi juiz preparador de Maroim e secre-
tário do Tribunal de Relação de Sergipe. Com o assassinato do Dr. Philomeno Hora,
substituiu-o na comarca de Lagarto, onde atuou de 1902 a 1926, quando foi nomeado
desembargador do Tribunal de Relação. Cf. Ana Maria F. Fonseca Medina (org). Di-
cionário Biográfico dos Desembargadores do Poder Judiciário de Sergipe (1892-2008).
Aracaju, TJ-Sercore, 2008; Cláudio de Britto. Genealogia da Família Britto Dantas, Se-
parata da Revista Genealógica Brasileira, n. 4, 1941, p 5-6. O referido magistrado João
Dantas de Brito era padrinho de Celina Dantas de Brito Fontes, filha de Francisco Dan-
tas Martins Fontes.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 87
expirou. Tinha 51 anos, oito meses e três dias. Após doze anos de
casado, deixava a esposa com seis filhos órfãos entre as idades de
10 e dois anos.
O corpo de Francisco Dantas foi sepultado no canto direito do
cemitério da vila do Riachão, local que se tornou jazigo da família
Dantas.
Resta saber o destino da esposa e das crianças órfãs, assunto
do próximo capítulo que analisa mais detidamente o percurso do
primogênito David Dantas de Brito Fontes.
88 FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES (1871-1924)
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 89
III
(1913-2001)
1. INFÂNCIA
1
Somente nos anos quarenta, uma reforma incorporou o sanitário no centro da residência.
90 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
2. A TRAGÉDIA DE 1924
2
Cf. testemunho de seu filho David, que, ao longo da vida, vez por outra recordava esses
tristes momentos.
3
Cf. David Dantas. Caderno de Memórias. Arquivo do autor.
94 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
4
Cf. Carta de José Dantas a Inácio em 18.08.1924.
5
Cf. David Dantas. Caderno de Memórias. Arquivo do autor.
6
Como as noites eram de grande desassossego, o menino passou a dormir em casa do
vaqueiro. Cf. David Dantas. Caderno de Memórias. Arquivo do autor.
7
Sobre os últimos tempos de Thereza Ferreira de Brito Fontes, ver David Dantas. Minha
Santa Mãe. Correio de Aracaju, 14.11.1956 e Caderno de Memórias. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 95
8
Cf. Yayá Dona. Carta a David Dantas em 04.07.1928 e 12.07.1928. Arquivo do autor.
9
Cf. Celina Dantas. Carta a David Dantas em 22.02.1927. Arquivo do autor.
10
Carta de David Dantas a seu padrinho José Dantas, datada de 1926. Arquivo do autor.
11
No Boletim que nos legou entre seus papéis, consta que David Dantas, em Português,
obteve 5,00 na prova escrita e 8,00 na oral. Geografia 7,00; Aritmética escrita 7,00 e
oral 10,00; História do Brasil oral 9,00; História Natural oral 8,00; Moral e Cívica 8,00.
Ao final, ficou com média 7,75. Arquivo do autor.
96 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
12
Cf. Josefa Brito. Cartas para David Dantas de 04.07.1928 e 12.07.1928.
13
Cf. IBGE. Sinopse Estatística de Riachão do Dantas. Rio de Janeiro, IBGE, 1948. Poste-
riormente, o município de Riachão seria considerado integrante da microrregião de
Lagarto.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 97
14
Há informações dando conta de que havia na época “doze engenhos de açúcar, treze
alambiques e quatro fábricas de descaroçar algodão.” João Oliva Alves e José Alves de
Menezes. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Rio de Janeiro, IBGE, 1959, v. XIX, p.
422-324. Contudo, houve quem dissesse que, em 1930, estariam funcionando apenas
os seis citados. Cf. Oziel Costa Fontes (Pequeno) (*11.02.1898- †14.09.1987). Depoi-
mento ao autor em 25.12.1981.
15
Esses fatos podem ser comprovados pelas cartas numerosas de Celina e de Ezequiel
Batista que David Dantas preservou entre sua documentação. Arquivo do autor.
16
Os dados dos irmãos Dantas desse período de estudos foram fundamentados nas nu-
merosas cartas das irmãs que integram o acervo de David Dantas, herdado pelo autor
desta memória. Arquivo do autor.
98 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
17
Benjamim Fernandes Fontes. Meu cobertor de lã. Aracaju, 1986, p. 55. Segundo o re-
ferido autor, os alunos do quarto ano que se destacaram foram Aderbal Fontes Góis,
Hélio Fontes, Tonho e Clóvis Dantas. Idem, ibidem.
18
Maria Céres de Oliveira (1889-1992) fundou o Colégio S. Benedito em Estância e em
Boquim e marcou o magistério por onde passou. Cf. Ana Maria Fonseca Medina. Tri-
lhando memórias. Aracaju, Sercore, 2013, p. 78-80 e Benjamim Fernandes Fontes. Meu
cobertor de lã. Aracaju, 1986, p. 54-55.
19
Maria Céres de Oliveira acompanhava Clóvis Dantas, revelando dedicação. Todavia,
deixou o estabelecimento por receber baixo salário. Cf. Cartas de Maria Céres de Oli-
veira de 22.08.1933, 02.10.1933, e outra s/d, narrando inclusive suas próprias dificul-
dades. Arquivo do autor.
20
Cf. David Dantas. Caderno de Anotações, 1929-1934. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 99
21
O Boqueirão com cerca de 1.600 tarefas e o Salobro com área estimada em 1.000 tare-
fas.
22
Em dinheiro, existiam cerca de 25 contos na Caixa Econômica Federal de Estância,
aproximadamente 1.500 contos na Agência do Banco do Brasil, doze contos em apó-
lices, cerca de 500 cabeças de gado, uns vinte cavalos e burros, ovelhas e algumas
peças de ouro e brilhante em casa. Na herança paterna coube a cada um dos seis fi-
lhos o valor de 13:992$745. Cf. Inventário de Francisco Dantas Martins Fontes (Sinhô)
(04.07.71-05.03.1924) em 1926. Na segunda partilha, a cota de cada órfão foi avaliada
em 15:378$777, descontadas as despesas com tratamento de Thereza e com os me-
ninos, incluindo também os deslocamentos dos parentes responsáveis pelas crianças.
Cf. Inventário de Thereza Ferreira de Brito Fontes (30.07.1893-04.11.1924) em 1926.
Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 101
23
Cf. David Dantas. Caderno de Memórias, p. 20 e carta de José Dantas a Yayá Dona de
28.12.1924. Arquivo do autor. Nesse episódio, a autoridade de Yayá Dona se impôs.
José Dantas ficou um tanto aborrecido. Avaliava que outra oportunidade como aquela
dificilmente se repetiria, motivo pelo qual todos poderiam arrepender-se.
102 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
Foto 03 – Vista parcial da Praça da Matriz de Riachão nos anos 20 do século XX.
Clodomir Silva. Álbum de Sergipe. 1920.
24
Cf. David Dantas. Caderno de anotações. Despesas mensais de 1929 a 1956. Arquivo do
autor.
25
Cf. David Dantas. Caderno de anotações. Despesas mensais de 1929 a 1956. Arquivo do autor.
26
Arabela Fontes contraiu as segundas núpcias, em 1926, com Antonio Enock de Melo,
funcionário dedicado da empresa de tecidos dos irmãos Brito. Atencioso, loquaz e ca-
tivante, mantinha boas relações com todos.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 103
27
Cf. David Dantas. Caderneta de Anotações de 1929-1934, p.35. Arquivo do autor.
28
João Dantas de Brito (1877-1965), filho de Francisco Barreto Dantas e Vicência Josefa
da Silva Dantas, nasceu na cidade de Itapicuru. Formou-se em Direito em 1898. Foi
juiz em Lagarto de 1902 a 1925. Nomeado, em 1926, desembargador do Tribunal de
Relação do Estado de Sergipe. Em 1932 instalou o Tribunal Regional Eleitoral. Apo-
sentou-se em 1952. Cf. Ana Maria Fonseca Medina (org). Dicionário Biográfico dos De-
sembargadores do Poder Judiciário de Sergipe (1892-2008), Aracaju: TJ; Sercore, 2008.
29
Em 1931, retirou de juros 855$300 (oitocentos e cinquenta e cinco mil réis e trezen-
tos centavos). Cf. David Dantas, em longa narrativa, in Caderno de anotações, 1929-
1942. Arquivo do autor.
104 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
30
David Dantas. Notas em folha solta, sem data, mas provavelmente de 1932, antes do
agravamento do quadro.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 105
31
Cf. David Dantas. Caderneta de Anotações de 1929-1936, p. 55. Arquivo do autor.
32
Em 1933, retirou 2:385$000 (dois contos e trezentos e oitenta e cinco mil réis) da sua
caderneta. Cf. David Dantas. Caderneta de Anotações de 1929-1934. Arquivo do autor.
33
Cf. David Dantas. Caderneta de Anotações de 1929-1934. Arquivo do autor.
