Curriculo

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Operacionalização do currículo

Simeão Congolo

Curso: Ensino De Língua Portuguesa

Disciplina: didáctica do português

Ano de Frequência: II ano

Maputo, Setembro de 2023


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 Índice 0.5

 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais
 Discussão 0.5

 Conclusão 0.5

 Bibliografia 0.5

 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)

Introdução  Descrição dos


1.0
objectivos

 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho

 Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita 2.0
Conteúdo
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e
 Revisão bibliográfica
discussão
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo

 Exploração dos dados 2.0

 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos

 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos gerais Formatação 1.0
paragrafo, espaçamento
entre linhas

Normas APA 6ª  Rigor e coerência das


Referências
edição em citações citações/referências 4.0
Bibliográficas
e bibliografia bibliográficas
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Índice
Introdução.....................................................................................................................................5

Objectivos.................................................................................................................................5

Geral.....................................................................................................................................5

Específicos............................................................................................................................5

Metodologia..............................................................................................................................5

Currículo – conceito.....................................................................................................................6

Níveis do currículo...................................................................................................................7

Operacionalização do currículo....................................................................................................9

Conclusão...................................................................................................................................11

Bibliografia.................................................................................................................................12
Introdução

O estudo realizado tem por objectivo analisar a importância do currículo escolar no meio
educacional, social e cultural, sendo o currículo, um conjunto benéfico de
saberes/conhecimentos, os quais devem ser analisados eticamente no contexto escolar, como
também, a influência do currículo na concretização de objectivos no ensino-aprendizagem dos
discentes. É necessário que a escola, juntamente com os professores/educadores, pais e a
comunidade escolar em geral, sejam capazes de reflectir, analisar, compreender e verificar, que
o currículo escolar é um elemento de suma importância no âmbito escolar e no planeamento
concreto das actividades elaboradas pelo professor/educador.

Objectivos

Geral
 Descrever a operacionalização do currículo.

Específicos
 Conceituar Currículo
 Explicar operacionalização do currículo.

Metodologia
A elaboração deste trabalho consistiu no uso da pesquisa bibliográfica, considerada como uma
fonte de colecta de dados secundária, que pode ser definida como: contribuições culturais ou
científicas realizadas no passado sobre um determinado assunto, tema ou problema que possa
ser estudado (Bervian & Cervo, 2002).

Para Marconi e Lakatos (2001, p. 183), a pesquisa bibliográfica, abrange toda bibliografia já
tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc, e sua finalidade é
colocar o pesquisador em contacto directo com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre
determinado assunto.

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Currículo – conceito
Sendo assim para Silva (1996, p. 23):

O currículo é um dos locais privilegiados onde se entrecruzam saber e


poder, representação e domínio, discurso e regulação. É também no
currículo que se condensam relações de poder que são cruciais para o
processo de formação de subjetividades sociais. Em suma, currículo, poder
e identidades sociais estão mutuamente implicados. O currículo corporifica
relações sociais.

O currículo é um campo permeado de ideologia, cultura e relações de poder. Por ideologia


segundo Moreira e Silva (1997, p. 23) pode-se afirmar que esta “é a veiculação de idéias que
transmitem uma visão do mundo social vinculada aos interesses dos grupos situados em uma
posição de vantagem na organização social”. Ou seja, é um dos modos pelo qual a linguagem
produz o mundo social, e, por isso o aspecto ideológico deve ser considerado nas discussões
sobre currículo.

O ensaio de Althusser (1983), a ideologia e os aparelhos ideológicos do Estado, marcam um


momento de forte percepção da questão da ideologia em educação. Embora, objeto de crítica,
seus pressupostos foram importantes pelo pioneirismo.

Currículo também é inseparável da cultura. Tanto a teoria educacional tradicional quanto a


teoria crítica vêem no currículo uma forma institucionalizada de transmitir a cultura de uma
sociedade. Sem esquecer que, neste caso, há um envolvimento político, pois o currículo, como
a educação, está ligado à política cultural. Todavia, são campos de produção ativa de cultura e,
por isso mesmo, passíveis de contestação.

Esse encontro entre ideologia e cultura se dá em meio a relações de poder na sociedade


(inclusive, naturalmente, na educação). Por isso, o currículo se torna um terreno propício para a
transformação ou manutenção das relações de poder e, portanto, nas mudanças sociais.

Conforme Moreira e Silva (1997, p. 28), “o currículo é um terreno de produção e de política


cultural, no qual os materiais existentes funcionam como matéria- prima de criação e recriação
e, sobretudo, de contestação e transgressão”. O currículo escolar tem ação direta ou indireta na
formação e desenvolvimento do aluno. Assim, é fácil perceber que a ideologia, cultura e poder
nele configurados são determinantes no resultado educacional que se produzirá.

