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Políticas Educacionais: linhas introdutórias1

Políticas educacionais são um tipo de instrumento governamental que têm o objetivo de fornecer subsídios
para ampliação e universalização da educação num país, seja em nível federal, estadual ou municipal. A educação é
um dos setores que influenciam na economia, na saúde, na segurança pública e em tantos outros, por isso o
investimento na área é tão importante.
No Brasil, no entanto, a situação da educação ainda é preocupante. Segundo levantamento feito pela Galeria
de Estudos e Avaliação de Iniciativas Públicas (Gesta), o país levaria 200 anos para alcançar a meta mundial de
universalização do atendimento escolar.
Nesse sentido, o desenvolvimento de políticas públicas educacionais atua no planejamento, execução e
acompanhamento de medidas para a ampliação e qualidade da educação em estados e municípios brasileiros.

O que são políticas educacionais?


Uma política educacional é um tipo de política pública que prevê a implementação da Legislação Educacional.
É, portanto, uma responsabilidade do Estado.
Isso quer dizer que as políticas educacionais são instrumentos de ação que garantem a execução das diretrizes
no âmbito da educação de um país, sendo muito importante na garantia de uma universalização do acesso e da
qualidade do ensino oferecido nas escolas, independentemente do estado ou município.
Uma das primeiras políticas públicas voltadas para a educação desenvolvidas aqui no Brasil foi o Manifesto
dos Pioneiros da Educação Nova de 1932, responsável por definir metas e prioridades para a regulamentação da
situação educacional brasileira. O Manifesto, além de ser um marco, influencia, até hoje, a formulação de políticas
públicas voltadas à educação.
Outra importante política pública brasileira é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) que
desde 1996, quando foi fixada, se tornou o principal mecanismo de implementação de um padrão de educação em
termos federais.

Importância e características das políticas educacionais


A educação é um dos direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988, sendo um dos principais pilares
para o exercício pleno da cidadania.
Como é posto por um documento oficial do Ministério da Educação (MEC) sobre educação integral, “o direito
à educação de qualidade é um elemento fundamental para a ampliação e a garantia dos demais direitos humanos e
sociais, e condição para a própria democracia”.
Para garantir o direito a educação, portanto, são necessárias políticas públicas que promovam a
universalização do acesso, permanência e aprendizagem na escola, considerando o respeito às diferenças e a
redução das desigualdades.
Algumas pesquisas apontam para a estreita relação entre a pobreza e o baixo rendimento escolar, portanto, a
redução das desigualdades se dá nesse sentido.
Ao universalizar oportunidades educacionais para crianças independentemente da classe social, há uma possibilidade
de esses indivíduos terem maiores chances de vencerem a pobreza.
Por isso as políticas educacionais envolvem, além das escolas, ações em outros setores, como assistência social,
saúde, esporte, e a participação da família e da própria comunidade.
Ainda, segundo o documento do Fórum Nacional de Educação de 2014, a educação deve contribuir para “a
formação dos estudantes nos aspectos humanos, sociais, culturais, filosóficos, científicos, históricos, antropológicos,

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Texto disponível na página principal da PUC – Goiás.
afetivos, econômicos, ambientais e políticos, para o desempenho de seu papel de cidadão no mundo, tornando-se,
assim, uma qualidade referenciada no social. Nesse sentido, o ensino de qualidade está intimamente ligado à
transformação da realidade na construção plena da cidadania e na garantia aos direitos humanos”.
Para tanto, além de garantir uma educação pública, com acesso gratuito, as políticas educacionais também
devem ser laicas e respeitar os princípios democráticos do país.
Considerando esses aspectos, podemos listar alguns pontos principais importantes na elaboração de políticas
educacionais:
Escola para todos: a universalização da educação não diz respeito somente a disponibilização de escolas, mas o
comprometimento com o acesso de todos os alunos. Isso quer dizer que o Estado deve garantir que todas as crianças
possam estudar, seja criando mecanismos para incluir alunos com deficiência, por exemplo, ou pensando maneiras de
levar a escola até aqueles que não podem ir até ela.
Ensino de qualidade: um ensino de qualidade prevê, além de professores qualificados e metodologia de ensino
inovadora, uma estrutura física que propicie o aprendizado, como livros, mesas e cadeiras adequadas, lousa, giz e
acesso à internet.
Garantia de aprendizado: o aprendizado escolar começa com uma alfabetização correta. Quando, nesse primeiro
momento da educação, não há uma efetividade no ensino, ocorre um acúmulo de déficit de aprendizagem responsável
por reprovações e, em última instância, defasagem escolar.
Flexibilidade e acolhimento: a escola deve ser um local onde os alunos sejam respeitados independentemente das
suas necessidades, interesses, ritmo ou forma de aprendizado. Isso quer dizer que é dever da escola, também, se
adaptar conforme a realidade dos alunos ou da comunidade em que está inserida. Além disso, tornar a escola um
ambiente respeitoso e acolhedor, também pode contribuir para a permanência do aluno na vida escolar.

Educação e qualidade de vida


A elaboração de políticas educacionais interfere na qualidade de vida dos indivíduos como um todo.
Segundo um estudo da Gesta, os estudantes que concluem o ensino médio têm maiores possibilidades de avaliar seu
estado de saúde como bom (68% contra 60% dos jovens que não concluem o ensino médio) e também mais chances
de ter um planejamento familiar.
Além disso, o mesmo estudo mostrou que enquanto 77% dos jovens que concluíram o ensino médio
conseguem um emprego formal, apenas 50% dos que não concluem tem a mesma oportunidade.
Isso também acaba interferindo nas condições financeiras dessas pessoas: enquanto a renda per capita dos jovens
que concluíram o ensino médio é de R$ 1.425, a dos alunos que não finalizaram os estudos na escola é de R$ 643.
Desenvolver políticas públicas voltadas para a educação, portanto, transformam o ambiente escolar, evitando
a evasão e o abandono dos estudos e, consequentemente, influenciando na qualidade de vida dos brasileiros,
apresentando efeitos em diferentes setores.

Boas práticas na educação brasileira


Existem algumas políticas públicas desenvolvidas no Brasil, nos âmbitos federal, estadual ou municipal que são boas
práticas no sentido de diminuir as barreiras e as desigualdades na educação. Vamos discutir sobre algumas?

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