106 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
34
Cf. carta de Josefa Brito, Yayá Dona, de 23.06.1955. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 107
Foto 06 – Trabalhadores na Fazenda Boqueirão. Fins dos anos 30. Arquivo do autor.
35
Cf. David Dantas. Cadernos de 1929-1936 e 1936-1945. Arquivo do autor.
108 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
36
Em 27.04.1930 o pai de João Góes, Manoel Inácio Ferreira de Araújo, enviava carta a
David e aos seus pais adotivos, alertando-os sobre a presença do indivíduo João Ma-
mede, que não inspirava confiança. Arquivo do autor.
37
João Góes de Araújo era filho de Manoel Ferreira de Araújo e Maria Góes de Araújo,
que, por sua vez é filha de José Martins de Freitas Góes, irmão mais velho de David
Martins Fontes Góes, objeto do primeiro capítulo desta memória. A importância dos
Fontes na história de Riachão levou Manoel Machado Aragão a afirmar em discurso:
“Riachão é a terra dos Fontes e assim deveria se chamar, pois foi a família Fontes que a
fez e é a família Fontes quem ainda hoje, lhe enobrece com o valor de seus filhos como
o meu velho e estimado amigo Lourival Fontes. Opúsculo a propósito do centenário de
nascimento de Manoel Machado Aragão 1892-1992, p. 17. Arquivo do autor.
110 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
38
Em uma das cartas, José dizia que estava vivendo triste como um pássaro cativo, lon-
ge dos seus e dos amigos. Confessou-lhe sua vontade de seguir a carreira das armas,
ao tempo em que revelava preocupação com o fechamento da Escola Militar. Diante
das saídas dos jovens de Riachão para buscar sua autonomia financeira, lamentava a
situação de sua terra carente de homens. Em 1932, diante da Guerra Civil, enfrentada
pelo governo Vargas, José se manifestou inconformado com a perspectiva de ir lutar
em São Paulo ao lado das forças legalistas.
39
Cf. José Fontes Costa, cartas a David Dantas, 08.07.1931, 30.08.1931, 28.10.1931,
13.04.1932, 27.07.1932. Arquivo do autor.
40
José Alves dos Santos, carta de 08.03.1932. A criança, de nome Francisco, faleceu um
ano depois. Cf. Anotações de David em seus cadernos. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 111
41
Em janeiro de 1932, Joãozito passou uma semana no Boqueirão. Meses depois, David
retribui-lhe a visita, percorrendo a Fazenda Porco Magro, em ambiente de grande cor-
dialidade.
112 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
42
David Dantas. Rascunho de carta supostamente enviada a Miralda Costa Fontes em
1936. Arquivo do autor.
114 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
Foto 08 – Núpcias de David Dantas de Brito Fontes e Miralda Costa Fontes -1937.
Araquivo do autor.
43
Cf. David Dantas. Livro de memórias políticas, p. 23. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 115
Foto 08 – David Dantas de Brito Fontes e Miralda Costa Fontes recém casados - 1937.
Arquivo do autor.
44
Cf. David Dantas. Caderneta de Anotações de 1929-1934. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 117
sem muitos predicados, pois cedo perdera os pais. À irmã, David dis-
se o seguinte:
45
Belmiro da Silveira Góes, filho de Fenelon da Silveira Góes e Maria das Neves Prata
Góes, nasceu em 1914 e bacharelou-se em Direito na Bahia em 1938. Foi, quando es-
tudante, promotor público da Comarca de Simão Dias. Em 1941 tomou posse como
juiz de Direito de Japaratuba e, em seguida, atuou como juiz de Simão Dias a partir
de 1945. Foi nomeado desembargador em 1960. Assumiu a direção do Tribunal de
Justiça em 1964 e 1966. Aposentou-se em 1967 e faleceu em 2011. Cf. Ana Maria Fon-
seca Medina (org). Dicionário Biográfico dos Desembargadores do Poder Judiciário de
Sergipe (1892-2008), Aracaju: TJ: Sercore, 2008.
118 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
46
Cf. David Dantas. Caderno de Anotações. Biografias. s/d. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 119
47
Lourival Fontes (1899-1967) atuou como jornalista, partidário da Aliança Liberal e
tornou-se um ideólogo do fascismo. Dirigiu o Departamento de Propaganda e Difusão
Cultural (DPDC) entre 1934 e 1937 durante o tempo de Getúlio Vargas. No ano seguin-
te o DPDC transformou-se no Departamento Nacional de Propaganda e, em 1939, no
Departamento de Imprensa e Propaganda. Lourival Fontes permaneceu à frente do
órgão até 1942. Em 1945 foi nomeado embaixador no México e ocupou a chefia do
Gabinete Civil da Presidência da República (1951-1954), senador por Sergipe entre
1955 e 1963. Faleceu no Rio de Janeiro em 1967. Cf. Israel Beloch, Alzira Alves de
Abreu (Org.). Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro (1930-1983). Rio de Janeiro,
Forense/FGV/CPDOC/FINEP, 1984, p.1309-1312; Sonia de Castro Lopes. Lourival
Fontes: as duas faces do poder. Rio de Janeiro: Litteris, 1999.
122 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
Mas David, sem pai nem mãe, demonstrou ao longo de sua exis-
tência acentuada capacidade de iniciativa. Ao tempo em que buscava
oportunidades de negócios, revelava coragem para correr riscos e
determinação para realizar investimento, lembrando seu pai e mais
ainda seu avô paterno falecido em 1904. Depois de comprar a parte
do Boqueirão das irmãs, recorreu a empréstimos a particulares e a
bancos e, no ano de 1948, foi agente do Banco Mercantil Sergipense
em Riachão do Dantas. Aos sábados, dia de feira, saía ele com um
livro debaixo do braço pelas ruas da cidade a visitar os devedores da
referida casa financeira, da qual ele próprio possuía o maior débito:
Cr$ 30.000,00.49
Por esse tempo, junto com o cunhado João, montou uma loja de
tecidos. O negócio não deu certo, mas lhe deixou experiências, entre
as quais sua inabilidade para a atividade comercial. Afinal, o estabe-
lecimento foi fechado cerca de um ano depois com algum prejuízo.
Se na cidade foi mal sucedido, no campo a situação lhe era mais
favorável. Há algum tempo havia saldado o compromisso decorren-
te da compra das terras das duas irmãs. Em 1949, era proprietário
único do Boqueirão, fazenda avaliada pelo Cadastro de Sergipe em
48
Transcrito de Silvan Aragão Almeida. História de Riachão do Dantas. Abril de 1993, p.
30. (Digitado).
49
Cf. relação dos títulos sob sua responsabilidade, todos com vencimento em 1948. Ar-
quivo do autor.
124 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
50
Nesse registro aparece também uma tal fazenda de Benta de Arão da Silva Carvalho
avaliada em Cr$ 1.000.000,00. Ver Armando Barreto. Cadastro de Sergipe, Aracaju,
1950, p. 211-212.
51
Os rumos da Fazendinha eram assim descritos: “Principia no marco de pedra da es-
trada que vai de Oiteiros para Bomfim, seguindo linha reta até o marco do riacho da
serra, daí segue na mesma direção do nascente até encontrar a segunda pedra; desta
segue fazendo uma curva até sai na estrada de Madanela no marco de pedra fincado;
deste segue pela mesma estrada da Madanela, até sai na estrada que vai para Palma-
res, seguindo margeando esta estrada de Palmares até encontrar a entrada referida
de Oiteiros para Bomfim, seguindo esta até o marco onde teve princípio”. Cf. Escritura
Pública, fls. 53, livro 5, em 27.09.1944. Cartório de Registro de Imóveis de Lagarto-SE,
52
Conforme o acerto prévio, o custo foi de CR$ 25.000,00 e foi pago com 12 vacas pa-
ridas no valor de CR$ 15.000,00 e o restante a dinheiro com prazo de dois anos. Cf.
Anotações de David Dantas. Caderno sobre compra de fazendas. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 125
53
A compra foi acertada por CR$ 268.000,00 nas seguintes condições de pagamento: Em
1951, quando vendesse o fumo, pagaria CR$ 100.000,00 e o restante em dois anos. Cf.
Declaração do vendedor, João Góes de Araújo, em documento de 28.04.1951. A segunda
prestação foi saldada em 01.05.1952 no valor CR$ 81.000,00 e a terceira e última parce-
la foi liquidada em 01.05.1953 na quantia de CR$ 87.000,00. Cf. notas de David Dantas
de Brito Fontes no caderno sobre compra e venda de fazendas. Arquivo do autor.
126 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
54
Oito dias após haver internado seu primogênito, David Dantas deixou seus afazeres
e passou o dia em viagem de marinete a Aracaju para ver como o filho estava, fato
indicador de sua preocupação.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 127
Por esse tempo, David Dantas adquiriu seu primeiro veículo mo-
torizado, um jipe, que lhe facilitou a locomoção. Para um homem
inquieto como era o filho mais velho de Francisco Dantas, foi uma
grande mudança. O transporte facilitava a administração das fazen-
das, as viagens a Aracaju para ver os meninos que viviam nos colé-
gios e as suas visitas aos parentes e amigos em Sergipe e na Bahia.