Devemos, ainda, considerar que o currículo se refere a uma realidade histórica, cultural e
socialmente determinada, e se reflete em procedimentos didáticos,
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administrativos que condicionam sua prática e teorização. Enfim, a elaboração de um currículo
é um processo social, no qual convivem lado a lado os fatores lógicos, epistemológicos,
intelectuais e determinantes sociais como poder, interesses, conflitos simbólicos e culturais,
propósitos de dominação dirigidos por fatores ligados à classe, raça, etnia e gênero.

Sendo uma prática tão complexa, há enfoques diversos e distintos graus de aprofundamento.
No entanto, todas as concepções revelam posicionamentos de valor. É natural que seja assim,
pois, como todo trabalho pedagógico se fundamenta em pressupostos de natureza filosófica, a
escola e o professor tornam evidentes suas visões de mundo, assumindo posturas mais
tradicionais ou mais libertadoras no desenvolvimento do currículo.

É viável destacar que o currículo constitui o elemento central do projeto pedagógico, ele
viabiliza o processo de ensino aprendizagem. Contribuindo com esta análise Sacristán (1999,
p. 61) afirma que

O currículo é a ligação entre a cultura e a sociedade exterior à escola e à


educação; entre o conhecimento e cultura herdados e a aprendizagem dos
alunos; entre a teoria (idéias, suposições e aspirações) e a prática possível,
dadas determinadas condições.

Níveis do currículo
Alguns estudos realizados sobre currículo a partir das décadas 1960 a 1970 destacam a
existência de vários níveis de Currículo: formal, real e oculto. Esses níveis servem para
fazer a distinção de quanto o aluno aprendeu ou deixou de aprender.

O Currículo Formal refere-se ao currículo estabelecido pelos sistemas de ensino, é expresso em


diretrizes curriculares, objetivos e conteúdos das áreas ou disciplina de estudo. Este é o que
traz prescrita institucionalmente os conjuntos de diretrizes como os Parâmetros Curriculares
Nacionais.

O Currículo Real é o currículo que acontece dentro da sala de aula com professores e alunos a
cada dia em decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino.

O Currículo Oculto é o termo usado para denominar as influências que afetam a aprendizagem
dos alunos e o trabalho dos professores. O currículo oculto representa tudo o que os alunos
aprendem diariamente em meio às várias práticas, atitudes, comportamentos, gestos,
percepções, que vigoram no meio social e escolar. O currículo
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está oculto por que ele não aparece no planejamento do professor (Moreira; Silva, 1997).

Assim, o currículo não é um elemento neutro de transmissão do conhecimento social. Ele está
imbricado em relações de poder e é expressão do equilíbrio de interesses e forças que atuam no
sistema educativo em um dado momento, tendo em seu conteúdo e formas, a opção
historicamente configurada de um determinado meio cultural, social, político e económico.

Operacionalização do currículo
Essa organização do currículo se tornou necessária porque, com o surgimento da escolarização
em massa, precisou-se de uma padronização do conhecimento a ser ensinado, ou seja, que as
exigências do conteúdo fossem as mesmas.

No entanto, o currículo não diz respeito apenas a uma relação de conteúdos, mas envolve
também:

“questões de poder, tanto nas relações professor/aluno e


administrador/professor, quanto em todas as relações que permeiam o
cotidiano da escola e fora dela, ou seja, envolve relações de classes sociais
(classe dominante/classe dominada) e questões raciais, étnicas e de gênero,
não se restringindo a uma questão de conteúdos”. (HORNBURG E SILVA,
2007, p.1)

Veiga (2002) complementa

“Currículo é uma construção social do conhecimento, pressupondo a


sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão
dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los,
portanto, produção, transmissão e assimilação são processos que compõem
uma metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o
currículo propriamente dito.” (Veiga, 2002, p.7)

Assim, isso implica que essa organização – feita principalmente no projeto-político-


pedagógico de cada escola – deve levar em conta alguns princípios básicos da sua construção.
Entre eles o fato de, como já dito, o processo de desenvolvimento do currículo ter sido cultural
e, portanto, não neutro. Sempre visa privilegiar determinada cultura e, por isso, há a
necessidade de uma criteriosa análise e reflexão, por parte dos sujeitos em interacção, no caso
as autoridades escolares e os docentes com o mesmo objectivo, baseando-se em referenciais
teóricos.

O currículo não é estático pelo contrário, ele foi e continua sendo construído. A reflexão sobre
isso é importante, porque, conforme Veiga (2002, p. 7) afirma, “a análise e a compreensão do

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processo de produção do conhecimento escolar ampliam a compreensão sobre as questões
curriculares”.