Mas a aquisição do carro exigiu investimentos nada desprezíveis em
estradas. Para a Colina o acesso foi mais fácil, mas para o Boqueirão
foi difícil, e a Fazendinha jamais foi visitada por carro.
Os anos cinquenta representaram um tempo bem favorável para
os pecuaristas, que ascendiam beneficiados pelos elevados preços
do boi, trazendo bons lucros.55 Mas, nesse período, David Dantas
atravessou fases difíceis. Diversificava as atividades, pois, além de
investir em vaca de leite e em boi de engorda, passou a comprar
fumo. Certa vez, quando acumulava um bom estoque, o preço bai-
55
Sobre a expansão dos pecuaristas, ver Ibarê Dantas. Os Partidos Políticos em Sergipe
1889-1964. Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro, 1989.
128 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
56
Em julho de 1952, com doze anos de idade, acompanhado de um vaqueiro, fomos en-
contrar uma boiada. Após dois dias de viagem, alcançamo-la no território da Bahia e
pudemos verificar as práticas dos vaqueiros, os comportamentos dos bois, os momen-
tos de descanso e de caminhada vagarosa nas estradas poeirentas.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 129
57
A primeira prestação paga por David Dantas foi de CR$ 1.000.000,00 em março de
1959. Quanto às demais, ocorreram quase sempre em 06 de setembro de cada ano, de
1959 a 1967, geralmente no valor de Cr$ 655.500,00 cada. Cf. David Dantas. Caderno
de Anotações. Livro Caixa do período 1952-1972, p. 199. Arquivo do autor.
130 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
mesmo tempo, sem nenhum filho ou parente para ajudá-lo, fez dele
um homem mais assoberbado e mais endividado.
Suas transações financeiras, que já eram frequentes, intensifi-
caram-se. Era um tempo em que tomava empréstimos a bancos e
a particulares, mas também atendia a muitos, sobretudo aos pe-
quenos e médios proprietários e a cidadãos diversos. Com fama de
rico, numerosos eram os que o procuravam e raramente recebiam
uma resposta negativa. Pelas anotações de fins da década de 1950
e início da década de 1960, por mês era comum fazer mais de dez
transações envolvendo recebimentos, empréstimos e pagamentos.58
Os valores maiores aconteciam através de notas promissórias, mas
as importâncias menores eram fornecidas mediante transação oral
com empenho da “palavra dada”. Como seria de esperar, muitos dos
empréstimos pequenos jamais seriam ressarcidos. Mas tudo isso
fazia parte da lógica do homem de negócios. Poder-se-ia dizer até
que se acostumou com essa vida agitada de compromissos nume-
rosos se não fosse uma dor no estômago aguda e intermitente que
provinha desde os anos quarenta, tornando sua saúde prejudicada,
apesar de procurar administrá-la sem impor sérios limites às suas
atividades.
Em fins dos anos cinquenta, no governo Leandro Maciel (1955-
1959), em parceria com o deputado José Almeida, chefe político de
Riachão, David Dantas encarregou-se da construção de uma estra-
da de piçarra no município de Simão Dias e obtiveram lucro de Cr$
500.000,00 cada. Animados, conseguiram outro contrato, dessa vez
no município de Indiaroba. Para tanto, David tomou dinheiro em-
prestado.59 Vendeu gado, apertou-se e o Estado somente pagou-lhe
quatro anos depois, no final do governo Luiz Garcia. José Almeida
Fontes, sendo deputado estadual, acertou conta antes, mas a parte
58
Cf. David Dantas. Caderno de Anotações . Transações financeiras. Arquivo do autor.
59
Um dos empréstimos foi de Cr$ 200.000,00, tomado a Thomé Dantas, próspero em-
presário de Tobias Barreto. Como esse fazendeiro faleceu, a dívida foi paga ao filho. Cf.
David Dantas. Caderno de Anotações.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 131
60
Francisco José decidiu abandonar os estudos em março de 1961 e Ibarê foi para São
Paulo em novembro de 1961.
132 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
61
Ver Philomeno de Vasconcelos Dantas Hora. Memórias. Meu Pai, meu queridíssimo
amigo. Rio de Janeiro. 1975, p. 66-67. Centenário de Manoel Machado Aragão 1892-
1992, opúsculo s/d.
62
Cf. Arivaldo Silveira Fontes. Figuras e fatos de Sergipe. Porto Alegre-RS, CFP SENAI,
1992, p. 127
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 133
63
Entre as obras do prefeito Manoel Machado de Aragão, são citados alguns prédios
como o da Prefeitura Municipal, o Talho de Carne Verde, o das Escolas Reunidas, o da
Usina Elétrica, a instalação de cinco Escolas Municipais, o barracão da feira de Tanque
Novo, calçamento e nivelamento da Praça da Matriz, calçamento no povoado Bomfim,
cemitério do povoado Palmares, a iluminação com acetileno nos povoados. Cf. Opús-
culo Centenário de nascimento de Manoel Machado de Aragão (1892-1992). Arquivo
do autor.
Não obstante o teor informativo da Enciclopédia dos Municípios, as obras de Machado
Aragão foram omitidas na importante publicação. Ver João Oliva Alves e José Alves
de Menezes. Riachão do Dantas in Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Sergipe e
Alagoas. Rio de Janeiro, IBGE, v. 19. 1959.
64
Horácio Dantas de Góes (1914-1998) era filho de Ana Dantas de Magalhães Góes e
Epifânio Francisco de Góes. Sua mãe era neta do coronel João Dantas Martins dos Reis
(1830-1890) do Engenho Fortaleza. Casou-se em primeiras núpcias com Dr. Filome-
no de Carvalho Hora com quem teve vários filhos. Após o assassinato do esposo em
1902, Ana Dantas (Naninha) nove anos depois voltou a contrair núpcias, dessa vez
com Epifânio Francisco de Góes, nascendo Horácio Góes que governou Riachão indi-
cado por interventores e atuou como deputado estadual em sete legislaturas. Primei-
ro, como membro do PSD. Com a intervenção do militares em 1964, aderiu à Arena.
Para uma versão enaltecedora de sua trajetória política, ver Osmário Santos, Jornal da
Cidade, 30.09.1991 e Gazeta de Sergipe, 28.10.1998. Ver também Correio de Aracaju,
26.03.1947, 02.08.1949, 09.08.1949, 06.02.1950, 03.04.1951 e 17.11.1956.
134 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
65
As cartas do padre José Alves de Castro são datadas de 28.08.1947, 11.09.1947 e
19.09.1947 e o rascunho de David está sem data, mas escrito no verso da carta recebi-
da de 11.09.1947.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 135
66
Cf. carta do padre José de 27.08.1947. Arquivo do autor.
67
Cf. rascunho de carta de David para o padre José, s/d. Arquivo do autor.
68
David Dantas in Caderno de Memórias Políticas, Aracaju, 1999. Arquivo do autor.
69
Pe. José Alves de Castro. Carta a David Dantas, em 19.09.1947. Arquivo do autor.
136 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
70
Telegrama 126601/95/19/14 de 09.09.1947. Arquivo do autor.
71
José Hora de Oliveira (1900-1967) descendia dos Ferreira Brito de Catu (BA). Filho
de Próspero Ferreira de Faria Oliveira (1863-1926) e Zulmira Hora de Oliveira, tinha
cinco irmãos, entre os quais o comerciante João Hora de Oliveira. O pai fora comer-
ciante e esteve envolvido na política de Riachão durante a Primeira República, tendo
administrado o município de 1900 a 1901 e no triênio de 1914 a 1916. J. C. Pinto Dan-
tas Júnior. Descendências de Francisco Ferreira Brito e do cap. José Bernardo Leite.
Revista Genealógica Brasileira. n. 4, 1941, p. 343-344.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 137
72
No rascunho David Dantas escreveu que “Manoel Machado Aragão abandonou a polí-
tica dando ampla liberdade a seus amigos,” mas, certamente por considerar inoportu-
na, riscou a frase. Documento no Arquivo do autor.
73
Rascunho de discurso dirigido aos amigos de Riachão do Dantas. Arquivo do autor.
138 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
QUADRO I
DESPESAS NAS ELEIÇÕES DE 19.10.1947
publicou que José Hora de Oliveira foi vitorioso com 624 votos, mas
não revelou a votação de David Dantas como candidato a prefeito.74
Após o pleito, o filho de Francisco Dantas foi a Aracaju, procurou
Walter Franco e devolveu o restante do dinheiro que tinha recebido
para a campanha. Ao entregar-lhe a sobra, ouviu do senador: “É a
primeira vez que alguém me devolve alguma importância restante.
Todos levam mais dinheiro”.75
O prefeito José Hora de Oliveira (1948-1952) realizou uma das
mais operosas administrações de Riachão do Dantas.76 Homem sisu-
do, ao não se subordinar a todas as orientações do chefe político Ho-
rácio Góes, com ele se incompatibilizou e deixou o município após
sua profícua gestão.
No pleito seguinte para prefeito, ou seja, em 1950, o lagartense
José Almeida Fontes (1915-1975) candidatou-se pela UDN.77 Casado
com uma filha de Machado Aragão, que deixara o Riachão, em 1948,
contrariado com as perseguições que os adversários lhe moviam, o
novo postulante afirmou-se como chefe político da oposição ao do-
mínio do PSD no município. David Dantas incorporou-se à sua cam-
panha e parte da sociedade mobilizou-se para debilitar o domínio
de Horácio Góes. Mas era uma competição desigual. Pois, além do
apoio da estrutura situacionista estadual, havia o suporte da prefei-
74
O jornal publicou que o PSD elegeu quatro vereadores e a UDN, dois. Foram citados
como eleitos pelo PSD: José Costa Fontes, 196 votos; José Batista de Souza, 131; José
Oliva Alves, 122 e Teófilo V. dos Santos, 96 votos. Quanto aos candidatos a vereador
pela UDN cita: David Dantas, 383 votos e Aquino, 120 votos. Deve ter havido equívoco
apresentar David como candidato a vereador. Cf. Diário de Sergipe, 05.11.1947.
75
Ver David Dantas. Caderno de memórias 2. Arquivo do autor.
76
Entre as obras do prefeito José Hora e Oliveira, podem ser citadas a grande reforma
da praça da matriz, calçamento de ruas, recuperação de estradas vicinais, melhoria
do cemitério, entre outras. Ver Silvan Aragão Almeida. História de Riachão do Dantas.
Abril de 1993. (Digitado). p. 35.
77
José Almeida Fontes assumiu a direção do partido após reunião com as presenças dos
deputados Leandro Maciel e Jocelino Carvalho com um grupo de correligionários de Ria-
chão, entre os quais José Almeida Costa, Fiel Fontes Costa, Raul Silva Castro, Mariano Pe-
reira de Souza, Antonio Prata Matos, Urcino Fontes de Almeida e os eleitos para o diretório
que ficou assim constituído: José Almeida Fontes (presidente), Oscar Araújo Pinho (secre-
tário), José Boaventura Filho (tesoureiro). Cf. Correio de Aracaju, 24.05.1949, p. 1.
140 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
78
Jeferson Augusto da Cruz. Sob o Comando da Matriarca: Trajetória Política, Social e
Familiar de Creuza Fontes de Goes em Riachão do Dantas/SE (1925 – 2000). Trabalho
de conclusão de curso (História). Faculdade José Augusto Vieira, Lagarto, 2011.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 141
79
Colaboraram com Cr$ 2.000,00 os senhores: João Góes de Araújo, David Dantas e Antonio
Prata. Com Cr$ 1.000,00: Pedro Ribeiro e Nemézio Fontes Filho. Com Cr$ 500,00: José
Costa, João Lisboa, Egídio Lisboa, Abdias Evaristo de Carvalho, Isac Araújo, Antonio Lisboa
e Valter Fontes & Irmão com R$ 505,00. Cf. Relação dos doadores. Arquivo do autor.
80
Antes de 1930 houvera as acusações contra o padre Fonseca. Manoel Machado Aragão
sofreu dois atentados. O primeiro ocorreu em 1930 em sua própria casa. O autor do
crime teria confessado que recebeu 500$000 (quinhentos mil réis) de Epifânio Fran-
cisco de Góes e de seu filho Quincas Góes, sendo este irmão de Horácio Dantas de Góes
por parte de pai. Cf. depoimentos ao autor de Neuza Aragão Costa, em 22.07.2009,
filha de Machado Aragão, e de Raimunda Fontes Aragão, filha de José Costa Fon-
tes e nora de Machado Aragão, em 27.07.2009. O segundo atentado aconteceu em
01.03.1935 em passagem pelo Campo do Crioulo, povoado do município de Lagarto,
segundo sua nora Raimunda Fontes Aragão, por questão de terras na região. Nessa
ocasião, Machado Aragão foi atingido por uma bala e mais de vinte caroços de chumbo
e foi hospitalizado em Aracaju por vários dias. Cf. David Dantas, anotações em seu ca-
derno do período 1929-1942. Epifânio Francisco de Góes fora intendente de Riachão
no período de 1923 a 1925. Cf. Arivaldo Silveira Fontes. Figuras e fatos de Sergipe.
Porto Alegre-RS, CFP SENAI, 1992, p. 127.
142 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
segui ninguém.”81 Não parece ter sido assim. Que dizer das denún-
cias de transferências de professoras e serventes,82 de agressões,
prisões e espancamentos de vários simpatizantes ou militantes
partidários na versão dos udenistas?83 Com o controle da máquina
pública, numa conjuntura em que o governador, o prefeito, o depu-
tado estadual eram do PSD, Horácio Dantas Góes endureceu diante
da perspectiva de alternância de poder.
81
Horácio Góes in entrevista a Osmário Santos. Memórias de Políticos de Sergipe no Sécu-
lo XX. Aracaju, J. Andrade, 2002, p. 324.
82
Há informações de transferência da professora Risoleta Cursino Freire, mãe de nume-
rosa prole, do professor Francisco Dantas Araújo e dos serventes Otoniel de Araújo
Pinto e Pedro Oliva de Andrade. Este último teria sido também espancado com cipó
caboclo. Cf. Correio de Aracaju, 17.11.1956.
83
Ver Correio de Aracaju, 06.07.1951 e 17.11.1956. Esta última matéria trata de uma
carta aberta a Orlando Dantas, proprietário da Gazeta de Sergipe, crítico acerbo da
UDN, que não publicando a missiva, foi reproduzida no órgão da UDN, declinando os
nomes das numerosas vítimas de prisões e/ou espancamentos.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 143
PARA GOVERNADOR
Leandro Maciel 1.181
Edézio Vieira de Melo 1.349
PARA PREFEITO
Abílio Fontes 1.174
José Costa Fontes 1.344
84
Foram citados como vítimas de arbitrariedades do domínio de Horácio Góes: Onéssimo
Pinto, João França Pais, Otoniel Pinto Filho, Raul Silva Castro, João Monteiro de Faria,
José Lourenço dos Santos, João Evangelista de Macedo, os três irmãos: José, Domingos
e Lourival Vieira dos Santos, Josefa Freire Costa, esposa de Guilhermino Roberto da
Costa, Raimundo Lisboa dos Santos, João Costa, Ricardo Francisco dos Santos, Maria
Edite Dantas, o comerciante Guilhermino Martins Fontes, Maria Domingas de Jesus e
seus filhos Antonio Monteiro dos Santos e José Alves da Silva; José Batista dos Santos,
Salustiano de Jesus, José Pereira Filho, Marinho Pereira dos Santos, Olímpio Costa e Silva
e seu filho Otávio Costa e Silva. Teriam sido espancados Mariano Pereira de Souza, Almi-
ro Souza, Walderison Pereira do Nascimento, João Batista Santana, Paulo Pereira, João
Evangelista dos Santos, João de Bela, Alcides dos Santos e José Lopes de Figueiredo. Cf.
Correio de Aracaju, 17.11.1956. Ver também Edileuza Silveira Alves. UDN X PSD em Ria-
chão do Dantas (1950-1964). Trabalho de conclusão de curso (História) Universidade
Federal de Sergipe (UFS), Programa de Qualificação do Docente, Pólo de Lagarto, 2002.
85
Cf. Correio de Aracaju, 02.08.1949, 09.08.1949, 06.02.1950, 03.04.1951 e 06.07.1951.
144 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
Continuação
VEREADORES
José Boaventura 331
Urcino Almeida 276
José A. Costa 160
Luiz Victor 159
Fiel Fontes 169
Otaviano Correia 60
Deusdeth Ferreira 271
José Oliva Alves 183
Fortunato Melo 204
José S. Batista 229
José Alves da Silva 273
João Alves da Silva 165
DEPUTADOS FEDERAIS
Jocelino Emílio de Carvalho 1.059
Valter Franco 21
Seixas Dória 41
Matos Teles 03
Jesuíno Abreu 02
SENADOR
Lourival Fontes 2.298
Maynard Gomes 1.118
Durval Cruz 1.261
Orlando Dantas 305
Francisco Macedo 04
José Conde Sobral 974
Antonio J... 06
Houve mais 33 candidatos a deputado com pouca votação
86
Cf. informações de Manoel Davis Costa Dantas ao autor, em 10.08.2009. Sobre a versão
dos pessedistas, ver Diário de Sergipe, 08.01.1956.
146 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
87
Próximo de meia-noite chegou ao Engenho Salgado o estudante de medicina Givaldo
Costa Fontes, que se encontrava na residência do prefeito e narrou a movimentação
interna da casa, manifestando indignação com as ações dos policiais.
88
Noticiou-se que Horácio Góes sofrera atentado na sua fazenda, mas reagiu à altura,
revidando contra os malfeitores. Cf. Sergipe Jornal, 05.02.1955.