Hoje em dia, a organização do currículo escolar se dá de forma fragmentada e hierarquizada ou


seja, cada disciplina é ensinada separadamente e as que são consideradas de maior importância
em detrimento de outras recebem mais tempo para serem explanadas no contexto escolar.

Vários autores apontam para a possibilidade de o currículo não ser organizado baseando-se em
conteúdos isolados, pois vivemos em um mundo complexo, que não pode ser completamente
explicado por um único ângulo, mas a partir de uma visão multifacetada, construída pelas
visões das diversas áreas do conhecimento. A organização do currículo deve procurar
viabilizar uma maior interdisciplinaridade, contextualização e transdisciplinaridade;
assegurando a livre comunicação entre todas as áreas.

A organização do currículo escolar de forma hierárquica e fragmentada precisa ser revista, pois
vivemos em um mundo complexo que não pode ser completamente explicado por uma única
área do conhecimento.
Visto que o currículo é uma questão tão importante no aspecto escolar, este passou então a ser
visto “como um campo profissional de estudos e pesquisas” (Hornburg E Silva, 2007, p.1). Por
isso, surgiram muitas teorias curriculares.

Correia e Dias (1998, p. 115) mostram que apesar de essas teorias não serem perspectivas
acabadas, “elas convertem-se em marcos orientadores das concepções sobre a realidade que
abarcam, e passam a ser formas, ainda que indirectas, de abordar os problemas práticos da
educação.”

Citando diversos autores com teorias curriculares distintas, Correia e Dias nos fornecem uma
visão mais ampla dos papéis que o currículo ou curriculum pode abarcar:

“a teoria técnica do curriculum expressa o curriculum como um plano


estruturado de aprendizagem centrado nos conteúdos ou nos alunos ou ainda
nos objetivos previamente formulados, com vista a um dado resultado ou
produto (Pacheco, 1996). De acordo com a primeira perspectiva,
o curriculum centra-se nos conteúdos como produtos do saber culto e
elaborado sob a formalização de diferentes disciplinas. Mas
o curriculum pode também expressar-se, de acordo com as concepções
de curriculum propostas por Gimeno Sacristán (1991), através das
experiências e dos interesses dos alunos, sendo entendido como um meio de
promoção da sua auto-realização. E, por último, o curriculum pode ser
entendido como um plano de orientação tecnológica que se prende com aquilo

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que deve ser ensinado e como deve ser, em ordem a um máximo de eficiência.
Neste sentido, o professor é um mero "operário curricular" que tem a tarefa de
executar um plano.” (Correia e Dias, 1998, p. 115).

Conclusão
Durante o desenvolvimento do do trabalho, analisou-se, que o currículo escolar é muito mais
que uma simples grade de disciplinas há ser trabalhada/estudada ou engavetada no ambiente
escolar. O currículo é uma ferramenta que permite clareza e lucidez na organização de
conhecimentos, métodos, recursos, adaptações, entre outros. Portanto, o currículo escolar
envolve questões ambientais, políticas, económicas, sociais, culturais e educacionais, por este
motivo, o currículo não pode ser utilizado pela escola como um modelo de reprodução do
conhecimento, nem mesmo, como um discurso de alienação sobre as questões escolares.

As escolas, juntamente com seus educadores, precisam se organizar e verificar de forma


diferenciada o currículo escolar, focando a realidade social, e não apenas os conteúdos
enciclopédicos. Os conteúdos de forma geral devem ser trabalhados de acordo com as diversas
realidades encontradas em cada escola, em cada sala de aula, pois a escola precisa formar
cidadãos de consciência crítica, para o conhecimento humano e científico. Os discentes
precisam saber questionar as diversas realidades existentes, como também, compreender as
injustiças muitas vezes “mascaradas” em nossa sociedade, caso o ensino curricular seja
passivo, não teremos como desenvolver a consciência crítica no ensino-aprendizagem, e,
portanto, não atenderemos á diversidade cultural.

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Bibliografia
Althusser, L. (1983). Aparelhos ideológicos de Estado. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal.

Mcneil, J (2001a.). O currículo reconstrucionista social. Tradução de José Camilo dos Santos
Filho. Campinas: editora.

Moreira, A. F. B. (1990). Currículos e programas no Brasil. Campinas: Papirus.

Silva, T. T. da (1996). Identidades terminais: as transformações na política da pedagogia e na


pedagogia da política. Petrópolis: Vozes.

Teixeira, A (1968). Pequena introdução à filosofia da educação: escola progressiva ou a


transformação da escola. São Paulo: Melhoramentos.

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