89
Segundo o filho de José Almeida, este “foi a procura do assassino contratado, sabati-
nando-o na fazenda de seu primo Martinho Almeida, em Lagarto. Descobriu o man-
dante, o valor pago, etc., e o liberou para retornar a Pernambuco. Ficou sem provas e,
consequentemente, sem condições de abrir um processo judicial contra os autores
intelectuais do plano criminoso.” Cf. Silvan Aragão Almeida. História de Riachão do
Dantas. Abril de 1993. (Digitado). p. 42.
90
Foram considerados suspeitos da agressão Salustiano de Jesus, João de Gino, Samuel
Pereira, José Raimundo, Josias Pereira e José Eliziário. Diário de Sergipe, 06.10.1956.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 147
Foto 19 – Posse de Abílio Fontes (UDN). Machado Aragão discursando. Da direita para
a esquerda, Luiz Garcia de terno claro, David Dantas de óculos, Abílio Fontes e um
personagem não identificado. Fonte: Centenário de Manoel Machado Aragão. 1892-
1992. Aracaju, [s.n]. 1992.
91
Cf. David Dantas. Texto elaborado no primeiro período em que administrou o municí-
pio Riachão do Dantas, provavelmente em 1960 ou 1961. Não encontramos evidência
se chegou a ser apresentado aos vereadores. Cópia no Arquivo de David Dantas com o
autor. Outro texto discorrendo sobre a situação do município foi lido em 28.06.1961,
conforme documento 38, correspondente à Ata da 14ª. sessão da Câmara municipal
daquela data.
92
Cf. David Dantas. Situação da prefeitura de Riachão do Dantas. A Cruzada de 05.08.1961
e cópias de discurso proferido, na Câmara Municipal, em 31.07.1961 e 31.01.1962. Ver
anexo II.
150 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
93
O matadouro foi construído em terreno doado pela família de Manoel Costa e Silva. Cf.
informações de Francisco J. C. Dantas ao autor.
94
Cf. David Dantas. Discurso na Câmara Municipal em 31.08.1961, jornal A Cruzada,
05.08.1961.
95
Ver Correio de Aracaju, 14.11.1956.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 151
96
Antônio Ferreira de Oliveira Brito (1908-1997) nasceu em Ribeira do Pombal (BA).
Filho de Domingos Ferreira de Brito e de Evência de Oliveira Brito, esta nascida no
Engenho Grutão em Riachão do Dantas (SE). Formou-se pela Faculdade de Direito da
Bahia em 1933. Exerceu o mandato de deputado da Assembleia Constituinte da Bahia
(1947) e elegeu-se deputado federal pelo PSD a partir de 1950 em todas as legisla-
turas até 1962. No curso desse tempo, foi Ministro da Educação e Cultura (09.1961
a 06.1962) e Ministro de Minas e Energia de 1963 até 1º.04.1964. Depois de 1964,
esteve no MDB, depois foi para ARENA, reelegendo-se em 1966, mas teve o mandato
cassado em 1969. Em 1985-1990, presidiu a Companhia Hidro Elétrica do São Fran-
cisco. Faleceu no dia 3 de julho de 1997, em Salvador. Cf. Israel Beloch, Alzira Alves de
Abreu (Org.). Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro (1930-1983). Rio de Janeiro,
Forense/FGV/CPDOC/FINEP, 1984, p. 484-485.
97
Cf. depoimento de Helenaldo da Fonseca Oliva, secretário da Prefeitura de Riachão do
Dantas ao autor em 02.11.2003. Arquivo do autor.
152 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
98
Cf. carta de 02.05.1962 em nosso poder. Arquivo do autor.
99
Cf. David Dantas. Cópia de carta enviada ao padre Ezaú Barbosa, 01.11.1962 e Livro
caixa 1952-1972, p. 194. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 153
100
Cf. Cópia do documento citado. Arquivo do autor.
154 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
101
A citação de José Garcia Neto encontra-se no discurso de David Dantas, proferido no
ensejo da inauguração da avenida em julho de 1962. Arquivo do autor.
102
Ver A Cruzada, 07.07.1962.
103
Uma informativa narração dos fatos encontra-se no discurso de David Dantas, profe-
rido na Câmara Municipal em 25.10.1961. Documento n. 57, Ata da Câmara Municipal
de Riachão do Dantas de 25.10.1961 fornecida por José Renilton Santos do Projeto
Raízes: Um Resgate do Patrimônio Documental de Riachão do Dantas. Ver Anexo II.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 155
104
A mãe de Oliveira Brito, Evência de Oliveira Brito, nasceu no Engenho Grutão em Ria-
chão-SE.
156 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
105
Cf. Ata da Sessão Câmara Municipal de Riachão do Dantas de 05.10.1962. Idem.
106
David Dantas. Caderno de Memórias Políticas, p. 26. Arquivo do autor.
107
David Dantas. Caderno de Memórias Políticas, p. 31. Arquivo do autor.
108
Ao final, David Dantas obteve apenas 282 votos. Cf. David Dantas. Preâmbulos do Ca-
derno de anotações de pagamento aos trabalhadores. 1961-1966. p. 37-verso. Arquivo
do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 157
7. VIAGEIRO: 1963-1999
109
Em 1964, seus sogros Manoel Costa Silva e Mariana Fontes Costa resolveram doar par-
te de suas fazendas aos filhos. À esposa de David Dantas, Miralda Costa Fontes, coube
o Coqueiro, um imóvel de cerca de 120 tarefas, que mais tarde (20.09.1970) seria
vendido ao seu cunhado Joel Fontes Costa. Cf. Escritura pública. Arquivo do autor.
110
Cf. David Dantas. Caderno de Anotações, período 1967-72. Arquivo do autor.
160 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
que o clima era importante. Nas terras frias, o gado era mais vulne-
rável a doenças e desenvolvia-se menos do que no sertão.
No ano seguinte (1968), vendeu a Sibéria a Dr. Belmiro da Silvei-
ra Góes, seu cunhado. Este pedaço de terra anexo à sua fazenda Sa-
lobro, adquirido das irmãs, não deveria ter mais de 100 tarefas, mas
era formada por um massapé de grande fertilidade. Nos anos trinta,
David Dantas ali cultivou cana, que vendia aos filhos de Fiel Freire
Fontes (09.04.1863-10.02.1939), avô paterno de sua futura esposa.
Pouco depois plantou capim, deixou uma parte em mata virgem,
onde havia alguns pés de jabuticabas, que anualmente brotavam
frutos extremamente saborosos. Nesse terreno havia também um
tanque muito piscoso, onde se pescava muitas traíras. Seu cunhado
Belmiro Góes, que de muito cobiçava esse imóvel, afinal tornou-se
proprietário da Sibéria.
Ao tempo em que se desfazia de uma área de 100 tarefas de ter-
reno fértil, David Dantas adquiria de Martinho Almeida, de Lagar-
to, a Fazenda Campos no município de Pedro Alexandre, Estado da
Bahia, bem próximo de Geremoabo. Tinha cerca de 1.600 tarefas.
Era uma propriedade desarrumada com quase tudo por fazer, se-
gundo o comprador escrevera.111
Para pagar a dívida, o novo proprietário tomou empréstimo no
Banco do Nordeste, apertou-se, mas honrou os compromissos nos
prazos estabelecidos, ao tempo em que investia muito na nova pro-
priedade. Nessa fazenda, plantou capim e palma, construiu cercas,
além de outros melhoramentos. Era uma aventura, própria de um
homem audacioso. Em suas anotações, justificava a nova aquisição,
observando que os terrenos do Boqueirão se encontravam cansados
e não estavam correspondendo às necessidades da engorda do gado.
111
A fazenda custara Cr$ 70.000,00 (setenta mil cruzeiros), que foram pagos em quatro
parcelas ao longo de dois anos. Os pagamentos das parcelas ocorreram nas seguintes
datas: Cr$ 20.000,00 em 01.07.1968, Cr$ 10.000,00 em 20.06.1969, Cr$ 20.000,00 em
20.06.1970 e Cr$ 20.000,00 em 20.12.1970. Cf. David Dantas. Livro de notas. Período
1967-1972, p. 64. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 161
Foto 24 - Os irmãos Dantas perfilados por idade. Da esquerda para direita: David, Celi-
na, Odete, Nivalda, Odete e Clóvis. (1974). Arquivo do autor.
112
Cf. David Dantas. Caderno de Anotações, 1973, e cópia de Escritura Pública. Arquivo do
autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 165
113
Cf. David Dantas. Caderno de Anotações sobre Javy ou Fazenda Maravilha, folhas 1-11
e Caderno de Anotações de 1982. Arquivo do autor.
166 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
114
Cf. David Dantas. Idem, ibidem. Arquivo do autor.
115
O aluguel do trator custou 523 mil cruzeiros em moeda de 1980.
116
Cf. David Dantas. Caderno de Anotações, 1982. Ver também Caderno de Anotações so-
bre Javy ou Fazenda Maravilha, folhas 1-11. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 167
117
David Dantas aceitou receber de Salvador Barreto a fazenda Riachão e mais oito mi-
lhões, parcelados em quatro prestações de 2 milhões entre abril e agosto de 1982 numa
época em que o salário mínimo era da ordem CR$ 16.608,00 (dezesseis mil, seiscentos e
oito cruzeiros).Cf. David Dantas. Caderno de Anotações. 1982-1983. Arquivo do autor.
168 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
8. CREPÚSCULO: 1997-2001
118
Dias depois, David Dantas registrou: Encontrei mamãe Yayá morta. “Passei uma das
grandes dores de minha vida.” Preâmbulos do Caderno de anotações. 1961-1966. p. 32.
Arquivo do autor.
170 DAVID DANTAS DE BRITO FONTES (1913-2001)
119
Entre os locais onde foi tratado, lembramo-nos do Hospital São Lucas, da Avosos no fundo do
Hospital João Alves, na rua Campo do Brito, na Unicat e, depois, retornou-se ao São Lucas.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 171
120
Assistiram à sua morte a esposa Miralda, a irmã Nivalda, os filhos Ibarê e Eduardo, a
cunhada Maria, a nora Beatriz, a sobrinha Maria Eucaristia e um enfermeiro.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 175
Foto 30 – David Dantas de Brito Fontes. Uma das últimas fotos. Arquivo do autor.
IV
(1883-1967)
1.ORIGENS FAMILIARES
1
Cf. informações de Cezarina Fontes Costa, filha de Manoel Costa e Silva, ao autor.
2
Ver Josué Modesto dos Passos Subrinho (org.). Os Classificados da Escravidão. Aracaju,
IHGSE, 2008, p. 246-266.
178 MANOEL COSTA E SILVA (1883-1967)
3
Cf. Jornal de Aracaju, 28.10.1876.
4
Cf. Arivaldo Fontes. Figuras e fatos de Sergipe. Porto Alegre, Senai, 1962, p. 120.
5
Cf. João Dantas Martins dos Reis. As almas das carnaíbas - Um céu no Riachão - Resquí-
cio das Intituladas “Santidades”. Aracaju, RIHGSE, n. 16, p. 27-28, 1942.
6
Nos anos trinta Antipas Costa e Silva aparecia como proprietário de três engenhos: o
Buril, estimado em 50 mil réis, o Caborge, em 30 mil réis e o Santo Antônio em 20 mil
réis. Cf. Armando Barreto. Cadastro Comercial, Industrial, Agrícola e Informativo do Es-
tado de Sergipe (1933-1934). Aracaju, 1934, p. 199-200. Sobre as datas de nascimento
e morte de Antipas Costa e Silva, ver Adelvan Macedo dos Santos. Arauá. O Reencontro
com o passado..., Arauá, 2000, p. 20.
7
Cf. Escritura compra de compra e venda da escrava Severa, firmada em 29.04.1882.
Documento cedido gentilmente ao autor por Francisco J. C. Dantas, em 20.08.2013.
8
João Dantas Martins dos Reis. A cidade de Riachão do Dantas, como começou. Aracaju,
1949, p. 6.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 179
9
Joãozinho Dantas, que fora seu único filho homem, casou-se com Joana Francisca de
Menezes (falecida em 1930) que lhe deu oito filhos, entre os quais João Dantas Mar-
tins dos Reis, que nasceu, em 1884, no Engenho Salgado. Cf. Luiz Magalhães. Des. João
Dantas Martins dos Reis. Aracaju, Livraria Regina, 1965, p. 9. Sobre a família, ver J.
C. Pinto Junior. O capitão-mor João d’Dantas e sua descendência. Revista Genealógica
Brasileira, Ano 1, 1940, n. 2. Ver também Des. João Dantas Martins dos Reis. Homena-
gem ao comendador Des. João Dantas Martins dos Reis e ao coronel João Dantas dos Reis.
Aracaju, Livraria Regina, 1972.
10
Ver Livro de Registros. Cartório de Riachão.
11
Cf. Cezarina Fontes Costa, declarações ao autor.
180 MANOEL COSTA E SILVA (1883-1967)
12
Cf. Alvará de licença concedido em 19.07.1906 pelo juiz João Dantas de Brito da co-
marca de Lagarto. Documento cedido gentilmente ao autor por Francisco J. C. Dantas,
em 20.08.2013.
13
Participaram da reunião Leopoldo de Carvalho Braque, Urcino Fontes, Filadelfo de
Carvalho Fontes, José Antônio de Carvalho Déda e o curador geral dos órfãos Francino
Carvalho Oliveira. Cf. Alvará de licença concedido em 19.07.1906 pelo juiz João Dantas
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 181
2. CASAMENTOS
15
Paulo Cardoso de Menezes Góis foi político do Partido Conservador, deputado pro-
vincial em Sergipe e Presidente da Assembleia Provincial. Casado com Evência Faria
de Oliveira Cardoso, o casal deixou quatro filhos, inclusive Evência de Oliveira Brito,
mãe do ministro Oliveira Brito, ao qual nos referimos no capítulo anterior. Cf. Cláudio
de Britto Reis. Genealogia da Família Britto Dantas. Separata da Revista Genealógica
Brasileira, n. 4, 1941, p. 16.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 183
Foto 03 – Fiel Freire Fontes e Cezarina Costa Fontes, pais de Mariana Costa Fontes
(Iazita). Arquivo do autor.
Foto 04 - José da Costa Lisboa Júnior, avô de Mariana Costa Fontes (Iazita).
-se com sua autoridade moral diante das decisões mais difíceis. A
exemplo do que sempre ocorreu em muitos lares, sua presença foi
marcante e os sucessos de Manoel Costa e Silva muito deveram à sua
vigilância constante e segura.
16
Cf. Jadson Barbosa de Matos in prefácio ao livro de Benjamim Fernandes Fontes. Meu
cobertor de lã. Autobiografia (Infância e Juventude). Aracaju, 1985, p. 3.
17
Cf. Relatório sobre Traçados para Estrada de Ferro na Província de Sergipe apresentado
ao Ilmo. e exmo. Sr. Conselheiro Francisco Luiz Pereira de Souza Ministro e Secretário de
Estado dos Negócios da Agricultura, Commércio e Obras Públicas. Rio de Janeiro, Typ.
Nacional, 1881.
186 MANOEL COSTA E SILVA (1883-1967)
18
A hipótese foi levantada por Francisco J. C. Dantas em face da existência da “ferragem
antiga, já imprestável, [que] ficava à direita do Engenho que conhecemos, justamen-
te abaixo daquele pequeno cômodo onde vovô guardava as cabaças de garapa azeda.
Eram blocos de ferragem maciça, encostados numa parede, e sumariamente evocados
por ele”. Francisco J. C. Dantas. Informação ao autor via email de 14.08.2013.
19
Cf. Oziel Costa Fontes (Pequeno) (11.02.1898-14.09.1987). Depoimento ao autor em
25.12.1981.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 187
20
A área do Barro continha 1.793, 1.750, 1.847 e 1.947 varas em cada lado, correspon-
dentes a 5.382 tarefas. No mencionado documento, havia assentamentos sobre parti-
lha em 1935, 1937, 1941, dando ideia de que o criatório era pequeno. Em 13.03.1935
escreveu que encontrou 31 crias. Cf. Caderneta consultada em mãos de Cezarina Costa
Fontes.
21
Os lados da área da Amargosa continham 560, 569, 445 e 484 varas, correspondentes
a 423 tarefas. Cf. Caderneta consultada em mãos de Cezarina Costa Fontes. Cada vara
media 2,20m.
188 MANOEL COSTA E SILVA (1883-1967)
22
Segundo informações de Miralda Costa Fontes, sua filha, ao autor.
23
Cf. Caderneta consultada em mãos de Cezarina Costa Fontes.
24
Cf. Caderneta consultada em mãos de Cezarina Costa Fontes.
25
Há informações de que, em 1948, Manoel Costa e Silva e Mariana Costa Fontes, como
herdeiros de Cezarina Costa Fontes, teriam vendido a fazenda Hervaçal a Alice Va-
ladares e seus irmãos. Cf. Paulo Valadares. Os Valadares: Últimos Cem Anos de Uma
Família Sertaneja. Aracaju, Revista do IHGSE, Ano 2006, n. 35. p. 195.
26
Cf. Anotações em uma caderneta de 1961.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 189
ao longo de obra memorável, viu seu avô como homem de fala escas-
sa, sem derramamento afetivo.
Não pagava visita, reclamava dos males urbanos e detestava ce-
rimônias e ostentações oficiais. Sisudo, implicante com mal feito, ti-
nha comando forte, era leal e de decência insuspeita.27
Embora frequentasse pouco a cidade, morando a um quilôme-
tro da sede, acompanhava seus problemas. Relativamente integra-
do com os proprietários rurais por laços de amizade, parentesco
ou compadrio, participava pouco das solenidades religiosas e cí-
vicas do município, mas cooperava com obras públicas, quando
solicitado.
Por volta de 1926,28 um grupo de fazendeiros decidiu fazer a
estrada de rodagem ligando Riachão a Boquim, onde passava a via
férrea, a fim de retirar a urbe do isolamento. Reuniram-se e ficou
acertado que cada um dos proprietários periodicamente iria com
seus homens abrir a estrada, e Seu Manezinho do Salgado foi um
dos que contribuiu para a execução da obra. Mas, como a rodagem
cortou ao meio sua fazenda Nova Olinda, ao longo da vida reclamou
das desvantagens de ter propriedade atravessada por rodovia. Fi-
cava devassada, os carros atropelavam as vacas que andavam pelos
caminhos e assim sucessivamente. Um pouco mais tarde, ele ajudou
também, inclusive com seus trabalhadores e com sua experiência
em estrutura de construção de elevado porte, na obra da nova Igreja
Matriz, no início dos anos quarenta.
Embora não se envolvesse na política partidária, quando Mano-
el Machado de Aragão tornou-se intendente em Riachão, no início
de 1929, aquele líder persuadiu Seu Manezinho a ser o delegado do
município. Neste momento, teve testada como nunca sua capacida-
de de resolver conflitos, conciliar interesses, desfazer controvérsias
e simulações. Não foi um período fácil. As notícias de ameaças do
bando de Lampião, que amedrontava municípios próximos, levavam
27
Francisco J. C. Dantas. Coivara da Memória. Estação Liberdade, São Paulo, 1991.
28
Cf. Sergipe Jornal, 28.02.1927.
192 MANOEL COSTA E SILVA (1883-1967)
29
Um seu neto descreveu em detalhes essas práticas de sua avó com muita beleza lite-
rária. Ver Francisco J. C. Dantas. Coivara da Memória. Estação Liberdade, São Paulo,
1991.
194 MANOEL COSTA E SILVA (1883-1967)
4. FILHOS E NETOS
30
Ver no Anexo III a genealogia.
196 MANOEL COSTA E SILVA (1883-1967)
Foto 10 - Casal e filhos na missa em celebração das bodas de ouro. Arquivo do autor.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 197
avós com os netos que o engenho, em fins dos anos cinquenta, adiou
o encerramento de suas atividades em cerca de dois anos para pro-
porcionar agrado e alegria aos meninos.
Foto 13 – Filhos e genro de Manoel Costa e Silva sobreviventes em 1997. Arquivo do autor
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 201
EPÍLOGO
BIBLIOGRAFIA
ALVES, João Oliva e MENEZES, José Alves de. Riachão do Dantas in En-
ciclopédia dos municípios brasileiros. Sergipe e Alagoas. Rio de Janeiro,
IBGE, vol. XIX.1959.
MAGALHÃES, Luiz. Des. João Dantas Martins dos Reis. Aracaju, Livraria
Regina, 1965.
MELO, Evaldo Cabral de. O fim das casas grandes. In: ALENCASTRO,
Luiz Felipe de.(org). História da Vida Privada no Brasil. São Paulo. Cia
de Letras, 1997.
REIS, João Dantas Martins dos. As almas das carnaíbas - Um céu no Ria-
chão: resquício das intituladas “santidades”. Aracaju, Revista do Institu-
to Histórico de Sergipe, n. 16, p. 27-28, 1942.
JORNAIS
A Cruzada, Aracaju,1961-1962.
A Razão, Estância,1908.
Correio de Aracaju, 1908, 1947, 1949, 1956.
Correio Sergipense, Aracaju,1852 a 1866.
Diário de Sergipe, Aracaju,1947, 1956.
Gazeta de Sergipe, Aracaju,1891, 1998.
Jornal da Cidade, Aracaju,1991.
Jornal de Aracaju, 1871, 1872, 1876.
Sergipe Jornal, Aracaju, 1927, 1955.
Depoimentos Orais
ARAGÃO, Raimunda Fontes. Informações ao autor em 27.07.2009.
BRITO, Nivalda Jacobina Brito. Informações ao autor em 20.09.2004.
COSTA, Cezarina Fontes. Informações ao autor em 2002.
COSTA, Neuza Aragão. Informações ao autor em 22.07.2009.
FONTES, Arivaldo Silveira, depoimento ao autor em 09.09.1999.
FONTES, David Dantas de Brito. Informações ao autor em 1997-2000.
FONTES, Izabel Costa Fontes (Bebé). Informações ao autor em
16.12.1974.
FONTES, Mariana Dantas M. Depoimento ao sobrinho David Dantas de
Brito Fontes, retransmitido por este ao autor.
FONTES, Miralda Costa. Informações autor em 2002-2007.
FONTES, Oziel Costa Fontes (Pequeno). Informações ao autor em
25.12.198.
MELO, Enelita Dantas de. Depoimento ao autor, em 19.08.2013.
OLIVA, Helenaldo da Fonseca, secretário da Prefeitura de Riachão do
Dantas. Depoimento ao autor em 02.11.2003.
214 BIBLIOGRAFIA
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 215
ANEXOS
ANEXO I
Número de
Proprietário
Escravos
Abdias de Faria e Oliveira 02
Afro Martins Fontes 04
Alexandre de Souza Vieira 14
Américo Lopes de Almeida 01
Ana Dantas Freire, D. 04
Ana Joaquina da Conceição 01
Ana Joaquina de S. José 03
Anacleto José de Carvalho e Oliveira 02
Angélica, órfã 01
Antonio da Rocha Borges 01
Antonio Escopério de Almeida 09
Antonio Joaquim Correia 06
Antonio Joaquim de Faria e Oliveira, Ten. Cel. 39
Antonio Meneses Fontes de Carvalho 05
Antonio Rocha Borges 02
Barbara das Virgens de S. José 03
Barnabé do Carmo Amado 06
Benjamim Francisco Pinto 01
Cesarina, filha de Antonio Meneses Fontes – órfã 03
D. Francisca Dantas 01
D. Maria de Araujo 01
David Martins de Goes Fontes 13
216 ANEXOS
2. ANEXO II
DOCUMENTO Nº 38
Aos vinte e oito (28) dias do mês de junho do ano de mil nove-
centos e sessenta e um (1961) às quatorze (14) horas, no edifício
da Prefeitura, sede da Câmara Municipal, presentes os vereadores:
David Dantas de Brito Fontes, Oscar Boaventura dos Santos; Urcino
Fontes de Almeida, Daniel Fabrício da Costa, quatro (4) e ausente
o vereador Deusdete Ferreira dos Santos, havendo número legal o
senhor Presidente declarou aberta a sessão.
Expediente:
Senhores Vereadores:
Ordem do Dia
DOCUMENTO Nº57
Expediente.
Ordem do Dia
DOCUMENTO Nº 58
Expediente
Ordem do Dia
DOCUMENTO Nº 64
Expediente
Ordem do Dia
DOCUMENTO Nº 66
Expediente
filha desta terra é justo que devemos empregar meios de assinar esse
convênio, pois a ocasião é propícia. Disse mais o Senhor Presidente
que sua intenção era ir à Brasília assinar o convênio, pois nessa oca-
sião poderia tratar de outros problemas indispensáveis à nossa terra,
e se for a Brasília, não quer que essa despesa seja totalmente coberta
pela Prefeitura pois ninguém mais do que ele sabe das dificuldades
que tem a enfrentar o senhor Prefeito para por em dia os pagamen-
tos desta Prefeitura. Chegando ao nosso conhecimento que o Ministro
Oliveira Britto virá a Sergipe por esses dias, estamos providenciando
os papeis do Ginásio para nessa ocasião termos com ele um entendi-
mento. Disse mais o senhor Presidente que, quando estava prestes a
passar o exercício ao Prefeito da primeira vez que o substituiu fez um
apelo ao senhor Governador do Estado com dezenas de assinaturas
apelando para que o senhor Governador mandasse calçar a Avenida
Tobias Barreto que é considerada como sala de visitas da nossa cida-
de. Disse mais o senhor Presidente que, de julho para cá todas as seis
vezes que se avistou com o Governador renovou o seu apelo com ve-
emência, e, além disso, passou seis telegramas onde dizia esperava o
Sr. Governador atender o nosso pedido afim de que na próxima pres-
tação de contas, Riachão figurasse entre as cidades beneficiadas pelo
seu Governo, pois em conversa com o Sr. Governador chegou a dizer-
-lhe que nas duas primeiras prestações de contas do seu Governo os
filhos de Riachão não tiveram o direito de bater palmas. Já podemos
dizer que tal apelo será atendido pois os primeiros paralelepípedos
já chegaram e foram nomeados membros da Comissão pelo Dr. José
Garcia Neto – Diretor do D.E.R os senhores: Eng.º Joel Fontes Costa,
Eng.º Humberto Silveira e Sr. David Dantas de Britto Fontes. Entre
outros telegramas foi lido um telegrama do Sr. Araújo Cavalcante um
dos Chefes Municipalistas solicitando com insistência a presença em
Brasília do Sr. Prefeito afim de que todos reunidos, fossem ao Senado
Federal assistir a votação da Emenda Constitucional que tantos be-
nefícios virá trazer aos Municípios brasileiros; tendo o Prefeito em
exercício telegrafado apoiando esse grande movimento lastimando
não poder comparecer em virtude de a Prefeitura está em situação
236 ANEXOS
Ordem do Dia
1962
DOCUMENTO Nº
Expediente
bas, dará início aos trabalhos pelo que venho solicitar dos senhores
vereadores a necessária licença para que o senhor prefeito possa
assinar o convênio com o SESP cujo melhoramento muito vem enri-
quecer a nossa querida terra”.
Ordem do Dia
ANEXO III
GENEALOGIA
DIAGRAMA RESUMIDO
O TRONCO COMUM DE DUAS FAMÍLIAS
240 ANEXOS
1
DANTAS JÚNIOR. Cap-Mor João D’Antas dos Imperiais Itapicuru in Revista do Instituto
Histórico da Bahia. Salvador, BA, Ed. Mensageiro da Fé, Ano XV, n. 15, 1967.
DANTAS JÚNIOR. J. C. Pinto Dantas Júnior. Descendências de Francisco Ferreira Brito e
do cap. José Bernardo Leite. Revista Genealógica Brasileira. n. 4, 1941.
DANTAS JÚNIOR. J. C. Pinto. O capitão-mor João D’Antas e sua descendência. Revista
Genealógica Brasileira. Ano I, n. 2, 1940, p. 396.
REIS, Cláudio de Britto. Genealogia da Família Britto Dantas, Separata da Revista Gene-
alógica Brasileira, n. 4, 1941.
2
Há dúvidas se os irmãos mais novos de David Martins de Góis Fontes tinham o mesmo
sobrenome.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 241
ORIGENS FAMILIARES DE
CELINA DANTAS DE BRITO FONTES (22.12.1846 – 30.09.1912)
Descendência:
Capitão – mor João D’Antas dos Imperiais do Itapicuru
Maria Josefa da Conceição
Leandra Sancha Leite
Teodósio Souza Leite
Josefa Francisca dos Reis
Francisca Xavier de Souza
3
Português Familiar do Santo Ofício. O casal era dono da fazenda Catu no Município de
Itapicuru. Revista Genealógica da Bahia, n. 15, Ano 15, Mensageiro da Fé, 1967.
242 ANEXOS
Descendência:
Cap. Manoel Ferreira da Silva (25.01.1793 – 12.06.1847)
Maria Francisca de Souza (20.10.1794 – 13.08.1882)
Joana Bernardina de Souza (? – 14.10.1876)
Ana Francisca de Souza (16.03.1802 – 02.07.1862)
Cap. Antônio Ferreira de Brito (12.03.1806 – 10.05.1853)
Gonçalo Dantas Brito (02.08.1808 – 26.01.1867)
João Dantas de Brito (14.11.1811)
DESCENDÊNCIA DE
DAVID MARTINS DE GÓIS FONTES (04.08.1820 – 28.11.1904) E
CELINA DANTAS DE BRITTO FONTES (22.12.1846 – 30.09.1912)
Descendência:
1. João (11.07.1866 – 23.07.1878)
2. Mariana (02.04.1867 – 1947)
3. José (07.12.1869 – 26.11.1926)
4. Francisco (04.07.1871 – 05.03.1924)
5. Digna (03.06.1878 – 06.07.1887)
II
Descendência:
1. João (11.07.1866 – 23.07.1878)
2. Mariana (02.04.1867 – 1947)
3. José (07.12.1869 – 26.11.1926)
4. Francisco (04.07.1871 – 05.03.1924)
5. Digna (03.06.1878 – 06.07.1887)
Descendência
Leandra Sancha Leite
4
DANTAS JÚNIOR. Cap-Mor João D’Antas dos Imperiais Itapicuru in Revista do Instituto
Histórico da Bahia. Salvador, BA, Ed. Mensageiro da Fé, Ano XV, n. 15, 1967.
DANTAS JÚNIOR. J. C. Pinto Dantas Júnior. Descendências de Francisco Ferreira Brito e
do cap. José Bernardo Leite. Revista Genealógica Brasileira. n. 4, 1941.
DANTAS JÚNIOR. J. C. Pinto. O capitão-mor João D’Antas e sua descendência. Revista
Genealógica Brasileira. Ano I, n. 2, 1940, p 396.
REIS, Cláudio de Britto. Genealogia da Família Britto Dantas, Separata da Revista Gene-
alógica Brasileira, n. 4, 1941.
244 ANEXOS
5
Filha do português Manoel Alves Martins e Teodosia Maria de Souza Dantas. Revista
Genealógica da Bahia, n. 15, Ano 15, Mensageiro da Fé, 1967.
6
Filha de José de Souza Dias e Ana Maria de Macêdo Revista Genealógica da Bahia, n. 15,
Ano 15, Mensageiro da Fé, 1967, p. 25.
7
Falecida solteira a 13.07.1820. Revista Genealógica da Bahia, n. 15, Ano 15, Men-
sageiro da Fé, 1967, p. 25.
8
Filha do português Manoel Alves Martins e Teodosia Maria de Souza Dantas. Revista
Genealógica da Bahia, n.15, Ano 15, Mensageiro da Fé, 1967.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 245
Descendência:
Cap. Manoel Ferreira da Silva (25.01.1793 – 12.06.1847)
Maria Francisca de Souza (20.10.1794 – 13.08.1882)
Joana Bernardina de Souza (? – 14.10.1876)
Ana Francisca de Souza (16.03.1802 – 02.07.1862)
Cap. Antônio Ferreira de Brito (12.03.1806 – 10.05.1853)
Gonçalo Dantas Brito (02.08.1808 – 26.01.1867)
João Dantas de Brito (14.11.1811 – ?)
9
Filha do Cap. Domingos Álvares Moreira.
246 ANEXOS
DESCENDÊNCIA DE
FRANCISCO DANTAS MARTINS FONTES E TEREZA FERREIRA DE
BRITO DANTAS.
CASAMENTO EM 20.02.1912
DESCENDÊNCIA
Francisco (14.01.1913 – 15.04.1913)
10
Observe-se que os dois descendem de um tronco comum: Francisco Xavier de Góes
(?-†13.02.1839) e de Maria José da Piedade (? †25.04.1855).
248 ANEXOS
Tiveram um filho:
8.8.1.2. José Francisco Dantas Fontes Neto (22.01.2004 – )
3º. C/c
Tiveram uma filha:
8.8.1.3. Maria Vitória Fontes (23.04.2004 – )
2º. C/c Marta Menezes de Almeida
Tiveram uma filha:
8.8.1.3 Marta Catarina Dantas de Almeida (23.02.1984 – )
3º. C/c Edilma Barreto
Tiveram uma filha:
8.8.3. Monique Barreto Fontes (02.08.1984)
4º. C/c Rosângela Ferreira dos Santos (...)
Tiveram um filho:
8.8.4. Luan Saulo Ferreira Fontes (06.12.1987 – )
5º. C/c Taciana Maria Silveira (08.09.1964 – )
8.8.5. José Francisco Dantas Júnior (06.06.1988 – )
III
RAMO LAGARTO /2
ORIGENS FAMILIARES DE MARIANA COSTA FONTES (10.05.1893 –
04.05.1973)
11
Há dúvidas se os irmãos mais novos de David Martins de Góis Fontes tinham o mesmo
sobrenome.
12
Mãe de João Góis e de Dona (esposa de Sr. Machado)
13
Fiel Freire Fontes (09.04.1863-10.02.1939) irá reaparecer incorporado ao ramo de
Estância.
260 ANEXOS
Descendência:
José da Costa Lisboa Júnior
Maria Isabel Lisboa
Maria Ermelinda
14
Philadelpho Costa (?-01.06.1849-† ?) era pai de Durvalina, Olga, Zélia, Beatriz, Cecília,
Alberto e Ageu.
15
Leopoldina Costa (26/02/1859-†? ) teve três filhas: Áurea, Marianinha e Zulmira.
IBARÊ DANTAS | MEMÓRIAS DE FAMÍLIA 261
Descendência:
1. José Costa Fontes (05.04.1892 – 1894)
2. Mariana Costa Fontes (Iazita) (10.05.1893 – 04.05.1973)
3. José Costa Fontes (Costinha) (11.08.1895 – 04.02.1988)
4. Maria Costa Fontes (Falecida com sete dias)
5. Izabel Costa Fontes (Bebé) (25.12.1896 – 14.10.1986)
6. Oziel Costa Fontes (Pequeno) (11.02.1898 – 14.09.1987)
7. Dulce Costa Fontes (Carmina) (16.07.1899 – 10.03.1990)
8. Fiel Costa Fontes (Fielzinho) (31.10.1900 – 12.12.1947)
9. Cezarina Costa Fontes (Nenete) (04.07.1902 – ?)
10. Álvaro Costa Fontes (25.08.1903 – 25.06.1928)
11. Avelina Costa Fontes (Caçula) (30.06.1906 – 13.05.1993)